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Força Especial Bataranger 2 - Capítulo 2 - O Mestre Ômega

 




No capítulo anterior:


O encontro romântico entre Cris e Aline é interrompido pelos soldados Ômega, que capturam Cris.



Capítulo #2 – O Mestre Ômega



Em algum lugar desconhecido


Cris recobrou os sentidos e percebeu que estava sentado com as mãos atadas. O local onde estava era mal-iluminado. Ele imediatamente checou se tinha uma bomba junto dele (*). Ele viu que não tinha. Contudo, não sabia onde estava. A última coisa que se lembrava era de Fakar sacar uma arma e atirar contra ele no shopping. O shopping... Era para ser uma noite mágica com Aline, mas que virou um pesadelo...

De repente, surgiram diante dele alguns soldados Ômega, Fakar e uma outra figura de preto, com uma máscara dourada encobrindo todo o rosto, com exceção dos olhos, capuz preto e a letra grega ômega no peito. 

A figura de preto, que deveria ser o chefe, disse a Cris, com voz distorcida:

“Ah, finalmente acordou, Ribeiro. Confesso que fiquei preocupado se Fakar teria exagerado, mas vejo você está bem. Permita-me que eu me apresente: pode me chamar de Mestre Ômega, o comandante do Esquadrão de Elite da Corporação Ômega.”

Cris: “Ah, então você é o substituto ou a substituta de Skruk, ou melhor, Araki?”

Mestre Ômega: “Bem, posso garantir que sou homem. E sim, sou o substituto de Comandante Skruk. Sua prisão foi lamentável!”

Cris: “Pois então, por que estou aqui? Seu ferrabrás disse que você queria conversar comigo. Eu recusei, mas parece que você não gosta de ser contrariado.”

Mestre Ômega: “Não, eu não gosto. O assunto que eu quero conversar é muito importante, principalmente para você, Ribeiro. Se você recusar-se a falar comigo mais uma vez, você fará companhia à sua querida mãe.”

Ao ouvir isto, Cris agitou-se na cadeira e disse, com raiva:

“Jamais fale da minha mãe! Vocês e Araki mataram-na! Nunca vou perdoá-los! Vão perder o processo!”

Mestre Ômega: “Hum, o assunto era justamente sobre o processo. E para isto, temos que conversar a sós.”

Ele fez um sinal aos seus comandados, que se retiraram do local. 

Mestre Ômega: “Bem, estamos só nos dois aqui, Ribeiro. Podemos conversar mais à vontade. Lembrando que, se você resistir, eu chamo Fakar de volta e não vou repreendê-lo caso ele ‘exagere’...” 

Cris: “Ok, já entendi! Vamos conversar, então. O que você quer?”

Mestre Ômega: “Primeiro, vamos tirar as máscaras.”

Ele tirou sua máscara e Cris logo reconheceu:

“Pedro Lahm?”



BataBase – Divisão de Ciência & Tecnologia



Os Batarangers foram à DCT, onde estavam aguardando Angélica. Antes, eles tinham se comunicado ao Comte. Lopes, explicando o ocorrido e ele transferiu a responsabilidade à chefe da DCT. 

Angélica chegou e ela estava usando um elegante vestido vermelho.

Angélica: “Vim literalmente voando o rápido que pude, pessoal. Podem me dizer o que está acontecendo?”

Aline não podia perder a oportunidade de comentar:

“Uau, doutora! Pelo visto, não foi só Cris e eu que resolveu aproveitar a noite...”

Angélica olhou para seu vestido e disse a eles:

“Para a informação de vocês, eu estava em uma festa de casamento de uma amiga da época de faculdade e lá era traje a rigor. Inclusive, este vestido é alugado, porque eu teria que dar todo meu salário para comprar um desses...”

Jéssica: “A senhora ficou linda neste vestido, diga-se de passagem.”

Angélica: “Obrigada. O chato é que aparece as costas. Tive que dar inúmeras explicações sobre o colete que uso para esconder as asas...”

Ela parou por um instante e prosseguiu, em tom sério:

“Ora, vamos! Não estamos aqui para falar sobre vestidos, certo? O comandante entrou em contato comigo, dizendo que vocês tinham um problema e que eu tinha que ver isto. A sorte é que eu já estava de saída da festa. Qual é o problema? E cadê o Cris?”

Os cinco Batarangers entreolharam-se, como se perguntassem “Quem fala?”. Aline foi quem falou tudo à Angélica.

Depois de ouvir tudo, Angélica vestiu seu jaleco e comentou:

“Então, os soldados Ômega os atacaram e levaram Cris. Eu sabia que algo iria acontecer! Estava tudo calmo demais...”

Mateus: “Pois é. Agora, sabemos que temos ‘novos velhos’ inimigos, os soldados Ômega. Pelo menos, os HMs de Araki respeitavam nossa folga...”

Jefferson: “Isso mostra que eles não brincam em serviço. Para nossa sorte, nós nunca nos acomodamos. Nós sempre estamos preparados para qualquer situação.”

Jéssica: “Isso mesmo, mano!”

Aline foi se afastando do grupo e saiu da DCT. 

Angélica: “O que houve com ela?”

Tarso: “Ela se sente culpada por Cris ter sido capturado. Eu tentei acalmá-la, mas ela ainda está muito sentida.”

Angélica: “Vou conversar com ela. Enquanto isso, tentem achar Cris com o rastreador GPS.”

Os outros, prestando continência: “Sim, senhora!”

Angélica se retirou da DCT.



Do lado de fora da DCT, Angélica viu Aline sentada no chão, encostada na parede, escondendo o rosto com as pernas. A cientista aproximou-se da Bataranger, sentou-se ao lado dela e perguntou:

“Ei, o que houve?”

Aline levantou o rosto e ela estava com os olhos marejados.

Aline: “Eu...eu perdi o Cris, doutora. Eu...deixei que ele fosse levado! Não me perdoo por isso!”

Angélica: “Que isso, minha querida?! Por que está se exigindo assim?”

Aline: “Porque Cris é meu namorado. Eu... nós prometemos proteger um ao outro, assim que nos assumimos. E se ele está em perigo, significa que eu falhei.”

Angélica: “Ei, não é assim, Aline. Eu sei que vocês devem cuidar um do outro, mas você não deve exigir-se tanto. Eu te conheço desde criança, Aline. Você sempre foi muito séria e muito focada nos treinos. A Aline que eu conheço não descansaria, enquanto não encontrasse o Cris. O que mudou?”

Aline: “Não é óbvio, doutora? Foi quando Cris entrou em minha vida. Por causa dele, eu me tornei o que eu mais temia: uma tola sentimental! Por mais que eu resistisse, não conseguia tirar Cris de minha cabeça e acabei virando uma chorona.”

Angélica abraçou Aline e disse:

“Não, você não virou uma chorona, virou uma mulher de verdade. Uma pessoa que possui sentimentos. Garanto que Cris foi a melhor coisa que já aconteceu para você e vice-versa. Só acho que você deve acreditar que Cris esteja vivo e que nós vamos encontrá-lo.”

Aline: “É claro que eu acredito, doutora, mas... Cris é o líder e eu sou sua substituta direta. Sabe, no começo, eu não gostei de Cris ser líder, mas eu acabei me acostumando. Ele não pode ter anos de treinamento como os outros e eu e pode até ser um inconsequente às vezes, mas ele sabe tratar bem o grupo, diferente de mim. Eu não sou tão sociável com a galera como Cris é. Talvez isto seja seu diferencial e por isso eu me apaixonei por ele.”

Angélica: “Aline, vou lhe contar algo de bastidor para você, mas não deixe o comandante saber que eu te contei, promete?”

Aline: “Prometo.”

Angélica: “Pois então, nós colocamos Cris como líder, porque, você sabe, era o único que sabia onde Morcegão estava (**). Porém, teve algo que nos chamou atenção, quando vimos aquela luta que vocês tiveram contra ele: ele os venceu, porque teve atitude, algo que vocês não tiveram. Vocês todos são excelentes soldados, mas vocês não tinham atitude, ou seja, faltava o ‘algo mais’ que nós queríamos para um de vocês liderar os Batarangers. Aline, você estava chegando perto, você até tinha atitude, mas lhe faltava um melhor tratamento com o grupo. Por isso que o comandante lhe disse que um bom líder precisa ser liderado. Talvez com um completo desconhecido como líder, vocês, principalmente você, Aline, pudessem aprender a ter atitude. Para nossa sorte, tudo deu certo e Cris mostrou-se ser um bom líder, ainda podendo melhorar, claro.”

Aline olhou para Angélica, com um semblante de dúvida.

Aline: “Doutora, por que a senhora está me contando isto agora?”

Angélica: “Porque você precisa saber que não foi por acaso que escolhemos Cris como líder. Ele não é só importante para você, que é namorada dele, como também é importante para todos nós. Portanto, a responsabilidade de encontrá-lo é de toda a F.E.B., não só sua.”

Aline respirou fundo, abraçou Angélica e disse:

“Obrigada, doutora. Sinto-me melhor agora. Não conhecia esse lado da senhora, quero dizer, não esperava que a senhora me dissesse tudo o que me disse.”

Angélica: “Chama-se lado humano, Aline. Nós duas somos humanas modificadas, mas ainda humanas. Enquanto Araki pensa que humanos só são feitos para conflito, eu digo que os humanos ainda são capazes de amar uns aos outros.”

Aline: “Com certeza.”

Angélica levantou-se e disse:

“Vamos voltar lá para dentro. Temos que encontrar Cris. Ele não vai querer te ver chorando.”

Aline: “É verdade.”

Ela também se levantou e as duas entraram na DCT.




Em algum lugar desconhecido




Cris reconheceu Pedro Lahm, o presidente da Ômega, como o homem por trás da máscara do Mestre Ômega. 

Cris: “Lahm?! Então, você é o Mestre Ômega?”

O presidente da Ômega respondeu, com sua voz normal:

“Sim, Cristiano, sou eu. Para os soldados Ômega, sou o Mestre Ômega. Para o resto do mundo, sou Pedro Lahm. Isto foi ideia de Rosicler.”

Cris: “Araki? Então, você encontrou-se com ela?”

Lahm: “Sim, encontrei-me com ela na prisão. Na verdade, ofereci-lhe meus serviços a ela. Ela aceitou prontamente e resolvi começar com você.”

Cris: “E o que você quer comigo, Lahm?”

Lahm: “Simples. Eu quero que você retire seu processo contra a Ômega. Aí, você fica livre.”

Cris deu uma gargalhada e disse a Lahm:

“Era isso? Fakar quase me matou para isso?! Para você vir me implorar para eu retirar o processo? Pois eu digo que nunca! Lahm, você e Araki vão literalmente me pagar pelo que fizeram com minha mãe! Jamais vou tirar meu processo! Vou até o fim!”

Lahm: “Então, por que você não processa o médico que receitou o Arakinus à sua mãe?”

Cris: “Ele também está no processo, esqueceu? Na verdade, eu o considero o menos culpado, afinal, ele caiu na propaganda enganosa sua e de Araki.”

Lahm: “Entendi. Então, vamos fazer um trato? Retire a Ômega e Rosicler do processo e mantenha o médico. Ele confiou no Arakinus porque quis. Com isso, você ficará livre.”

Cris: “Não adianta, Lahm. Não vou retirar o processo, nem que me torture.”

Lahm: “Está cometendo um erro, Ribeiro. Estou lhe dando uma chance de tudo ficar bem entre nós, na verdade, estou lhe dando uma chance de você ficar vivo. Eu ainda sou piedoso com você, porque admiro sua coragem e seu amor por sua falecida mãe. Contudo, você não quer colaborar. Não foi por falta de tentativa.”

Cris: “Meus amigos vão me encontrar e vamos te colocar na cadeia, Lahm, juntinho com Araki. Aliás, qual é a relação entre vocês? São namorados? Bem, o amor não tem idade, né?”

Lahm ficou com um semblante de raiva com o escárnio de Cris.

Lahm: “Ribeiro, me respeite, porque sou muito bem casado! Rosicler e eu somos grandes amigos e eu faria tudo por nossa amizade.”

Cris: “Tô vendo... Onde eu moro, isso se chama ser capacho de mulher... Você é assim com sua esposa? Ela manda na casa?”

Lahm perdeu a calma e deu um soco no rosto de Cris.

Lahm: “Já basta, Ribeiro! Tentei ser gentil com você, mas não deu. Já que você não quer retirar o processo, você escolheu a morte.”

Ele colocou a máscara dourada, que tinha um modulador de voz embutido e falou ao comunicador em seu pulso, com a voz distorcida:

“Fakar, venha aqui com seus homens.”

Fakar e os soldados Ômega entraram no local e o grandalhão disse:

“Estamos aqui, mestre.”

Mestre Ômega/Lahm: “Ótimo. Faça-me um favor. Eliminem Ribeiro.”

Fakar: “Sim, senhor.”

Voltando-se para Cris, Mestre Ômega/Lahm disse:

 “A propósito, Ribeiro, seus amigos não virão para lhe salvar e/ou me prender. Eu bloqueei o sinal do seu BataMorpher e nem vai adiantar apertar o botão de emergência, porque você está amarrado.”

Cris pensou: “Como ele sabe do botão de emergência? Provavelmente, Araki passou o fio.”

Mestre Ômega/Lahm ordenou aos seus comandados:

“Elimine-o agora.”

Fakar e os soldados Ômega cercaram Cris, com os fuzis apontados, sob a observação de Mestre Ômega/Lahm.

Fakar: “Suas últimas palavras, Ribeiro?”

Cris pensou por um instante e disse:

“A justiça tarda, mas não falha. É só isso que tenho a dizer.”

Então, ele fechou os olhos e...


CONTINUA...



(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulos 3, 17 e 19.

(**) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 2.


No próximo capítulo:


Os Batarangers vão à procura de Cris, com a ajuda de um equipamento que já foi útil antes.





Mestre Ômega

4 Comentários

  1. Grande Israel!

    Excelente e dramático episódio!

    O episódio teve duas narrativas importantes .

    A primeira, o sofrimento e a culpa de Aline por ter deixado o Cris ser capturado.

    As palavras de Angélicas foram certeiras, dando a força necessária para Aline.

    Gostei muito!

    Tal como procuro fazer nas minhas histórias, você trabalha muito bem os sentimentos dos personagens.

    Eu, sou suspeito pra falar ... hehehê!


    O segundo ponto foi a situação dramática de Cris,que mesmo ameaçado se morte por Lahn, não cedeu a sua chantagem se retirar o processo,sendo até um pouco abusado no enfrentamento.

    Isso o Cris precisa melhorar!

    O gancho final nos deixou em suspense!


    Vamos ver o que acontece...


    Parabéns!!!

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    1. Obrigado. O que mais terá nesta temporada são os sentimentos dos personagens cada vez mais expostos. Abraço.

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  2. Bom episódio e mostrando bem os intentos de Omega.

    O drama e desespero de Aline foi o ponto forte por conta do que aconteceu com Cris. Mas, foi bem legal notar a interação e senso de união dos rangers para conseguir ir à luta. Angélica foi essencial.

    Rapaz... Foi um final assustador. O heróis num corredor de fuzilamento? Cacete. Vamos ver o que acontecerá!


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