Capítulo VI - making of (final)
Eu resolvi criar essa pequena história depois de uma série de
discussões e postagens no Quora a respeito do tema meritocracia. E nessas postagens eu sempre lembrava exatamente de
Dragon Ball e a discrepância da evolução de poderes entre de um lado
personagens como o Tenšinhan, o Yamča e o Kuririn e de outro o Goten e o
Trunks. Além de dizer que falar em meritocracia em um país como o Brasil é o
mesmo que imaginarmos uma luta entre o Freeza e o Mestre Kame. Nós todos
sabemos que o Freeza só ia precisar dos olhos para vencer tal luta. Ou
imaginarmos uma corrida entre um guepardo, o animal terrestre mais rápido
existente nos dias de hoje, e uma tartaruga. A tartaruga só vai vencer a
corrida se o guepardo cometer o mesmo erro que a lebre cometeu na fábula da
lebre e da tartaruga, do grego Esopo. Se quiserem ver, cliquem nesses links e
vejam algumas discussões no Quora a respeito desse tema na qual eu tomei parte:
https://pt.quora.com/Existe-meritocracia-em-uma-sociedade-desigual
https://pt.quora.com/O-conceito-de-meritocracia-faz-sentido-em-um-pa%C3%ADs-desigual
O fato é que em Dragon Ball, principalmente a partir do
momento em que o Goku se transforma pela primeira vez em Super Saiyan no final
da saga Freeza, o fato de o personagem ter ou não sangue saiyano correndo em suas veias
passa a ditar sua participação nas principais lutas da obra de Akira Toriyama.
E assim, pouco a pouco personagens não-saiyanos passam a ser colocados em
segundo plano para baixo. Yamča, Tenšinhan, Chaos, Kuririn, todos eles se
tornam personagens secundários da saga Freeza em diante e dão seu lugar a
personagens como Vegeta, Gohan, Trunks (tanto o do presente quanto o do futuro)
e Goten.
Até mesmo o Piccolo, que depois que se fundiu com o Kami
Sama na saga Cell tornou-se o guerreiro Z mais forte (ainda que por um curto
espaço de tempo – não muito tempo depois disso foi superado pelo Vegeta e pelo Trunks depois que estes saíram da sala do Templo de Kami Sama), também com o
tempo tornou-se um personagem secundário, a ponto de tornar-se a babá do Goten
e do Trunks na saga Buu. E mesmo a 18, que aplicou uma surra homérica no Vegeta
(o mesmo Vegeta que já podia aniquilá-la com um simples peteleco depois de ter
treinado na sala do templo) no começo da saga Cell, também se torna figurante
na saga Buu, que faz pouco mais que participar de um torneio de artes marciais
e vencer o Mighty Mask. Posteriormente, tanto o GT quanto o Super seguem a
mesma tendência já iniciada no Z (ou vocês acham que o Kuririn e os outros terráqueos lutaram contra o Goku Black, o Moro, o Granola ou o Gas no Super?).
O título dessa pequena história é uma clara referência a uma
frase famosa do Manifesto Antropófago, lançado pelo grupo de artistas
modernistas reunidos em torno de Oswald de Andrade (um dos participantes da
Semana de Arte Moderna, que teve lugar em 1922) que nos anos 1920 produzia a
“Revista de Antropofagia”, da qual também fez parte Patrícia Galvão, a Pagu,
companheira de Oswald. Tal manifesto foi publicado em “Piratininga Ano 374 da
Deglutição do Bispo Sardinha”, no primeiro número dessa revista, publicado em
maio de 1928.
2 Comentários
O Brasil está longe de praticar a meritocracia.
ResponderExcluirConchavos, compadrio ,QI (Quem indica), amigos de copo...
Esses tem valor...
Então a história era para tentar gerar uma discussão a respeito de meritocracia...
ResponderExcluirComo já comentei, o grande perigo de pegar personagens e torcê-los para se encaixar numa narrativa é exatamente acabar perdendo o foco e a mensagem...
Mas, bem... é... tá bom né?