Força Especial Bataranger 2 - Epílogo

 

Epílogo

Cemitério do Caju

No primeiro fim de semana após as desventuras na Ilha das Rosas e no navio Pedro II, Cris foi visitar o túmulo de sua mãe, Lídia, como sempre fazia em suas folgas. Diante da lápide, ele fez o sinal-da-cruz, depositou um buquê de flores lá e começou a falar:

“Oi, mãe, sou eu de novo. A senhora nem imagina o que meus amigos e eu passamos nessa semana! Uma menina vizinha do Tarso desapareceu e fomos procurá-la. Aí, a doida da Araki nos deixou em uma ilha cheia de robôs e sem contato com o continente, mas por sorte, encontramos uma estação de rádio e entramos em contato com a base. A base mandou o resgate, mas fomos capturados de novo e ficamos em um navio. Graças à Dra. Angélica e à Roberta, conseguimos escapar. Ah, nós fizemos novas amigas, como a menina vizinha do Tarso e sua irmã mais velha, além da Felícia, uma mulher-felina que nós conhecemos na ilha. A senhora ia gostar delas...”

Ele começou a chorar e retomou a palavra:

“Ah, o Tarso está bem. Ele quase caiu do bote onde nós estávamos fugindo do navio, mas conseguimos puxá-lo de volta ao bote. Espero que, depois de tudo que passamos, ele tenha coragem e chame a Simone, a vizinha dele, para sair, hehehe... Ah, a Aline também está bem. Como disse à senhora antes, tivemos um encontro, mas foi interrompido pelos soldados Ômega. Eu vou protegê-la conforme eu prometi a ela, aliás, como nós prometemos proteger um ao outro. O resto do pessoal? Estão todos bem. Todos eles foram muito corajosos lá na ilha e no navio. Agora, ganhamos o reforço da Roberta. Ela é incrível, mas ela precisa aprender sobre trabalho em equipe e ser mais modesta. Eu tenho muito orgulho de fazer parte da equipe dos Batarangers. É como se fosse uma família para mim.”

Ele chorou de novo e prosseguiu:

“Infelizmente, Araki nos escapou e Pedro Lahm está morto. Bem, mãe, vou deixá-la aí descansando. Volto na próxima folga. Te amo.”

Ele fez novamente o sinal-da-cruz e afastou-se do túmulo.

Ele foi andando pelas galerias do cemitério, até que um túmulo lhe chamou a atenção:

FLÁVIO JOSÉ RODRIGUES

Uma vida dedicada à ciência

✡️01-02-1980

✝️22-05-2030

Na lápide, estava a foto do falecido em um porta-retrato. Cris pegou a foto e disse:

“Dr. Flávio...”

De repente, ele ouviu uma voz por trás dele:

“Você estava lá, não estava?”

Cris virou-se e viu que quem falava era uma mulher de cabelo castanho, por volta dos 40 anos, acompanhando de dois garotos, também de cabelo castanho, um por volta de 10 anos e outro por volta de 8 anos.

Cris: “Como disse, senhora?”

A mulher tornou a perguntar:

“Você estava lá, não estava? No dia em que Flávio foi assassinado? (*)”

Cris: “Sim, eu estava. A senhora é a viúva?”

Ela respondeu:

“Sim, eu sou. Esses são meus filhos.”

Cris: “Muito prazer, senhora e rapaziada. Sou Cristiano.”

Os garotos apenas sorriram de volta para Cris. A viúva disse:

“Eu sei o seu nome. Flávio me disse que se encontraria com você no dia em que ele morreu. Aliás, eu sempre te vejo por aqui no cemitério. Vejo que finalmente veio ao túmulo dele.”

Cris: “Eu não sabia que ele estava aqui, Sra. Rodrigues. Eu venho aqui visitar o túmulo de minha mãe, que faleceu no mesmo dia que seu marido.”

Ela fez uma expressão de surpresa e depois, disse:

“Meus sentimentos. Realmente, é uma coincidência. Bem, já que você estava lá, eu queria saber como foi.”

Cris: “Bem, Sra. Rodrigues, é que...”

Ela interrompeu-o:

“Por favor, me chame de Márcia.”

Cris: “Bem,... Dona Márcia, é que seu marido estava me contado sobre algo que está sendo de muito ajuda para meu processo contra a Corporação Ômega e Rosicler Araki. Daí, ele foi assassinado, na minha frente, por Araki.”

Márcia novamente fez uma expressão de surpresa, abraçando seus filhos junto a ela.

Márcia: “Então, quer dizer que a Dra. Araki matou Flávio? Por que nunca disse antes, meu rapaz?”

Cris: “É que...eu não sabia que era Araki, porque ela estava disfarçada. Aliás, foi por isso que ela assassinou o Dr. Flávio, porque ele sabia demais.”

Márcia: “Nunca fui com a cara dessa Dra. Araki, desde o dia que Flávio a apresentou a mim. Então, você está processando a Ômega?”

Cris: “Sim, porque ela foi responsável pela morte da minha mãe. Aliás, também estou processando Araki e o médico que receitou o remédio da Ômega à minha mãe.”

Márcia: “Entendi. Eu sempre dizia ao Flávio para processar a Ômega, mas ele nunca me ouvia. Porém, ele fez muito bem em se demitir de lá, depois de saber sobre o que estava acontecendo por lá.”

Cris: “Sim, eu quero que a Ômega e Araki paguem pelo o que fizeram à minha mãe e ao Dr. Flávio. Eu quero que seja feita a justiça por eles!”

De repente, Márcia abraçou Cris e disse ao pé do ouvido:

“Isso aí! Você consegue pegá-los! Te dou o maior apoio!”

Cris: “O-o-obrigado, senhora.”

Márcia começou a se afastar e disse aos filhos:

“Vamos embora. Prazer em conhecê-lo, Cristiano.”

Cris: “O prazer foi meu, Dona Márcia. Até mais ver!”

Márcia: “Até mais ver! Lembre-se: estou torcendo por você!”

Ela fez um gesto com o punho fechado e afastou-se com os filhos.

Cris ficou ainda diante da lápide do Dr. Flávio e disse, segurando a foto do cientista:

“Pelo senhor, Dr. Flávio, pela sua bela família e por minha mãe, meus amigos e eu vamos acabar com a Ômega e Araki de uma vez por todas! Isto é uma promessa.”

Então, ele colocou a foto do Dr. Flávio de volta na lápide, fez o sinal-da-cruz e retirou-se do cemitério.

(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 14.