Loading....

Força Especial Bataranger 2 - Capítulo 23 - Visões de um crime

 


No capítulo anterior: 


Finalmente, a BataLancha chega à Ilha das Rosas e os Batarangers saem de lá.



Capítulo #23 – Visões de um crime



Antes de sabermos o que acontecerá com os Batarangers assim que eles deixaram a Ilha das Rosas, vamos ao continente, mais precisamente à BataBase.



BataBase – Sala do comandante



Inspetor Meirelles entrou na sala abruptamente, o que espantou o comandante e Angélica.

Comte. Lopes: “Meirelles, o que houve?”

O inspetor prestou continência e respondeu com outra pergunta, um tanto ofegante:

“Lopes, você não sabe o que aconteceu?”

Comte. Lopes: “Não sei sobre o quê, Meirelles? Diga!”

Inspetor Meirelles: “Pedro Lahm foi encontrado morto em seu apartamento em Copacabana. Tudo indica que foi suicídio.”

Comte. Lopes e Angélica se entreolharam, espantados com a notícia.

Comte. Lopes: “Lahm morto e por suicídio? Não pode ser! Ele não era um tipo de pessoa que tiraria a própria vida. Ele era confiante demais para fazer isso.”

Angélica: “Perdoe-me, comandante, mas não sabemos muito a fundo sobre a vida pessoal de Lahm, só sabemos o superficial. Talvez essa parceria dele com Araki deva ter afetado seu estado emocional. Ela consegue entrar na mente das pessoas muito facilmente e eu sou prova disso (*). Sei lá, é só um palpite.”

Comte. Lopes: “Pode ser, doutora, mas eu tenho outra hipótese: e se não foi suicídio e foi assassinato? Quem seria capaz de matar para alcançar seus objetivos?”

Angélica e Inspetor Meirelles: “Araki!”

Comte. Lopes: “Exatamente. Com certeza, ela matou Lahm por alguma divergência e fez com que parecesse suicídio.”

Angélica e o inspetor entreolharam-se espantados. 

Inspetor Meirelles: “Uau, Lopes! Depois dizem que quem é metido a Sherlock Holmes sou eu! Como chegou à esta conclusão em tão pouco tempo, sendo que nem mesmo eu parei para pensar sobre o caso?”

Comte. Lopes: “Simples, Meirelles. Eu conheço o modus operandi de Rosicler Araki. Nem é preciso ser detetive para perceber isto. A forma como ela eliminou o Dr. Flávio Rodrigues não sai da minha cabeça e nem na de Ribeiro, que estava com ele (**).” 

Angélica: “Mas como podemos provar que Araki matou Lahm? Não podemos só ficar com a nossa palavra.”

Comte. Lopes: “Tem razão, doutora. Por isso que quero que vocês dois vão imediatamente à cena do crime, para tirar esta prova de que Araki matou Lahm. Se não conseguirem provar, voltaremos à estaca zero ou aceitamos o suicídio.”

Angélica e Inspetor Meirelles: “Certo!”

Comte. Lopes: “Tragam-me informações valiosas. Dispensados!”

Os dois prestaram continência e saíram da sala.


Copacabana - Av. Atlântica


Angélica e o inspetor chegaram ao prédio do apartamento de Lahm. O local estava lotado de repórteres do lado de fora, além de vários policiais na portaria, impedindo os repórteres de entrarem. 

Angélica: “E agora? Como vão entrar? Por cima, vai chamar a atenção.”

Inspetor Meirelles: “Vamos ter que recorrer à boa e velha carteirada.”

Angélica concordou e eles se aproximaram da portaria. Ao chegar lá, logo foram barrados pelos policiais.

O inspetor exibiu seu distintivo e se apresentou:

“Sou o Inspetor Fábio Meirelles, chefe da Divisão de Investigação da Força Especial Bataranger. Ela é a Dra. Angélica Gomes, chefe da Divisão de Ciência & Tecnologia da mesma força. Solicitamos visitar a cena do crime. Nós não vamos demorar.”

Um policial respondeu:

“Senhores, ninguém além da Polícia Civil está autorizado a adentrar à cena do crime. Porém, como vocês são da F.E.B., vou ver com a detetive se vocês estão autorizados.”

Inspetor Meirelles: “Por mal lhe pergunte, mas quem é a detetive?”

Policial: “É a Detetive Amanda Lee. Ela é a responsável pelo caso.”

Inspetor Meirelles: “Ah, eu conheço a Detetive Lee. Diga que eu estou aqui.”

Policial: “Certo.”

Ele se afastou e falou ao rádio. Em seguida, ele voltou e disse ao inspetor e à Angélica:

“Vocês deram sorte, porque vocês estão autorizados pela detetive.”

Inspetor Meirelles: “Ótimo. Muito obrigado. Bom serviço.”

O inspetor e Angélica subiram até o apartamento e lá estavam os médicos legistas e uma mulher jovem e baixa de traços orientais vestida elegantemente. Ela viu o inspetor, sorriu e disse:

“Olha só, se não é o Inspetor Meirelles... Eu só o deixei subir, porque nós já nos conhecemos, porque senão, eu não deixaria nem um outro subir. Nunca vi tantos repórteres na minha vida!”

Inspetor Meirelles: “Há quanto tempo que não a via, Amanda. Pelo visto, conseguiu um caso muito importante.”

Detetive Lee: “Pois é, é meu primeiro caso investigando suicídio, ainda mais de alguém como Pedro Lahm. Bem, tudo tem uma primeira vez, né?”

Inspetor Meirelles: “É verdade. Ah, Amanda, esta é a Dra. Angélica Gomes, chefe da Divisão de Ciência & Tecnologia da F.E.B..”

Detetive Lee: “Muito prazer, doutora. Já ouvi falar da senhora.” 

Angélica: “Obrigada, detetive. Desculpe-me a pergunta, mas há quanto tempo conhece o inspetor?”

Detetive Lee: “Ah, desde quando ele foi meu instrutor na Polícia Civil.”

Inspetor Meirelles: “E ela era uma das minhas melhores alunas. Não é à toa que é detetive agora. Em breve, será inspetora.”

Detetive Lee: “Deus te ouça, inspetor, mas o que fazem aqui? Não quero ser indelicada, mas não se trata de um caso de HMs.”

Inspetor Meirelles: “Só viemos saber as circunstâncias do óbito, sob ordem do nosso comandante.”

Detetive Lee: “Bem, acho que as circunstâncias são claras. Foi suicídio. Porém, segundo a esposa, a vítima não tinha tendências suicidas.”

Angélica e o inspetor entreolharam-se.

A detetive prosseguiu:

“O corpo foi encontrado e uma pessoa anônima dizendo-se muito amiga da vítima ligou para nós e viemos para cá imediatamente. Infelizmente, a chamada ainda não foi identificada.”

Angélica e o inspetor entreolharam-se mais uma vez.

Inspetor Meirelles: “Amanda, podemos ver o cadáver?”

Detetive Lee: “Podem, mas não toquem nele, por favor.”

Ela fez um sinal aos legistas e eles afastaram-se do cadáver de Lahm. Inspetor Meirelles e Angélica aproximaram-se dele.

O cadáver de Lahm estava na mesma posição em que Araki o deixou, com a pistola na mão direita e um buraco de bala no local do coração. O inspetor agachou-se para vê-lo mais de perto.

O inspetor virou-se para Angélica e perguntou:

“Doutora, trouxe o scanner?”

Angélica: “Trouxe, sim, inspetor.”

Inspetor Meirelles: “Ótimo. Escaneie todo a sala, por gentileza.”

Angélica: “Certo.”

Então, Angélica tirou do bolso do jaleco uma espécie de caneta, de onde saiu uma raio laser na ponta. Isto espantou a Detetive Lee.

Detetive Lee: “Ei, o que significa isso?! Não pode haver nenhuma arma na cena do crime!”

Angélica: “Detetive, isto não é uma arma, é um scanner de reprodução de local. Com esse scanner, podemos reproduzir a cena do crime lá na base sem voltar mais para cá.”

Detetive Lee: “Hum, interessante... Então, tudo bem. Queria um desse para mim, hehehe...”

Angélica riu levemente e terminou de escanear a sala de Lahm. Ela virou-se para o inspetor e disse:

“Inspetor, terminei o escaneamento.”

Ele imediatamente levantou-se e disse:

“Ótimo, doutora. Amanda, muito obrigado por nos deixar entrar na cena do crime. Qualquer nova informação, por favor, nos contate.”

Detetive Lee: “Sem problemas, inspetor. Seja o que vocês descobrirem, por favor, também me contate.”

Inspetor Meirelles: “Certo. Vamos, doutora. Até outro dia, Amanda.”

A detetive cumprimentou os dois com a cabeça e eles retiraram-se do apartamento de Lahm. Eles saíram escoltados pelos policiais, por conta dos flashes das câmeras fotográficas e das câmeras de vídeos dos repórteres.


BataBase – SimuDeck


Comandante Lopes, Angélica e Inspetor Meirelles estavam no SimuDeck (Centro de Treinamento e Simulação de Batalha), porque era o único local onde poderia reproduzir a sala do apartamento de Lahm, onde ocorreu o crime.

Comte. Lopes: “E então, Meirelles e doutora? O que descobriram na cena do crime?”

Angélica: “Bem, comandante, o inspetor irá falar, porque eu só fiz o escaneamento da sala.”

Inspetor Meirelles: “Exatamente. Doutora, pode iniciar a simulação, por gentileza.”

Angélica tocou na tela de seu inseparável tablet e então, a sala de Lahm apareceu no simulador. 

O inspetor começou a falar:

“Bem, Lopes e doutora, aqui temos a cena do crime. Segundo o que a Detetive Amanda Lee disse, uma ‘amiga muito próxima’ de Lahm encontrou o corpo e ligou para a polícia. Tudo indica ser Araki, apenas para pagar de inocente. Bem, vamos ao crime em si. Examinando o cadáver, vi pelo buraco de bala no peito que o tiro não dado junto ao peito, mas um pouco afastado, cerca de uns dois passos de distância.”

Comte. Lopes: “Como assim, Meirelles?”

Inspetor Meirelles: “Lopes, se o tiro fosse dado junto ao peito, o buraco seria maior do que quando o tiro é de longe. O buraco que vi era de um tiro de perto, mas não junto ao peito. Aliás, suicidas costumam atirar na própria têmpora ou na boca. No peito, não é muito comum.”

Comte. Lopes: “Então, eu estava certo. Foi realmente assassinato.”

Inspetor Meirelles: “Exatamente. Agora, vamos ao momento do crime. Vamos supor que eu seja Lahm e a doutora seja Araki. Estou na distância de dois passos dela. Doutora, aponte sua BataPistola para mim, por gentileza.”

Angélica apontou a arma na direção do inspetor. 

Inspetor Meirelles: “Atire no meu peito, doutora, na direção do coração. Não se preocupe, estou de colete.”

Então, Angélica atirou no peito do inspetor, que caiu para trás, indo ao chão.

Rapidamente, o inspetor levantou-se e disse ao comandante:

“E foi assim que ocorreu o assassinato de Pedro Lahm. Como o caso é da Polícia Civil, temos que apenas aguardar que Amanda Lee vá para a direção certa, que é a nossa.”

Comte. Lopes: “Excelente, Meirelles e doutora. Agora, temos mais um indício de mais um crime de Araki. A ficha corrida dela está só aumentando.”

Inspetor Meirelles: “Exatamente, Lopes. Até que não foi difícil...”

Comte. Lopes: “Sempre ‘modesto’... Bem, vocês cumpriram com louvor a tarefa que lhes requisitei. Meirelles, dispensado!”

O inspetor prestou continência e retirou-se do SimuDeck.

Comte. Lopes: “Doutora, eu a mantive aqui, porque gostaria de saber se a senhora tem a localização exata da BataLancha, que zarpou ainda há pouco.”

A cientista tocou na tela do tablet e disse:

“Bem, comandante, pelo rastreador GPS, a lancha estava próxima à Ponte Rio-Niterói, mas atualizando agora, o sinal acabou de sumir!”

Comte. Lopes: “Hum, realmente, a tal ilha faz parecer ser uma espécie de Triângulo das Bermudas. Ou seja, quando chega perto, o sinal some. Vamos torcer para que o sinal volte.”

Angélica: “Com certeza, comandante.”

Comte. Lopes: “Qualquer informação, fale comigo. Dispensada!”

Angélica prestou continência e retirou-se do SimuDeck.

O comandante também estava se retirando, quando de repente, seu celular tocou. Ele viu que na tela estava escrito “Número Desconhecido”. Imaginando quem era, ele atendeu:

“Alô?”

A voz que o respondeu era diferente de quem ele imaginava...

“Co-co-comandante Lopes? Qu-quem está falando é Zaira, a soldado Ômega.”

O comandante não podia acreditar que era a soldado aprimorada que capturou Sabrina e outros HMs, além de provocar a explosão que desacordou os Batarangers (***). Poderia ser mais um truque de Araki, mas ele percebeu que o tom de voz dela era de uma pessoa apavorada. 

Comte. Lopes: “Sim, sou eu. O que você quer?”

Zaira: “Eu... eu queria lhe contar sobre... a morte do Mestre Ômega.”

Comte. Lopes: “Ah, sim, o outro nome de Lahm. Pois bem, fale.”

Zaira: “Por aqui não posso falar muito. Quero me encontrar com o senhor ou algum de vocês. Mas o que eu tenho a dizer é que... a Dra. Araki matou o Mestre.”

Comte. Lopes: “Nós temos uma ideia disso, mas como pode ter tanta certeza?”

Zaira: “Porque... eu vi tudo!”


CONTINUA...


(*) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 11.

(**) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 14.

(***) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 6.



No próximo capítulo:


A BataLancha ruma para o Rio de Janeiro. 


4 Comentários

  1. Capítulo fantástico que focou com muita técnica e competência nos elementos básicos de uma investigação policial , o que deixou a narrativa com o cluma de suspense adequado.

    Fica claro para Lopes e a FEB em geral,que Araki segue uma linha mestra no modo de atuar.

    O final teve dois ganchos bacanas que, certamente serão narrados no próximo episódio.

    Os Bataranger foram atacados?

    Zaira conseguirá contar o que sabe sem ser morta?

    Parabéns!

    Mandou bem,Israel!

    ResponderExcluir
  2. Melhor episódio escrito por ti até então. Juntou com maestria Tokusatsu ao estilo SCI, CRIMINAL MINDS e quetais.

    Genial! Isso fez o episódio ficar soberbo e tenso. Você nos fez entrar na mente e entendermos o perfil de um criminoso.

    Agora... você nos deixou nervosos! O que acontecerá com Zaira?

    Aguardando o desfecho!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu. Como disse na nossa live, gosto muito de Agatha Christie e também gostava de ver CSI. Abraço.

      Excluir