Capítulo XXVIII - Making Of (parte I)
E ai pessoal,
tudo bem? Mais uma fanfic que concluo nessa plataforma. E é a primeira fanfic
de tokusatsu que faço depois de muitos anos, após as fanfics que escrevi sobre
o complô de Giluke e Ahames contra Bazoo e sobre o rapto dos Flashman ainda
crianças. E, como não poderia deixar de ser, trago um making of explicando alguns
pontos a respeito dessa história.
1 – 50 anos
de Spectreman: essa minha fanfic é, antes de tudo, uma homenagem minha ao
cinquentenário do Spectreman, seriado tokusatsu icônico que passou no Brasil
entre o fim dos anos 1970 e grande parte dos anos 1980. O Spectreman na verdade
não é da minha época, já que nasci em 1984, portanto, sou da época do Jaspion,
do Changeman e do Kamen Rider Black. Só vim a tomar conhecimento sobre o Spectreman
ao assistir aos episódios do Spectreman muitos anos depois, primeiro lendo
revistas como as finadas Henšin e Herói e depois colecionando DVDs piratas dos
tokusatsu exibidos no Brasil e assistindo a episódios no You Tube.
2 – Estrutura
narrativa dos 17 primeiros capítulos: Primeiro de tudo, algumas palavras a
respeito da estrutura narrativa dessa história. Primeiro, começando um capítulo
introdutório, e depois mostrando os eventos da vida do Doutor Gori (que podemos
muito bem dizer que é o verdadeiro protagonista da série) de antes de vir à
Terra junto com o Karas. E por fim, no capítulo 19, mostrando que no Planeta
Épsilon, muitos anos depois do golpe do Doutor Gori, outro aspirante a Doutor
Gori surgiu. Eu concebi a narrativa dos 17 primeiros capítulos de forma a que
vocês imaginem que essa história se passe como se o Doutor Gori, pouco antes de
deixar este mundo, estivesse vendo o filme da vida dele dentro dele mesmo.
E segundo que
quis fazer uma coisa um tanto diferente do que o primeiro capítulo da série
mostra, de forma a mostrar que o Doutor Gori não surgiu do nada, ao contrário
do que a história contada sobre ele no primeiro episódio de Spectreman mostra,
e que ele teve os motivos dele não só para ser o que é, como também que em
Épsilon havia todo um ambiente extremamente favorável para o surgimento de
alguém como ele.
3 –
Inspirações: para essa história eu me inspirei em um vídeo que os canais
Resistência Tokusatsu e JNexus lançaram sobre o passado do Doutor Gori no ano
passado. Um vídeo para lá de sensacional, do qual tirei alguns dos elementos
aqui vistos. E também nos textos dedicados ao próprio Doutor Gori e ao Karas que
eu fiz para o projeto “Vilões tokusatsu – perfis”.
4 – Crítica
política: A minha intenção com essa história é, antes de tudo, uma crítica à
maneira rasa e tacanha como muitos analisam fenômenos políticos como Hugo
Chávez na Venezuela, Vladimir Putin na Rússia, Viktor Órban na Hungria e Donald
Trump nos Estados Unidos. Recuando ainda mais no tempo, também podemos citar
exemplos como o de Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália. É comum da parte
desses ditos analistas de política o espanto quando olham tais fenômenos e como
consequência toda a adjetivação negativa da parte deles. Isso ao mesmo tempo em
que eles não procuram entender o contexto no qual eles surgem.
Mas antes,
falemos um pouco do filme do Coringa. O filme do Coringa, estrelado por Joachim
Phoenix, que em meu entendimento teve o seguinte mérito: de mostrar ao mundo
como que alguém como o Coringa nasce. Que um Coringa da vida não nasce do nada.
E que o monstro chamado Coringa na verdade veio de um laboratório chamado
Gotham City, uma cidade que o tempo todo cria todas as condições para que tais
ervas daninhas floresçam. E penso eu que com o Doutor Gori não foi nem um pouco
diferente. E não só com o Doutor Gori, como também com tantos outros vilões.
Peguemos o exemplo de Putin. Pouco ou nada falam sobre o que foi o fim da União Soviética e os anos da era Jel’cin para a Rússia. No qual o país perdeu toda a importância e o respeito que tinha na arena internacional, tornou-se verdadeira colônia dos EUA na qual os conselheiros ianques do bêbado Jel’cin é quem mandavam de fato no país, o nível de vida da população piorou drasticamente por conta das políticas de choque de gestão e austeridade neoliberais enquanto que emergiu uma casta de oligarcas que fizeram fortuna com a privataria do antigo patrimônio estatal soviético (um desses oligarcas é o Boris Berezovskij, finado em 2013, que após Putin tornar-se Presidente da Rússia em 2000 mudou-se para a Inglaterra e que era o verdadeiro dono da MSI, a mesma MSI com a qual o Corinthians se envolveu entre 2005 e 2007 e que cuja parceria terminou muito mal para o Timão – após a contratação de jogadores como Tévez e Mascherano e a controvertida conquista do Brasileirão de 2005, veio um quase rebaixamento em 2006 e rebaixamento em 2007, mais Dualib em cana) e o país foi flagelado por crises internacionais como em 1997 e 1998.
Lembro-me
muito bem que à época o meu avô dizia que a Rússia estava liquidada, que eu li
em um domingo de 1998 uma matéria de jornal sobre a situação lamentável do
futebol da Rússia pós-soviética (que, diga-se de passagem, nas Copas do Mundo
que a Rússia participou após o fim da URSS só conseguiu passar da primeira fase
em 2018 – A Copa em que jogou em casa, diga-se de passagem) e que por conta dos
efeitos da crise de 1998 a participação do Spartak de Moscou na Liga dos
Campeões 1998/1999 (na qual o time moscovita, após eliminar o time búlgaro
Liteks Loveč na fase preliminar, jogou no mesmo grupo do Real Madrid, do Sturm
Graz e da Internazionale de Milão – e não passou da fase de grupos), a primeira
que acompanhei em minha vida, esteve ameaçada.
5 – Nomes dos personagens originais: Todos eles nomes relacionados a macacos. O nome da mãe do Doutor Gori, Hou, é a palavra chinesa para macaco, Hóu (猴). Ao passo que o nome da esposa dele, Obez, e o da cunhada dele, Yana, vem da palavra russa para macaco, obez’jana/обезьяна. Os filhos gêmeos dele e de Obez, Sarmag e Čin, vem da palavra mongol para macaco, sarmagčin/сармагчин. Maymun é macaco em turco. Sun e Wukong vem do personagem literário chinês Sun Wukong, o Rei Macaco da história “Jornada para o Oeste”, escrita em 1570 por Wu Čengen (que é a mesma obra que o Akira Toriyama usou de base para criar o Dragon Ball – o nome Son Goku vem dai). Já Saru, o nome do próximo aspirante a Gori que aparece no capítulo final, é a palavra japonesa para macaco, Saru (猴). Mayom vem de Majom, macaco em húngaro. E Malpa vem de Malpa mesmo, que significa macaco em polonês.
No
capítulo 3, Larigo é gorila ao contrário, ao passo que Hannon é o nome de um
navegador cartaginês que viveu nos séculos VI e V antes de Cristo que partindo da
atual cidade espanhola de Cádiz fez uma grande viagem pela costa africana e
chegou até a área costeira da atual República Democrática do Congo e que teria
feito a primeira descrição de um gorila que chegou até nós (a origem do nome
gorila vem dai).
6 –
Nomes de cidades: a respeito dos nomes das cidades, eu tirei de nomes
científicos de primatas – Beringei vem do nome científico do Gorila das
montanhas (ou Gorila oriental), Gorila
Beringei. Já Virunga, por seu turno, tirei do nome da região montanhosa
situada na fronteira entre Ruanda, Uganda e a República Democrática do Congo (o
antigo Zaire) onde os gorilas das montanhas são muito comuns.
1 Comentários
Grande Pistoleiro !
ResponderExcluirChega ao fim a saga de Gori, com você nos trazendo importantes elucidações nos seus já tradicionais making-offs, onde você relata suas inspirações , motivações e conjuntos de ideias que serviram de escopo para esse projeto.
Foi um trabalho em que você deve ter pesquisado muito,dado a antiguidade da série Spectreman,que, data de 71.
Parabéns,pelo trabalho!