BLUE RED DIKE - THE MANTLE WARRIOR (EP 27 - MEU PRIMEIRO AMOR)

 

CENSURA: 18 ANOS. ALERTA: Obra contém descrições de cenas com nudez/semi-nudez, violência extrema, violência sexual, gore e terror.

BLUE RED DIKE

 

 

The Mantle Warrior

 TEMA DE ABERTURA:

Whatever the Case May Be

Letra & Música: Rebecca Need-Menear & Jamie Finch.

Banda: Anavae

(Caso não rode automaticamente, o link do vídeo segue para acesso no Youtube:

(11) Blue Red Dike - The Mantle Warrior (Tema de abertura) - YouTube).

MEU PRIMEIRO AMOR

Anteriormente em Blue Red Dike:

 

No laboratório de Corwell:

 

- Famellius... Seu cérebro está muito agitado e a energia irradiada nos fragmentos de olivina forsterita aumenta. Mas, há uma energia maior crescendo no interior de seu corpo! Isso não é normal... Esses ataques dos vilões MORB’s não foram à toa. Não mesmo!

 

Na mente de Famellius um sonho ocorre: A princesa dos MORB’s está andando num corredor escuro. Ao final do referido corredor, Famellius percebe uma luz branca brilhante. Assustada, a irmã de Dutron vai andando lentamente. Ao caminhar, a heroína incrivelmente transmuta para a forma de criança. Olhando para suas mãos e pezinhos, ela diz:

 

- Sou criança de novo? O que está acontecendo?

 

A menina Famellius, infantil e singela, fita a luz branca e brilhante que vai ganhando forma e manifesta um ser. Ela fala:

 

- Papai! Papai! É você! Papai!

 

A menina Famellius, então, sai correndo alegre para os braços de John Tiferd, seu pai.

John Tiferd - Desenhado por Jirayrider

- Oh! Filhinha! Quanto tempo, hein? – Sorri o pai que a abraça e levanta aos ares!

 

Contudo, repentinamente, eis que John Tiferd transmuta o sorriso para um ar monstruoso e com ódio em sua face começa a morder e comer os braços de sua filha.

 

- Papai! Por que isso? Pai! Tá doendo, papai!

 

- Hahaha! Sua fedelha inútil! Dê-me a chave!

 

- Aiiiii!!!!!!!!!!! – Urra a menina Famellius.

 

No laboratório de Corwell, os demais cientistas se viram para o seu chefe pesquisador e alertam:

 

- Ela está se descontrolando e o nível de energia aumentando!

 

- Usem nossos equipamentos. Vamos tentar despertá-la! – Brada Corwell.

 

Famellius, no entanto, começa a gritar:

 

- Ahhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!! Pare!!!!!!! Minha mente!!!!!!!! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

 

- Não estamos conseguindo mais ter o controle da situação e muito menos despertá-la, Senhor... – Bradam os três cientistas que estavam junto com Corwell.

 

- Essa não... – Fala, assustado, Corwell.

 

Então, uma forte áurea envolve a Princesa Famellius. Porém, desta vez, além da sua típica e já poderosa áurea, uma luz esverdeada emana da parte central de seu corpo.

 

Uma grande explosão ocorre: POWWWWWWWW!!!!

 

Continuando o episódio a partir deste ponto:

 

“Fumaça, poeira e detritos emanam no ar. Estranhas sombras se movem rapidamente... o que é isso que vejo? O que está acontecendo? Há blocos se soltando e caindo no chão...  Mangueiras, bombeiros, oficiais de SN, socorristas... Fogo? Onde estou?”

 

De repente,  Cowell sai do estado de torpor e letargia mental que se encontrava e começa lentamente a despertar... Ele sente e percebe que é como se pesos fossem retirados de cima dele.

 

- Puxem! Vamos tirar ele desse perigo! - Brada Zé Bird.

 

Almighty SN, Tigrão e Dutron terminam de remover os escombros por sobre Corwell. Assim, eles o arrastam do local de risco, o escorando em seus ombros e o retiram de modo seguro.

 

- Incrível, meu parceiro... Você só parece ter arranhões e escoriações. - Fala, o valoroso Tigrão.

 

- Ainda bem, amigo! - Fala, feliz, Dutron que abraça efusivamente Corwell.

 

Numa rápida olhada panorâmica,  Corwell percebe o ar preocupado de SN e nota o caos ao redor. Percebe que os bombeiros já controlaram os focos de incêndio e que os socorristas e oficiais da guarda de SN estão ajudando aos feridos. Xungli e Green Hope também estão atuando ali na assistência e resgate. No entanto, Corwell percebe que seus três melhores cientistas (N. do E: aqueles que o acompanharam na viagem ao centro do Neo-Pangea) estão ali já com seus corpos devidamente cobertos e colocados sobre macas. 

 

- Lamento muito, meu caro amigo, Corwell. Não conseguimos resgatá-los com vida... - Fala SN, que complementa: - Eu havia acabado a conversa que eu estava tendo com um grande amigo numa ligação em meus aposentos, quando, de repente, a grande explosão aconteceu e a emergência foi acionada. Logo, me transmutei para Almighty SN e vim ajudar! Nossa equipe e todos já estavam aqui trabalhando com empenho... Mas, não evitamos o pior aos três que acabaram sendo atingidos por mais descargas da explosão e destroços.

Almighty SN - Desenhado por Jirayrider

Resignado, Corwell, que estava de cabeça baixa, de modo lento a ergue e se coloca numa posição e postura ereta. Triste, mas sóbrio, ele fala:

 

- Qualquer nobre cientista sabe que todas as ações justas devem ser feitas em prol da ciência. Se assim pensar, fará o bem maior para sociedade. Sei que Salazar,  Samuel e Zacarias morreram buscando fazer o melhor nesta situação de crise. BIRD! Avise as famílias.

 

Todos ficam impressionados com a resiliência e firmeza de Corwell num momento de dor profunda. Dutron, aflito,  argúi a todos:

 

- Mas... E, agora? A base está um caos? E, minha irmã? Ela também se foi?

 

Após respirar fundo, Corwell fala:

 

- A base está inteira, segura e intacta, Dutron. Acalme seu coração...

 

- É, Bunda Rachada... É só olhar ao redor e tudo mais... O problema foi só aqui na parte científica. - Responde, Tigrão, sempre zoeiro.

 

- Sim... Mas é um ponto nevrálgico e importante para nós... - Fala Xungli que se aproxima, trazendo consigo Green Hope, sua inseparável amiga.

 

- Calma... Pessoal... Todos nós e nossa equipe agimos dentro da melhor contingência possível. Nada estrutural de nosso prédio foi abalado. Agora, só teremos muito trabalho para reconstruir toda essa área. No entanto, a maior perda foram as vidas humanas valiosas aqui hoje... - Conclui, SN.

 

Apontando para o teto, Corwell mostra um buraco grande onde ficava a clarabóia existente naquela região onde estavam todos ali agora reunidos.

 

- Sua irmã não morreu. Fique tranqüilo, Dutron. A gente registrava grandes atividades cerebrais por conta dos pesadelos que os MORB'S causavam nela. Os fragmentos de Olivina forsterita dentro dela brilhavam muito. Mas, aí, algo maior aconteceu e uma áurea super esverdeada a envolveu e causou essa explosão caótica. Ela se transformou numa poderosa energia brilhante mais intensa que normalmente já ocorria em outros momentos com ela. Então, subseqüente a esse fato, Famellius, nessa forma energética, explodiu o teto e saiu daqui.

 

Sem ação,  Dutron fala:

 

- Mana...

 

Assustado,  Tigrão fala:

 

- Cacete! Mas, sem toda essa parte científica, ferrou... Perdemos tudo que vocês descobriram e a chance de monitoramento de tudo que sempre fazíamos no Neo-Pangea.

 

- Não se esqueçam da nossa sala principal onde fazemos reuniões e em que eu trabalho incessantemente monitorando a tudo. - Fala, Zé Bird.

 

- Mais que isso, pessoal. Nós temos não só backups de tudo, como até uma sala científica número 2! - Fala SN.

 

Nesta hora, SN aperta um botão na parede e faz surgir um novo espaço: uma sala escondida por detrás daquele setor em caos:

 

- Ela é menor, mas é uma cópia contendo tudo que temos aqui, não é Corwell?

 

- Quase tudo. Nós a fomos criando pensando justamente num caso de emergência como esse. Ela tem isolamento térmico e acústico, além de ser super blindada. - Responde Corwell, que, triste, olha para um tubo enorme destruído na sala original e emenda: - Perdemos todo sistema de gestão do projeto de tele transporte: algo que foi tão útil para você, Tigrão. 

 

- Que merda... - resmunga Tigrão, principal usuário da tecnologia. 

 

Colocando as mãos nos ombros de Corwell,  SN diz:

 

- Esta tecnologia ainda não era segura e dominada. Não precisamos dela para vencer. Teremos tempo para ajustá-la de novo.

 

Determinado, Corwell entende a fala de SN e conclama a todos que o sigam para a nova sala. Os amigos descem um nível de degraus de escadas e chegam a um moderno centro de pesquisas avançado.

 

- Cacete, porra! – Brada Tigrão.

 

- Olha essa boca, coração! – Resmunga, Xungli.

 

- Nossa... Que incrível! Vocês desenvolveram um centro de pesquisas alternativo! – Vibra Green Hope.

 

Decidido e compenetrado, mesmo com muitas dores musculares, Corwell puxa a poltrona giratória de fronte a uma grande tela de PC e já começa a digitar freneticamente. Eis que um mapa surge na tela com coordenadas de posição e um ponto em destaque na tela:

 

- Não temos tempo para elogios! O tempo urge e estamos num momento decisivo para o Neo-Pangea. Dutron! Esta é a coordenada de onde está Famellius. Não se esqueça que colocamos um chip nela para monitorarmos o corpo dela.

 

Almighty SN vira-se para todos e diz:

 

- A situação é drástica. Vamos precisar do máximo de pessoas aqui para dar atenção aos feridos e atuar no controle da crise causada pela explosão. Esse QG jamais pode ser abalado ou ficar vulnerável. Quero Xungli e Green Hope ajudando e coordenando tais ações aqui.

 

- Sim! – Respondem as duas.

 

Então, nesse momento, o sábio SN volta-se para Tigrão e Dutron:

 

- Quero você dois atuando juntos e indo buscar Famellius.

 

Neste instante, os dois fortões ficam desconfortáveis com a situação e meio que dão de costas um pro outro fazendo pose meio infantil. Ao perceber tal atitude, SN coloca suas mãos, tanto a direita quanto a esquerda, cada uma em cima dos ombros de Tigrão e Dutron e, então, fala:

 

- Por meio de um comunicador temporal e dimensional presente na moto Interceptor, pude conversar com um amigo de outro Era, outra dimensão paralela à nossa e ele me deu bons conselhos. Todo líder deve conversar com outros grandes líderes.

 

Tigrão abre os olhos de modo surpreso e fala:

 

- Você conversou com Lanthalder?

 

SN responde, mas direcionando de modo mais assertivo seu olhar para Dutron:

 

- Sim... E, reconheço que não tem sido fácil liderar nessa crise! E, muitas vezes, não tenho sabido orientar você, Dutron. Erro nas horas de ser um disciplinador e mesmo quando devo ser mais amoroso. Eu não sou seu pai de fato. Mas, te amo como a um filho, Dutron. Porém, já passou da hora de crescer e se tornar um grande homem. Seja como for, crendo você ou não, você foi o escolhido a envergar um poder inimaginável e só você é capaz de salvar o Neo-Pangea nesta crise. Mas, para que logremos êxito, precisamos estar juntos: como um time! Você pode deter o máximo poder, mas, acho que já ficou claro o nosso diferencial aqui: altruísmo, empatia e amor! Juntos, nós somos mais fortes! Ouça a experiência de Tigrão, vença seus mimos e medos! A grande responsabilidade está em suas mãos!

 

Todos os presentes ficam apreensivos de como Dutron reagiria à fala de SN. Porém, Dutron cerra seus punhos e com olhar determinado, ele brada:

 

- UOAHHHHH! TRANSFORMAR! ALMIGHTY FORM!

Almighty Dike - Desenhado por Jirayrider

Então, Dutron transmuta-se diretamente conforme seu próprio querer na forma Almighty ali diante de todos e diz:

 

- Você tem razão, pai... Não há mais tempo. Mesmo que a paz signifique o meu fim, eu não mais vacilarei!

 

Virando-se para Tigrão, Almighty Dike faz um gestual de comprimento:

 

- Perdão por tudo, Tigrão! Vem comigo?

 

- Claro que sim, Bunda Rachada!

 

Todos riem com o jeito moleque do quarentão Tigrão. Dike, então, usando o poder da Olivina forsterita manifesta a moto Spinifex Speedway. O herói monta na moto, acompanhado como sempre Blue Dog que entra no espaço lateral presente na mesma para acomodar o fiel escudeiro de Dutron.

 

- Porra. Não é melhor irmos usando a Blue Jet não? Eu não sou águia não. Sou Tigre... Eu não voo!  - Resmunga Tigrão que acabara de se transformar em Stronger Tiger.

 

Tigrão se transformando em Stronger Tiger - Desenhado por Jirayrider.

Todos riem mais uma vez com as falas de Tigrão. Todavia, Corwell a todos surpreende ao apertar um botão em um teclado de computador. Então, uma energia surge e materializa na frente de todos algo fantástico: uma moderna moto.

 

- Aí, está... Uma surpresa para você, meu caro. Após presentearmos Lanthalder com a moto Interceptor, nós continuamos os planos de produção e modernização de equipamentos. Eis que surge a moto Tigerness que foi toda customizada para você, meu caro! – Informa Corwell.

Imagem com Tigerness & Stronger Tiger - Adaptada por Art Shadow Moon.

 

- Eita, porra! – Brada Stronger Tiger que dança todo rebolativo e com malevolência na frente de todos.

- Tigerness é um upgrade baseado na Interceptor. Ela é super moderna com sistema híbrido em que você pode acionar um Powertrain de quase 350 kW para ativar um motor elétrico com uma autonomia de 600 Km. Fora isso, ela tem vários recursos de nanotecnologia sendo focada em inteligência artificial também. Mas, não dá para ficar explicando mais nada. Já é quase fim da madrugada... Corram até Famellius! – Brada, aflito, Corwell.

 

- Isso mesmo! Eu e Zé Bird precisamos ajudar Corwell a desvendar os mistérios usando toda a tecnologia que nos resta. Se houver emergência nos chamem e entro em ação! Vão! – Ordena Almighty SN.

 

- Sim! – Respondem, em uma só voz, Almighty Dike e Stronger Tiger.

 

Os heróis saem do recinto para a região noroeste dentro do setor K. Este seria o local exato em que estaria Famellius de acordo com as coordenadas repassadas por Corwell.

 

Corwell, ainda com ar preocupado, respira fundo e diz:

 

- Agora que Dutron saiu, eu posso contar uma coisa que não tinha contado a vocês. Fiquem tranqüilos que eu já havia, em segredo, repassado a Tigrão.

SN, então, explica a situação:

 

- Corwell me disse que precisava falar conosco uma coisa que ele descobriu com os estudos em Famellius. Na verdade, nem foi agora durante o pesadelo. Corwell descobriu algo como fruto das novas análises que fez na Famellius após nossas descobertas no Mundus Subterraneus. Porém, como muitas vezes, nós estamos juntos, seja em reunião ou nas ações gerais, ele nunca teve a chance de nos explicar o fato. Corwell conseguiu relatar esse fato apenas para o Tigrão em segredo. Por isso, também, eu designei ele para ir com Dike. De nós, é quem já estaria, em tese, mais preparado, de posse dessa nova informação.

 

Zé Bird, Green Hope e Xungli acenam positivamente com a cabeça, manifestando entenderem a situação. Corwell segue sua explanação:

 

- Um dos testes que aplicamos na Famellius foi a hipnose forense.

 

- Hipnose forense? – Indaga Green Hope.

 

SN interpela:

 

- Vocês sabiam que existem diversas aplicações para as técnicas de hipnose, como é o caso de sua utilização por profissionais da área de investigação criminal, visando obter informações durante o inquérito de uma investigação?

 

Green Hope, Xungli e Zé Bird fazem cara de paisagem, demonstrando não saber do fato. SN prossegue:

 

- Pois, é... Esse tipo de aplicação, conhecida por hipnose forense, tem se popularizado devido aos resultados conquistados. Em situações de choque ou estresse pós-traumático, a hipnose também pode ser aplicada em favor do esclarecimento de crimes.

 

Corwell completa:

 

- Mencionar a hipnose pode ser algo complexo, eu sei. É um tema que pode gerar diversos questionamentos, perguntas e crenças pré-definidas a respeito do assunto. Mas, com o desenvolvimento da medicina e da psicologia, a aplicabilidade no tratamento de diversas doenças está comprovada e, por isso, hipnose hoje é vista como uma das soluções mais eficientes para problemas como tabagismo, depressão e doenças psicossomáticas.

 

- Nossa... – Espanta-se, Xungli.

 

- Na verdade, não esperava que vocês ficassem tão surpresos. Tratem de ler mais e estudar! – Dá esporro, Corwell.

 

SN pede:

 

- Por favor, prossiga, Corwell.

 

- Bem, por conta do que eu expliquei anteriormente, a hipnose tem atraído cada vez mais a atenção e interesse dentro da área forense, como uma ferramenta a ser utilizada em investigações criminais. Esse ramo de aplicação da hipnose, chamado de hipnose forense, visa oferecer respostas para questões nebulosas dentro de uma investigação criminal, auxiliando na resolução de crimes.

 

Zé Bird coloca a mão no queixo, pensa e aí fala:

 

- Hum! Entendi. Você então usou a hipnose na Famellius com base num princípio que afirma que justamente a hipnose pode permitir a obtenção de informações que muitas vezes o próprio hipnotizado não tem consciência de possuir, já que o cérebro pode bloquear o acesso a informações traumáticas ou infelizes.

 

- Isso mesmo, Bird! Por meio da hipnose forense, é possível obter informações que estão bloqueadas devido ao choque decorrente de uma situação traumática, como um acidente, um seqüestro ou estupro, permitindo que sejam obtidos dados capazes de contribuir para solucionar uma investigação.

 

- Perfeito! Ela viveu a experiência do Selo e Advento! Ela deve estar com isso travado na mente! O que descobriu? – Indaga SN.

 

- Vou lhes contar... – Responde Corwell.

 

Semanas atrás no laboratório de Corwell:

 

- Você acha mesmo que isso vai funcionar, Corwell?

 

- Fique tranqüila, Famellius. Meus colegas estão aqui acompanhando tudo. Eletrodos foram colocados em você para acompanhar todas as variações energéticas e neurais em seu corpo. Fora isso, nós temos o chip registrando tudo em seu interior.

 

- Ok. Confio em você... – Responde a bela e assustada Princesa Famellius.

 

Usando as técnicas de hipnose forense, Corwell vai fazendo Famellius se concentrar e focar nos acontecimentos do seu longínquo passado.

 

- Feche seus olhos. Lembre o dia do Advento...

 

Tremendo e suando frio, Famellius, nervosa começa a falar:

 

- A câmara começa a esquentar... Parece que a função congelante parou. Sinto como que uma energia enorme me envolvendo.Um deslocamento no tempo... Algo dimensional ocorre...

 

Corwell fala:

 

- Isso... A fenda temporal de Chronos Master (N. do E: Lembrar do Cross Over de Nipo Rangers e Saga Blue Red: A batalha das Eras) acabou de alguma forma permitindo que cerca de 200 MORB’s conseguissem atravessar para o nosso mundo... Não é?

 

- Eles estão lá... Vários que conheço: Laup Stronger, Dudamel, Moglius, Savius, Bianca (N. do E: a Miss Soneca)... Muitos conhecidos, mas agora transmutados pela força da Olivina. Outros me parecem desconhecidos: Morbius, Annie Hell, Gamer Victus, Parruthalius. Drifte está lá no meio deles dando ordens e conclamando para irem à superfície. São muitos... Eu não conheço muitos deles, mas ouço-os conversando, rindo e gritando, mencionando seus nomes. Mas, não sei o nome de todos. Fico quieta na câmara para que eles não me vejam. Eles saem violentamente um a um rumo à superfície por meio de condutos de subterrâneos... Ahhhhh!!! – Brada Famellius, colocando a mão na cabeça e na barriga sentindo dores.

 

Salazar, Samuel e Zacarias, os cientistas de Corwell, monitorando os sensores e chip de Famellius, percebem uma grande energia se concentrar nos grãos fragmentados de Olivina forsterita que ela, como todos os MORB’s a partir de 10 anos de idade, tiveram injetados em seus corpos. Porém, os cientistas observam imagens geradas pelo chip (N. do E: quase que como uma tomografia de super detalhe) que formam uma estranha imagem na região central próximo ao abdômen de Famellius. Era similar uma mancha embaçada.

 

Corwell ampara Famellius a reanimando. Ele prossegue:

 

- Você está indo muito bem, Famellius... Vamos continuar?

 

- Sim! Eu quero descobrir toda a verdade... – responde a princesa

 

Aplicando novamente a técnica hipnótica, Corwell faz com que Famellius se concentre nos fatos do dia do Selo, fazendo com que a jovem princesa dos MORB’s regrida ainda mais no tempo e espaço. Dessa vez, ainda mais atemorizada e nervosa, ela começa a mover seus lábios de modo relutante, enquanto se lembra do passado:

 

- Era uma batalha terrível. A minha mãe com seu poder arremessa Laup Stronger, Dudamel e vários outros longe dela. Aí, eis que surge meu pai... Eu estou ali na câmara. Dutron chora sem parar no berço/cápsula.

 

A imagem de todo cenário se forma na mente de Famellius que vai relatando tudo para Corwell:

 

- Sua maldita! Onde está a minha Olivina do tipo forsterita! – Brada John Tiferd apontando seu cinto vazio, sem o mineral.

 

- Como você se vendeu as idéias de Athanasius? Você deu trela para Laup Stronger e Dudamel e os demais corrompidos? Está cedendo a um poder que não conseguimos controlar? – Grita Val, esposa de John.

 

John Tiferd esbofeteia a esposa tirando sangue de seus lábios, a jogando no chão. Sem ele e os demais perceberem, Val pega as duas olivinas que estavam escondidas em um recipiente, próximo ao berço em que se encontrava Dutron.

 

- Sua idiota! Você viu o que nos aconteceu após o massacre dos EXXONS? Desde ali, eu entendi e aceitei que devíamos seguir pelo caminho da tirania e da força! Eu só estava sendo hipócrita e deixando o poder Dike crescer em mim! Hahaha! – Ri John Tiferd que segue em direção à Val.

 

- Malditos! O mal NÃO reinará! – Brada Val que une as duas pedras e usa o poder SPINIFEX lançando Tiferd e os demais na dimensão Green River.

 

Corwell então, com calma, segura nas mãos de Famellius e fala:

 

- Então... Não foi a sua mãe que se vendeu? Foi o seu pai? Sua mãe colocou a Olivina forsterita em Dutron e o mandou para a superfície na cápsula? Faz sentido ser a ossada dela lá na caverna... O que mais? Vamos...

 

- Mãe... Mãe... Ela entra na câmara... Mãe... Não me corte! – Grita Famellius.

 

Famellius vê a imagem da mãe colocando o dedo na boca em sinal de silêncio:

 

- Estou fraca e morrendo. Já deixei a mensagem na parede do que é o poder Dike de fato: um demônio... Faço isso pro seu bem e pelo paz no Universo. Isso vai te proteger. Apenas durma nessa câmara e confie.

 

Contudo, mais que de repente, na mente de Famellius some a imagem da mãe e aparece o seu pai, John Tiferd. De uma hora para outra a mente da jovem se confunde e é como se a situação fosse a que originalmente ela contara aos heróis: o pai que resistiu e prendeu a mãe e os demais MORB’s na dimensão Green River. Ela nitidamente vê o seu pai selando a mãe e os demais MORB’s para depois adentrar na câmara onde ela estava.

 

- Não! Não! Meu pai é bom! Ele que se arrastou até a mim. Não foi a minha mãe! Minha mente está confusa! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!  Aiiiiiiiiiiii!

 

Famellius desesperada se transforma numa energia brilhante e sai abruptamente da sala de pesquisas, deixando Corwell e seus assistentes abismados.

 

Retornando ao cenário atual:

 

 

- Então, Corwell. Ela está mesmo com a mente bloqueada pelo trauma! – Brada Green Hope.

 

- Seja como for, por que não nos disse antes? Ao que tudo indica, essa mãe dela é impostora. Será o pai vivo ou algo diferente por trás disso? – Fala, de modo questionador, cerrando os punhos, Xungli.

 

SN pede calma a todos e fala:

 

- Gente. Não é nada conclusivo. Corwell não podia falar isso correndo risco de desencadear algo ainda pior entre a irmã e Dutron. Não sabemos ao certo do que se trata... A Famellius não tem certeza do que se trata, na verdade... As imagens estão confusas na cabeça dela. Não é, Corwell?

 

- Sim. Como disse, eu só comentei com Tigrão e esperei esse momento para falar só com vocês. Afinal, apesar de todo esse ataque do pesadelo sobre Famellius e a explosão, conseguimos isso aqui! Vejam!

 

Então, Dr. Corwell abre uma imagem nova gerada pelo chip em função de toda energia emanada no corpo de Famellius durante a geração do poder explosivo.

 

Misterioso artefato manchado no corpo de Famellius - Imagem modificada e adaptada por Art Shadow Moon.

- Uai! Não é claro... Mas, parece um cinto com uma pedra esverdeada! Mas, parece uma mancha... Muito borrado ainda!

 

SN, apreensivo, então conclui:

 

- Ela então não só tem os fragmentos de Olivina Forsterita como os demais MORB’s. Ela tem uma Olivina perfeita e completa dentro de si pronta pra emanar o poder a qualquer momento: a Fayalita? Será que é isso mesmo?

 

- Não quero ser leviano ainda. Seguimos acompanhando em tempo real o chip dela. Mas, a minha teoria é que nada foi por acaso até aqui. Os cerca de 50 MORB’s que ela enfrentou não surgiram aleatoriamente no caminho dela trazendo-a até nós, mestre... – Conclui Corwell.

 

SN, irado, fala:

 

- Miseráveis... Quando os MORB’s, de alguma forma, souberam que Famellius estava solta, enviaram dos seus para morrer contra ela. Eles desconfiaram. Eles não tinham como estudá-la como estamos fazendo. Logo, foram astutos, intuitivos e manipuladores. Foi uma forma de ela ir aumentando o poder para que a Olivina dela se manifestasse a qualquer momento. Com certeza, Famellius nem tinha todo o poder para derrotá-los. Mas, não há nada pior do que seres com uma causa. Eles ficam cegos e até cometem atos kamikazes em prol disso! Nunca se tratou somente de Dutron! Eles querem a emanação do poder dele atraindo o despertar da Olivina Fayalita de Famellius. Faz todo sentido do mundo!

 

- Calma, meu mestre! É uma teoria. Como não temos ainda total certeza de tudo, não queremos que Dutron saiba. Mas, Tigrão está a par do que pode estar acontecendo. – Responde Corwell.

 

Com uma música sombria e tensa ao fundo, SN vira-se para Xungli e Green Hope, mostrando uma determinação e furor jamais vista nos últimos tempos. O grande líder do Neo-Pangea ordena:

 

- Sejam mãe, pai ou o capeta que estejam por trás disso tudo, não importa! A hora final chegou! Voltem para o anda acima visando auxiliar no reparo de nossa base e ao tratamento dos demais feridos. Mas, fiquem atentas para entrar em ação a qualquer momento. Ainda mais que eu vou ajudar Corwell e Zé Bird nos estudos par decifrar isso de uma vez por todas!

 

- Sim, mestre SN! – respondem as duas em uníssono.

 

6h da manhã no cenário atual – região noroeste do setor K:

 

Famellius vagou na forma de energia brilhante por cantos do setor noroeste do setor K e, finalmente, estacionou numa região erma: uma espécie de pasto afastado de moradias. Colocando a mão em seu abdômen, a princesa sente poder. Ela pensa consigo mesma:

 

“Evitei ao máximo o sono. O efeito dos pesadelos de Miss Soneca cessou. Mas, parece que tudo isso ativou mais energia em mim... E, várias memórias estão tomando a minha mente”.

 

Nitidamente, nas lembranças de Famellius, surge uma imagem como se fosse um filme: seu pai, John Tiferd, com o bebê Dutron em seus braços, o ninando. A mãe, abraçada a John, demonstrando o amor que sentia por seu marido. Ela, com dez anos já, corria pelos dutos e cavernas do núcleo do Planeta ao lado de Savius. Savius já era um adolescente de 13 anos.

 

Todo cenário, monta-se claramente como uma nítida imagem, na mente de Famellius:

 

A menina Famellius, de modo pueril e singelo, pega um pequeno geodo de quartzo e entrega ao adolescente Savius:

 

- Guarde com carinho e lembre sempre de mim.

 

Surpreso, o adolescente Savius responde:

 

- Poxa... Obrigado, Famellius. Aqui embaixo não tem flores, nem sol e nem jardim. Dar um lindo geodo é a mesma coisa que dar flores a alguém na superfície (N. do E: Os geodes ou geodos (do grego, geoides, terroso) são formações rochosas que ocorrem em rochas vulcânicas e ocasionalmente em rochas sedimentares. São essencialmente cavidades que se formam nas rochas, apresentando-se revestidas por formações cristalinas, muitas vezes apresentando a forma de faixas concêntricas. O exterior dos geodos mais comuns é geralmente constituído por calcário, enquanto que o interior contém cristais de quartzo e/ou depósitos de calcedônia. Outros geodos apresentam-se completamente preenchidos com cristais, apresentando-se como uma massa sólida, e tomam o nome de nódulos).

 

- Você será o meu namorado! Hehehe! – Falou a menina Famellius, que sai correndo de volta para a região onde estavam seus pais e um misterioso violeiro.

Savius pensa:

 

- Nossa... Serei o príncipe dos MORB’s.

 

Agora, já próxima aos seus pais, Famellius se senta aos pés do violeiro que usava um sombrero e um poncho. A menina Famellius fica encantada ao perceber aquele moço tocando a música Clamor (N. do E: Tema de encerramento de Blue Red Dike).

 

- Titio, querido! Toca mais! Brinca comigo!

 

- Vá para seus pais... Quem me dera ser seu tio mesmo. Sou só um jovem violeiro e espia de seus pais para proteger nosso povo.

 

Agitada e sapeca, a criança Famellius volta a correr e brincar com Savius pelos dutos do Neo Pangea.

 

Retornando a si e seus pensamentos atuais, Famellius abre seus olhos:

 

- Não é possível. Este dia foi pouco tempo antes do Selo. Já havia uma conspiração provavelmente em curso. Era tudo hipocrisia então? Meu pai? Mãe? Quem é o traidor maléfico de fato? Ou será que há algo maior por trás de tudo isso? – Fala, chorosa e em voz audível, a princesa Famellius.

 

- O que existe é uma menina mimada pelos pais e longe de mim: o seu príncipe... - Ecoa uma voz forte e grossa no ambiente.

 

Assustada, Famellius se coloca em posição defensiva pronta para contra-atracar.

Savius - Desenhado por Jirayrider

 

- Hum... Então, foi assim que você recebeu todos os 50 MORB’s que surgiram diante de ti? – Indaga Savius que se põe diante dela.

 

- Savius? Você mudou tanto... – Lamenta a Princesa que agora baixa a guarda.

 

- Mudei como? Super forte e musculoso? Charmoso? – Fala o MORB marrentão, se jogando para cima de Famellius.

 

A princesa se esquiva dele e ainda o empurra:

 

- Eu gostava muito de você! Brincávamos juntos! Como pôde se tornar isso?

 

- Pare de frescuras, Famellius! Por isso, eu digo que você é mimada! Você viveu longe do sofrimento que foi viver numa outra dimensão. Green River é um local arrepiante. Era muito melhor viver no Mundus Subterraneus. A gente se divertia lá e podia até dar uma escapada na superfície às vezes... Lembra? Os pais ficavam loucos com a gente... – Relembra Savius.

 

A nostalgia e situações do passado desarmam um pouco Famellius:

 

- De fato, a gente tinha a idéia de uma vida comunitária em paz. Mas, a corrupção e pensamentos maus tomaram nossa gente, Savius! Esquecemos a humanidade. Não pense que foi fácil viver congelada... Não entendo como a minha mãe ficou má assim.

 

- Nós sofremos muito lá. Pare de defender essa humanidade! A gente se corrompeu? Sim. Mas, qual é a vantagem dessa gente? Mesmo com SN, as mazelas aí estão por que os humanos são podres e maus! Queremos limpar esse planeta e fazer brotar aqui uma nova civilização regida pelos MORB’s. – Brada Savius.

 

Nervosa, Famellius grita:

 

- Você ajudou a torturar pessoas! Acha isso bom? Esqueceu de nossa pureza infantil? Nós somos humanos também... Não posso permitir que vocês destruam os humanos!

 

- Pare com essa tolice! Você sabe muito bem que nós já deixamos de ser humanos graças ao poder da Olivina! Somos mutantes! E, você nos desprezou! Quer falar de mim? Você matou 50 dos nossos sem dó e nem piedade... E, para piorar, você ainda os deixou expostos num galpão a toda sorte de impurezas e podridão! – Responde, Savius, jogando uma dura verdade na cara de Famellius.

 

Revoltada e triste, Famellius responde:

 

- Você acha que gostei de fazer isso? Havia pessoas ali que eu não conhecia. Porém, outros eu reconheci e clamei para não lutarmos! Eles foram surgindo mais e mais diante de mim e me atacando para valer! Eu me defendi! E, além do mais, eles estavam atacando os humanos na minha frente! Só fui sentindo o meu poder MORB aumentar mais e mais...

 

Procurando mudar o tom da conversa, Savius muda de estratégia:

 

- Tudo bem... Eu vou tentar te entender. Sabemos que é duro... Seu pai te congelou e prendeu sua mãe e todos nós na dimensão Green River. Você nem teve escolha de entender e viver a crise. Você despertou no Advento com a mente confusa e com medo de nós. Eu entendo...

 

Famellius, mais calma, porém apreensiva, responde:

 

- Não é possível que você não reconheça a maldade e o erro de vocês...

 

- Famellius... Não vamos estragar a oportunidade que o Cosmos está nos dando de nos reencontrarmos para ficarmos brigando, não é? Eu sei que nos tornamos frios e cruéis... Mas, se eu fosse um ser tão mal assim, eu já teria te atacado, não acha?

Claudicante, Famellius titubeia e dá um passo lento para trás. Porém, o astuto MORB percebe que ele parece ter fisgado o coração dela de alguma forma.

 

- Olha o que eu ainda tenho guardado comigo... – Diz o vilão, que saca do bolso de sua armadura um lindo geodo de quartzo. Ele pega e entrega o geodo para a princesa.

 

Emocionada, Famellius deixa lágrimas escorrerem de seus olhos:

 

- Você ainda se lembra daquele dia?

 

Savius, de modo galanteador, se aproxima e segura na mão direita de Famellius que está abalada emocionalmente. Ele, todo charmoso, fala:

 

- Se você tivesse ficado comigo lá, ia ser mais fácil eu resistir a tudo que passamos naquele mundo tenebroso da outra dimensão. Não há como manter a sanidade tendo vivido e presenciado o que eu vi lá... Creia. Eu nunca esqueci você! Meu primeiro amor!

 

Famellius se desvencilha esguiamente dele e responde:

 

- Pare com isso! Eu era uma criança!

 

- Sim... Brincamos muito. Mas, quando eu tinha 13 anos e você 10... Bom, é aquela fase que amores pueris já podem ser nutridos entre adolescentes e pré-adolescentes... – Fala, malandramente, Savius.

 

Insegura, assustada e confusa em seus pensamentos, Famellius, abaixa a cabeça e fala:

 

- Eram bons tempos que não voltam mais...

 

Todavia, aproveitando-se que Famellius estava vulnerável, Savius consegue, utilizando sua destra, segurar, com delicadeza, na mão direita da princesa novamente. Ele dá um sorriso mágico e encantador que comove a jovem Famellius. Com sua mente ainda confusa em virtude dos sonhos e pesadelos causados pela Miss Soneca, Famellius fica tendo ilusões do tempo em que os dois eram crianças.

 

- Estamos numa área erma de vegetação rasteira e bela... Afastados de tudo. Em função do relevo plano, é fácil contemplarmos um lindo amanhecer. Venha comigo! Vamos sentar ali naquele pequeno afloramento rochoso onde é possível acompanhar o belo amanhecer que está nascendo! – Convida Savius que a vem puxando pelas mãos de modo até singelo.

 

Os dois ficam sentados sobre o afloramento rochoso de modo contemplativo por cerca de 30 minutos assistindo o nascer do belo sol no horizonte do Neo-Pangea. Embalada pelos sentimentos do passado, Famellius recosta sua cabeça nos ombros de Savius que a isso retribui com um abraço. Nestes instantes mágicos, o que mais imperou foi o silêncio entre os dois. O cenário e os gestos embalavam suas mentes de volta ao passado. Incrivelmente, Famellius sente um líquido escorrer por seus cabelos. Rapidamente, ela retira sua cabeça de por sobre os ombros de Savius e, nota, que o líquido que escorria sobre si era uma torrente de lágrimas vertidas dos olhos de Savius. Surpresa, Famellius fala:

 

- Estou pasma! De fato, está sendo sincero? Você ainda detém amor por mim? Há esperança para nós os MORB’s? Isso não é um sonho?

 

POWWWW!!!!!

 

Sem pestanejar e de modo violento, Savius dá um murro na cara de Famellius, tirando sangue dos lábios da linda donzela, a levando ao chão. A princesa, revoltada, ergue sua fronte e brada:

 

- Por que isso? Era tudo mentira? Seu miserável! Você me fez acreditar ainda em você? Como sou idiota...

 

Irado e descontrolado, Savius brada de modo revelador:

 

- Sim. Você é uma tola por ainda crer na bondade humana. Mas, de fato, não era para estar acontecendo assim! Eu não era para ter empatia por ti. Não pode ser que você tenha mexido comigo. Há anos eu não chorava ou tinha emoções! Merda!

 

Famellius, então, fica de pé e diz:

 

- Está vendo, Savius? Ainda somos humanos... Goste ou não, é verdade! Aceite isso!

 

- Cale-se! Famellius! Eu tenho uma missão a cumprir e uma família para proteger! – Responde, furioso, Savius.

 

- O quê? – Indaga, surpresa, Famellius.

 

Agora, Savius segue seu discurso andando de modo assustador na direção da princesa, a fazendo recuar mais e mais:

 

- Você acha que nesse tempo todo, mesmo sendo eu jovem, eu não constituiria família? O que mais fizemos foram orgias e procriações no Green River! Tenho meus 23 anos, duas esposas e três filhos já! Somos adeptos de poligamia. Há muitos que praticam até coisas bem sujas se é que me entende... A questão é que tomarmos a superfície tornou-se uma obrigação!

 

- Como? – pergunta a apavorada Famellius.

 

- Aquela dimensão temporal, por mais elástica que seja, não suporta mais nosso número crescente de MORB’s. Nem alimento ou estrutura são mais suficientes. Precisamos do poder DIKE já! Cadê ele? Sabemos que você está com um chip, ele deve estar chegando agora mesmo... Não é? Precisamos que vocês dois emanem o poder!

 

- Nós dois? Como? Não pode ser... E, como vocês sabem que estou com um chip! Ahhhhh! – Brada Famellius.

 

Neste momento, Famellius emana sua áurea cada vez mais esverdeada e lança um poder enorme sobre o vilão. A energia o faz rodopiar sem parar nos ares. O vilão acaba deixado cair de suas mãos a sua poderosa arma: a bola de ferro pontiaguda! Segundos depois, o magnífico poder lança Savius ao solo. O vilão, todo ferido, se ergue com dificuldade. Mas, ele sorri e diz:

 

- Quero que veja o que de fato eu sou: um MORB poderoso: SAVIUS – THE STRONGEST!

 

O vilão emana uma grande energia e manifesta sua forma mutante de guerra!

Savius Strongest - Desenhado por Jirayrider

 

- Não creio que se vendeu a tal ponto! – Berra Famellius.

 

A princesa estende sua mão e emite um feixe raios esverdeados poderosos sobre Savius. Porém, o tenebroso MORB utiliza suas duas mãos como uma espécie de absorvedor. Assim, ele contra-ataca revidando todo o poder sobre a pobre Famellius, que cai, ferida, diante dele. No entanto, os olhos de Famellius brilham de modo verdejante e a mesma emite novamente uma super áurea que atinge o corpo mutante símio de Savius. Savius fica rodopiando infinitamente nos ares. A energia é tamanha que causa inúmeras explosões em várias partes do vilão antes do mesmo ser arremessado poderosamente contra o solo de vegetação rasteira.

 

- Isso! Manifeste o poder! Cadê o Dike? Precisamos dele também! Hahaha! – Ri, mesmo ferido, Savius - The Strongest.

 

- Estou aqui! – Brada Dike que vem chegando na sua poderosa moto.

 

Blue Dog salta da moto e vai prestar auxílio para a Princesa Famellius, enquanto Almighty Dike, montado na sua moto, atropela duas vezes o tenebroso vilão. Savius percebe que Dike, agora, vem novamente pela direção noroeste, tentar atingi-lo de novo. Em contrapartida, o vilão percebe que de sudeste, surge Stronger Tiger.

 

- Maldito... Essa praga agora tem moto também? – Espanta-se o vilão.

 

Pilotando sua moto, Almighty Dike brada:

 

- É que para nós nunca se tratou de uma luta só minha contra vocês, seu idiota! Somos todos uma equipe: os Dike Busters! Uoahhhhhh! Vamos lá, Tigrão!

 

- É, isso aí! Falou bonito, Bunda Rachada! – Responde, o tibetano Tigrão.

 

Os dois se lançam com todo poder sobre o inescrupuloso vilão. Savius faz surgir um escudo energético como uma redoma em torno de si. Ainda assim, o choque explosivo é inevitável!

 

POWWW!!!!!!

 

- Mano!!!!! – grita Famellius que tenta ir até a explosão, mas é contida por Blue Dog.

 

As duas motos, após a explosão, surgem sendo arrastadas longe. Igualmente, chamuscados do meio da explosão, saem Stronger Tiger e Almighty Dike. Eles correm na direção de seus amigos. Enquanto correm, graças ao poder Spinifex de Dike, as chamas nos corpos dos dois gladiadores vão sumindo.

 

Famellius vira-se para Blue Dog e diz:

 

 - É um poder enorme mesmo!

 

- Você está bem, mana? – Fala, preocupado, Almighty Dike.

 

Estranhamente, a Princesa Famellius recua e se afasta do irmão, Stronger Tiger e Blue Dog. O irmão, aflito, questiona:

 

- O que houve? Famellius?

 

Segurando o geodo de quartzo nas mãos, Famellius fala:

 

- O pesadelo de Miss Soneca foi só a porta de entrada para colocarem Savius no meu caminho. Apesar de tudo, ele, ao me devolver esse geodo que eu entreguei na nossa infância, fez trazer de volta, nem que por um breve instante, emoção nele. Mas, a determinação e maldade são maiores do que qualquer outro sentimento. Eles farão de tudo para trazer os MORB’s para cá. Pior que isto: eles vão exterminar a humanidade!

 

- Por isso, nós estamos aqui, Famellius. Como bem disse seu irmão, nós somos uma equipe! – Esbraveja Stronger Tiger.

 

- É isso aí! – Responde o amável cão Blue Dog.

 

Almighty Dike, então, animado, fala:

 

- E, foi por causa deste fato que vencemos hoje. Eu tive a fúria em mim como sempre. Mas, com Tigrão agindo em conjunto comigo não deu tempo de evolução na batalha e, assim, não houve risco de meu poder máximo ser emanado! Agindo juntos, vamos vencer!

 

Famellius fica insegura e em silêncio diante de tal afirmação. Neste momento, todos percebem que o aplicativo Whatsapp de Dike toca.

 

- Que saco! Já é a quarta vez hoje que esse merda desse Andarilho me manda mensagem no zapp! – Resmunga, Dike.

 

Espantada, Famellius, pergunta:

 

- Esse Andarilho tem seu contato?

 

- É, cacete... Como foi isso, Dutron? Você, enquanto a gente vinha para cá, reclamou disso comigo direto. Falou com Corwell? – Pergunta, resmungando, Stronger Tiger.

 

- Repassei os dados para Corwell sim. Mas, parece que as mensagens foram enviadas a partir de um número de celular não rastreável! – Reclama, Almighty Dike.

 

- Mas, o que ele te manda? – Indaga Blue Dog.

 

Almighty Dike responde:

 

- Aquilo que você já ouviu, meu cão amigo. Mas, os demais não. De fato, no relatório, eu não detalhei muito a vestimenta dele e nem a música que ele entoou naquele dia. Por isso, os demais não conhecem... Então, mana e Stronger Tiger... Ouçam!

 

Dike coloca a mensagem para tocar. Portanto, todos podem ouvir o entoar da canção CLAMOR (N. do E: Tema de encerramento de Blue Red Dike). Stronger Tiger fala:

 

- Cacete! É essa a música que ele cantou para você? Ela tem uma mensagem contemplativa, esperançosa e de clamor! Chega a ser divina.

 

Após essa breve conversa, todos percebem que a princesa sente muitas dores ao ouvir a música. Em seguida, os olhos de Famellius emitem brilhos verdes. Ajoelhada e colocando as mãos nos ouvidos, ela grita:

 

- Não pode ser, titio! Você está vivo? Você está maléfico também? Não!!!!

 

- Mana! – Brada Dike.

 

Almighty Dike, Stronger Tiger e Blue Dog tentam se aproximar da Princesa Famellius. Porém, ela emite uma super energia os jogando longe.

 

- É perigoso ficar perto de mim, irmão! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

 

Neste momento, ela se torna uma energia brilhante e sai voando pelos ares.

 

- Nãooo! Volte aqui, mana! Stronger Tiger, Blue Dog! Vamos lá! Atrás dela! – Conclama, Dike.

 

Usando o poder Spinifex, Dike revigora as motocas dele e Tigrão. Dike e Blue Dog montam na Spinifex Speedway e partem atrás da luz verde brilhante em fuga.

 

- Eita, família complicada, porra! Mas, coitados. Eu sei que estão envoltos numa situação dramática e caótica. Tudo isso irá causar a instabilidade de nosso planeta. Preciso ajudar! Vamos lá, Tigrão! – Resmunga Stronger Tiger ao montar na sua moto Tigerness.

 

Deste modo, Stronger Tiger também parte para ajudar seu amigo.

 

Num morrote, alguns metros dali, surge ele: o Andarilho. Ele guarda o celular no bolso e pensa consigo: “Sou um covarde mesmo. Não consigo tomar uma atitude firme de me revoltar. Acabo pensando mais em mim e na minha família...”. O Andarilho segura em suas mãos um pingente em forma de coração. Ele o abre e no mesmo consta uma foto contendo uma linda mulher e uma menina. Lágrimas escorrem de seus olhos.

 

Nesta hora, o Andarilho começa ouvir estranhas vozes e sussurros femininos em seu ouvido:

 

- Vamos, meu querido Andarilho! Chegou a sua vez de doar sua vida em prol de nossa causa! – Sussurra a voz feminina da Queen.

 

Agitado, Andarilho guarda o pingente num bolso secreto presente em seu poncho e sai correndo desesperado tentando fugir da sombra do mal que se avizinha dele.

 

- Não! Eu não quero! Eu implorei que só queria ser o que sempre fui: um espião... Um vigia! Nada mais!

 

A energia maléfica começa a envolver o Andarilho como uma fumaça negra e o vai paralisando. Raios surgem no meio dessa nuvem negra e vão aplicando choques no pobre e indefeso MORB.

 

- Não!!!! Pare!!!!!!!!!!!! Não!!!! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!

 

Andarilho dominado e amedrontado cai ao chão, se contorcendo de dor no meio da fumaça e raios negros. Então, a voz feminina da Queen se transmuta para uma voz masculina grossa e metalizada:

 

- Hahahaha! Você não tem escolha! É hora de dar a sua vida, meu capacho fiel: OLD MOLUSKS! Hahaha!

 

- NÃO!!!!!!!!!!! SOCORRO!!! AHHHHHHHHHHHHH!

 

Continua...

 

PRÓXIMO EPISÓDIO: UM DEMÔNIO.

TEMA DE ENCERRAMENTO:

CLAMOR

Letra: Art Shadow Moon

Música/Vocais: Leo Oliveira

Produção musical e arranjos: Grave Online/Val Waxman

(Caso não rode automaticamente, o link do vídeo segue para acesso no Youtube):

https://www.youtube.com/watch?v=6pZJSWKaJKU