No capítulo anterior:
Jefferson, Mateus e Jéssica detêm alguns HMs fugitivos, mas ainda faltam alguns...
Capítulo #19 – Ordem e caos (Parte 3)
Subsolo da BataBase
Cris, Aline e Tarso estavam atravessando o longo corredor que levava à antiga Divisão de Ciência & Tecnologia, com as lanternas de seus capacetes acesas. Ao chegar no fim do corredor, viram o portão de entrada da antiga DCT, mas ele estava sendo vigiado por cinco soldados Ômega.
Aline: “Araki realmente não dá ponto sem nó. Ela sabia que a gente viria até aqui e colocou os soldados para vigiar a entrada.”
Tarso: “Tem alguma ideia, ‘mestre dos planos’?”
Cris: “Sempre tenho, mas fico pensando por qual ideia eu vou ser processado...”
Aline: “Esquece isso, tá? Agora não é hora de pensar em processo disciplinar. A vida da doutora depende de nós.”
Cris: “Fale por você, Aline. Não quero perder o distintivo. Temos que ser prudentes.”
Aline: “Ah, é? Agora vem falar em ‘prudência’, ‘mestre dos planos’? A verdade é que você virou um frouxo, Cristiano, com medinho de processo.”
Cris: “Quem é frouxo, japonesa?!”
Tarso: “Ei, ei, ei, ei! Mas será possível?! Nem aqui vocês não param de brigar? Resolvam logo esse lance entre vocês, porque eu não aguento mais e ninguém aguenta mais!”
Cris e Aline: “Que lance entre nós?”
Tarso: “Esse lance de vocês não se assumirem que se gostam. Meu Deus, vai cair o braço dos dois se um falar com o outro que se gostam? A vida da Dra. Angélica depende de nós, a vida dos cidadãos cariocas depende de nós, mas os pombinhos não param com essas tretinhas bobas, só porque não querem expor seus sentimentos! Desculpem o desabafo, mas eu tinha que falar.”
Cris e Aline ficaram sem graça. Cris ficou olhando para o chão, enquanto Aline mexia os dedos das mãos nervosamente.
Cris: “Desculpe por isso, primo. É que... realmente, tenho receio de fazer algo estúpido e comprometer a missão. Sou um péssimo Bataranger, reconheço.”
Tarso: “Não diga isso, Cris. Você não é péssimo coisa nenhuma. Eu sei que você está abalado com a denúncia que Araki fez contra a gente e com a morte de sua mãe, mas não é hora de fraquejar. O que acha, Aline?”
Aline demorou um instante para responder e disse:
“Concordo. Não é hora de fraquejar. Temos que pensar em algo. Cris, mesmo não gostando muito de seus planos, você é quem sabe fazer isso melhor. Tem alguma ideia, digamos, ‘não-processável’”?
Cris: “Bem, eu até tenho uma ideia, mas eu preciso que me deem as mãos.”
Aline: “Hein? Dar as mãos?”
Tarso: “Cris, você quer rezar agora?”
Cris: “Rápido, me deem as mãos!”
Aline e Tarso se entreolharam e deram as mãos para Cris. De repente, ambos se sentiram mal e foram ao chão, perdendo os sentidos e desativando as respectivas BataFardas. Cris estava sem as luvas.
Cris: “Foi mal, amigos, mas eu preciso das habilidades de vocês.”
Cris foi até os soldados Ômega e atacou os cinco que estavam no portão dando o super-chute de Aline e atirando com sua BataPistola com a habilidade (natural) de Tarso para atirar de forma certeira. Os soldados Ômega foi ao chão e ficaram desacordados.
Aline e Tarso voltaram a si e viram os soldados Ômega caídos e Cris sem luvas. Eles perceberam o que tinha acontecido.
Aline: “Bonito, hein? Por isso que queria as nossas mãos, para pegar minha habilidade. Tem gente que nunca muda...”
Cris: “Mas funcionou, não funcionou? Só não quero levar processo de vocês...”
Tarso: “Vem cá, por que tocou em mim, hein, malandro? Não sou HM. “
Cris: “Toquei em você, porque você é o melhor que atira de nós todos.”
Aline: “Por isso que não gosto de seus planos... Sempre envolve você tocar em alguém ou em alguma coisa. Depois não quer ser processado...”
Cris: “Vamos. Uma parte do problema já foi. Vamos entrar.”
Os três abriram o portão da antiga DCT e assim como o corredor, ela também estava mal-iluminada.
Cris: “Dra. Angélica, a senhora está aí?! Doutora, está aí?!”
De repente, a voz de Angélica ouviu-se pela antiga DCT:
“Cris? Cris, estou aqui! Siga o som da minha voz!”
Os três seguiram a voz de Angélica e viram que ela estava acorrentada com a bomba-relógio, que marcava 10 minutos.
Angélica: "Pessoal, que bom que chegaram! Queria dar um abraço em vocês, mas acho que não vai ser possível..."
Aline: “Ah, não! Araki fez com a doutora a mesma coisa o que fez comigo!”
Cris: “É, mas a doutora não pode desarmar a bomba agora.”
Tarso: “Cadê a Araki?”
Angélica: “Ela já foi embora daqui.”
Tarso: “Droga! E agora? Eu não faço ideia como desarmar bomba.”
Aline: “Nem eu.”
Cris: “Não olhem para mim.”
Angélica: “Calma, gente. Posso orientá-los, mas tem que ser rápido.”
Cris: “Ótimo. Pode falar, doutora.”
Angélica: “Muito bem, estão vendo uma tampa na parte de trás da bomba? Então, retirando a tampa, vai ter três fios: vermelho, verde e laranja. Puxem o fio verde.”
Os três abriram a tampa na parte de trás da bomba, mas...
Cris: “Hã, doutora... Não tem fio verde!”
Angélica ficou surpresa.
Angélica: “Não?”
Tarso: “Não. Os fios são: amarelo, azul e roxo.”
Angélica: “Droga! Então, essa bomba é diferente da convencional, na qual os fios são vermelho, verde e laranja. O verde desarmava a bomba. Agora, já não sei.”
Cris: “E agora, doutora? Faltam 7 minutos e ninguém sabe aqui desarmar bomba.”
Angélica: “Nem aqui e nem na minha equipe... Prometo que, se por um acaso eu sobreviver, vou abrir um curso de como desarmar bombas.”
Cris: “A senhora vai sobreviver, doutora! Vamos desarmar essa bomba, de qualquer jeito!”
Angélica sorriu para Cris e disse:
“Obrigada, Cris. Vocês me renovaram a esperança de que a gente pode sair dessa.”
Cris: “De nada, mas o tempo está passando!”
De repente, ouviu-se passos se aproximando deles. Eram os soldados Ômega, que vieram com reforços.
Aline: “Droga, eles voltaram e com mais gente!”
Tarso: “6 minutos!”
Cris: “Tarso, Aline, cuidem dos soldados Ômega. Eu cuido da bomba.”
Tarso: “Falou, primo.”
Aline: “Vamos, Tarso. Agora, é nossa vez de dar uma surra neles!”
Tarso: “Isso aí! Pronta, Aline?”
Aline: “Pronta!”
Ambos: “BataFarda, ativar!”
Trajados das suas BataFardas, Aline e Tarso enfrentavam os soldados Ômega. Enquanto isso, Cris ainda não sabia qual fio puxar para desarmar a bomba, que marcava 6 minutos.
Cris: “Doutora, isso me faz pensar: qual era a posição do fio verde na outra bomba?”
Angélica: “Era no meio. Qual é o fio do meio nesta bomba?”
Cris: “O roxo.”
Angélica: “Bem, vai que cola... Puxe o fio roxo.”
Cris: “Tá certo.”
Ele puxou o fio roxo. A contagem regressiva parecia parar, mas... a contagem retrocedeu para 30 segundos!
Cris: “Droga, agora temos menos tempo ainda!”
Angélica: “Cris, rápido! Puxe outro fio!”
Cris puxou o fio amarelo, mas a contagem não parou. 20 segundos!
Cris: “Droga, por que não parou?”
Angélica: “É que um dos fios é falso. Vamos, puxou logo o que sobrou! Rápido!”
Cris: “Tô indo! Tô indo! Seja o que Deus quiser...”
10 segundos!
Ele puxou o fio que restava, o azul, e...
A contagem regressiva parou, restando 6 segundos!
A corrente que prendia Angélica se soltou, libertando-a. Enquanto isso, Aline e Tarso derrotaram os soldados Ômega, que estavam caídos.
Angélica: “Graças a Deus! Estou livre! Obrigada, Cris!”
Ela deu um abraço apertado em Cris. Ele desativou a BataFarda. Aline e Tarso também foram abraçados por Angélica e também desativaram suas respectivas BataFardas.
Angélica: “Obrigada, meninos! Eu achava que estava tudo perdido, mas Deus mandou vocês até aqui. Nunca vou esquecer disso.”
Tarso: “De nada, doutora. Afinal, senhora salvou Cris e a mim do contêiner. Estamos quites.”
Aline: “E também está quite comigo, por me salvar da outra bomba.”
Angélica: “É verdade. Estamos todos quites.”
Todos riram.
Cris: “Bem, ainda não acabou. Temos que ir lá para cima ajudar os outros a deter os fugitivos.”
Aline: “Mas e a Araki?”
Angélica: “Ela já deve estar longe daqui. O importante agora é colocar a galera de volta para a prisão. Vamos!”
Eles saíram da antiga DCT, atravessaram o longo corredor até chegar ao elevador, que subiu até a Ala Norte. Ao chegarem no cruzamento que liga as alas da BataBase, viram que a Ala Oeste, onde fica a carceragem, estava inundada!
Aline: “Que aguaceiro é esse vindo da Ala Oeste?”
Cris percebeu o que era e disse:
“Iara!”
E saiu correndo para lá.
Os outros se entreolharam e Tarso disse:
“Hein? O que houve com o Cris? Quem ou o que é ‘Iara’?”
Aline também percebeu o que era e disse:
“Deve ser a tal Iara Serena, a sereiana que prendemos em Copacabana. Ela estava presa também, em um tanque d’água. Vamos!”
E eles se juntaram a Cris na Ala Oeste, que estava completamente encharcada.
Cris: “Iara! Cadê você? Iara!”
De repente, ele ouviu uma voz fraca dizer:
“A-qui...”
Iara Serena estava caída no corredor da carceragem. Ela estava fraca, devido à desidratação.
Cris: “Iara, você está bem? O que houve? Que aguaceiro é esse?”
Iara: “O tanque... foi aberto... e eu... não consigo ficar de pé... Estou... desidratando...”
Cris: “Isso não é um dos seus truques, né?”
Iara: “Seu idiota... Como vou... usar meus poderes... aqui na superfície? Rápido! Preciso de água!”
Voltando-se para os outros, Cris perguntou à Angélica:
“Doutora, por um acaso, tem outro tanque d’água por aqui?”
Angélica: “Infelizmente, não. O que há com ela? Desidratação?”
Cris: “Isso.”
Angélica: “Bem, o máximo que se pode fazer é improvisar um escafandro de mergulho, só que ao invés de oxigênio, vai ter água dentro. Deve ter algum capacete por aqui e aí, é só enchê-lo com água.”
De repente, o carcereiro, que tinha sido atingido pelos soldados Ômega, apareceu e disse à Angélica:
“Moça, posso arrumar um capacete no depósito.”
Angélica: “Obrigada!”
O carcereiro voltou com um capacete de motoqueiro e encheu-o de água. Angélica e os Batarangers o agradeceu. Cris colocou o capacete na cabeça de Iara. Ela ficou mais disposta, depois do contato com a água.
Iara: “Obrigada, estou bem melhor agora.”
Cris: “Não há de quê. Agora, pode voltar para sua cela.”
Ele fez um sinal para o carcereiro, que levou a sereiana de volta para sua cela.”
Aline e Angélica, por serem mulheres, não enxergavam Iara e só podiam ver um capacete cheio d’água flutuando...
Tarso não podia deixar de comentar o que tinha visto:
“Então, essa é a tal sereia de Copacabana? Cara, ela pode ser criminosa, mas é a mulher mais bonita que já vi...”
Aline e Angélica: “Ei!”
Tarso: “Calma, moças, foi só um comentário.”
Aline: “Humpf, homens... Vocês dão sorte que a doutora e eu não enxergamos a fulaninha aí.”
Angélica: “Gente, o papo tá bom, mas temos uma cidade para salvar. Vamos para a DCT.”
Os outros: “Certo!”
Eles saíram da encharcada Ala Oeste, em direção à DCT.
Divisão de Ciência & Tecnologia
Angélica, Cris, Aline e Tarso chegaram à DCT, onde estava o Comandante Lopes. Ele ficou com o semblante de satisfação.
Comte. Lopes: “Que bom que estão à salvo, Batarangers e Dra. Gomes! Realmente, estou muito feliz por isso!”
Os outros, prestando continência: “Obrigado, senhor!”
Comte. Lopes: “À vontade. Só por curiosidade, por que estão molhados?"
Cris: "Bem, digamos que tivemos um problema de vazamento na Ala Oeste..."
Cmte. Lopes: "Tá certo... Bem, falando sobre a situação lá fora, ela está praticamente controlada. Os fugitivos estão sendo detidos e sendo levados de volta para a carceragem. Os Nascimentos e Souza, além da DT, fizeram um ótimo trabalho.”
Cris: “Que bom, comandante. E eles, onde estão?”
Cmte. Lopes: “Estão a caminho. Nós vencemos esta batalha. Agora, só falta Araki.”
Aline: “Pois é, mas ela escapou e nem sabemos onde ela está.”
Tarso: “Isso a gente vai descobrir, mais cedo ou mais tarde.”
De repente, os BataMorphers apitaram. Cris respondeu:
“Ribeiro na escuta.”
Do outro lado da linha, estava Jefferson:
“Cris? Que bom que atendeu, cara! Seguinte, a gente estava indo para a base, achando que já tinha a situação sob controle, até que caiu a noite e uma turminha da pesada ainda está aprontando altas confusões.”
Cris: “Jeff, que turminha?”
Jefferson: “Os HMs noturnos. Estamos cercados por eles aqui na Central. Venham logo!”
Cris: “Estamos a caminho, Jeff. Câmbio, desligo!”
Cmte. Lopes: “Bem, vocês ouviram, Batarangers. Vão logo para onde os outros estão. É a nossa última batalha, para que saiamos vitoriosos contra o projeto de caos de Araki.”
Batarangers, prestando continência: “Sim, senhor!”
Os três iam se retirando da DCT, quando Angélica os interrompeu:
“Esperem, eu também quero ir à luta. Não quero ficar aqui parada. A culpa foi toda minha em confiar em Araki e agora, depois de quase ir pelos ares, quero colocar os desgraçados que ela soltou de volta para a cadeia! Se o comandante permitir, claro.”
Cmte. Lopes: “Claro que permito, doutora. Aliás, a culpa não foi sua pelo que está acontecendo, mas sim de Araki. Pode ir com eles.”
Angélica: “Obrigada, senhor! Prometo não decepcioná-lo desta vez.”
Cmte. Lopes: “Doutora, a senhora nunca me decepciona.”
Angélica sorriu para o comandante, prestou continência e se retirou da DCT com os Batarangers.
CONTINUA...
No próximo capítulo:
Os Batarangers se reúnem para deter os HMs noturnos.
6 Comentários
Grande Israel!
ResponderExcluirMuito legal esse episódio!
Adorei o pito que Tarso deu em Cris e Aline.
Esse ata e não desata dos dois já deus nervos kkkkk.
Quem sabe com esse choque ,os pombinhos acordem pras coisas boa da vida kkkkkkk!
No demais , senti a tensão no desarmamento da bomba.
Cris pode ter seus erros mas, no entanto, a proatividade dele o diferencia dos demais.
Ele nunca desiste!
Veremos agora como os Batarangers localizarão a Araki.
Vamo que vamo!
Parabéns !
Obrigado, como sempre.
ExcluirRealmente, Tarso expôs o que estava entalado na garganta dos leitores sobre o lance entre Cris e Aline.
Sim, a parte da bomba era para ser tensa e pelo visto, consegui passar esta tensão.
Sobre Cris, você o descreveu corretamente.
Abraço.
Bom, eu particularmente não tenho muita paciência para situações românticas alongadas. Esse lance de Cris e Aline é a coisa que menos gosto na sua história. Desculpe a sinceridade. Mas, é questão de gosto. Aplausos para o Tarso!
ResponderExcluirO grande ponto desse episódio foi todo o esquema de desmonte da bomba. Muito embora, Cris seja merecedor de muitas broncas e porradas que tomou na série, nota-se que ele amadureceu mesmo e ele foi essencial demais agora.
Agora, vamos ao final!
A resposta é a mesma de acima. Abraço.
ExcluirVamos lá, acho que esse episódio foi bem bolado e bem trabalhado, mas, de novo pensando na praticidade e na lógica, assim como frisei no caso dos BataRangers não conseguirem andar no escuro sem uma lanterna, aqui o Cris precisou dos dons de dois BataRangers pra cuidar de soldados simples? Acho que eles podiam simplesmente ter entrado rebentando tudo, afinal, até onde entendi, os Soldados ômega eram como os Soldados Hidlers de Changeman, ou seja, os BataRangers deveriam ser suficientes para derrubá-los sem problemas. Então, quando chegasse na hora da bomba, aí sim Cris usaria seus dons para pegar emprestado a capacidade de Angélica para desarmar a bomba sem problemas, dando um tapa de pelica na cara da Rosicler... Bom, mas isso é a minha versão, é como eu faria, e isso não quer dizer que é a melhor maneira, tem de fazer como tu acha melhor escrever, mas que os BataRangers deveriam ser capazes de lidar com os ômegas sem problemas, eles deveriam! Enfim, bomba desarmada e agora a batalha final se aproxima, vamos que vamos para o final da saga, parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirObrigado pelo feedback.
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