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Quem é M. Bison? - A história nunca antes contada (Capítulo II)

 

                                                Capítulo II - As primeiras encarnações


Sabe-se que Bison já teve vários corpos ao longo de vários séculos. O próprio Bison certa vez teria dito que já teve várias faces ao longo da história, todas elas relacionadas ao terror e que de alguma forma participaram de importantes eventos da história humana.

Alguns acreditam que o primeiro hospedeiro da alma de Bison foi o lendário dragão Fafner.

Fafner originalmente era um gigante, que por sua vez tornou-se um dragão por meio do poder do lendário tesouro amaldiçoado do Rio Reno, até então em poder das ninfas do rio que hoje atravessa a fronteira entre a França e a Alemanha e desagua em Amsterdã, a capital da Holanda.

Ao entrar em contato com o tesouro do Rio Reno, uma das almas malignas tomou conta de seu corpo e não apenas potencializou sua maldade interior, como também possibilitou tal transformação e elevou drasticamente seu poder. O poder de Fafner era tamanho que ele aterrorizava as florestas do norte da Europa em algum momento da Antiguidade Tardia, mais precisamente entre os séculos III e IV.

O reinado de terror de Fafner durou até que em determinado momento ele foi vencido pelo lendário herói Siegfried, com a espada Balmung em mãos. Depois de matar Fafner, Siegfried banhou-se no sangue do dragão e não apenas tornou-se imortal, como também se apoderou do tesouro dos Nibelungos e ganhou a habilidade de falar com os pássaros.

Ao morrer nas mãos do herói, Fafner lançou maldições em formas de palavras, dizendo que não apenas Siegfried seria amaldiçoado dali em diante e teria uma morte horrenda, como também que um dia voltaria, em um novo corpo, dando início a um novo reinado de terror.

E, diga-se de passagem, a história deu razão ao dragão que um dia foi um gigante: Siegfried, depois de uma série de aventuras, foi morto por conta de uma tocaia armada pelo guerreiro Hägen de Tronje, um dos mais leais guerreiros a serviço de Gunther, o rei dos burgúndios. Hägen acertou o ponto fraco de Siegfried, um ponto entre os ombros no qual uma folha caiu enquanto se banhava no sangue de Fafner e tirou o sangue do dragão desse ponto.

Depois de Fafner, o próximo hospedeiro da alma de Bison foi um homem que viveu no que hoje é a Itália, entre os séculos IV e V.

À época, o Império Romano (27 a. C. – 476 d. C.), outrora poderoso e próspero, passava por sérias crises e o seu poderio já não era mais o mesmo de antes. Estas crises se agravaram principalmente a partir dos anos 370, quando os godos, até então estabelecidos nas estepes ao norte do Mar Negro (atual Ucrânia), adentraram em massa no Império Romano.

À época, os hunos, até então estabelecidos onde hoje é a Mongólia, o sul da Sibéria e o norte da China iniciaram um movimento migratório na direção do oeste depois de terem sido vencidos pela China, ainda no tempo da Dinastia Han (206 a. C. – 220 d. C.). Uma parte deles se estabeleceu na Ásia Média e formou a Horda Branca, também conhecida como Horda Heftalita (anos 440 – 560), que durante muito tempo causaram grandes dores de cabeça ao Império Persa Sassânida (224 – 651). Já outra parte deles migrou ainda mais a oeste, na direção das estepes ao norte do Mar Cáspio.

Por volta do ano 370, os hunos, sob a liderança do chefe Balamir, submeteram os sármatas e os alanos até então estabelecidos nas estepes entre os Rios Don e Volga. Tão logo os dois primeiros foram submetidos, os hunos deram continuidade ao avanço ao oeste. Atravessaram o Rio Don (chamado de rio Tanais pelos geógrafos romanos e gregos da época e tido como a fronteira terrestre entre a Europa e a Ásia) e destruíram o poder gótico estabelecido nas estepes ao norte do Mar Negro.

Em decorrência do avanço huno Europa adentro milhares de refugiados godos atravessaram o Rio Danúbio e buscaram refúgio dentro das fronteiras do Império Romano. Isso gerou uma crise dentro do Império Romano, como veremos abaixo.

À época, vivia em Aquileia, no nordeste da Península Itálica, um sujeito chamado Demetrius Urbanus de Aquileia. Um sujeito nascido em uma família local abastada, que tão logo alcançou a maioria entrou para o serviço militar romano.

Por volta dos 35 anos de idade, ele tomou parte na batalha de Adrianopla, travada próxima à atual cidade de Edirne (Trácia, parte europeia da Turquia). Foi uma batalha terrível, que ceifou milhares de vida, incluindo a vida do imperador romano Valente. Como também ceifou a vida dele próprio, vítima da lâmina de uma espada de um guerreiro godo cujo nome a história não registrou no meio do enfrentamento.

Entretanto, Demetrius Urbanus deixou descendência antes de vir a óbito com sua mulher Agripina. Demetrius e Agripina tiveram cinco filhos ao todo, e um deles ganhou o nome de Flavius Urbanus.

Quando o pai veio a óbito, Flavius Urbanus tinha ao redor de 10 anos de idade. Na medida em que crescia, Flavius Urbanus também passou a deplorar não apenas o fato de que o Império Romano vinha dando refúgio a várias tribos bárbaras e estas passavam a cada vez mais tomar conta do próprio exército romano por meio das tropas federadas. Como também igualmente deplorou a decadência do Império Romano (a ponto de ter sido saqueada em 410 pelos visigodos liderados por Alarico e ter perdido e abandonado vários territórios até então sob a jurisdição romana) e a conversão da própria Roma ao cristianismo em 380 por meio do Édito de Tessalônica, feito pelo imperador Teodósio I. O mesmo Teodósio I que 15 anos mais tarde veio a dividir o Império Romano em duas partes, uma ocidental baseada em Roma e outra oriental baseada em Constantinopla (atual Istanbul).

Ironicamente, o mesmo cristianismo que em séculos anteriores fora uma religião proscrita e severamente oprimida pelas autoridades romanas agora se tornou a religião oficial do Estado Imperial Romano. Para Flavius Urbanus, o império abandonar os deuses de outrora, tais como Janus e Juno, se converter ao cristianismo era o fim da picada, um sinal de decadência muito forte e algo inadmissível.

A partir desse momento, desiludido com o que via, Flavius Urbanus passou a se envolver cada vez mais com rituais de magia sombria. Uma magia capaz de elevar o poder da pessoa a níveis assustadores e inimagináveis para humanos normais.

Em um desses rituais de magia das trevas, feito longe do alcance das autoridades, Flavius Urbanus entrou em contato com diversos espíritos das trevas. E um desses espíritos fundiu-se com ele.

A partir daquele momento, Flavius Urbanus de Aquileia arregimentou alguns seguidores, os quais acreditavam na palavra dele. E com essa base de seguidores e um pequeno exército a seu dispor, começou a exercer um reinado terror que se estendeu sobre parte do nordeste da Itália, próxima aos Alpes.

Durante os anos de reinado de terror de Flavius Urbanus sobre o nordeste da Itália, tropas foram enviadas para destruí-lo, mas sem sucesso algum. Como eles conheciam bem o local, sabiam os locais certos para se esconder e emboscar e massacrar todos aqueles que viessem em seu encalço.

Entretanto, o seu reinado de terror uma hora chegou ao fim. Em 452, Átila, o rei dos hunos, resolve invadir pela segunda vez o Império Romano do Ocidente. Um ano antes, o rei dos hunos invadiu o Império Romano do Ocidente pela Gália (atual França) junto com vários aliados e vassalos seus, mas foi vencido pelo general romano Aécio na batalha de Chalons (travada próxima a atual Troyes, França). Dessa vez, Átila irá invadir pela Itália, precisamente o centro de poder da Roma Ocidental.

Vindos da Panônia (atual Hungria), Átila e suas tropas irromperam e adentraram na Itália através dos Alpes. Durante as primeiras fases da marcha dos hunos sobre Itália, eis que eles se encontram com Flavius e seus comparsas em uma área florestada próxima a Aquilea.

Apesar de todo o seu poder sombrio, ele não foi páreo para os ginetes hunos, que os cravaram com várias flechas e ao fim de tudo o degolaram a fio de espada.

Na sequência do massacre dos partidários de Flavius, Aquilea foi arrasada e destruída pelos mesmos hunos. Em decorrência da pilhagem perpetrada pelos invasores vindos do Oriente, Aquilea nunca mais se recuperou do baque sofrido.

Nos anos seguintes, uma nova cidade veio a florescer nas proximidades do local que outrora Aquilea ocupava: Veneza. Ao passo que tanto o Império Romano do Ocidente quanto o Império Huno tiveram fins inglórios. O primeiro por conta da invasão dos hérulos a Roma em 476, e o segundo por conta das disputas entre os filhos de Átila e levantes dos povos até então sob o domínio huno que ocorreram após a morte de Átila, em 453.

1 Comentários

  1. Começamos com o pregresso de Bison remetendo ao maldoso e terrivel Fafner.

    Acompanhemos!

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