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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 13)

 

                                                   Capítulo XIII - O epílogo da batalha.

Com a ajuda das sete safiras de Odin, Seiya pôde não só invocar como também trajar a armadura de Odin e destruiu a perversa magia do anel de Nibelungos após golpear Hilda com a Espada Balmung. É a mesma Espada Balmung um dia foi usada pelo Siegfried lendário no século V e que agora retornou para cumprir seu destino: destruir o anel de Nibelungos e sua funesta maldição que tanta infelicidade e desgraçada trás as pessoas. A Espada Balmung foi enterrada junto com Siegfried e Brunhilde na pira funerária como um sinal de castidade entre os dois. Mas, milagrosamente, o fogo não causou um único arranhão nela. E tal qual o Anel de Nibelungos, a Espada Balmung viajou Rio Reno abaixo e navegou pelo Mar do Norte em direção a Asgard. O então representante de Odin da época, Lars, a encontrou sem arranhão algum ou sinal de oxidação em uma das praias de Asgard. O brilho da espada o impressionou tanto que ela parecia novinha em folha. Lars em seguida a pegou e sabendo de seu imenso poder, assim como de suas origens, transformou-a na arma da armadura de Odin. Ele no fundo sabia que essa era uma arma que apenas pouquíssimas pessoas nesse mundo podiam manejar.

Ao contrário de outros guerreiros que tiveram seus corpos enterrados, Siegfried teve seu corpo carbonizado pelo calor da Estrela Dubhe e assim um túmulo simbólico foi feito dedicado a ele. Ao saber do falecimento de seu irmão em combate, Sigmund se sentiu muito triste, além de impotente. Ante o túmulo simbólico de seu irmão, Sigmund caiu em prantos, se lamuriando do fato de que Siegfried não notou a mudança em Hilda antes. Entretanto, há um Guerreiro cujo paradeiro é desconhecido desde o fim da batalha, pois seu corpo nunca foi encontrado até agora. Ele é Bud de Alcor (o qual Siegfried, ao saber de sua rendição, disse que era um falso Guerreiro Deus), o tigre das sombras e irmão gêmeo de Syd de Mizar. Como todo tigre que se preze e que faz jus a sua pele listrada, Bud é um sujeito sorrateiro e extremamente furtivo, e se há algo em que ele é especialista é se esconder e se ocultar nas sombras, tal como os tigres fazem quando espreitam uma presa escondidos no denso matagal ou em um bosque nevado. Após a batalha os guardas foram até o local onde estavam o corpo dele e de Syd, mas só encontraram o corpo de Syd. Acredita-se que Bud voltou a viver nas florestas onde vivia antes da batalha.

Dias após o fim da batalha e depois de conduzir Seiya e Šun ao redemoinho de acesso ao Santuário Submarino junto com sua irmã, Hilda foi tomada por uma grande tristeza. Ela se sentia culpada por ter levado seus guerreiros a morte nessa batalha sem sentido e desnecessária, mas havia uma morte em especial que a entristecia. Trata-se da morte de seu amado Siegfried, o homem que ela ama há muitos anos e que ele igualmente a amou em vida. Agora que ele não está mais neste mundo, as chances de um dia os dois ficarem juntos, que já eram muito remotas antes, são nulas. Um sentimento de frustração lhe tomou conta, já que isso foi algo pelo qual os dois, a despeito de todas as adversidades impostas por terceiros, tanto lutaram. Ou seja, Hilda e Siegfried nadaram, nadaram e nadaram, mas no fim morreram na praia, como se fosse uma baleia encalhada nas areias de uma praia isolada e distante. E para piorar ainda mais as coisas, ele morreu sem que Hilda pudesse a ele revelar seus verdadeiros sentimentos, e ele vice-versa. Angustiada, ela sente como se tivesse um grande rombo dentro de seu coração. Volta e meia ela, que constantemente pensa em Siegfried e sempre que nele pensa se recorda de todos os bons momentos que com ele passou desde que o conheceu, é acometida por crises de tristeza, um sentimento que lhe flagela como se fosse uma maré. Há horas em que ele é mais forte, outras nem tanto. E quando vê um casal feliz andando por ai, sente como se tivesse algo apertando fortemente seu coração. Desde que Siegfried se foi, Hilda se sente como se fosse uma alma penada que vaga pela superfície terrestre indefinidamente, carregando um fardo muito grande em suas costas, como se fosse um dos rebocadores de barcos do Rio Volga que pululavam na Rússia entre os séculos XVII a XX e que transportavam pesadas embarcações em suas costas, cujo drama foi retratado pelo artista russo Ilija Jefimovič Repin no quadro “Rebocadores no Volga” (em russo Burlaki na Volge/Бурлаки на Волге, 1870 – 1873) e na canção de mesmo nome. Esse é o preço do amor que todos aqueles que nutrem um sentimento muito forte por outra pessoa muito especial que cruza durante sua vida tem que carregar. Com Hilda não é nenhum um pouco diferente, assim como com sua irmã Freja, que passa pela mesma situação ante o falecimento de Hagen. Fardo esse que as duas terão de carregar até seus derradeiros momentos de suas vidas.

Diante de tamanha tristeza e tomada por um sentimento de saudade, Hilda, na esperança de encontrar seu amado no além, pensou em se matar com um punhal, tal qual Brunhilde fizera 15 séculos antes. Mas, bem na hora em que ia cravar o punhal em seu coração, eis que a armadura de Dubhe aparece nos céus de Asgard, emitindo um cosmo que a Hilda era muito familiar. Era o que ainda restava do cosmo de Siegfried dentro da armadura. Ao ver o brilho de tal cosmo, Hilda abortou sua tentativa de suicídio e desviou seus olhos para a armadura e se surpreende ao ver que ela está derramando lágrimas. Hilda fica atônica diante de tal imagem, pois é algo que ela nunca pensou que poderia ver em vida. E não é só isso: por detrás da armadura de Dubhe aparece a imagem de Siegfried, reprovando tal atitude. “Mas por que, Siegfried? Por que não posso fazer isso?”, Hilda se perguntou ao espírito de seu finado amado, com lágrimas em seu rosto. Em seguida os dois braceletes da armadura de Siegfried se materializaram em seus antebraços, como se ele quisesse dizer algo a sua amada do além. “O que é isso? Você por um acaso quer dizer algo a mim do além, Siegfried?”, Hilda perguntou-se. Hilda conseguiu decifrar do que se trata esse algo de que o espírito de Siegfried queria lhe dizer. O espírito do irmão de Sigmund queria lhe dizer que agora não era a hora dela morrer, pois Asgard ainda precisava muito dela e que algo terrível ainda estava por vir. Entretanto, esse algo terrível de que o espírito de Siegfried lhe disse ela não pode decifrar. Apenas o tempo lhe dirá. “Está certo, amado Siegfried”, ela disse de cabeça erguida à armadura de Dubhe e ao espírito de Siegfried. “Sim Siegfried. Entendi o que você quis dizer. De mim Asgard ainda precisa. Mas antes de ir, saiba de uma coisa: enquanto eu viver, jamais lhe esquecerei. E para sempre eu amarei do fundo de meu coração”. Diz uma Hilda emocionada antes de se despedir do espírito de Siegfried materializado no céu por meio de sua armadura. “Ainda tenho muito que fazer em Asgard. Siegfried, até logo. Um dia, se Odin quiser, vamos nos reencontrar e consumar nosso amor após tanto tempo”. Assim Hilda se despede do espírito de Siegfried, cujo espírito estará do além para sempre zelando por ela, por Asgard e todos seus habitantes.

No século XX dois dos desejos de Brunhilde se realizaram: o de renascer em um mundo pacífico e de se reencontrar com Siegfried. Mas o terceiro e último, o de ficar junto de seu amado, como vimos, não pode se realizar. Tanto Brunhilde quanto Hilda tiveram suas vidas arruinadas pela nefasta magia do anel de Nibelungos. Mas agora essa magia foi destruída graças a Espada Balmung. Será que um dia Siegfried e Hilda, na próxima encarnação, enfim ficarão juntos e poderão consumar seu amor após séculos? Ou será que algum outro item amaldiçoado lhes irá causar problemas e infelicidades em suas vidas? A sorte deles mudará radicalmente ou essa triste sina lhes perseguirá para sempre? Apenas o tempo vai responder a tal pergunta.

1 Comentários

  1. Uma maldição que se perpetua...
    Um amor sentido , mas jamais vivido na plenitude...

    Siegfried e Brunhilde nadam e morrem na praia...

    Vencem o mal , de certa forma, mas não conseguem ser felizes.

    A morte foi mais sorrateira.

    Triste e dramático...

    Parabéns pelo trabalho e pela história tão bem contada e narrada.

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