Capítulo VII - Holocausto atômico
Como era de esperar, os três sofreram um pesado castigo,
sendo presos e acorrentados em estacas de madeira presas ao chão, algo um tanto
similar à crucificação usada em tempos antigos. Bazoo é caracterizado por sua
grande crueldade, e conseguir seu perdão é uma tarefa para lá de árdua. Um dos
comandados de Bazoo que ajudaram a desbaratar o complô e um dos chefes das
forças de ocupação do planeta Hurak, Batur, sugeriu que fossem imediatamente
sentenciados à morte, mas antes disso submetidos a uma horrenda humilhação
pública perante todos. Segundo o próprio Batur, é o destino mais apropriado
para traidores. Bazoo concordou com a ideia, mas antes disso resolveu ele mesmo
fazer um julgamento do trio. Bazoo é o juiz e Giluke, Ahames e Mazoo os réus.
Advogados aqui não.
Mazoo tinha pouco ou nada para dizer, por assim dizer. Este
acabou sendo poupado no fim das contas, mas ainda assim exilado para um local
distante da estrela Gozma. Quando Bazoo requisitar seu serviço, Mazoo estará a
sua disposição. Giluke resolveu se entregar para Bazoo, dizendo que a ideia da
revolta começou com ele e que por causa disso Ahames deveria ser poupada. Com
isso o próprio Giluke estava se fazendo de bode expiatório. Mas Bazoo se
lembrou do fato de que mesmo Giluke tendo iniciado tudo, Ahames ainda assim
concordou em participar do complô. Portanto, os dois serão severamente punidos.
Giluke ainda disse a Bazoo que em determinada ocasião pensou seriamente em
desistir do complô, mas devido a insistência de Ahames isso acabou não
acontecendo. Isso também não livrou a pele de Giluke, pelo simples fato dele
não ter desistido e parado com Ahames.
Ao término do julgamento e já imaginando as penas impostas
para si, Giluke e Ahames começaram a implorar perdão a Bazoo e diziam que nunca
mais iriam conspirar contra seu senhor, além de fazer todas as suas vontades a
partir de então. Bazoo respondeu jogando raios nos dois que os atordoaram
temporariamente. Mas, para a sorte (ou não) do trio, Bazoo resolveu fazer algo
diferente, e eles não serão mortos. Diante dessa decisão, Giluke e Ahames
perguntaram o que Bazoo pretende, mas ele disse o seguinte a dupla: “esperem e
verão”.
Primeiro os submeteu a uma grande tortura e humilhação
psicológica e pública diante dos comandados de Bazoo que ajudaram a reprimir
tal levante. Mas o pior ainda estava por vir: Bazoo em pessoa primeiro arrasou
com os planetas Amazo e Giraz, que até então figuravam entre os mais prósperos
e ricos sob o domínio de Gozma. Com simples disparos vindos de sua testa, Bazoo
os submeteu a um grande e terrível holocausto atômico. Vendo que Bazoo estava
destruindo seus respectivos planetas, a dupla pediu clemência a Bazoo, que este
pare com isso e os mate logo de uma vez por todas. Como consequência do ataque
de Bazoo, Giraz e Amazo foram reduzidos a escombros e ruínas. Sua
infraestrutura virou coisa do passado. Mas isso era apenas a primeira parte da
punição.
Politicamente, Bazoo destruiu com a monarquia de Amazo-Giraz
e colocou os dois planetas sob ocupação direta de Gozma. Como efeito, Ahames
perdeu o seu trono, tornando-se assim uma rainha caída. Mais uma grande ironia
do destino. A mesma Ahames que antes do complô ofendera Giluke por sua condição
de nobre caído agora estava na mesma situação. Em outras palavras, Ahames agora
era uma rainha sem reino, e apenas o título de rainha lhe resta, já que no
passado fora coroada como tal, ao contrário, por exemplo, de Shima, que mesmo
sendo a herdeira do trono de Aman não passou pelo mesmo processo. Já Giluke
pouco ou nada perdeu com a destruição da monarquia de Amazo-Giraz empreendida
por Bazoo. Afinal nem tinha o que perder com isso.
Ahames e Giluke obviamente ficaram horrorizados com isso e
logo imploraram para que Bazoo parasse com isso, dizendo mais uma vez que nunca
mais se revoltariam contra sua autoridade e que a partir de agora seriam fiéis
subordinados e fazendo todas as suas vontades. Mas, para a sorte do trio,
naquele mesmo dia o rei do planeta Gozma estava de bom humor, e, após infligir
grandes destruições aos infelizes planetas, acabou em um ato ao mesmo tempo
misericordioso e vaidoso poupando os líderes da conspiração mediante a seguinte
condição: que lutassem por Bazoo e assim teriam seus planetas reconstruídos, e
Ahames poderia recuperar o trono de Amazo-Giraz; e Giluke, os seus títulos de
nobreza de Giraz e teria o nome de sua família limpo de uma vez por todas.
Também propôs a Giluke que fosse o líder das invasões vindouras de alguns dos
próximos alvos de Gozma, incluindo o planeta Terra. O que o guerreiro nativo de
Giraz, notório por seu talento militar e sua capacidade de organização e
mobilização, aceitou de bom grado e sem pestanejar. O próprio Bazoo, depois de
pensar um pouco, achou que seria um grande desperdício eliminar com Giluke.
Só que há um porém nisso tudo: Bazoo logo em seguida avisou
que eles, mesmo tendo sido poupados, ainda assim não foram perdoados e que se
novamente algum deles o trair, este terá seu planeta natal destruído por
completo e posto para morrer em seguida depois de sofrerem mais uma horrenda e
pesada humilhação pública. Quem mais sofreu com isso foi Ahames: A pena imposta
por Bazoo à rainha de Amazo-Giraz foi o exílio para os confins do Universo.
Ahames implorou mais uma vez para que este esquecesse o recente ocorrido e se
lembrasse de todo o histórico de colaboração de Ahames e sua família com Gozma.
Só que nem isso adiantou. Bazoo não mudou de idéia, dizendo que “Agora isso é
irrelevante, traidor é traidor e ponto final”. Ahames retrucou “Mas e o Giluke?
Por que ele...” Bazoo replicou “Silêncio!” e disparou mais uma rajada
energética contra Ahames.
A vontade de Bazoo foi cumprida e Ahames foi de fato exilada para os confins do Universo, e a partir de então a outrora rainha passou a vagar como uma errante pelo Universo, e esperançosa de um dia restaurar seu planeta e ser perdoada por Bazoo de uma vez por todas. Um destino bem patético para uma rainha, que agora terá que viver sem os luxos e a opulência de antes. Ironia do destino: Uma Ahames se aliou a Bazoo para assumir o trono de Amazo-Giraz, e anos mais tarde outra Ahames perdeu o trono do mesmo planeta nas mãos do mesmo Bazoo.
1 Comentários
É. ..
ResponderExcluirA malandragem engoliu os malandros...
Por mais que o desejo de se verem livres do jugo de Bazoo foi legítimo , Ahames e Giluke pagaram um preço caro por isso, metendo pós pés pelas mãos,com consequências graves para ambos.
A partir daí, cada um seguiu os seus caminhos, tentando o perdão de Bazoo,para esse levante mal sucedido, muito bem usado por Bazoo para continuar os seus intentos.