Urban Rangers SP -Origens - Spin-off Especial -Capítulo 04

 

 

04 – Solange dos Anjos

Avisos importantes!

a)      Capítulo não recomendado para menores de 18 anos , com termos de conotação sexual , mas que retratam a personagem citada.

 

 

b)      Durante o capítulo será adotado termos relacionados à cultura evangélica.

Alguns nomes de denominações ,eventualmente poderão ser citadas para contextualizar o ambiente dos personagens participantes desse capítulo.

Jamais teremos a intenção de doutrinar ninguém , muito menos fazer proselitismo religioso.

Tanto é verdade que, nos capítulos anteriores ,outras formas de fé como a Seicho-No-Iê, a Umbanda e o Catolicismo foram abordadas de maneira respeitosa e didática tal qual aqui...

A mensagem que se quer passar com esse projeto é que, nos momentos de dor, podemos nos conectar com o nosso eu divino , independente da fé ou crença.

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O aviso sonoro do metrô não deixava dúvidas:

-Próxima Estação :

(Next Station:)

-Corinthians-Itaquera.

-Acesso à linha 11 -Coral da CPTM.

(Acess to Line Eleven -Coral Train Service )

-Desembarquem pelo lado esquerdo do trem. Tenham todos, uma boa noite!

(Disembark on the left side of the train.  Good night everyone!)

O destino de Solange dos Anjos chegava ao fim.

Como que desperta de um pesadelo,Solange começa a se sentir mal

Suas mãos suavam, tensas...

Seu coração palpitava...

Seria mesmo o  destino ou o início de um novo pesadelo?

As últimas horas haviam sido uma das piores da sua vida.

Mas, ela sabia que o pior estava por vir...

E o pior tinha nome e sobrenome: Severino  Batista dos Anjos, seu pai...

Seu emocional não suportaria mais uma “porrada” da vida.

Tudo tinha um limite e Solange chegara ao dela...

A Urban Ranger East Yellow era a cara do desespero e da desolação.

Por que não dizer do desamparo, ou mesmo, da derrota?

Ao sair da Estação, em meio à multidão que transitava naquele espaço; querendo urgentemente chegar em suas casas após um dia cansativo de trabalho; Solange decide dar um tempo no Shopping Metrô Itaquera anexo a referida estação.

Ela precisava de um tempo pra pensar e pôr a cabeça no lugar, antes de enfrentar uma nova batalha...

Não pensou duas vezes...

Comprou dois hambúrgueres caprichados numa rede famosa de Fast Food e se permitiu tomar 600 ml de cerveja.

Enquanto mordia lentamente o seu lanche, seus pensamentos iam longe...

Dona de um corpo escultural , sua presença logo chamou a atenção de muitos rapazes que não disfarçavam os olhares.

Alguns mais ousados falavam uma gracinha inconveniente ou, assobiavam.

Outros, a reconheceram , pois era a “Rainha da Bateria” da Escola de Samba Nenê da Vila Matilde, uma das mais tradicionais da cidade.

Para esses , ela era “A Sol da Nenê”.

Um grupo pequeno de rapazes também a reconheceu, mas por um motivo menos glamuroso...

O vexame ocorrido em rede nacional como integrante dos famigerados Urban Rangers SP.

Mas, não se atreveram a importuná-la.

Até por ser uma representante do bairro e da Zona Leste, por incrível que pudesse parecer , tiveram um pouco de empatia...

Já as mulheres, por sua vez, mostravam despeito e inveja , com olhares de desprezo, sussurros e palavras maledicentes...

Algumas, mais indiscretas, não disfarçavam o incômodo que a presença de Solange causara, não pensaram duas  vezes  e passaram a hostilizá-la de modo mais um incisivo...

Uma garota chegou a dizer:

-Olha quem tá aqui...

-“Éssazinha” nos envergonha...

Uma senhora ,acompanhada de seu marido ,disse em alto em bom tom:

-Sangue de Jesus tem poder!

-Afastai-me da Jesabel!! (*01)

-Pra trás de mim, Satanás!!!

-Livrai-me Senhor ,das artimanhas da... (uma alusão preconceituosa e pejorativa à entidade venerada pela Umbanda, conhecida como Pomba Gira).

Outra mulher se benzeu várias vezes:

-Credo em Cruz!!!

-Ave Maria!!!

Ofensas gratuitas...

Desnecessárias...

Uma quarta mulher disse:

-Não venho mais aqui...

-Não sabia que aqui virou meretrício...

Em outros momentos, Solange literalmente “armaria o maior barraco”, e “rodaria a baiana” como gostava de dizer...

Mas, aquela não era a verdadeira Solange...

Brava e destemida...

Boca dura...

Ali estava uma pessoa profundamente abatida e emocionalmente abalada...

Solange, naquele instante, parecia não se importar com nada daquilo...

Parecia não ouvir...

Se ouvia, não reagia...

Estava distante...

Era como se um filme passasse por sua cabeça...

Um filme conhecido...

O filme da sua vida...

Acionado por uma fala que escapou dos seus lábios carnudos, muitas  lembranças vieram-lhe a mente.

-Por que, Senhor?

Ela começou pela infância.

Com o vestidinho surrado, ela, com sua Bíblia e Hinário ia à Igreja do bairro com a sua mãe ou com sua avó e louvava com o coração e alma ao Senhor...

Ela adorava cantar o hino “Alvo mais que a neve”

Quando chegava no coro, ela colocava toda a sua energia na sua voz aguda:

“Alvo mais que a neve

Alvo mais que a neve

Sim, neste sangue lavado

Mais alvo que a neve serei” (*02)

Com uma adoração perfeita, não raro, ela era tomada pelo Espírito Santo, e orava de modo poderoso.

A igreja entrava em êxtase.

Muitos chegavam a se manifestar em línguas diferentes.

A língua dos anjos, segundo a crença dos evangélicos pentecostais.

Algumas lágrimas começaram a cair ao mesmo tempo que ela sorriu...

Tempos distantes...

Saudosos...

Doces lembranças...

De repente, o sorriso morreu no seu rosto...

 Sua mente volta a um determinado dia.

Um maldito dia...

Ela tinha acabado de completar 15 anos.

Um sentimento de fúria misturado com amargura e revolta tomou conta do seu coração...

Esses sentimentos ruins tinham um destinatário: o seu pai.

Ela nunca mais foi a mesma...

A criança inocente e abençoada deixara de existir...

Em seu coração , só mágoa ,ódio...

Fel...

Seu comportamento mudou..

Deixar a igreja e as coisas de Deus,  foi o próximo passo...

A partir de então, Solange mergulhou no fundo do poço de si mesma...

Foi conhecer e viver o “mundão”...

Desandou...

Baladas...

Bebedeiras...

Parceiros...

Muitos parceiros...

Carnaval...

Logicamente, os atritos com seu pai aumentou em grau superlativo...

Rigido ao extremo, seu pai só não partia para a agressão física, porque Solange aprendeu práticas de auto-defesa e,em certa oportunidade quase quebrou o seu braço.

Um outro fator contribuía para ela não ser expulsa de casa...

O financeiro...

De um jeito ou de outro , ela sempre trazia dinheiro pra casa, chegando muitas vezes a manter o lar , já que seu pai, devido a um acidente na metalúrgica em que trabalhava recebia uma mixaria de aposentadoria por invalidez.

Sua mãe , dona Luzia, fazia uns bicos de diarista, mas também ganhava pouco...

E quando ganhava...

A pandemia reduziu a quase zero a procura por seus serviços, causando mais dificuldades à família, composta ainda por dois irmãos menores,Samuel e Ester.

Solange sempre se virou...

Mesmo jovem (ela tinha apenas 19 anos), ela sempre arrumou emprego.

As vezes mais de um.

Quando apertava muito, não hesitava em arrumar emprestado, só pra não ver a mãe e os irmãos passarem apuros.

Por que se fosse pelo seu pai...

As vezes ela se irritava com a passividade da sua mãe,mas ela acabava sempre relevando.

Afinal,sua mãe não nasceu para contestar marido...

Era a esposa fiel e submissa...

A essa altura não iria mudar...

Dona Luzia  fazia de tudo para contemporizar, se omitindo, “passando pano”, pra não bater de frente com o seu marido, tido pela igreja que frequentava como um fiel idôneo mas, na verdade , uma pessoa rude nas palavras e violento no trato com os filhos...

Só não era rude com a própria senhora Luzia...

“Devia ser peso na consciência”... -Solange assim pensava.

Só por esse e tão somente esse fato, que Solange o aturava.

Com muita dificuldade, diga-se...

Porque,acaso, ele fizesse qualquer mal contra ela, ele conheceria o demônio em vida ...

Isso, ela deixou bem claro em certa oportunidade...

As lembranças de Solange avançam no tempo...

Dessa vez, as lágrimas escorriam mais intensas...

Alheia a tudo e a todos,ela resmunga baixinho:

“Que merda que eu fiz?”

“Eu tava com a faca e o queijo na mão”...

“Eu tava bem”...

“Dois empregos bons”...

“Até pude mobiliar a minha casa e comprar brinquedos e roupas pros meus irmãos...

“Um namorado cheio da grana”...

Nesse momento, em pensamento, ela própria se xinga...

E não eram xingos amemos...

“Eu não passo disso”...

“Uma...(omitido) safada!!!!

“Pensar com a carne dá nisso”...

“Imbecil!”

“Quando você vai aprender?”

“A vida não é só ... e... (referência aos órgãos genitais masculinos e femininos pensados por ela através das terminologias mais chulas)

“Ferrei com o Thomáz e de certa forma , com o Bruno também”...

Todo esse autoflagelo seguido de comparativos com animais (sejam eles aves, mamíferos e peixes) com conotação pejorativa...

A tormenta rodava e rodava, sempre parando em quatro nomes:

Thomáz, Bruno, sua inimiga declarada Hanny  e os demais  Urban Rangers...

“Eu não podia ter feito isso com o “japa”-referindo-se a Gentaro Tsubayashi.

“A intenção dele era boa”...

“Ele é um cara bacana, apesar de não conhecer a complexidade que é ser brasileiro”... – reconhece.

“Ainda sim, ele foi correto comigo”...

“Todos nós fomos verdadeiras topeiras”...

Solange se lembra de como recebeu o convite para ingressar na equipe.

Não deixou de sorrir ao se recordar daquele instante.

Foi tudo meio rápido...

Quando percebeu, já estava na equipe...

Um esbarrão acidental...

Surpreso com a sua extrema simpatia, Gentaro deixou um bilhete com o seu endereço comercial,com os seguintes dizeres:

“Quer mudar de vida e fazer parte de uma tropa de elite?”

“Seja uma Urban Ranger!”

“Me procure”...

E assim , ela , entre desconfiada e curiosa, enfrentou o medo e foi até a região da Berrini...

Lá, dias depois , conheceu Thomáz Arezzo Bertucci, e percebendo que e ele a olhava de modo diferente, resolveu apostar no seu taco e investiu no seu poder de sedução ...

Deu certo...

O “ragazzo” estava caído por ela...

Seria “uma mão na roda”... – ela pensou.

Além de namorados, parceiros de equipe...

Sua vida parecia que ia mudar...

Ah, se ela adivinhasse o que a esperava, dois anos depois...

Deu tudo errado!...

Em parte, por culpa dela...

Ela tinha a lucidez de admitir...

A convivência com Bruno, foi o desmanchar do seu sonho de princesa...

Aquele jeito rude, de homem invocado e seguro de si ,a fascinava.

Por mais que gostasse dos momentos quentes com Thomáz, ela queria algo a mais...

“Como administrar tudo aquilo?”

Foi aí que ela caiu do cavalo ...

Em sua mente, um turbilhão dos mais variados e confusos  sentimentos e sensações...

Em segundos, ela  ia do remorso à culpa...

E também à raiva...

Principalmente, quando se lembrava de Hanny.

Ali não havia benevolência alguma:

Ao se lembrar de Hanny, uma Solange implacável dava lugar a outrora Solange arrependida.

“Aquela “44” me paga!”

“Invejosa do inferno!”

“Tá precisando de um macho bem sarado pra ficar bem calma”...

Nova sequência de termos chulos...

Pensar naquela “patricinha” metida a besta, lhe embrulhava o estômago.

Sorte que ela havia terminado de lanchar...

Seu semblante volta a ficar tenso...

Seria a hora de voltar pra casa...

Encarar a quem o destino lhe concedeu como pai...

Mas , uma voz interna lhe alerta:

“Não vá!”

“Não vá!”

“Não vai ser bom pra você!”

Essa voz falava de maneira cada vez mais firme e intensa:

Solange sentiu o corpo gelar...

O coração acelerar...

Ela  conhecia essa voz...

Há quanto tempo ela não ouvia...

Como refém de  uma força irresistível , maior do que ela, de vez de seguir o rumo de casa ,distante cerca de cinco minutos do Shopping, ela voltou pra Estação Corinthians-Itaquera, agora no setor da CPTM (*03) , da linha 11 -Coral.

Seu coração pulsava...

O celular recebe uma mensagem no aplicativo de conversas...

Era sua mãe ,aflita:

-Filha, onde você está?

-Por tudo o que é mais sagrado, não venha pra cá!

-Seu pai tá possuído por um demônio...

-Ele está te esperando com um facão...

-Em nome de Jesus...

No banco da estação, Solange responde:

-Finalmente, a máscara caiu...

-Lobo em pele de cordeiro...

-Fariseu, hipócrita!!!

-Santo do pau oco...

-Se ele quer assim, assim será...

-Diga  pra aquele traste que, amanhã, o dinheiro estará na sua conta...

-Vou pra casa da minha avó...

-Ela ,eu sei que me ama...

-Me aceita do jeito que sou...

Sua mãe nada respondeu...

Solange entendeu, que no mínimo ele queria saber com quem conversava.

Sua mãe não poderia pagar pelos “B.O.’s”  dela.

Não era justo...

Ainda que ela quisesse e desejasse desmascará-lo por todo o mal que ele lhe fez, novamente Solange não teve coragem.

Ela tinha certeza...

Sua mãe não suportaria...

Sem saber o que fazer, Solange ficou, ali na estação por volta de meia hora...

O suficiente pra passar 5 trens com destino a Estação Estudantes, em Mogi das Cruzes.

Pra chegar à casa de sua querida vózinha, ela teria que fazer baldeação em Calmon Viana municipio de Poá,acessar a linha 12 -Safira da CPTM,  descer na Estação Aracaré ,em Itaquequetuba.

Ela hesitava tomar aquele caminho , mas a mesma voz lhe falava pra ir...

A voz lhe dizia:

-Sou Eu que estou te mandando...

-Vá!!!!

-Não tema!!!!

-Tenho um encontro contigo!!!

A voz prosseguia cada vez mais intensa...

Cada vez mais irresistível.

-Filha minha! Exercita e libere o perdão!!!

-Limpe sua alma!!!

-Eu não me esqueci de você...

-Sangue precioso derramei por amor a ti e todos aqueles que crêem em Mim...

Como uma confirmação, uma criança a observava e pediu para sua mãe se aproximar da jovem.

Ao chegar perto dela, ele lhe entregou um folhetinho e, em libras fez um gestual que seu coração entendeu...

“Jesus te ama!”

Emlcionada,ela pede licença pra mãe e o abraça.

A criança sorri.

Do outro lado da plataforma ,estava chegando um trem com destino a centenária Estação da  Luz, no centro da cidade.

A mãe e a criança embarcam naquele trem.

Da janela ,com o trem já de partida, ele repete o gesto e dá um tchauzinho.

Aquele gesto libertou Solange daquele turbilhão de sentimentos ruins.

Alguém se importou com ela.

Não a julgou ...

As lembranças do tempo que servia a Deus com todo o coração voltara...

Ao ler o folhetinho entregue pelo garoto mudo , uma nova emoção...

No folheto estava escrito:

 “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem...” (Matheus 5:44).

Definitivamente ,aquele garoto era um anjo enviado por Deus.

Solange se sentiu abraçada.

Era tudo o que ela precisava.

Amor...

Muito amor...

Se, por causa do seu pai, ela conhecera  a hipocrisia , a mentira e tudo o que há de pior na seara evangélica, através daquele anjo em forma de menino, ela conseguiu vislumbrar o lado reverso da moeda.

O lado de soldados valorosos que nos quatro cantos do mundo, levam e executam a verdadeira mensagem do Cristo que ela tanto amava , mas que havia se afastado.

Aquele acontecimento lhe causou um despertar...

Com a mente, ela orou com todo o fervor , o “Pai Nosso”...

Parece que um peso enorme saiu das suas costas...

Uma paz há muito não sentida lhe acalmou o espírito...

Com coragem, ela embarcou no próximo trem...

Cerca de uma hora depois, por volta das 9 horas da noite ,ela desembarca na Estação Aracaré.

A casa da sua vó, dona Eulália, ficava ao lado de uma igreja evangélica bem tradicional...

A chamada “Igreja do véu” (*04)...

Ela não pôde deixar de ouvir um hino orquestrado que marcava o término do culto daquela denominação...

“Perdoa teu irmão de todo o coração,

Assim terás cumprido o santo mandamento;

Também terás perdão e paz no coração;

Por Deus serás benquisto. Sublime é_o perdão!”

Em lágrimas ,ela chega ao portão da sua amada avó.

Parecia uma criança...

Um abraço apertado opera um novo milagre.

Solange , depois de muitos anos, volta a falar a chamada “linguagem dos anjos”... ou glossolalia.

Segundo a sua crença, o Espírito Santo voltava a habitar seu coração.

Era   o reencontro...

O “religare”...

Com muito amor , sua vó lhe diz:

-Minha querida neta!

-Fique aqui o tempo que precisar!

-O Senhor tem um propósito na sua vida!

-Não resista mais ao Seu chamado!

Nesse instante, tomada por uma forte emoção, como quem não estivesse em si , a voz da sua avó muda de tonalidade.

Após algumas palavras em linguagem espiritual, sua vó começa a profetizar.

Solange sabia bem do que se tratava...

Não era as chamadas profetadas(*05) vazias e inóquas do seu pai...

Era algo diferente...

Com lágrimas nos olhos ela escuta:

-Filha minha ...

-Naquela estação “Eu” te disse que tinha um encontro contigo!

-Pois Eu te digo: Eu estou aqui!!!

-Eu cumpri com a Minha Palavra!

-Eu também te disse e torno a repetir:

-Exercita e libere o perdão!!!

-Limpe sua alma!!!

-Eu não me esqueci de você...

-Sangue precioso derramei por amor a ti e todos aqueles que crêem em Mim...

-Eu te amo e nunca te abandonarei!

-E estou aqui para te receber de braços abertos”...

-Vinde a Mim, ó alma que choras !

-O Meu jugo é leve e o Meu fardo é suave!

-Em seu coração quero fazer novamente morada!

-Hoje e sempre!!!

Uma nova Solange dos Anjos, certamente  renasceria naquele instante...

Segundo a sua crença, se ela fosse fiel daqui por diante, um dia certamente sua alma se tornaria limpa e do lamaçal a qual se encontrava, não mais lembrança teria...

Ou como ela gostava de cantar quando criança...

 “Alva mais que a neve”...

 

 

Urban Ranger East Yellow

 

Solange dos Anjos .

Notas:

(*01) Personagem bíblica do Antigo Testamento ,associada a luxúria e a lascívia;

(*02) Hino Sacro presente em vários hinários,cantados por muitas denominações evangélicas/protestantes  como Igreja Batistas, Assembleia de Deus e Igreja Adventista;

(*03) Companhia Paulista de Trens Metropolitanos , responsável pela operação de trens se subúrbio, complementares ao Metrô;

(*04) Referência à Igreja Congregação Cristã no Brasil ;

(*05) No meio evangélico, profetadas, significa profecias sem base ou fundamento , portanto ,sem credibilidade;