No capítulo anterior:
Araki diz a Lahm que tem um plano contra os Batarangers e que será “à prova de falhas”.
Capítulo #5 – Não encontrados
Avenida Almirante Barroso – Centro, Rio de Janeiro
Duas semanas após o ataque dos soldados Ômega, Cris e Aline estavam indo ao apartamento de Tarso, para um típico almoço em família de domingo. Para Cris, era a primeira vez que iria se reunir com os seus tios e para Aline, era uma experiência completamente nova, já que ela nunca teve família.
Só que havia um detalhe... Cris estava com o braço esquerdo apoiado em uma tipoia! É porque ele teve uma fratura na clavícula jogando futebol.
Eles chegaram ao apartamento de Tarso e este os atendeu.
Tarso: “Opa, o Casal 20 chegou! E aí, primo? Salve, Aline! Entrem!”
Tarso abraçou os dois e eles entraram.
Tarso: “Mãe, pai, o Cris chegou com a namorada.”
Os pais de Tarso, Lúcia e Alexandre, estavam sentados à mesa. Eles se levantaram para cumprimentar Cris e Aline.
Lúcia: “Sobrinho, que bom te ver! Só assim, né, já que vocês andam muito ocupados salvando o mundo, hehehe...”
Cris: “Que bom vê a senhora também, tia.”
Lúcia: “O que houve com seu braço, menino?”
Cris ia responder, mas Aline interrompeu:
“Futebol. Só digo isso.”
Lúcia olhou para Aline e disse:
“Então, essa é sua namorada, sobrinho? Nossa, como ela é linda! Qual é o seu nome, querida?”
Aline: “Aline, senhora.”
Lúcia: “Sou Lúcia. Caramba, Aline, mas você é muito linda! Meu sobrinho tem muito bom gosto.”
Aline: “Obrigada, Dona Lúcia.”
Lúcia: “Você também é policial da F.E.B., Aline?”
Aline: “Sou sim, senhora.”
Lúcia: “Eu queria ter uma nora assim como a Aline, mas o Tarso nem se mexe...”
Tarso: “Não começa, mãe...”
Todos riram.
Cris foi cumprimentar seu tio. Ele era como se fosse uma versão mais velha de Tarso.
Cris: “E aí, Tio Alexandre? Como vão as coisas?”
Alexandre: “Vou indo, filho. Muito trabalho, sabe? Pelo visto, vocês também estão trabalhando bastante, hein?”
Ele olhou para o braço de Cris apoiado na tipoia.
Cris: “Ah, isso foi jogando bola... Fui pular para cabecear e caí de mau jeito. Acabei fraturando a clavícula e tenho que ficar duas semanas na tipoia.”
Alexandre: “Sei como é. Meus ossos do braço esquerdo estão com placas, mas é por causa de tanto esforço nesses anos de trabalho.”
Cris: “Nossa, tio.”
Lúcia interrompeu a conversa e disse:
“Bem, vamos almoçar. Fiz strogonoff.”
Cris: “Oba!”
E eles sentaram à mesa para almoçar.
Depois do almoço, Cris e Aline levantaram-se para ir embora.
Cris: “Tios, foi muito bom ver vocês. Tia, a comida estava uma delícia!”
Lúcia: “Obrigada, sobrinho. Venha mais vezes. E traga a Aline.”
Cris: “Pode deixar, tia, hehehe...”
Tarso: “Mãe, pai, eu vou acompanhá-los até lá embaixo.”
Cris: “Que isso, Tarso? Não precisa.”
Tarso: “Faço questão.”
Cris e Aline se despediram e se retiraram, junto com Tarso.
Eles chegaram até o saguão do prédio e Tarso disse:
“Pessoal, muito obrigado por terem vindo. Se o apartamento fosse maior, eu até chamaria os outros, hehehe... Mas eu tô muito feliz por ter este momento em família.”
Cris: “Que isso, primo? Nós que agradecemos. Certo, Aline?”
Aline: “Claro. Seus pais foram muito gentis, Tarso, principalmente sua mãe.”
Tarso: “E ela gostou muito de você, Aline. Mas não ligue para aquele comentário, tá?”
Aline: “Qual? Sobre ela querer uma nora ‘assim como eu’?”
Tarso: “Isso. Ela sempre faz esse tipo de comentário para as visitas, me matando de vergonha...”
Eles riram.
De repente, uma jovem e uma garotinha entraram no prédio e ao ver Tarso, a jovem deu um sorriso e o cumprimentou:
“Oi, Tarso. Que bom te ver! Como vão as coisas?”
Tarso: “Oi, Simone. Está tudo indo na mesma. E você?”
Simone: “Ah, eu fui com a Sabrina na casa dos nossos tios. Estamos voltando de lá.”
Simone olhou para Cris e Aline e Tarso disse:
“Ah, que falta de educação minha! Simone, esse é meu primo Cris e a namorada dele, Aline. Cris, Aline, esta é a Simone, minha vizinha e sua irmã Sabrina.”
Simone era uma jovem branca, por volta dos 20 anos, alta, de olhos azuis, de cabelo preto liso longo. Sabrina era quase uma cópia fiel da irmã mais velha, só era mais baixa e tinha por volta de 12 anos.
Simone: “Muito prazer.”
Sabrina deu um sorriso tímido e acenou para o casal.
Simone: “Não liguem, ela é tímida com outros, mas lá em casa... só Jesus na causa!”
Todos riram.
Sabrina disse a Cris, olhando para a tipoia:
“O que houve com seu braço?”
Cris: “Ah, foi só um machucado no ombro. Daqui a pouco, fico bom.”
Sabrina: “Posso tocar no seu ombro?”
Cris franziu a testa, estranhado a pergunta. Mesmo assim, disse:
“Cla-claro, mas devagar, viu?”
Sabrina tocou no ombro machucado de Cris com as duas mãos e fechou os olhos. Em seguida, ela abriu os olhos e tirou as mãos do ombro de Cris.
Cris ainda não entendeu o gesto da garota. Perguntou:
“Ei, por que fez isso?”
Sabrina respondeu com outra pergunta:
“Seu ombro ainda dói?”
De repente, Cris reparou que seu ombro não doía mais!
Cris: “Meu ombro parou de doer! O que...o que você fez, Sabrina?”
Sabrina: “É que eu posso curar dores e machucados só em tocar nas pessoas.”
Cris: “Nossa, então, você é uma HM...da cura?”
Sabrina: “Por aí mesmo, hihihi...”
Cris: “Eu também sou um HM, mas quando eu toco nas pessoas, ao invés de curar, eu tiro as habilidades das pessoas, além de absorver as características de qualquer objeto que eu toque. Minha namorada também é HM, só que ela tem a habilidade de chutar mais forte que uma pessoa comum.”
Sabrina: “Caramba, que legal!”
Aline: “Você também é uma HM, Simone?”
Simone: “Não, não sou. Só ela nasceu com poderes. Aliás, esse poder dela me ajuda muito, afinal, sou enfermeira.”
Sabrina: “É verdade. Às vezes, eu ajudo a mana. Quando eu for mais velha, quero ser enfermeira igual a ela.”
Tarso: “Que legal, Sabrina. Nós três também salvamos vidas, mas é porque somos policiais.”
Sabrina: “Ah, eu te vi no YouTube lutando contra aqueles HMs do mal. Eles [apontando para Cris e Aline] também estavam lá?”
Tarso: “Sim. Nós três e mais três amigos.”
Simone: “Bem, galera, o papo tá bom, mas a gente tem que subir. A gente se vê por aí, Tarso. Prazer em conhecê-los, Cris e Aline.”
Cris: “O prazer é nosso. Sabrina, obrigado por curar da fratura.”
Sabrina: “De nada.”
Simone: “Tchau, gente.”
Os outros: “Tchau!”
E as irmãs foram em direção ao elevador. Assim que elas sumiram da vista dos três Batarangers, Tarso virou-se para o casal e disse:
“Não digam nada.”
Cris: “Dizer o quê, Tarso? Sobre você esconder que tinha uma vizinha gata?”
Aline: “É o quê, Cristiano?”
Cris: “Digo, ela é gata, mas não é tão gata quanto você, Aline.”
Aline: “Humpf... Vou deixar passar, mas só dessa vez.”
Depois, ela prosseguiu:
“Mas falando sério, a Simone é muito bonita mesmo. Ela me lembra a Jéssica, só que morena. Ah, ela também lembra um pouco a Dra. Angélica.”
Cris: “Se você acha isso, por que deu ataque de ciúme?”
Aline: “Quis brincar contigo, besta!”
Eles riram.
Tarso estava alheio àquela discussão. Cris voltou-se para ele e disse:
“Mas e aí, primo? Você não... tentou falar nada com ela? Digo, de, sei lá, marcar um encontro?”
Tarso: “Hum, não, Cris... Eu... nós somos só vizinhos e nem somos amigos, para dizer a verdade. Só nos falamos assim, casualmente. Não sei nada sobre a vida dela e da irmã.”
Cris: “Mas pelo menos sabe se ela é solteira, namorando ou casada?”
Tarso: “Bem, eu nunca a vi com um cara ou com outra mulher, mas nunca se sabe.”
Aline: “Então, por que não fala com ela? Sabe, aproveita um dia que vocês se esbarrarem e comece a puxar conversa.”
Tarso: “Não sei, Aline... Eu... não sei o que ela pensa ou vai pensar de mim...”
Aline: “Olha só, o melhor atirador da F.E.B. tem medo de falar com mulher!”
Tarso: “Como tenho medo de falar com mulher? Eu falo com você, com a Jéssica, com a doutora...”
Cris: “Primo, você entendeu... A questão é que a gente está dizendo para vê se rola algo entre você e a Simone. Pelo sorrisão dela quando te viu, ela deve pensar bem de você, mas isso você só vai descobrir se falar com ela.”
Tarso: “Tá certo, mas não sei se levo jeito.”
Aline: “Como não leva jeito? Um gato como você...”
Cris: “É o quê, Aline?”
Aline só piscou para o namorado.
Cris: “Mudando de assunto, aquela garotinha simplesmente curou meu ombro ao tocar em mim. A habilidade dela é o máximo!”
Aline: “Pois é, vai ser de uma grande ajuda para a cidade, se ela realmente seguir a carreira de enfermeira.”
Tarso: “Eu juro que não fazia ideia dessa habilidade da Sabrina. Como disse, não sei de nada sobre as irmãs.”
Cris: “Então, tá aí a oportunidade de ter uma conversa com a Simone. Falar sobre a habilidade da Sabrina.”
Tarso: “Quer saber? Vou fazer isso mesmo. Vamos ver o que vai dar.”
Cris: “Espero que dê tudo certo, primo.”
Ele olhou para o relógio e disse:
“Nossa, o tempo voou! Bem, Tarso, a gente vai lá. Até amanhã e pense no que a gente falou.”
Tarso: “Valeu, gente. Até amanhã!”
Tarso abraçou o casal e voltou para o prédio, enquanto eles foram se afastando dali.
***
Três meses se passaram...
O Rio de Janeiro continuava lindo...
E continuava sem ataques de HMs...
Tirando alguns casos esporádicos, a F.E.B. quase não recebia chamadas de casos de ataques de HMs. O Comandante Lopes avaliou a situação como “mais uma calmaria antes da tempestade”.
Enquanto isso, os Batarangers continuavam treinando. Para compensar a falta de ataques de HMs, eles até ajudavam a polícia comum em algumas ocorrências, principalmente roubos e furtos.
Neste ínterim, houve a segunda audiência do processo de Cris contra a Corporação Ômega, dessa vez com o depoimento de Angélica. Ao contrário do que previa Araki, a chefe da DCT não gaguejou e falou de forma firme. Ela contou tintim por tintim todo o discurso de Araki sobre o Arakinus (*) e apresentou dados semelhantes àqueles que estavam no dossiê do Dr. Flávio Rodrigues. Obviamente, do lado da Ômega, as acusações foram negadas. No fim da sessão, o juiz determinou que haveria mais uma audiência, marcada para o próximo mês.
Cris e Angélica se encontraram na saída do tribunal. Eles conversavam sobre a audiência.
Cris: “Mandou bem, doutora. A senhora complicou mais o lado de Araki e da Ômega.”
Angélica: “De nada, Cris. Sempre estou disposta a ajudar os amigos.”
Cris: “Doutora, não sei se a senhora reparou, mas Lahm não estava presente! Deve está armando algo com Araki ou nem quis ouvi-la.”
Angélica: “Ou as duas coisas. Vamos, a luta continua, Cris. Você vai vencer!”
Cris: “Isso aí, doutora! A luta continua!”
***
Em uma segunda-feira de setembro, por volta das seis horas da manhã, Tarso saiu de seu apartamento, para passar mais uma semana na BataBase. Assim que chamou o elevador, ele viu que Simone estava vindo em sua direção, toda vestida de branco. Desde aquela conversa com Cris e Aline, há três meses, ele ficava pensando em várias formas de falar com Simone, mas sempre travava e ficava monossilábico.
Tarso: “Bom dia, Simone. Está indo para a luta?”
Simone: “Bom dia, Tarso. Pois é, mais uma semana de luta...”
Tarso percebeu que ela estava com olheiras, indicando que ela não dormiu bem ou nem dormiu.
Tarso: “Hã...Simone... Me... desculpe a indelicadeza, mas... você não dormiu bem esta noite?”
Simone: “Ah, sabe como é vida de enfermeira, né? A gente dorme pouco ou nem dorme...”
Tarso insistiu:
“Eu sei, mas você está...diferente hoje.”
Simone parecia irritada com o comentário, quando disse:
“Diferente como, Tarso? Eu, hein? Sou a mesma de sempre!”
A resposta dela não convenceu Tarso, mas ele não quis insistir.
De repente, Simone apoiou sua cabeça no ombro de Tarso e começou a chorar.
Tarso: “Ei, o que houve?”
Simone: “É a Sabrina, Tarso. Ela desapareceu!”
Tarso: “Desapareceu? Como?”
Simone: “Não sei. Ela... foi na casa de uma amiguinha no sábado, que fica a dois quarteirões daqui e desde então, não voltou para casa. Eu liguei para lá e disseram que ela saiu no horário que eu disse para ela sair. Só que ela ainda não chegou.”
Tarso: “Que coisa... Mas ela é de cumprir os horários?”
Simone: “Sim, ela sempre cumpria os horários. Só que... ontem, ela não voltou para casa. Por isso que estou neste estado, Tarso. Não consegui dormir, por ficar esperando ela chegar ou ligar.”
Tarso: “Já ligou para a polícia?”
Simone: “Já, mas pelo jeito, vão demorar a se mexer. Ei, você é policial, né? Você não...poderia me ajudar a encontrar a Sabrina?”
Tarso: “Claro que posso. Posso dar um jeito.”
Simone deu um abraço apertado em Tarso e disse:
“Oh, Tarso, nem sei como te agradecer! Por favor, encontre minha irmãzinha! Ela é a coisa mais importante da minha vida. Desde que nosso pais se foram, eu sou como uma mãe para ela.”
Tarso: “Não se preocupe. Meus amigos e eu vamos encontrá-la, custe o que custar.”
Simone sorriu para Tarso e disse:
“Vou ficar eternamente grata a você, se fizer isso por mim. Você é um amor, Tarso!”
Tarso ficou sem graça. Não esperava que ela dissesse aquilo.
Tarso: “Que nada, é só meu dever como policial, sempre servir ao povo.”
O elevador tinha chegado e ambos entraram.
Quando chegaram ao saguão, cada um seguiu seu caminho. Tarso tentava processar sobre o que tinha acontecido nos últimos minutos. Sabrina tinha desaparecido e sua irmã lhe pediu ajuda. Além disso, por causa do desespero de Simone, ele conseguiu finalmente ter uma conversa com ela, mas queria que isto acontecesse em circunstâncias mais tranquilas...
BataBase – SimuDeck
Cris e Tarso estavam treinando tiro no SimuDeck, dessa vez era prática de tiro ao alvo. O tiro ao alvo da F.E.B. consistia em fazer o máximo de pontos em cinco minutos. Quem acertasse no centro do alvo, ganhava 100 pontos. Quanto mais se afastasse do centro, a pontuação reduzia em 20 pontos. Tarso era o recordista de tiro ao alvo da F.E.B., com 750 pontos, o que era considerado acima da média, que era de 500.
Porém, naquele dia, Tarso não estava em seus melhores dias, fazendo “só” 525 pontos.
Cris estranhou e perguntou a seu primo:
“Ei, cara, tá tudo bem? Seu desempenho hoje parecia...o normal do resto. Aconteceu alguma coisa?”
Tarso disfarçou e disse:
“Não, nada. É só... um dia ruim, né? Amanhã, volto ao ‘meu normal’.”
A resposta não convenceu Cris. Tarso suspirou e disse:
“Ah, não adianta mentir para você, primo. Sim, aconteceu algo.”
Cris: “O que foi?”
Tarso: “Lembra da Sabrina, a garota que curou seu ombro?”
Cris: “Claro, que é irmã da garota que você gosta...”
Tarso: “É sério, Cris... Não comece...”
Cris: “Tá, o que houve com a Sabrina?”
Tarso: “Pois bem, ela desapareceu.”
Cris: “Desapareceu? Como assim?”
Tarso relatou toda sua conversa com Simone.
Cris: “Caramba, que chato. Bem, você fez uma promessa à Simone. Agora, vai ter que cumprir, parceiro.”
Tarso: “Claro que vou cumprir. Aliás, nós vamos. Já que o movimento está meio parado, vamos procurar a Sabrina.”
Cris: “Bem, acho melhor recorrer à DI (Divisão de Investigação). É a função deles.”
Tarso: “Ah, não. Eu não gosto muito da DI. Eles são meio... arrogantes.”
Cris: “Arrogantes? Por quê?”
Tarso: “Ah, sei lá. Só porque são detetives, eles acham que sabem tudo. Não suporto gente assim.”
Cris: “Eita... Bem, acho melhor fazer uma investigação por nossa conta. Só precisamos da autorização do comandante.”
Tarso: “Cris, com todo o respeito, mas não ensine o padre a rezar a missa. É óbvio que temos que pedir a autorização do comandante.”
Cris: “Então, vamos. Temos que falar com os outros.”
Tarso: “Beleza.”
Sala do comandante
Ao contrário do que ocorre sempre, os Batarangers foram até a sala do comandante, porém, sem serem chamados. Eles entraram na sala e encontraram o comandante falando ao celular.
Comte. Lopes: “Certo... certo... vou ver isto, senhor. Até.”
Ao ver os Batarangers, o comandante fez uma expressão de surpresa.
Comte. Lopes: “Batarangers, vocês aqui? Nossa, parece que adivinharam meu pensamento, porque eu já ia chamá-los.”
Cris: “Pois não, comandante? O que o senhor quer falar conosco?”
Comte. Lopes: “Bem, eu estava falando agora com o secretário de Segurança Pública e ele relatou que o número de HMs desaparecidos na cidade aumentou nos últimos dias. Como nós somos responsáveis pelos HMs, o secretário jogou essa no nosso colo.”
Os Batarangers se entreolharam. O comandante estranhou.
Comte. Lopes: “O que houve, Batarangers? Vocês...sabem de algo sobre os desaparecimentos?”
Cris tomou a frente e começou a falar:
“Bem, comandante, nós viemos aqui para justamente pedir-lhe autorização para procurarmos uma HM conhecida nossa, que está desaparecida desde a noite de sábado.”
Comte. Lopes: “Hum... E como essa HM é?”
Cris: “Ah, é uma menina por volta de 12 anos. O nome dela é Sabrina e ela tem a habilidade da cura.”
Comte. Lopes: “Habilidade da cura? Confesso que é uma novidade para mim, em todos esses anos dessa indústria vital, digo, em todos esses anos monitorando os HMs.”
Cris: “Pois é. Ela curou minha clavícula fraturada, há três meses. O negócio é que a irmã mais velha dela está desesperada e pelo o que o senhor está dizendo, o caso de Sabrina não é isolado.”
Comte. Lopes: “Não, não é. Com certeza, há um método nestes desaparecimentos, mas não faço ideia qual seja.”
Jefferson: “Será que não é obra de Lahm ou de Araki?”
Comte. Lopes: “Pode ser, mas Araki está longe e até o próprio Lahm sumiu. Não há notícias sobre ele há duas semanas.”
Cris: “E ele não esteve presente na audiência do processo. Tem caroço nesse angu.”
Comte. Lopes: “Verdade, mas vocês podem encarregar-se da menina, enquanto o resto vou deixar para a DI.”
Batarangers: “Certo!”
Comte. Lopes: “Batarangers, estes desaparecimentos podem ser apenas uma triste realidade de nossa cidade, mas podem fazer parte de um plano maléfico. Nestes anos de serviço, aprendi que tudo é possível. Dispensados!”
Os Batarangers prestaram continência e saíram da sala.
***
Ao sair da sala do comandante, os Batarangers começaram a debater sobre como encontrar Sabrina.
Mateus: “Bem, eu posso rodar a cidade junto com a Roberta.”
Aline: “É uma boa, mas podemos tentar de outra forma, com o Localizador Genético. Se a gente tivesse ao menos o fio de cabelo da Simone...”
De repente, Tarso lembrou-se do abraço que recebeu de Simone, estalou os dedos e disse:
“Galera, posso conseguir isso mais rápido que vocês possam imaginar. Deixem essa parte comigo. Só me aguardem.”
E ele saiu em disparada dali, em direção aos vestiários. Em seguida, ele voltou com sua jaqueta.
Cris: “Tá, Tarso, mas por que você trouxe sua jaqueta civil? A gente tem a da F.E.B...”
Tarso: “Esqueçam a jaqueta, mas reparem o que tem nela, na parte dos ombros.”
Os outros olharam e Jéssica disse:
“Não vi nada, Tarso. Vocês viram?”
Os outros negaram com a cabeça.
Tarso: “Vocês estão cegos? Olhem mais perto.”
Eles olharam e Cris disse:
“Eu vi. São fios de cabelo de mulher. São da Simone?”
Tarso: “São. Ela me abraçou e como o cabelo dela é longo, eu imaginei que ela deixasse fios na minha jaqueta.”
Jéssica: “Tarso, por mal que te pergunte, mas o que você estava fazendo abraçado a esta moça?”
Tarso ficou envergonhado com a pergunta, mas respondeu mesmo assim:
“Não é nada disso que vocês estão pensando, seus maldosos. Ela... só... me deu um abraço, porque... estava desesperada, só isso.”
Jéssica: “Ei, calma! Foi só uma pergunta. Não precisa vir com pedras na mão...”
Tarso: “Ah, me desculpe a grosseria, Jéssica.”
Jéssica: “Relaxa.”
Cris: “Bem, agora temos que levar os fios da Simone para a doutora.”
Tarso: “Deixem que eu falo com ela. Um só de nós é o suficiente. Eu passo o resultado para vocês.”
Os outros: “Falou.”
E Tarso seguiu em direção ao DCT.
Divisão de Ciência & Tecnologia
Angélica estava sentada digitando algo em seu laptop, quando foi surpreendida por alguém lhe tocando o ombro. Era Tarso, que estava segurando a jaqueta dele.
Angélica: “Tarso, você por aqui?”
Tarso: “Bom dia, doutora. Já disse que a senhora está bonita hoje?”
Angélica franziu a testa, estranhando, mas logo percebeu as intenções de Tarso.
Angélica: “O que você quer, Tarso? Quando alguém vem elogiando assim, é sempre para pedir algo. Diga logo o que quer.”
Tarso: “Que isso, doutora? Não posso lhe fazer um elogio? Realmente, a senhora está bonita hoje, assim como em todos os outros dias...”
Angélica: “Humpf, obrigada pelo elogio, de coração, mas você não me engana, malandrinho... Fala logo o que você quer.”
Tarso: “Tá certo, a senhora não é nada boba... Bem, é que eu preciso que a senhora use o Localizador Genético.”
Angélica: “Para quê?”
Tarso explicou toda a situação para a cientista.
Angélica: “Entendo... E você tem amostras de sua amiga na jaqueta. Eu poderia perguntar o porquê delas estarem na jaqueta, mas sua vida pessoal não me compete. Bem, vamos para o localizador. Depois eu termino o que eu estava fazendo.”
Tarso: “Oh, eu interrompi algo importante, doutora? Se é importante, eu espero a senhora terminar e depois a gente vê o localizador.”
Angélica: “Não se preocupe, Tarso. Encontrar a sua amiguinha é muito importante para você e tudo o que é importante para os Batarangers, é importante para mim também.”
Tarso sorriu para Angélica e disse:
“Muito obrigado, doutora. A senhora é realmente um anjo!”
Angélica: “Já ouvi isso antes, hihihi... Vamos ao localizador.”
Eles foram até o Localizador Genético e Angélica retirou um fio de cabelo de Simone da jaqueta de Tarso com uma pinça e o colocou no tubo de ensaio da centrífuga. Ela apertou o botão para iniciar a busca e em um minuto, o resultado saiu.
Angélica: “Hum, estes são os parentes de Simone Reis, mas o que interessa a você é Sabrina, certo?”
Tarso: “Certo. E aí, doutora? Onde ela está?”
Angélica: “Calma, vou ver agora.”
Ela tocou na tela do localizador onde estava o nome de Sabrina e...
Apareceu a seguinte mensagem na tela: NOT FOUND (“Não encontrado (a)”, em inglês)!
Angélica: “Não encontrada? Impossível!”
Tarso: “Tente de novo, doutora. Vai ver é algum problema na máquina.”
Angélica: “Tarso, eu calibrei esta máquina ontem e garanto que não é erro. Vou tentar de novo.”
Ela apertou o botão novamente, tocou no nome de Sabrina na tela, mas a mesma mensagem apareceu.
Angélica: “Vou ver os outros nomes. Talvez, realmente haja algum problema.”
Ela tocou nos outros nomes da tela e apareceu a localização exata de outros parentes de Simone.
Angélica: “Que estranho... O restante dos nomes está na mais perfeita ordem. Por que o aparelho só não localiza Sabrina?”
Tarso: “Só há uma explicação: alguém não quer que a encontremos.”
Angélica: “Tá, mas se, seja lá quem for, não quer que nós a encontremos, só pode... Oh, meu Deus!”
Ela tapou sua boca com suas próprias mãos. Tarso fez o sinal de positivo com a cabeça e disse:
“Sim, doutora, é isso mesmo que a senhora está pensando... Sabrina foi sequestrada!”
CONTINUA...
(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 17.
No próximo capítulo:
Os Batarangers vão à procura de Sabrina, mas encontram dificuldades.
Simone Reis
Sabrina Reis
4 Comentários
Capitulo muito bem escrito , começando leve com o almoço de Cris e Aline na casa dos pais de Tarso.
ResponderExcluirContinuou leve com a conversa do crush de Tarso ,a bela Simone e sua irmãzinha, Sabrina, uma HM de cura
É aí que a história dá uma guinada com o sequestro da menina dotada desses poderes.
O mais surpreendente foi constatar que o rastreador genético não a localizou.
Pelo visto, o plano D de Araki parece ser sinistro e bem bolado.
Aguardemos os próximos acontecimentos e o desfecho desse caso.
Muito bom!
PS: Os homens dessa saga são muito tímidos kkkk
Não escapa um!
Obrigado pelo feedback. Isso é só o começo do plano... Sobre os homens da saga serem tímidos com as mulheres, eles são o reflexo de seu criador, hahaha... Abraço.
ExcluirBem legal você descrever os detalhes das vidas particulares dos heróis, em especial de Cris e Aline. A ligação deles foi fenomenal no almoço na casa dos pais de Tarso. Uma pegada bem romântica com Tarso e seu caso também. Temos outro escritor que gosta de drama e histórias de amor... Agora, é você e Jirayrider aqui tocando forte nessa temática. legal.
ResponderExcluirPorém, a ação surge sem limites por conta dos planos maldosos de Araki que promove o rapto da menina superdotada.
E, agora?
Vamos aguardar o desfecho.
Parabéns!
Obrigado pelo feedback. Confesso que minha intenção nem é ser "romântico", mas de humanizar os personagens, como se fossem "gente como a gente". Abraço.
Excluir