Capítulo XIII - Gori, o senhor de Épsilon (parte I)
Os meses passam, e a popularidade de Gori em Épsilon só aumenta. E, como não poderia deixar de ser, a crescente popularidade do Doutor Gori vem incomodando muita gente. E não é só nos círculos políticos de Épsilon não.
Comecemos com
os veículos de comunicação do planeta dos simióides. Em sua maioria, os veículos de imprensa
existentes em Épsilon não vão nem um pouco com a cara de Gori. De modo geral, o
consideram como um louco que com seus anseios belicistas irá colocar Épsilon em
um sério perigo e que pretende subverter os valores tradicionais que os
simióides há tempos defendem.
Da mesma
forma, muitas pessoas que acompanham a política de Épsilon não estão gostando
nem um pouco de sua crescente popularidade, e entre aqueles que estão de cabelo
em pé por causa do crescimento da popularidade de Gori se encontram pessoas que
se acham inteligentes e entendedoras de política, mas que do alto da arrogância
e salto alto deles são as primeiras a não quererem saber os motivos que as
levam a tomar tal atitude. Ou seja, os típicos sabichões.
Tais
sabichões, além de serem os típicos pacifistas de Épsilon e acharem que Gori é
uma ameaça ao sistema democrático e aos valores que Épsilon há séculos cultiva,
acham que aqueles que apoiam Gori em seu intento de tornar o senhor de Épsilon são
uns burros e alienados que não têm nada na cabeça e que não entendem nada de
política. Resumindo a ópera, uns ignorantes e analfabetos políticos, presas
fáceis para um populista demagogo como ele (segundo tais pessoas, obviamente).
Só que a realidade não é bem assim.
O que eles
não percebem é quem são os apoiadores de Gori e qual é a situação que eles
vivem. O que eles não percebem é que aqueles que apoiam o Doutor Gori são
justamente aquelas pessoas que nos últimos anos sofreram com as razias
promovidas por invasores espaciais como Kilza, Kaura, Ahames, Buba e Marie
Baron. Como também há aqueles que não sofreram com tais razias interespaciais,
mas sabem, por exemplo, que Bazoo e Satan Goss já estão batendo nas portas do
Planeta Épsilon. Talvez seja questão de tempo um dos dois resolver colocar
abaixo a porta e invadir Épsilon. E dessa vez não para uma razia de pilhagem, e
sim uma expedição de conquista na qual Épsilon se tornará parte do império
intergaláctico de um dos dois.
Portanto, essas
pessoas reconhecem a seriedade do problema e corretamente avaliam que se
Épsilon não começar a investir mais maciçamente nas forças armadas está fadada
a virar um dos muitos domínios deles. As notícias que eles leram a esse
respeito são o suficiente para eles tomaram consciência da seriedade do
problema.
Além disso,
Gori não apenas se propõe a fortalecer os sistemas defensivos de Épsilon contra
futuras razias vindas do cosmos e a fazer de Épsilon a sede de um grande império
intergaláctico: também se propõe a reduzir a miséria existente em Épsilon, a
dar emprego aos desempregados através de um grande programa de obras públicas,
comida aos que não têm nada para comer, entre outras coisas que dizem respeito
aos problemas dos cidadãos do planeta.
Assim como
tipos como o já citado Karas, um general do exército que há muito tempo se
encontra sucateado depois de muitos anos de políticas guiadas pelo pacifismo
exacerbado vigente em Épsilon. Um exército que, como já vimos em passagens
anteriores, será incapaz de oferecer resistência na hora em que uma invasão
mais séria (ou seja, uma invasão para conquistar Épsilon) tiver lugar.
E também
aqueles que acham que com Gori a vida deles simplesmente terá uma melhora
significativa. Pois Gori não apenas se propõe a fortalecer os sistemas
defensivos de Épsilon contra futuras razias vindas do cosmos e a fazer de
Épsilon a sede de um grande império intergaláctico: também se propõe a reduzir
a miséria existente em Épsilon, a dar emprego aos desempregados através de um
grande programa de obras públicas, comida aos que não têm nada para comer,
entre outras coisas que dizem respeito aos problemas dos cidadãos do planeta.
Enquanto
isso, os políticos que fazem oposição a ele não tocam nessas questões (ou
quando tocam, tocam muito superficialmente). Preferem conversas superficiais
relacionadas a direitos humanos, democracia, pacifismo, avanços tecnológicos e
outras afins, que em nada mudam na vida daqueles que moram no planeta dos
simióides. Não é a toa que esses políticos são muito impopulares em Épsilon, ao
contrário de Gori.
E o curioso é
que nenhum desses sabichões de plantão teve entes queridos e/ou amigos mortos
e/ou feridos em decorrência de razias conduzidas por invasores espaciais, muito
menos propriedades vandalizadas nem nada.
Mas, a
despeito desses sabichões de plantão e dos políticos ineptos que governam
Épsilon há tempos lhe fazendo oposição sempre que o encontram, a popularidade
de Gori vem aumentando a tal ponto que de tempos em tempos manifestações e
passeatas a favor dele ocorrem. Gori já é uma potência política tal que os
figurões da política de Épsilon não podem mais fingir que ele não existe. Até
que chegou a hora em que eles não tiveram outra escolha a não ser admiti-lo
como senhor de Épsilon.
Recentemente,
Épsilon recebeu uma visita ilustre vinda do cosmos. E dessa vez não foi uma
razia como as anteriores. Muito menos um exército conquistador enviado por
impérios e organizações malignas vindas do espaço tais como Makuu, Mad, Fuuma, Gozma,
Mess, Império dos Monstros, Water, Crisis ou Vyram. É uma embaixada do Império
dos Monstros, encabeçada pelo filho de Satan Goss, MacGaren. Sim, MacGaren veio
a Épsilon, acompanhado de uma comitiva de 10 guerreiros, e mais Purima, Gyoru e
Kilza.
O filho de
Satan Goss foi recebido com honras de chefe de Estado, e ao chegar ao local da
audiência estava trajando sua armadura negra, e antes de começar a falar tirou
o elmo de sua cabeça.
MacGaren
(carregando o elmo no braço direito e se ajoelhando perante os senadores): “É
uma honra muito grande poder ser recebido por vocês, vossas eminências do
Planeta Épsilon. Em nome de meu pai, o grandioso Satan Goss, trago ao Planeta
Épsilon boas vindas em nome dele e do Império dos Monstros”.
Senador 1: “O
prazer é todo nosso de recebe-lo, senhor MacGaren”.
Senador 2: “Senhor
MacGaren, diga-nos, o que traz a tua ilustre presença nesse espaço?”.
MacGaren:
“Pelo que estou vendo, vocês de Épsilon são muito adiantados tecnologicamente.
E nós, do Império dos Monstros, gostaríamos de firmar acordos comerciais, e
assim estabelecer laços de amizade entre nós dois”.
No fim das
contas, um acordo comercial entre o Planeta Épsilon e o Império de Satan Goss
foi firmado, no qual ambos iam trocar tecnologias, produtos, bens e serviços.
MacGaren:
“Tenho certeza que esse acordo será muito benéfico a todos nós, senhores de
Épsilon”.
Nos dias
seguintes, Gori ficou sabendo a respeito da embaixada de MacGaren ao Planeta
Épsilon. E para ele e seus partidários isso foi vergonhoso, ainda mais quando
eles notaram que acordos comerciais desiguais foram estabelecidos.
Logo
manifestações de rua são convocadas, exigindo que Gori seja empossado como
governante supremo de Épsilon. “É Gori ou nada!”, um desses manifestantes diz.
“Só Gori pode salvar Épsilon de ser conquistada!”, outro disse. “Precisamos de
um governante forte, ou seremos conquistados!”, outro diz.
Após essa
série de manifestações, o desfecho não foi outro se não mais uma vitória
política de Gori. O que o levou a se tornar o governante supremo de seu planeta
natal. Dessa forma, nos dias que se seguiram, o Doutor Gori foi empossado no
Palácio de Berengei como Senhor Supremo de Épsilon, com a anuência dos
principais políticos do planeta, incluindo o já citado Maymun (ainda que, evidentemente,
a contragosto da parte deles).
1 Comentários
A elite cultural e política de Epslon prossegue na sua arrogante jornada negacionista e hipocritamente pacifista, enquanto a ascenção política de Gori
ResponderExcluirjunto à classe menos favorecidas é um fato cada vez mais consumado.
Não obstante, uma dos maiores crápulas do universo dá as caras, reconhecendo o terreno fértil para uma futura pilhagem do planeta dos simióides.
Quando será que aprenderão?