Capítulo #8 – Mata adentro
Em algum lugar desconhecido
Cris recobrou os sentidos. Ele percebeu que estava deitado de bruços na areia de alguma praia, porque ele ouvia as ondas do mar. Olhou em volta e não reconheceu aquela praia. Ele levantou-se e ficou se batendo, para tirar a areia que estava em seu uniforme. Olhou em volta mais uma vez e viu que a praia estava deserta. A última coisa que ele se lembrava foi que o uniforme de Zaira explodiu diante dele e dos outros Batarangers. Sabe Deus como, ele sobreviveu à explosão, mas e os outros?
Ele pegou seu BataMorpher e disse:
“Ribeiro para a base. Estou em uma praia desconhecida.”
Nenhuma resposta.
Ele apertou o botão de emergência do BataMorpher e repetiu a mesma coisa. Também não obteve resposta da base.
O que estava acontecendo? O que estava impedindo dele se comunicar com a base, até mesmo apertando o botão de emergência? Ele tentou comunicar-se com seus companheiros:
“Pessoal, aqui é o Cris! Pessoal, respondam!”
Porém, não houve resposta.
Cris pensou: “Será que estou em uma ilha deserta? Não é possível que ninguém tenha respondido.”
Então, ele foi andando pela areia da praia. De fato, a praia está completamente deserta, só com o barulho das ondas e o grasnar das gaivotas. Como o Sol não estava a pino, o horário naquele momento era por volta das quatro ou cinco horas da tarde.
Cris ia andando sem rumo, quando de repente, ele viu algo na areia! Era um corpo humano masculino deitado de bruços, que também usava o uniforme da F.E.B. Cris logo reconheceu:
“Tarso!”
Ele foi correndo até onde seu primo estava caído e o virou de barriga para cima. Tarso estava desacordado, mas estava respirando. Cris começou a sacudi-lo.
Cris: “Tarso, acorda! Tarso, por favor, acorde, primo!”
Tarso começou a abrir os olhos e viu seu primo o sacudindo, sem entender nada.
Tarso: “Cris? O que...o que está havendo?”
Cris o abraçou e disse:
“Graças a Deus que você está bem, primo! Já estava preocupado.”
Tarso sentou-se na areia e olhou em volta, com a testa franzida, sem entender nada do que estava acontecendo.
Tarso: “Cris, onde... onde nós estamos? Que...que praia é essa?”
Cris: “Também me faço estas perguntas, primo. Estou tão confuso quanto você.”
Tarso: “Cara, a última coisa que me lembro foi da explosão lá no Centro. Demos sorte de sobrevivermos.”
Cris: “Verdade. Eu também só me lembro da explosão. Eu espero que os outros tenham sobrevivido.”
Tarso: “Eu também espero. Mas e aí, comunicou-se com a base?”
Cris: “Aí é que tá, não consegui, nem apertando o botão de emergência. Sinto que estamos em uma ilha deserta.”
Tarso: “Bem, pelo menos, a praia está deserta. Nós não temos alternativa: temos que explorar este lugar, para ver se conseguimos estabelecer algum contato com a base ou quem sabe, encontrarmos os outros.”
Cris: “Também não vejo opção. Vamos começar pela areia. Se a gente for de ponta a ponta da praia, talvez a gente encontre algo ou alguém.”
Tarso: “Beleza. Cris, me ajude a levantar, por favor.”
Cris estendeu a mão para o primo, que se levantou. Os dois saíram andando pela areia da praia.
Cerca de cinco minutos de caminhada (a praia era curta), ambos voltaram ao mesmo lugar onde se encontraram e eles estavam com o semblante de decepção.
Cris: “Cara, andamos de ponta a ponta e não encontramos nada nem ninguém! Agora é oficial: estamos em uma ilha deserta.”
Tarso: “Acho que não, Cris. Os outros devem está em outra parte deste lugar que nem sabemos se é uma ilha. Vamos continuar a exploração.”
Cris: “Para onde? Para o mar?”
Tarso: “Claro que não, Cris. Pela mata adentro.”
Cris: “Pela mata? E se tiver algum bicho por lá?”
Tarso: “Ah, cara, tu tá com medo de bicho da mata? A gente enfrenta cada gente bizarra e você está com medo?”
Cris: “Não é medo, Tarso. É que eu nunca me aventurei na mata, tipo fazer trilha e os cambau.”
Tarso: “Pois eu já fiz treinamento de combate na selva, quando eu servi ao Exército. Tenho alguma experiência em adentrar na mata.”
Cris: “Caramba, você serviu? Que legal!”
Tarso: “Sim, mas fiquei só um ano. Depois que fui dispensado, entrei para a PM, depois para a F.E.B. e o resto é história.”
Cris: “Pois eu, quando me alistei, pedi para sobrar, por causa de minha mãe.”
Tarso: “Entendi... Minha tia não podia ficar sozinha mesmo.”
Cris concordou com a cabeça.
Tarso: “Vamos adentrar na mata. É só me seguir. Se tiver bicho, tipo uma onça, a gente só foge.”
Cris: “Entendi. Vamos.”
E os primos adentraram-se na mata.
No meio da mata
Cris e Tarso foram adentrando naquele mar de árvores e cipós. Chegando em uma clareira, eles pararam para descansar e Cris disse:
“Ei, Tarso, a gente já não passou por aqui antes?”
Tarso olhou em volta e respondeu:
“Agora que você falou... Parece que estamos andando em círculos.”
Cris: “Você já se perdeu na mata, na época de Exército?”
Tarso: “Claro que não. Se eu me perdesse, já me dispensavam. É que faz tanto tempo que eu não entro em uma mata. Eu me sinto enferrujado.”
Cris: “De boa. Pelo menos, temos um ponto de referência. Temos que fazer alguma marcação, só para indicar o ponto.”
Tarso: “Certo. Deixa comigo.”
Ele pegou um galho e tirou do bolso um lenço preto, que os soldados da F.E.B. carregavam. Com o galho e o lenço, fez uma espécie de bandeira, fincando-a no solo.
Cris: “Show! Você aprendeu a fazer bandeira no Exército?”
Tarso: “Não, foi no YouTube mesmo. Gosto de canais de sobrevivência.”
Cris: “Bem, gosto não se discute...”
Tarso: “Ah, é? Que tipo de canal de YouTube você gosta?”
Cris: “Gosto mais de ouvir música mesmo.”
Tarso: “Que tipo de música?”
Cris: “Ah, sei lá. As músicas que fazem sucesso no momento.”
Tarso: “Já eu gosto das músicas antigas, dos anos 1980 e 1990.”
Eles deixaram a clareira onde estava a bandeira improvisada e seguiram adentrando a mata.
De repente, eles ouviram um barulho estranho, como se fosse uma serra elétrica...
Cris: “Que...que barulho é esse?”
Tarso: “Sei lá.”
Eles se esconderem atrás de uma árvore.
E o barulho foi aumentando...
Ambos sacaram suas BataPistolas e descobriram o que estava fazendo aquele barulho... Era uma espécie de robô, de aspecto humanoide, de cor cinza e com a letra ômega no peito.
Cris: “Um soldado Ômega robô?”
Tarso: “É o que parece.”
Cris: “Vamos chamá-lo de Omegatron.”
Tarso: “Não pensaria em nome melhor.”
De repente, eles ouviram mais uma vez o barulho de serra elétrica e surgiram mais quatro Omegatrons.
Cris e Tarso saíram de trás da árvore com suas BataPistolas apontadas para os robôs. Cris perguntou:
“O que querem?”
A resposta foi um raio laser vermelho saindo dos olhos de um dos Omegatrons, que quase atingiu os primos e destruiu completamente a árvore onde estavam escondidos antes.
Cris: “Eita! Esses caras não são de brincadeira!”
Os outros Omegatrons também lançaram raios vermelhos pelos olhos, destruindo as árvores em volta.
Cris: “Isso só contribui para o desmatamento...”
Tarso: “Vamos ativar a BataFarda, Cris.”
Cris: “Certo!”
Ambos: “BataFarda, ativar!”
Os corpos dos dois iluminaram-se, surgindo assim as BataFardas.
Os raios dos Omegatrons atingiram os primos, mas a blindagem dos uniformes deles suportou os raios. Eles dispararam as BataPistolas nos robôs, mas nada aconteceu.
Cris sacou sua BataBazooka e Tarso, seu BataRifle. Ambos atiraram contra os Omegatrons, mas nada adiantou. Os robôs estavam intactos.
Cris: “Impossível!”
Tarso: “Cris, acho que eles não são como os robôs do SimuDeck, que a gente só atira e eles se desmontam...”
Cris: “Percebi!”
Os cinco Omegatrons atiraram ao mesmo tempo contra os Batarangers. Dessa vez a blindagem das BataFardas não suportou e elas foram desativadas.
Os primos foram ao chão e como eles estavam em uma elevação, saíram rolando ladeira abaixo. Eles pararam de rolar e se levantaram, com os rostos cheios de capim e escoriações.
Cris: “Tarso, ‘cê tá legal?”
Tarso: “Tô, e você?”
Cris: “Tudo certo. Meio dolorido, mas tudo certo.”
Tarso: “Cara, o que foi aquilo? Aqueles robôs são fortes demais!”
Cris: “Eu queria que os outros estivessem aqui. Infelizmente, só nós dois não demos conta.”
Tarso: “Bem, pelo menos, ainda estamos vivos. Vamos continuar nossa exploração.”
Cris olhou em volta e disse ao primo:
“Hã, Tarso... Você reparou aonde nós caímos?”
Tarso também olhou em volta e disse:
“Sim, caímos em uma estrada! Se tem estrada, significa que este lugar não é desabitado.”
De fato, eles tinha caído em uma estrada asfaltada. Um tanto esburacada, era verdade, mas era uma estrada como outra qualquer.
Tarso: “Temos que ver para onde vai esta estrada.”
De repente, Cris exclama:
“Tarso, olhe! Uma casa!”
Tarso olhou e viu uma casa, na verdade, uma cabana, em uma elevação do outro lado da estrada.
Cris: “Vamos! Talvez lá tenha alguém que saiba onde nós estamos e que também tenha alguma forma de entrar em contato com a base e/ou com os outros.”
Tarso: “Certo!”
E os dois foram correndo em direção da cabana.
CONTINUA...
No próximo capítulo:
Aline e Jéssica acordam no meio da mata e elas exploram o local.
6 Comentários
Episódio muito bem narrado !
ResponderExcluirFelizmente ,Cris e Tarso sobreviveram.
Quanto aos demais,não se tem notícia.
A questão da ilha deserta e dos Omegatrons, deixou tudo ainda mais difícil e tenso.
Nossos heróis estão passando por um momento vem difícil!
Batarangers cada vez melhor!
Show de bola!
Eu disse que a coisa só ia piorar... Obrigado pelo feedback de sempre.
ExcluirOutro excelente episódio. Os perigos rondam grandemente os Batarangers.
ResponderExcluirEsta segunda temporada tem sido muitíssimo bem construída e cheia de fortes emoções.
O cenário da ilha deserta e a ação dos Omegatrons elevou a qualidade da trama e aplicou ainda uma tensão no ambiente.
Acho bem legal você estar usando ganchos finais que despertam o interesse do leitor para o próximo passo a ser dado. O Norberto é um dos melhores escritores aqui do blog e sempre diz a todos isso.
E, o final com Cris e Tarso correndo, num ambiente inóspito, encontrando uma misteriosa cabana, deixa a gente aflito e ansioso do que está por vir.
Parabéns.
Obrigado pelo feedback de sempre. Eu li as dicas de vocês e as outras histórias e fico lisonjeado pelos elogios. Garanto muita coisa ainda vai acontecer daqui para frente na história. Abraços.
ExcluirLegal, Israel.
ExcluirPosso te dizer que suas obras e as de todos aqui no blog têm tido boas visualizações e leituras. Mas, vivemos uma época em que as pessoas não comentam mesmo. Acaba que nos mesmos é que nos incentivamos e interagimos.
O blog aqui é para isso mesmo. Aliás, estamos usando o mindset para dar voz aos autores e priorizando até os mais recentes no blog. Tire um tempinho e, se possível, dê uma olhada nos 3 programas que já aconteceram. Muito em breve, chamaremos você.
Fico feliz que outras histórias estão te inspirando. Há muitas obras mesmo no blog. Não dá pra ler tudo. Mas, procure interagir com alguma de modo mais frequente. Você verá como é bom!
Fica aqui mais um voto de parabéns por um trabalho bem organizado!
Valeu, Artur!
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