No capítulo anterior:
Jefferson e Mateus contam a Cris e Tarso como encontraram Sabrina na Ilha das Rosas e ela contou como foi sequestrada.
Capítulo #14 - Reencontros
Ilha da Rosas - No meio da mata
Cris e Jefferson adentraram pela mata na noite de Lua cheia. Jefferson iluminou suas mãos para enxergarem o caminho. Ambos andavam sem falar nada, até que Cris quebrou o silêncio:
“Ei, Jeff, eu queria te agradecer mais uma vez por ter salvo a mim e ao Tarso do ataque dos licantropos.”
Jefferson: “Não há de quê, brother. Se a Sabrina não curasse a mim e ao Mateus, a gente nunca teria se encontrado. Cara, o poder dessa menina é o máximo!”
Cris: “Verdade, eu sou a prova. Ela curou minha clavícula, há três meses.”
Jefferson: “Aí, eu não sou como a Jéssica, que gosta de fofoca, mas é verdade que o Tarso tem um rolo com a irmã da Sabrina?”
Cris: “Que nada, Tarso é tímido feito uma porta. Ela parece gostar dele e ele dela, mas ele não consegue dizer isso a ela.”
Jefferson: “Ou seja, era tipo você com a Aline, hahaha!”
Cris: “Não começa, cara. Mas você tem razão. Eu não conseguia expressar meus sentimentos à Aline, muito mais pelo jeitão dela. Mas isso é passado. No momento, temos que encontrá-la, além de sua irmã.”
Jefferson: “Foi mal pelo comentário, é que não estou acostumado a ficar longe da Jéssica.”
Cris: “Tudo bem, cara.”
Jefferson: “Eu não me perdoaria se algo acontecesse a ela, apesar dela saber se defender. Nós fizemos uma promessa: nascemos juntos, morreremos juntos.”
Cris: “Tá, mas se ela ter uma vida longe de você, tipo, ela se casar e for morar longe de você?”
Jefferson: “Foi uma metáfora, Cris. Quis dizer no sentido de nunca um abandonar ao outro, porque há irmãos que se abandonam quando chega um certo tempo.”
Cris: “Entendi. Minha mãe e a minha tia, mãe do Tarso, se separaram há tempos, tanto que fui descobrir que tinha uma tia apenas no leito de morte da minha mãe (*).”
Jefferson: “Bem, pelo menos, você teve mãe e ainda tem seus tios. Eu só tenho a Jéssica como família.”
Eles ficaram em silêncio por um instante, até que Jefferson falou:
“Vem cá, a irmã da Sabrina é bonita? Porque a própria Sabrina é muito bonita e presumo que a irmã deva ser também.”
Cris: “Ei, tira o olho da garota do meu primo, hein? Hahaha!”
Jefferson: “Calma, só fiz uma pergunta. Não mexo na gaveta dos meus amigos, hehehe.”
Cris: “Tá certo. Respondendo sua pergunta, sim, a Simone é muito bonita. Segundo a Aline, ela parece sua irmã, só que morena.”
Jefferson: “Eita, então, nem vou comentar, porque sou suspeito para falar da Jéssica, hehehe!”
Cris: “Tá, mas a Aline também disse que a Simone lembra a Dra. Angélica. E aí?”
Jefferson: “Opa, agora posso comentar. Se é do nível de beleza da Dra. Angélica, então Tarso é um cara de sorte.”
Cris: “Verdade. Além de ser linda, a Simone é muito gente boa.”
Jefferson: “Acho engraçado é a Aline falar desse jeito de outra mulher. Você a mudou mesmo, hein?”
Cris: “Que nada. Se ela mudou, não foi por minha causa, mas por si própria.”
Jefferson: “Duvido. É que ela ficou muito mais sociável desde que você chegou à F.E.B. Sim, você foi responsável por essa mudança dela.”
Cris: “Ainda acho que não, mas cada um com sua opinião. Mas fala aí, Jeff, você não gosta de alguém ou alguém gosta de você?”
Jefferson: “Não, não gosto de ninguém e ninguém gosta de mim, infelizmente.”
Cris: “Ah, mas não tem como alguém não gostar de você, exceto o Quebra-Luz (**), Araki, Lahm, os Irmãos Cobra...”
Ambos riram.
Cris: “Falando sério, não tem como alguém não gostar de você. É inteligente, boa-pinta e é o melhor jogador de FPS da F.E.B.”
Jefferson: “Admitiu que sou o melhor jogador? Hahaha! Poxa, valeu, Cris. Você é um amigo de verdade.”
Cris: “Não há de quê, Jeff.”
De repente, eles ouviram um farfalhar de folhas. Imediatamente, eles sacaram as BataPistolas e apontaram-nas para a direção do barulho.
Jefferson: “O que foi isso? Será os licantropos ou os tais robôs?”
Cris: “Não são os Omegatrons, porque eles fazem barulho de serra elétrica. Pode ser os licantropos.”
Eles mantiveram as pistolas apontadas, quando de repente, um vulto atacou Jefferson, que foi ao chão.
Cris: “Jeff! Você tá legal?”
Jeff: “Estou. O que foi isso que me atacou?”
Cris: “Sei lá, foi tão rápido que nem vi.”
Eles ouviram passos e viram uma jovem andando de quatro, arreganhando os dentes. Era Felícia.
Cris: “Parada aí! Não queremos machucá-la!”
Mas Felícia não ouviu e avançou contra eles novamente. Jefferson lançou bolas de luz contra ela, que acabou recuando. Cris segurou os braços dela por trás, mas ela se desvencilhou dele. Ela mostrou as unhas afiadas para arranhá-lo, mas Jefferson segurou as mãos dela.
Cris: “Jeff, segure firme. Eu vou tocar nela.”
Ele tirou suas luvas e pôs as mãos nos ombros de Felícia e ela perdeu os sentidos.
Jefferson: “Ufa, essa foi por pouco! Valeu, Cris.”
Cris: “De nada. Não é a primeira vez que eu toco em um felino. Só espero não tomar ‘banho de gato’ dessa vez (***).”
Jefferson: “E agora? O que a gente faz com ela? Vamos algemá-la?”
Cris: “Não, vamos esperar que ela acorde e aí perguntamos se ela viu as garotas.”
Jefferson: “Certo.”
***
Felícia recobrou os sentidos e olhou atentamente a Jefferson. Ela perguntou:
“Moça, o que está fazendo aqui? Você e sua amiga não chegaram na praia?”
Cris e Jefferson se entreolharam. Eles estranharam que ela tenha chamado o segundo de “moça”.
Jefferson: “Ei, senhorita, você está enganada. Eu sou homem.”
Felícia: “É mesmo? Você... parece muito... a moça loira... que eu... falei há pouco... e ela estava com outra moça... de cabelo preto...”
Os rapazes se entreolharam de novo. Cris perguntou à Felícia:
“Hã, senhorita... Você viu uma moça igual a ele, só que com o cabelo longo?”
Felícia: “S-s-sim... e ela estava com outra moça.”
Jefferson: “Então, a moça loira é minha irmã gêmea. A outra moça é a namorada do meu amigo aqui.”
Felícia: “Namorada? É igual namorado, que é aquela pessoa que você gosta e gosta de você?”
Cris: “Isso mesmo. Aliás, qual é seu nome?”
Felícia: “Nome? É Felícia...”
Jefferson: “Felícia, onde você viu minha irmã e a outra?”
Felícia: “Não foi longe daqui. Eu... mostrei a elas o caminho para a praia, enquanto eu atraí os ‘bichos de ferro’ para que elas seguissem caminho.”
Cris: “Bichos de ferro? Devem ser os Omegatrons.”
Jefferson: “Certo, Felícia. Você pode mostrar para nós o caminho da praia?”
Felícia: “Claro, eu posso mostrar, sim. Vocês... também são gentis... Me desculpe por atacar vocês... Foi meu instinto de atacar forasteiros... Eu... também ataquei as moças... Também pedi desculpa para elas.”
Cris: “Tudo bem, Felícia. Nós a perdoamos.”
Felícia: “Então, me sigam.”
Ela andou na frente e os rapazes a seguiram.
Na praia – Algumas horas antes
Antes de Cris e Jefferson irem à procura de Aline e Jéssica, vamos saber o que ocorreu com elas depois que se separaram de Felícia e alcançaram a praia.
Aline e Jéssica chegaram à praia e logo se decepcionaram: a praia estava deserta! E para piorar a situação delas, o Sol começou a se pôr.
Aline: “Droga, a praia está deserta! Não há nenhum sinal de vida!”
Jéssica: “Será que Felícia nos enganou?”
Aline: “Acho que não. Se nos enganou, é uma excelente atriz. A gente pediu para ela nos mostrar o caminho da praia e ela mostrou, mas ela nunca disse o que tinha na praia e nem perguntamos.”
Jéssica: “Pois é, demos mole. Agora, está escurecendo e a mata está cheia desses robôs e nós nem demos um arranhão neles.”
Aline: “O que podemos fazer agora? Não podemos ficar aqui, esperando amanhecer. Além disso, está batendo um vento frio.”
Jéssica: “Pena que não aprendemos a acampar no treinamento, no máximo a gente aprendeu a ficar de tocaia, mas em área urbana.”
Aline: “Verdade. Sinceramente, não sei o que fazer.”
As duas sentaram na areia da praia. Elas ficavam observando o pôr-do-sol e o surgimento da Lua cheia.
Jéssica: “Bom, pelo menos nesta ilha, podemos admirar a natureza, não acha, Aline?”
Aline: “Verdade, mas me incomoda muito essa sensação de impotência. Sem comunicação, sem encontrar nossos amigos e com esses robôs circulando por aí e a gente nem consegue derrotá-los.”
Jéssica: “Amiga, o que nos resta é acreditar em Deus, para que as coisas se esclareçam.”
Aline: “Amém.”
***
De repente, elas ouviram um farfalhar de folhas vindo da mata e elas ficaram de pé e apontaram as BataPistolas para a direção do barulho.
Jéssica: “Quem está aí?”
A resposta veio e foi de uma voz que ela conhecia muito bem...
“Mana?!”
Jéssica: “Jefferson?!”
De dentro da mata, saiu Cris, Jefferson e Felícia.
Jéssica saiu correndo na direção do irmão.
Jéssica: “Mano!”
Jefferson: “Jéssica!”
Os irmãos se abraçaram.
Jéssica: “Que bom que esteja bem, meu irmão. Eu...eu fiquei muito preocupada com você.”
Jefferson: “Eu também fiquei preocupado com você, mana, mas sempre acreditei que você estivesse aqui na ilha.”
Os dois ficaram abraçados por um tempo.
Jefferson: “Depois do que eu passei, nem reclamo mais dos seus abraços apertados...”
Jéssica: “Hein? O que houve com você, Jeff?”
Jefferson: “É uma longa história. Eu falo depois.”
Enquanto isso, Cris e Aline se abraçaram também.
Cris: “Graças a Deus que você esteja bem, Aline! Eu fiquei muito preocupado com você.”
Aline: “Eu digo o mesmo, Cristiano.”
E os dois se beijaram.
Em seguida, Cris e Jéssica se abraçaram e Aline e Jefferson fizeram o mesmo.
Felícia observava tudo aquilo em silêncio. Jéssica foi até a ela e disse:
“Felícia, que bom vê-la novamente! De antemão, já agradeço por trazer meu irmão e Cris até aqui.”
Felícia: “De nada. Eles foram gentis comigo, assim como vocês.”
Aline: “Faço minhas as palavras as da Jéssica, só trocando ‘meu irmão’ por Jefferson.”
Felícia: “Não há de quê, moça. Então, esse é o tal de namorado?”
Aline: “Sim, hehehe... Obrigada mesmo por trazê-lo para cá.”
Ambas riram.
Cris pigarreou alto para chamar a atenção dos outros e disse:
“Aline e Jéssica, nós encontramos uma cabana no meio da mata e Mateus e Tarso estão lá, além de Sabrina.”
O último nome citado surpreendeu as garotas.
Aline: “Sabrina?! Vocês encontraram a Sabrina aqui na ilha?”
Jefferson: “Sim e também é uma longa história. Vamos contá-la lá na cabana.”
Jéssica: “Que ótimo! Não falei, Aline, para a gente acreditar em Deus, que as coisas iriam se esclarecer?”
Aline: “Verdade. Então, vamos para essa cabana.”
Eles foram andando, porém, Jéssica parou e voltou-se para Felícia:
“Quer vir com a gente? Vamos te apresentar outros amigos nossos, que também são gentis como nós.”
Felícia: “É mesmo? Se for assim, então, eu vou.”
Então, os cinco adentraram pela mata, em direção à cabana.
(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 14.
(**) Ler Força Especial Bataranger, capítulos 4 e 20.
(***) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 4.
No próximo capítulo:
Os Batarangers vão até à estação de rádio da Ilha das Rosas.
4 Comentários
Grande Israel !
ResponderExcluirFinalmente a Aline e a Jéssica foram encontradas,graças a Felicia, nossa versão da Juma .
Creio que ela,unida à equipe será de grande valia,assim como Sabrina!
Será que ambas HM se tornarão novas Batarangers um dia ?
Seria interessante esse acréscimo !
Outro excelente capítulo !
Obrigado pelo feedback de sempre. Sabe, a Felícia não foi inspirada na Juma. Quis o destino que a Felícia fosse introduzida na época da novela, hehehe. Sobre as novas HMs entrarem para a equipe, é algo a ser considerado para o futuro. Abraço.
ExcluirFelícia salva Jéssica e Aline. Muito bom! O cerco vai se fechando e os Batarangers vão evoluindo mais e mais e se reorganizando.
ResponderExcluirDe qualquer forma, já é claro para mim que Sabrina e Felícia serão úteis aos heróis. Se terão poderes ou armaduras, eu não sei. Mas, elas serão importantes.
Parabéns.
Obrigado pelo feedback de sempre.
Excluir