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A verdadeira história do rapto dos Flashman quando pequenos - capítulo I

Depois de um tempo sem postar nada nesta plataforma, trago a história "A verdadeira história do rapto dos Flashman quando pequenos", que eu escrevi originalmente escrita por mim em 2013 e disponível no Spirit. Que é digamos um completo à história "Cruzador Imperial Mess", aqui postada anteriormente e também disponível no Spirit. Tal como a história de 2011, é uma espécie de prequel da série que nós conhecemos. Digamos que essa história, junto com outras tais como Império Gozma (já publicada nessa plataforma), foi o embrião do projeto Tokuverso expandido. E vamos lá.

Capítulo I - Um dia cinco crianças foram raptadas da Terra...

No ano de 1966, a Terra foi assolada por um episódio para lá de macabro e medonho: cinco crianças foram raptadas por um grupo de caçadores espaciais sob a liderança de Kaura, o orgulhoso e intrépido chefe dos caçadores especiais e uma das pessoas mais temidas e odiadas ao longo de todo o vasto Universo. Sua fama é tamanha que seu nome é conhecido em praticamente todos os cantos do Universo, causando ao mesmo tempo admiração e ódio por onde passa. No entanto, Kaura e seu grupo estavam agindo sob as ordens diretas do Monarca La Deus, o chefe do Cruzador Imperial Mess, o qual tinha um objetivo sinistro com essas crianças.

Na época do infame ocorrido, a Guerra Fria se encontrava em seu ápice: de um lado o bloco socialista, cujos representantes máximos eram a União Soviética de Leonid Brežnev [1] e a China de Mao Zedong, e de outro o bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos da América, na época governado pelo presidente Lyndon Baines Johnson, do Partido Democrata. Os dois blocos disputavam a primazia do domínio global, mas o poderio militar de ambos os blocos era tamanho que um confronto direito poderia levar ao fim da humanidade e da vida no Planeta Terra. Ao invés disso de se enfrentarem em um embate direto, as duas potências preferiram terceirizar a disputa, apoiando grupos que lhe eram favoráveis em vários conflitos, a exemplo da guerra da Coréia (1950 – 1953), a Guerra do Vietnã (1955 – 1975), as várias guerras civis na África, entre tantos outros.

O nordeste da Ásia era um dos grandes redutos socialistas do globo, cujos representantes na região eram a União Soviética, a China e a Coréia do Norte. Mas, mesmo assim, o bloco capitalista tinha suas duas vitrines na região: a Coréia do Sul, então governada pelo ditador Park Čung[2]-Hee [3], e o Japão, cujo mandatário supremo era o Imperador Hirohito. Neto por via paterna de Mutsuhito, o Imperador Meidži, e filho de Yošihito, o Imperador Taišō, Hirohito (também conhecido como o Imperador Šōwa) governava o Japão desde 1925, e esteve à frente de seu país durante a Segunda Guerra Mundial ao lado da Alemanha de Adolf Hitler e da Itália de Benito Mussolini.

Hirohito deu continuidade às políticas imperialistas de seu avô e seu pai, e o Japão militarista em seu apogeu chegou a exercer seu poder sobre um vasto domínio, que incluía Taiwan, a Península Coreana, a Manchúria, Filipinas, grande parte da região leste da China, Okinawa, Sudeste Asiático, Malásia, Indonésia, o sul da ilha Sakhalin (Karafuto em japonês), as ilhas Kurilas, várias ilhas do Pacífico, Birmânia e Cingapura, entre outros territórios. Mas, assim como aconteceu com seus aliados europeus, o poderio do Japão fascista desmoronou diante da contraofensiva liderada pelo bloco aliado (França, Inglaterra, EUA, URSS), além dos vários focos de resistência nativa nos vários domínios. Temendo, entre outras coisas, uma guerra longa e desgastante dentro do território nipônico, os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas sobre o Japão: uma em Hirošima e outra em Nagasaki. Além disso, logo após o fim da guerra na Europa a União Soviética interveio na Manchúria, no norte da Coréia, no sul da ilha Sakhalin e nas ilhas Kurilas, destruindo com as guarnições japonesas estabelecidas nessas regiões. Diante desse quadro, o Japão capitulou frente aos Aliados e a guerra, já encerrada anteriormente na Europa, também chegou ao fim no Extremo Oriente.

Mas, diferente do aconteceu na Europa em que os dirigentes nazifascistas foram todos derrubados e/ou substituídos em seus respectivos países, no Japão isso não se verificou: Pelo contrário, Hirohito foi mantido em seu posto, e este abandonou a política imperialista nipônica iniciada por seu avô ainda no século XIX, assim como o caráter divino de seu governo. Entre 1945 a 1952 o Japão esteve sob a ocupação militar estadunidense, e com os auspícios de seu líder, o general Douglas McArthur, foram feitas várias reformas, incluindo a política, a econômica e a social, transformando-se em uma monarquia constitucional ao estilo dos países do norte da Europa.

O Japão, que já tinha todo um histórico de disputas e conflitos com a vizinha Rússia (tanto sob os tsares da Dinastia Romanov quanto sob o poder soviético) e de relacionamentos mais amigáveis com os países da Europa Ocidental e os Estados Unidos, se alinhou com o bloco capitalista ocidental na sequência da Segunda Guerra Mundial.

Ao longo dos primeiros decênios de Guerra Fria o País do Sol Nascente experimentou um período de reconstrução de sua infraestrutura durante a guerra e mais tarde de crescimento econômico auxiliado com investimentos vindos dos Estados Unidos e do próprio governo japonês com suas políticas de intervenção na economia, no que ficou conhecido como o Milagre econômico japonês (ou em japonês Kōdo keizai seičō, 高度経済成長). Tamanho foi o crescimento do Japão na época que em 1964 o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu a uma taxa de 13,9% e no ano seguinte o PIB nominal do Japão foi estimado em pouco mais de US$ 91 bilhões. Além disso, também em 1964 o Japão sediou os Jogos Olímpicos, e havia todo um estado de euforia quanto ao crescimento do país, um tanto similar ao que se vê com a China hoje em dia. Mas, nem tudo são flores, e tal euforia veio a sofrer um grande abalo no ano de 1966, como veremos a seguir.

Notas Finais

[1] Leia-se Brejnev. A partícula ž tem o mesmo valor do j no português e no francês.

[2] Leia-se Tchun. A partícula č tem valor de tch e no coreano, assim como em idiomas como o chinês e o francês, a consoante final de uma palavra é sempre muda.

[3] A título de curiosidade, Park Čung-Hee é o pai da Park Geun-Hye, a presidente da Coréia do Sul entre 2013 a 2017 que foi derrubada por meio de um processo de impeachment.

8 Comentários

  1. Uma nova saga ,aqui ,na Mindstorm,retratando dessa vez , o pregresso de um dos Impérios mais terríveis já visto: O Cruzador Imperial Mess.

    Parabéns pelo trabalho !

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  2. Eduardo...

    Acho que você se confundiu... Mas, essa sua saga já está postada aqui no Blog.

    É só entrar em OBRAS PUBLICADAS e conferir: https://mindstormpro.blogspot.com/p/cruzador-imperial-mess.html

    Até li o ep 1... É, de fato, a mesma saga.

    É um aviso pois não tem sentido repostar.

    Um abraço.

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    1. Nossa, nem lembrava que postei esta história aqui na plataforma. Vou postar outra então.

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    2. Agora sim...

      Vejo que você trocou. E, esta, então, é uma continuação do Cruzador Imperial Mess?

      Interessante.

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  3. Não, é uma história paralela na qual foco no rapto dos Flashman. Uma espécie de spin-off, em outras palavras.

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    1. Confusão resolvida, temos aqui o passado dos Flashman, contando pouco das suas histórias pregressas.


      Vejamos que revelações teremos!

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  4. Fiquei curioso ao ver no começo que essa história é de 2011 e já serviu como embrião pro Tokuverso expandido... Impressionante...
    Fiquei curioso e fui conferir como se deu o rapto, mas isso só é citado no primeiro parágrafo, depois foi como abrir um livro de história falando do cenário mundial da época... Confesso que fiquei confuso com o objetivo de tal explanação, a não ser que o rapto de 5 crianças japonesas ecoará no mundo antes deles voltarem como Flashman...

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  5. Espere e veja os próximos capítulos. Digamos que esse é um capítulo introdutório para o que está por vir.

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