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Quem é M. Bison? - A história nunca antes contada (Capítulo IX)

 

                                            Capítulo IX - Vega e Balrog, as duas faces de Janus (parte II)

Balrog tornou-se uma lenda no mundo dos assassinos do norte da Espanha. Até mesmo na França e em Portugal seu nome era conhecido e temido. Assassinatos perpetrados por ele foram registrados não apenas em Barcelona, como também em cidades como Pamplona, Bilbao, Gijón, Compostela e Oviedo, e até mesmo em Narbonne, Avignon e Saint Tropez no sul da França, no Porto em Portugal e em Turim na Itália. De modo geral, as regiões da Espanha em que ele era mais ativo eram a Catalunha, o País Basco e as Astúrias.

Ninguém sabia quem era o homem que se esconde por trás de sua máscara e da garra que ele empunha na mão direita. Até que por um golpe do destino ele veio a ser capturado em uma operação policial depois de matar um importante político de Barcelona, Sebastian Hidalgo de los Rios, a serviço de um rival político dele, Benício Zubizarreta.

Benício Zubizarreta é um político egresso do franquismo que habilmente logrou sobreviver ao fim do regime franquista na Espanha, em 1975. Um verdadeiro camaleão político, oportunista por natureza, que troca de ideologia como quem troca de roupa e sempre procura estar do lado dos poderosos de plantão.

No passado, ele foi um dos mais ardorosos defensores do regime franquista. Dizia, entre outras coisas, que Franco era a salvaguarda da ordem e da unidade espanhola. Mas tão logo o barco franquista começou a afundar e o próprio Franco veio a morrer em 1975, Benício Zubizarreta mudou de lado como quem troca de roupa: dizendo-se uma Madalena arrependida, apoiou a restauração da monarquia espanhola e se posa perante o público como um dos principais defensores da jovem democracia espanhola. Chega ao ponto de dizer que está mais que na hora de a Espanha enterrar o franquismo de uma vez por todas e atualmente ele é um dos principais partidários da entrada da Espanha na União Europeia (concretizada em 1986).

O crime ocorreu em Paris. Sebastian (o qual tem conexões políticas na Cidade Luz e de tempos em tempos passa férias por lá) passava pela Torre Eiffel. Enquanto ele passava pela Torre Eiffel, Balrog o espreita como se fosse a presa a ser abatida pela águia que voa altiva pelos céus. A tocaia foi armada.

Quando Sebastian menos esperava, o ataque ocorre. Sebastian não sabe o que fazer ante a tocaia a qual foi submetido. Rapidamente, Sebastian foi golpeado e morto. Só que o que Balrog não imaginava e nem esperava é que Sebastian tinha proteção policial a seu dispor. Há tempos que ele vinha temendo por sua vida e por isso pediu escolta policial. Depois de ter matado o político, um tiroteio se sucedeu. Os policiais acertaram cinco balas em Balrog. Duas no peito, uma no braço direito, uma na perna direita e mais outra na perna esquerda. O suficiente para colocá-lo fora de ação e enviá-lo direto ao hospital.

Milagrosamente, Balrog, embora tenha sido gravemente ferido e por um tempo inconsciente, sobreviveu às balas, mas em contrapartida sua máscara foi retirada de seu rosto enquanto ainda se recuperava dos ferimentos no hospital, e a identidade de Balrog enfim foi revelada ao mundo: era o toureiro Fabio Luiz Vega. Vega foi preso pela polícia e pegou por este e mais outros homicídios anteriores uma sentença de 60 anos de cadeia.

Em decorrência do crime e da consequente revelação de seu envolvimento com o submundo dos assassinatos políticos, seu prestígio caiu. Visto que o seu rosto apareceu estampada nas capas de todos os jornais. O apresentaram de uma forma bem sensacionalista, como um assassino psicopata que vaga por ai, matando a torto e direito, sem mencionar em momento algum quem que está por trás dele. A assim chamada imprensa marrom, os famigerados tabloides (entre eles o jornal inglês The Sun), fez a festa à ocasião.

Todo o prestígio que ele tinha até então desmoronou como se fosse um castelo de areia sendo engolido pelo mar. E para piorar ainda mais as coisas, aconteceu aquilo que o amigo Juan Velásquez Alvarado previu na conversa na taverna: Vega foi rifado por seu antigo empregador, como forma de livrar a cara dele. Assim, no fim das contas, Vega foi sacrificado como se fosse um peão em uma partida de xadrez. E ao saber disso, o toureiro ficou muito irritado e inconformado.

Assim, enquanto Vega apodrece na cadeia, seu antigo empregador, Benício Zubizarreta, continua lindo, leve e solto, dentro da política catalã. Posando de um dos principais e mais ardorosos defensores da jovem democracia espanhola enquanto emprega assassinos para matar os rivais políticos dele. E sempre sacrificando seus assassinos de aluguel tão logo a serventia deles acabe ou algum problema ocorra. O tipo da pessoa que ao ver um barco afundando é a primeira que pula fora, como um rato.

Certa vez, ele foi acusado por um político chamado Ernesto Sánchez de Loyola de usar assassinos de aluguel para se ver livre de rivais políticos, e que Balrog era um deles. Na maior cara de pau e de forma bem cínica, o senhor Zubizarreta negava, dizendo que isso não passava de ilação da parte dele.

Tudo indicava que, dado a pena que recebeu, Vega passaria o resto de sua vida atrás das grades. E assim o foi por dois anos, até que Bison, ao ficar sabendo sobre a fama do toureiro espanhol, veio até a presença dele com a proposta de se juntar à Shadaloo. Bison apresentou sua proposta a Vega. Disse, entre outras coisas, que Vega seria um dos principais comandantes da Shadaloo. Sem pestanejar, o toureiro aceitou a proposta do demônio fardado. Mas não sem antes acertar as contas com o antigo empregador dele.

Uma vez livre, Vega, sorrateiramente e com o beneplácito de Bison, vai à mansão na qual Benício Zubizarreta vive nababescamente. Após passar pela segurança sem ser notado, ele enfim o encontra.

Vega (sarcástico): “Oi, patrãozinho”.

Benício: “Espere, Vega é você mesmo ou eu estou vendo coisas?! Não era para você estar apodrecendo atrás das grades, seu assassino?!”.

Vega: “Mas quanta empáfia da tua parte, hein patrãozinho. Você, que me empregou durante muitos anos e se beneficiou dos assassinatos que eu mesmo cometi agora me chama de assassino e diz que o meu lugar é atrás das grades. Até tem a ousadia de dizer que não me conhece. Acho que você está precisando de uma bela lição”.

Vega não apenas aponta as garras de sua mão direita na direção do senhor Zubizarreta, como também lança um olhar assassino na direção dele. O senhor Zubizarreta fica paralisado ante o olhar de Vega, de tanto medo e pavor.

Benício: “Espere... por favor, Vega, clemência! Poupe-me, por favor! Olha se você quiser posso lhe pagar o quanto quiser que eu lhe dou! Só lhe peço para que me poupe!”.

O senhor Zubizarreta, no desespero, tenta fazer com que Vega mude de ideia. Mas é tarde demais.

Vega: “Como você é um tolo, patrãozinho. Veremos se o todo o dinheiro que você tem irá lhe salvar agora mesmo”.

Benício: “Espere Vega, eu lhe pago...”.

Vega: “Tarde demais. Fim da linha para você”.

De forma frenética, Vega se lança na direção de seu antigo empregador e com golpes de garra certeiros no pescoço e no peito e o mata.

Assim Vega coloca não apenas coloca ponto final na vida do antigo empregador dele, como também um ponto final na antiga vida dele de assassino de aluguel a serviço de políticos e dá início a um novo parágrafo a serviço de Bison, disposto a recuperar toda a glória e todo o prestígio de que um dia ele e a família dele tiveram em nome da beleza. Tal qual a estrela que lhe dá nome, que um dia já foi a estrela polar dos céus do hemisfério norte.

3 Comentários

  1. Aqui estamos vendo a entrada de Vega e Balrog, com os nomes invertidos ,tal como no original.

    A quadrilha de Bisón cada vez se encorpa mais

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    1. Não sei se você percebeu, mas nessa história Balrog é também o nome de guerra do Vega no mundo dos assassinos. Fiz isso até como uma forma de juntar o nome original e o nome americano do toureiro espanhol. O boxeador ainda está para aparecer.

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