Nota: As palavras e frases em negrito contém links.
Após ter contratado Dragblacker, Alex se torna um guerreiro de armadura semelhante ao cara com motif de caranguejo. Depois de saírem do Mundo dos Espelhos, Alex descobre a identidade do misterioso vigilante de armadura: tratava-se de Tony, aluno da turma A do Terceiro Ano, e que atendia ao nome de Scissors.
Tony conta para Alex
tudo o que sabia sobre o Mundo dos Espelhos e as Advent Cards. Mais tarde,
ambos enfrentaram o Mirror Monster Zenobiter que havia capturado Samira, mas
logo após a derrota do monstro, Alex se depara com Volcancer, o monstro de
contrato de Tony, querendo devorar a garota.
- Espera, o que ele tá fazendo? –
Questiona Alex ao ver Volcancer se aproximar de Samira.
- Ué, é o lanchinho dele, oras.
- Que? Como assim?! – Alex se revolta. – Ficou maluco, é?! –
Alex sai correndo até Volcancer e Samira.
- Espera aí! O que pensa que vai
fazer?!
Com a Dragsaber em mãos, Alex corre e depois salta sobre a cabeça de
Volcancer, pisando na mesma para servir de impulso e depois pousando entre o
monstro de contrato de Tony e a garota desacordada.
Com raiva por ter sua refeição interrompida, Volcancer parte para cima
de Alex e os dois começam a trocar golpes um contra o outro, Alex com sua
espada e Volcancer com suas pinças. Alex então chuta Volcancer na barriga e
depois se esquiva de seu contra-ataque correndo para trás do monstro
caranguejo. Alex então tenta desferir alguns cortes por trás de Volcancer, mas
sua carapaça se revela resistente e impenetrável na parte das costas.
- Ué?
Volcancer se vira para Alex e então o afasta com sua pinça direita, o jovem cambaleia para trás e então tenta revidar novamente, mas nenhum de seus ataques funcionava no corpo duro de Volcancer, que jogou Alex lhe dando um golpe com as duas pinças em forma de “X” o mandando contra a parede, com o rapaz rolando no chão logo em seguida. Enquanto Alex se levantava novamente, Tony se posicionou diante de Volcancer.
- Pare com isso! – Implorou Alex. –
Por que vocês estão fazendo isso?
- Está falando dessa garota? Eu não
tenho nada pessoal com ela. Acontece que eu e Volcancer temos um contrato,
assim como você e o seu dragão. – Tony deu alguns passos para frente.
- Mas nossos monstros de contrato
não deviam se alimentar de pessoas como os outros monstros. – Pontuou Alex. –
Nós devemos proteger as pessoas!
- Acontece que o Volcancer aqui é
muito faminto e nem sempre dá pra matar os monstros, e não sei se percebeu, mas
foi o seu dragão que absorveu o poder do Zenobiter.
- O quê?
- Agora, meu Volcancer precisa
comer.
- Eu... Não vou deixar!
Tony soltou uma gargalhada:
- E o que vai fazer? – Questionou o
veterano enquanto ria de Alex.
- Eu... Vou lutar com você!
- Muito bem então.
Ambos ficaram em silêncio por um instante enquanto Tony caminhava
lentamente na direção de Alex, até ficar cara a cara com o mesmo. Os dois se
olharam por um instante, Alex esperava que Tony reconhecesse que estava errado,
mas o que ele recebe é um murro do terceiranista que joga o jovem nerd para o
lado.
Tony foi com tudo
para cima de Alex usando sua manopla em forma de garra. Alex implorava para que
Tony parasse, mas o rapaz não deu ouvido e atacou mesmo assim. Sabendo que não
seria capaz de fazer muito, Alex ficou apenas desviando das investidas de
Scissors, enquanto continuava a implorar para que o mesmo parasse.
De repente, quando
Tony iria dar mais um golpe em Alex, ambos percebem que suas armaduras estavam
começando a se desintegrar.
- O tempo acabou. – Disse Tony, se retirando do local logo em
seguida.
Antes de deixar o
Mundo dos Espelhos, Alex foi até Samira, tomou a garota em seus braços e correu
até o espelho pelo qual havia entrado mais cedo, aparecendo diante de Pedro que
estava até àquela hora esperando pelo retorno de seu melhor amigo. Pedro ficou
impressionado ao ver que Alex tinha salvado Samira e também achou muito legal o
modo como a armadura se dissipou do corpo de seu amigo.
- Maninho! Como foi lá?! Você e a Samira estão bem?
- Eu nem tanto, mas a Samira tá numa bem pior. Já que ainda tamo perto da escola, vamos levar ela
até a enfermaria, lá eles devem ligar pra uma ambulância ou coisa do tipo.
Alex entregou Samira
para Pedro que ficou um pouco confuso.
- Não entendi, maninho. Por que tu tá me entregando ela?
- Foi mal, mas eu tô exausto e com dores no corpo. Levei
muitos golpes nas costas.
- Cê tá legal,
Alex?
- Vamos logo, te conto no caminho.
...
No dia seguinte, a
escola toda já sabia sobre o que havia acontecido com Samira, ao menos a versão
que tinha sido contada, de que ela teria sofrido um ataque de algum criminoso e
acabou hospitalizada, ficando ausente por tempo indeterminado. O ocorrido
preocupou muito o clube do jornal da escola, pois mais um membro que
investigava sobre os desaparecimentos havia sido atacado.
- Sabe, turma... Eu tô começando a acreditar nessa história
de monstros. – Revelou Aleks, o editor-chefe do jornal do colégio.
- Aonde você quer chegar, Aleks? – Perguntou Larissa, uma
garota loira com cabelo longo e liso preso em um rabo de cavalo, que também era membro do jornal.
- Ontem eu tava fuçando umas paradas na internet... – Aleks
abriu seu notebook e começou a digitar. – Eu descobri isso.
Aleks virou seu
notebook de frente para os demais integrantes do jornal que ali estavam, na
tela mostrava uma matéria escrita em um tipo de fórum e que falava sobre
avistamentos de monstros e mortes misteriosas no Japão.
- “Polícia encontra corpos que parecem ter sido explodidos de
dentro para fora.” – Ilana, uma das integrantes mais velhas do jornal, se pôs a
ler uma das manchetes.
- “Mulheres jovens são encontradas mortas e com perfurações
em seus pescoços.” Credo, parece coisa de vampiro! – Se espanta Larissa ao ler
outra manchete.
Aleks virou o notebook para si, correu
a página para baixo com o mouse e o virou novamente para seus colegas:
- Leiam essa daqui.
- “Grupo de arqueologia da Universidade de Jonan é
assassinado de forma misteriosa enquanto explorava ruínas no Monte Kurogatake.”
– Camila começou a ler. – “A polícia isolou o local e não quis dar muitas
informações, tudo o que se sabe é que não houve sobreviventes.”
- Nossa, que coisa horrível. – Apavorou-se Mateus com a
notícia.
- Vamos, continuem. – Encorajava Aleks.
- “Relatos de pessoas sendo jogadas de cima de edifícios por
criatura não identificada assombram a população de Tóquio que teme ser atacada
pelo monstro.” – Leu Danilo, um garoto baixo e magrinho que tinha uma barba
fechada e uma pequena tatuagem no lado direito de seu pescoço, mas que mal dava
para ver devido à gola de seu uniforme.
- Tá, então também tem monstros no Japão, é isso? Você tá
achando que essas histórias têm ligação com o que anda acontecendo por aqui? –
Perguntou Ilana para Aleks.
- Então, no começo eu achei ser só uma coincidência. Afinal,
histórias como essas acontecem em tudo quanto é canto do mundo, até que eu vi
isso aqui.
Aleks, novamente, virou o notebook
para si e abriu outra página do fórum relacionada ao que acabaram de ler.
- Vejam. – Aleks vira o notebook
para os demais outra vez.
- “Forma de vida não identificada
estaria ajudando a polícia metropolitana de Tóquio a combater os monstros que
andam aparecendo pela cidade.” – Larissa seguiu lendo. – “Algumas pessoas
relataram terem sido salvas e até mesmo presenciado batalhas do misterioso
guerreiro contra as criaturas não identificadas.”
- Quer dizer que... Eles também têm
um “vigilante de armadura”? – Ilana já começava a juntar as “peças”.
- Pois então. Baita coincidência,
né? E eles têm até um nome pra ele. – Aleks puxou seu notebook para si e rolou
a tela mais para baixo na mesma matéria.
Os demais membros do jornal correram para junto de Aleks, pois estavam
ansiosos demais para esperar que seu editor-chefe virasse o notebook para eles mais
uma vez, ficando todos amontoados para desconforto de Aleks.
- Parece que no Japão existe uma
lenda urbana de um herói misterioso que combateu um tipo de organização maligna
no começo dos anos 70. – Comentou Aleks enquanto procurava pela matéria. – As
pessoas dizem que esse guerreiro misterioso que ajuda a polícia têm características
semelhantes a esse herói, como cara de inseto e o fato de se locomover usando
uma moto. Por isso os japoneses lhe deram o mesmo nome desse herói... Aqui,
vejam...
Após Aleks encontrar a matéria, ele aumentou o zoom na parte onde estava
escrito o nome que os japoneses haviam dado ao misterioso guerreiro e os demais
membros aproximaram seus rostos da tela sobre os ombros de Aleks.
- Kamen-
A leitura foi interrompida com a queda de Guilherme, um rapaz magricelo
e alto e que também era integrante do jornal da escola, e que estava, naquele
momento, entrando com uma pilha de papeis, mas acabou batendo em uma mesinha
próxima da porta e caiu espalhando aquele monte de folhas pela sala.
- Ai, Guilherme! Tinha que ser tu,
né?! – Irritou-se Larissa. – Por que meu namorado tinha que ser tão desastrado?
- Desculpa, Lari. – Guilherme fica
todo sem jeito.
- Kamen Rider. – Disse Ilana.
Todos olharam para Ilana.
- O que você disse, Ilana? – Perguntou Guilherme que recolhia os papeis
agachado no chão.
- É o que tá escrito aqui na
matéria sobre um guerreiro misterioso do Japão. – Explicou Ilana.
- Kamen Rider...? – Camila
pronunciou baixinho para si mesma, como um ato de reflexão.
- É isso aí, pessoas. – Falava
Aleks. – Acho que o nosso vigilante de armadura é um Kamen Rider.
- Mas ele não tem cara de inseto e
nem anda de moto. – Disse Danilo.
- E você já o viu, por acaso? –
Questionou Aleks para Danilo erguendo a sobrancelha esquerda.
- Bom, não...
- Então você não pode afirmar que
ele é e nem que não é, mas eu ainda acho melhor chamar ele assim do que de
“vigilante de armadura”.
Todos se entreolharam, a ideia de chamar o misterioso guerreiro de
armadura como Kamen Rider parecia boa e por mais que tudo o que haviam lido até
então tivesse soado assustador, tudo aquilo fazia muito sentido e tinha muito a
ver com o que estava acontecendo no colégio.
...
Após ter passado boa parte da manhã varrendo e coletando o lixo pelo
colégio, as faxineiras Adri, Nati, Juliana e Dai foram ao seu vestiário pegar
suas coisas. Todas estavam empolgadas por estarem sendo liberadas mais cedo,
devido ao amistoso que iria ocorrer à tarde entre o time de futebol da Smart
Brain High School e o time de um colégio de uma cidade vizinha.
Adri era quem estava mais ansiosa, pois iria aproveitar a tarde para
passear com sua filha Ariela, que já tinha 1 ano de idade.
- Meu Deus, menina! – Exclamou Nati
ao ver Adri pegando suas coisas no armário com bastante pressa. – Mas que
pressa toda é essa?!
- Ah, amiga... É que eu tô animada
porque vou sair com a minha filha hoje!
- Quisera eu poder sair também. –
Lamentou Dai. – Infelizmente, tenho muito o quê fazer lá em casa.
- Ai, eu também, viu? – Disse Nati
se virando para Dai. – Mas eu só quero chegar e ir direto pra debaixo das
cobertas, quero nem chegar perto da cozinha hoje.
Todas se puseram a rir devido ao comentário de Nati.
- Essa Natália... – Adri ria a
beça.
- E você, amiga? – Perguntou Dai
para Juliana.
- Eu vou ficar aqui, vou assistir
ao jogo. – Respondeu Juliana. – Quero torcer pelas minhas “crias”.
Por mais que tenha sido uma brincadeira de Juliana ter falado daquele
jeito, elas realmente enxergavam dessa forma. Ambas trabalhavam já há um bom
tempo na Smart Brain High School, de modo que acabavam gerando apego e afeto
por muitos dos alunos que passavam pelo colégio.
...
Na Turma 2-A, os alunos quase não
aguentavam mais manter suas pálpebras abertas. O professor de História,
Luciano, era um dos mais queridos entre os alunos, mas suas aulas costumavam
ser muito monótonas e nada lúdicas, de modo que muitos alunos sofriam para se
manterem acordados, principalmente após o almoço.
- Bem, alunos... Hoje então
terminamos mais cedo, não é? Daqui a pouco iremos todos ao campo de futebol
para assistir ao amistoso de nosso time contra o Colégio Professora Glória
Veríssimo da cidade Biguaçu.
O sinal toca logo em seguida, fazendo a turma inteira despertar junto ao
som do mesmo. Todos pegaram suas coisas e saíram na hora, principalmente Abner,
um garoto negro, alto e de cabelo raspado que estaria estreando hoje no time da
Smart Brain High School como atacante.
Alex e Pedro também saíram com certa pressa, pois estavam ainda com medo
de que Tony pudesse aparecer e fazer alguma coisa.
- Aí, Pedro, agora que eu me
toquei.
- O quê?
- Eu não vi a Mari na aula hoje.
- Ela mudou de turma, não lembra?
Ela foi para a Turma 2-D.
- Eeeh?! – Alex se espanta com a
novidade.
...
Do lado de fora do campo de futebol, uma garota loira, de corpo bem
esbelto e não muito alta mexia em seu smartphone dando algumas risadas. De
repente, a garota é surpreendida por Henrique, que chegou por trás da mesma lhe
fazendo cócegas.
- E aí, sua feia, como é que tá?
Não vai me dar um abraço hoje não? – Henrique abriu seus braços
- Oi! – A garota abraça Henrique.
- E então, Paola, tá afim de ver o
jogo comigo? – Perguntou Henrique como quem não quer nada.
- Com você?
- Comigo e o Rubens, claro. –
Disfarçou o rapaz.
- É que eu vou ver com as meninas.
- Ah, tá. – Henrique tentava
esconder seu desapontamento. – E tu curte futebol?
- Um pouco, é que o colégio contra
o qual o nosso vai jogar é o que o meu namorado estuda, ele joga no time deles, então...
- Ah, entendi. – O garoto ficava
cada vez mais desapontado por dentro.
- Mas eu falei pra ele que eu ia
torcer pelo time da Smart Brain, ele ficou bravo comigo. – Paola começou a rir
ao se lembrar daquilo.
Henrique também riu com Paola, apenas para não deixar sua decepção
transparecer por sua face, ele tinha uma queda pela colega desde o ano passado
quando a garota entrou ainda no meio do ano letivo para sua turma, mas para a
infelicidade de Henrique e de muitos outros garotos que foram nocauteados pela
beleza de Paola ela já namorava alguém.
...
Alex sempre detestou futebol desde criança, mas o mesmo iria ao jogo
hoje para poder apoiar seu colega Abner que estaria jogando pela primeira vez
no time do colégio.
No entanto, Alex acaba interrompendo seu passo enquanto seguia até a
entrada das arquibancadas do campo. Pedro também parou logo após seu amigo ter
parado.
- O que foi, Alex?
- Olha lá. – Alex apontou na
direção da entrada do vestiário dos jogadores, sem que mais ninguém tivesse
notado Tony estava entrando no mesmo. - Vamos lá.
A dupla foi correndo até o vestiário, pois Alex tinha medo do que Tony
era capaz de fazer depois ter testemunhado o mesmo entregando Samira para seu
monstro de contrato se alimentar.
O time de futebol da Smart Brain High School se encontrava no momento
dirigindo-se rumo ao campo. Widny, o capitão do time, havia ficado para trás.
No momento em que Widny colocou seu pé para fora do vestiário, o rapaz ouviu
alguém chamar por seu nome:
- Ei, Widny.
Widny se virou e percebeu que quem estava no corredor era Tony.
- O que é que você tá fazendo aqui?
– Questionou Widny. – Você não tinha achado algo melhor pra fazer do que jogar
futebol?
- Ah, com toda a certeza. – Tony
começou a caminhar até Widny. – Só que você também faz parte do meu novo
“entretenimento”.
- O que é que você tá querendo,
Tony?
- É tudo culpa sua... Por me tratar
como lixo! – Tony começa a se enfurecer e então pega seu deck.
- Pare! – Gritou Alex que veio
correndo junto de Pedro.
- Você... – Tony ficou surpreso,
não esperava que Alex tivesse coragem de vir até ele novamente.
- Guarda o deck, Tony!
- Eu só quero ser um vencedor! –
Tony fitou Widny. – Só que ele nunca me deixava chegar na bola...
- Então tente resolver isso através
de uma partida de futebol! – Disse Alex. – Não use o Scissors pra isso, faça
você mesmo!
- Cala a boca! – Esbravejou Tony. –
Eu já me decidi, não vou mais proteger essa escola! Vou esmagar tudo... Widny,
e toda a escola...
- Então comece por mim! – Naquele
momento, Alex levou sua mão direita ao bolso da calça onde estava seu deck.
- Qual é a tua? – Perguntou Tony
ficando um pouco mais calmo.
- Já chega disso tudo! – Widny
gritou firmemente. – Eu tenho um jogo pra ganhar.
Tony se voltou para Widny com um olhar de ira, ao mesmo tempo em que
Alex sentia a presença de um Mirror Monster.
- Vocês dois podem ficar aqui
discutindo se quiserem. – Widny se aproximou de Tony e o encarou. – Você tá
fora do time, Tony... Pra sempre.
Tony empurrou Widny para trás e do vidro da pequena janelinha da porta
do vestiário saltou Volcancer, que derrubou Widny no chão e então se pôs entre
ele e Tony.
- Tony! – Alex gritou com Tony na
esperança de que ele parasse com aquilo.
- Widny, você vai pagar!
- Seu idiota! – Grita Alex mais uma
vez.
Sabendo que não poderia se transformar diante de Widny, Alex correu até
uma lata de lixo próxima e a jogou contra Volcancer, depois pulou e lhe
desferiu um chute em seu peito, embora o monstro não tenha sentido nada. Alex
experimentou dar um soco em Volcancer, mas aquilo só serviu para o jovem
machucar sua mão esquerda e depois levar um empurrão do monstro. Enquanto isso,
Pedro ajudava Widny a fugir dali.
- Sabe, tu é um cara bem chato... –
Disse Alex de maneira satírica enquanto se levantava de outro murro de
Volcancer.
Tony apenas ficou parado observando a determinação do rapaz, não
esperava tamanha bravura de um nerd que acabara de se tornar um guerreiro como
ele e que mal conseguia acertar um chute no oponente.
- Volcancer... Já chega! Ele não é
sua refeição.
Após a ordem de Tony, Volcancer saiu dali entrando por onde havia vindo
anteriormente. Depois, Tony caminhou até Alex que agora estava parado de pé o
encarando.
...
Antes que o alvoroço tomasse conta do colégio, Alex e Tony resolveram ir
embora de lá. Os dois foram até um cais que ficava próximo do centro de Gov.
Celso Ramos, onde Tony começou a desabafar com Alex.
– Sabe... Eu e meu pai tivemos
alguns desentendimentos, ele não queria mais me dar dinheiro. E... Widny, começou a ficar todo convencido por conta da
reputação que o precedia, de modo que ele não me deixava mais chegar perto
da bola, chegando ao ponto de me deixar na reserva, usando minhas notas baixas
como desculpa. Então eu perdi a paciência e foi aí que... Ele veio até mim.
- Ele?
- Shiro Kanzaki.
A memória do dia em
que ganhou seu deck veio à tona como um flashback na cabeça de Tony, o jovem
estava andando pela cidade durante a noite após uma discussão com seu pai.
Enquanto andava sem rumo e com ódio de seu pai, de Widny e do clube de futebol, zumbidos estranhos ecoaram pela cabeça de Tony e o rapaz foi seguindo esses sons misteriosos que o fizeram ir até um antiquário abandonado. Sem hesitar, Tony entrou na localidade. Tony então se vê rodeado de antiguidades e percebe que os zumbidos se faziam mais fortes à medida que ele se aproximava de um grande espelho empoeirado que estava posto em pé no chão. No reflexo do espelho, apareceu um misterioso homem usando um sobretudo.
- Gostaria de ter uma
vida mais adequada? – Perguntou o homem misterioso. – Então lute.
A mente de Tony
retornava ao presente, o rapaz agora se pegou olhando para seu deck enquanto
contava a Alex sobre o que havia sido dito pelo tal Shiro Kanzaki.
- Fiquei fascinado com a ideia de me tornar parte de algo
maior...
- Então, por que atacou pessoas? – Questionou Alex intrigado.
- A fome do Volcancer é muito grande e Mirror Monsters não
aparecem com tanta frequência assim, e eu nem sempre os derroto. Só que o meu
monstro precisava ficar mais forte. Para sobreviver... – Tony abaixou seu deck
e se voltou para Alex. - Nós temos que manter nossos monstros alimentados, por sorte
o seu monstro de contrato não parece ser tão faminto assim, só que eu não tive
essa sorte.
- Então foi por isso...? – Alex ficou cabisbaixo com uma
expressão de decepção.
- Sim, quando não conseguia matar nenhum monstro eu deixava o
Volcancer se alimentar de seres humanos, assim como tentamos fazer com Brenda e
Samira, refeições estas que você atrapalhou.
- Então, o monstro que agarrou Brenda naquele dia e que
depois fugiu era o seu monstro de contrato? – Alex parecia estar chocado e com
muita raiva naquele momento. – Eu achei que você protegia as pessoas. Essa é a
razão pela qual achei que lutava, apesar do seu jeito de ser.
- É, eu não sou tão nobre assim.
- Tony... Eu não posso deixar que você continue fazendo isso.
Eu vou lutar contra você! – Disse Alex pegando seu deck.
De repente, os sons
dos portais do Mundo dos Espelhos puderam ser ouvidos pelos dois, Tony saiu
correndo de imediato.
- Qual é o problema desse cara? – Se perguntava Alex enquanto
observava Tony sair correndo em direção de mais uma batalha.
Não muito longe do
cais, Adri e sua filha Ariela passeavam próximas de uma construção toda feita
de vidro. No instante em que Adri e sua filha passaram perto da tal construção,
uma teia foi lançada na direção das duas, Adri então soltou a mão de Ariela. A
criança caiu no chão e Adri se viu sufocando envolta na teia.
Naquele momento,
Tony pulou em Adri, fazendo a teia se arrebentar. Adri acabou ficando inconsciente
devido o sufocamento, mas estava bem apesar das teias em seu corpo. Ignorando
Ariela que começava a chorar ali largada no chão, Tony correu para frente do
vidro com seu deck sendo apontado para o mesmo, gerando o V-Buckle em sua
cintura.
- Henshin!
A transformação de
Tony em Scissors foi concluída e o guerreiro caranguejo se atirou para dentro
do Mundo dos Espelhos pegando carona em uma Rideshooter. Ao chegar ao Mundo dos
Espelhos, Tony freou a moto e levantou a proteção da mesma. O guerreiro então
se depara com a aranha gigante que havia derrotado dias atrás, a diferença é
que agora ela possuía um corpo humanoide no lugar da cabeça, semelhante a um centauro, com a cintura ligada ao corpo de aranha.
Enquanto isso, no
mundo real, Alex veio correndo ao local onde estava Adri e Ariela. Alex notou o
choro da menina e viu que diante dela estava caída ninguém menos do que
Adriana, uma das funcionárias da Smart Brain High School.
- Essa não!
Alex foi atender a
menina primeiro, pegando ela no colo e tentando acalmá-la, depois se aproximou
de Adri que ainda estava desacordada.
- Que droga, Adri... – Alex se encheu de frustração naquele
momento ao ver o que tinham feito com Adri e sua filha.
O rugido de
Dragblacker podia ser ouvido, o monstro de contrato de Alex queria que seu
parceiro lutasse, ele ansiava por isso. Um grupo de pessoas foi se formando no local, então Alex pediu para que cuidassem de Ariela e que chamassem uma ambulância
para Adri. Depois disso, Alex retirou seu deck do bolso e correu para onde
pudesse se transformar sem ser visto.
Scissors se
encontrava travando uma difícil batalha contra o Mirror Monster Dispider, agora
renascido em uma nova forma. Dispider dispara alguns espinhos de seu
peito em Scissors, mas o guerreiro esquiva do ataque pulando para a esquerda.
Tony sai correndo para fugir dos demais espinhos, um deles passa de raspão no
deck do rapaz, causando uma pequena rachadura no objeto e também fazendo com
que Scissors perdesse seu equilíbrio, sendo pego de surpresa pela teia de
Dispider que envolve o corpo do guerreiro o fazendo cair no chão incapaz de se
soltar.
Tony tentava a todo
custo tentar se soltar, mas não obteve êxito. Dispider aproveita que sua presa
se encontrava imobilizada por sua teia e dispara três de seus espinhos com o
tamanho de pequenas lanças em Scissors. Pensando que seria seu fim, Tony é
surpreendido com a aparição de Alex em seu traje preto, que se colocou entre
ele e os espinhos, ricocheteando todos os três com um chute e depois com os
braços.
Alex abre o Black
Dragvisor, puxa uma carta de seu deck e depois a insere no visor, o fechando
logo em seguida.
SWORD VENT
A Dragsaber surge
caindo do céu e então é agarrada pela mão direita de Alex. O jovem guerreiro
dragão sai correndo na direção de Dispider, que em resposta lança mais uma
“chuva” de espinhos no rapaz, porém Alex rebate todos eles com braçadas, golpes
de espada e chutes.
Alex dá um salto e
pousa encima de uma das pernas da frente de Dispider, ficando cara a cara com a
parte humanoide da criatura. Alex desfere alguns cortes de espada no peito do
monstro, arrancando alguns pedaços de seu peitoral, mas o garoto é lançado
novamente ao chão por um murro de Dispider, porém Alex acaba tendo a sorte de
conseguir se manter de pé após a queda, mesmo que tenha cambaleado um pouco.
Mais uma vez, Alex
faz o mesmo procedimento abrir seu visor, puxar uma carta, colocar a carta no
visor e fecha-lo.
FINAL VENT
Alex salta no ar com
Dragblacker voando atrás dele. Dragblacker então sopra uma chama azul escuro em
Alex, impulsionando-o em um chute voador que atinge o inimigo, atingindo
Dispider em cheio e o destruindo em definitivo.
Do meio dos restos
mortais de Dispider, uma esfera de luz surge subindo aos céus, Dragblacker vai
de encontro ao orbe e o absorve.
A teia no corpo de
Tony enfim se dissolve então agora o rapaz finalmente podia se colocar de pé
novamente.
- Agora é a sua vez, garoto.
De repente, a
rachadura no deck de Scissors começa a aumentar, até seu deck se espatifar em
pedaços para o nervosismo de Tony.
- O quê?!
Alex olha confuso
para Tony, a armadura do terceiranista começava a iniciar um processo de
desintegração e o mesmo parecia sentir certa dor em seu corpo. De repente, Volcancer surgiu atrás de Tony, o rapaz rapidamente se
virou para seu monstro de contrato, que parecia afiar suas garras para
ataca-lo.
- E o nosso contrato?! Não pode... Eu... Tenho que viver!
Volcancer avança em
Tony com um poderoso “abraço” de suas garras, a armadura de Scissors se dissipa
completamente e o monstro caranguejo devora seu parceiro de contrato vivo. Alex
nada pode fazer senão olhar para o lado para evitar ver aquela cena, porém o
som dos ossos de Tony quebrando e seus gritos de agonia foram suficientes para
fazer daquele o momento mais traumatizante que Alex já havia vivenciado.
つづく
9 Comentários
Grande Alex!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, parabéns por esse incrível episódio ,repleto de suspense e adrenalina !
Foi muito bem narrado o confronto entre Alex e Tony ,bem como a diferenciação de seus valores.
Infelizmente,Tonny se deixou levar pela raiva e ambição, sendo no final devorado por seu monstro de contrato.
Isso foi algo que surpreendeu !
A narrativa está muito empolgante e um grande trabalho tem sido feito até aqui!
Meus parabéns!
Mandou muito bem!
Agradeço sua leitura e comentário! Eu fiquei com medo de que não curtissem eu matar o Tony, já que comentaram que curtiam o fato de Alex e ele serem antagônicos, mas se completarem de alguma maneira, mas felizmente ninguém achou ruim.
ExcluirRapaz.
ResponderExcluirMuito bom.
Quem dera Ryuki original tivesse a mesma empolgação que você.
Gostei bastante do desfecho do TONNY. Teve sua ambição premiada pela morte.
Parabéns mesmo por nos surpreender deste modo!
Sua obra está indo além da expectativa!
Que bom que gostou, fiquei com medo de ter ficado tudo muito corrido, ver seus comentários me faz pensar que eu estou tomando o rumo certo, pelo menos por enquanto.
ResponderExcluirEstá tudo num tempo certo e adequado. Campeão, a saga original eu não gostei. Sou sincero. Tinha tudo para ser maravilhoso. No Mindset, eu vou até poder conversar melhor com você, risos. Mas, Dragon Knight eu acho MUITO melhor que Ryuki...
ExcluirA sua perspectiva de saga é bem mais sombria que Ryuki e tangencia alguns aspetos que vi na versão americana. Mas, na verdade, sua fic tem tudo par ser bem melhor que ambas as versões mencionadas. Por enquanto, até agora, eu posso ver uma ação bem colocada, sem ares abobalhados... Me entende? Tudo está devidamente explicado!
Parabéns, mesmo!
eu nunca assisti à série original, portanto só posso me basear nessa sua versão.
ResponderExcluirEu gosto bastante de como você cria as ambientações, os diálogos e personagens, todos esse detalhes estão muito bem desenvolvidos.
A gramática também está muito bem trabalhada, não lembro de nennum erro que chamasse a atenção e as frases são bem construídas.
O único ponto a me causar estranheza são os nomes, deve ser algo pela diferença de idade, mas nomes como Widny, juro, nunca ouvi algo assim, ainda me causam estranheza... Mas isso, provavelmente, se deve à minha idade... hehehe
Meus parabéns por mais um ótimo capítulo!
Valeu, Norberto! Fico feliz que esteja gostando e também pelo seu feedback em relação a gramática, essa é uma parte que eu me preocupo bastante.
ExcluirVamos lá, demoro mas não deixo de ler ou comentar algo bem escrito e que empolga conforme vamos avançando! Cara, uma das coisas que mais encrenco quando leio algo é na coesão das ideias apresentadas, tipo, as coisas fazerem sentido, terem uma lógica muito próxima da vida real e claro, que seja uma parte da vida real gostoso de se ler, e na tua história a gente encontra isso, tá tudo batendo, as ordens das coisas acontecendo, as lógicas por trás dos pensamentos, das ações, tipo, o Alex viu o Tony entrando no vestiário e já foi lá, e quando o Scissors atacou, ele revidou como pode, ele fez o que tinha de fazer - bem melhor que o Shinji eu diria - assim como quando o Scissors foi devorar a Samira, ele também agiu e se prontificou a resolver, sinceramente, tá indo bem pra caramba a trama! Eu noto também que a vibe gira em torno de Ryuki e Faiz, pois a escola é Smart Brain, enquanto uma das alunas é Mari, mas também temos o Shiro e as referências ao mundo dos espelhos... E me atrevo a dizer, a tua narrativa tá tendo muito mais sentido e muito mais atitudes dos personagens que a saga original, sem dúvida alguma o Alex tá indo muito além do que o Shinji foi! Outra coisa legal, não tá igual a saga original apesar das semelhanças, pois ainda tivemos o ar da graça do Ren (Knight) e em seu lugar com a treta do monstro aranha, entrou o Masashi Sudo, na tua versão o Tony, tornando a história bem interessante! Ainda claro, importante frisar como o Norb disse, boa gramática, diálogos bem montados, situações coesas e com sentido, tu tá mandando muito bem cara, meus parabéns meu velho! PS.: A cena do Tony sendo devorado foi até mais impactante que do Masashi em Ryuki!! \0/
ResponderExcluirLanthys, fico feliz em te ver por aqui! Cara, eu realmente fico feliz que esteja curtindo e obrigado também por me dar um feedback sobre a gramática. Eu nem acredito que eu tô realmente conseguindo atingir um bom nível de ambientação, coesão e diálogos, quando eu tô escrevendo eu sinto que tá tudo muito "paia" (risos), até porque eu sinto que o que eu escrevo é bem simplório, mas obrigado mesmo, tô bem feliz com os feedbacks de vocês! Valeu mesmo, Lanthys.
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