Rise to the Skies - Página 12

 

Boa tarde, pessoal.

Desculpem por tanto tempo sem postar.

Aqui está o capítulo mais novo de Rise. Espero que curtam!

12. Mistérios Resolvidos S.A. 

Arisa chegou ao escritório de Kenta e, antes que ela pudesse colocar a mão na porta (para bater nela com os nós dos dedos), ela pôde ouvir o que ele conversava, seja se tivesse alguém ali dentro ou não. 

“Então quer dizer que chegou a técnica queridinha do Mashiro e das irmãs Matsubara, certo? Você já conseguiu impedir que ela levantasse voo?” - A voz estava distorcida, mas o jeito de falar fez com que ela levantasse a sobrancelha esquerda. Era muito familiar. 

“Mas o que você tanto quer com essa menina, Hanietski? Ela te fez alguma coisa?” - A resposta estava ali, mas ela não se moveria, não ousaria fazer qualquer barulho. Mas aproveitou para aprender mais sobre seu inimigo. 

“Ela é a causa de todo o meu infortúnio nos últimos tempos, eu quero fazê-la pagar, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida”, respondeu Hanietski. Mesmo com a voz distorcida, ela reconhecia os maneirismos e jeito de falar de, agora reconhecidamente, seu arqui-inimigo - “E eu já te contei toda a história. Falando na diabinha, onde ela está?” 

“Segundo o que soube, foi verificar a nave dela. O mecânico que eu contratei para cuidar da nave dela é o pior que eu já vi, o cara é carniceiro mesmo, deve ter deixado a nave dela em frangalhos”, respondeu Kenta. 

“Seu idiota. A menina, por mais que doa admitir, é um gênio. Ela já deve ter consertado aquela lata velha e já deve estar pronta para decolar! Não deixe que ela fuja!”, Hanietski estava preocupado com a ideia de que Arisa fugisse de Torphal. 

“Não se preocupe, Hanietski. Aqui só pousa e decola quem eu quero. A essa altura o chip de autodestruição já deve ter sido implantado e vai servir que eu faça chantagem com ela – ou ela fica, ou explodimos a nave dela”, confidenciou Kenta, todo cheio de si. 

“Contramedidas. Isso foi inteligente. Mas não deixe mais que ela se aproxime da nave, ou não veremos mais essa menina”, ordenou Hanietski. 

Tão logo ouviu aquilo, Arisa saiu andando de fininho para não chamar a atenção, então respirou fundo quando julgou estar em uma distância segura. Se Lars Hanietski queria que a prendessem ali para que ele pudesse se vingar, o lugar era propício e Kenta tinha o controle de toda a cidade. 

Mas ela tinha a vantagem de saber de tudo naquele momento. O que precisava fazer era fugir, sumir, para que não acabasse em uma masmorra. Será que ela poderia aprender a respeito de um dispositivo de camuflagem? Cairia muito bem naquele momento. 

Mas ela não tinha tempo para pensar em novas tecnologias. Como não sabia a cidade que poderia ir partindo de Torphal e seria muito perigoso seguir sobrevoando por áreas desconhecidas, resolveu voltar a Crecentia. Talvez a Aeronáutica de Nova Star poderia ajudá-la a resolver aquele problema com Kenta e Lars. 

Correndo o mais silenciosamente possível, Arisa subiu em sua aeronave e, no momento em que as turbinas começaram a fazer barulho, o alarme soou. Eles tinham instalado, abaixo da aeronave, um sensor de movimento que ela não tinha prestado a devida atenção, mas antes assim do que não ter tempo para fazer. Eles já sabiam que ela seguiria em frente. 

Forçou o motor a subir o mais rápido o possível e, quando ela estava a trezentos metros do ponto de pouso, guardas haviam aparecido, entre eles o Mecânico que havia danificado sua aeronave. 

No momento em que ela havia acionado a velocidade de viagem, os tiros começaram a ser disparados, errando ela por muito. Quando ela viu que já era alvo, começou a manobrar evasivamente para evitar que a fuselagem fosse mais atingida do que já estava sendo. 

Quando Kenta chegou ao local, viu seus comandados dispararem em direção de Arisa, mas ela já estava muito longe para sequer iniciar uma perseguição. 

- Maldita técnica! Das duas uma, ou ela previu tudo o que poderia acontecer ou ela ouviu a minha conversa privada! De qualquer maneira isso não é bom... - Kenta já estava muito nervoso, e mesmo que fosse caso perdido, ele deveria persegui-la. Correu para o topo da torre, onde estava a própria aeronave, e seguiu em direção de onde ele havia visto que ela havia ido. 

Arisa ouviu, ao longe, uma aeronave decolando, e percebeu que a velocidade de viagem seria pouco para este caso, seria melhor ativar a velocidade total do motor. Não sabia por quanto tempo o motor aguentaria sem hiper aquecer, mas quanto mais longe dele ela estivesse, melhor. 

Ela se concentrou de tal maneira, que voou sem firulas, apenas em linha reta, programando o computador para voar em linha reta para a base da Aeronáutica em Crecentia. Quando Kenta finalmente levantou voo e foi em direção de onde ele tinha visto ela fugir, já não tinha qualquer sinal dela, nem mesmo fumaça para contar a história. 

- O Hanietski vai me matar quando souber. Fomos descuidados. - Comentou Kenta consigo mesmo. 

Arisa manteve-se rastreando os sinais de rádio de Crecentia para mandar mensagens tão logo fosse possível, o que não aconteceu antes de um dia de viagem. 

Ela ficou tensa durante a viagem inteira, pensando que Kenta estivesse atrás dela, mas a aeronave dela era simples, não tinha sistema de radar ou mesmo de proteção. Ela precisava aprender muito mais sobre naves bélicas do que havia pensado. 

Foi quando, depois de 24 horas de viagem à toda velocidade (o qual ela agradecia a todos os deuses pelo seu motor aguentar por tanto tempo), ela conseguiu detectar o sinal de rádio da base de Crecentia. Se identificou e pediu por escolta, que depois explicaria o ocorrido. 

Quinze minutos depois de ter enviado a mensagem, duas aeronaves de combate parearam com a nave de Arisa, usando o sistema de mensagem de áudio de curta distância. Ela se identificou, eram dois pilotos de quem ela havia se tornado boa amiga. Ela pediu que aguardassem pela informação que ela passaria, primeiro para Keisuke, talvez em conjunto com eles. 

Eles entenderam que ela fazia aquilo para se proteger, então seguiram com ela, tentando ajudar a ela se acalmar, o que não deu muito certo. 

Quando finalmente pousaram e, pelo radar das aeronaves dos dois não havia qualquer perseguidor, ela pôde respirar sossegada. 

Keisuke já tinha sido informado do ocorrido e ele já estava no pátio de pousos e decolagens da base esperando por ela, e quando ela saiu de sua aeronave, ele já a esperava. 

- Agora peço que você me conte o que aconteceu em Torphal para que você saísse fugida de lá. Alguém fez algo pra você que o Kenta não viu? 

- O problema foi o Kenta, Keisuke. Ele estava de conluio com o Lars Hanietski, meu inimigo declarado, para me raptar e me levar para ele. 

E Arisa contou ao amigo tudo o que havia acontecido, e tudo o que ele havia deixado transparecer, não passando quaisquer informações para ela sobre a dra. Orinori ou mesmo como chegar na cidade seguinte. Como ele tinha aparentemente mandado um mecânico cuidar da nave dela para que ela não decolasse, como inclusive tentou usar combustível adulterado para acabar com os sistemas internos da nave... 

... E que nada havia surtido efeito, pois ela havia consertado sua aeronave para fugir. 

- Arisa... Parece que você fez alguns inimigos bem chatos de lidar. E eu pensei que o Kenta tinha aprendido a lição, para não se envolver com pessoas deste tipo, para não deixar o poder subir à cabeça... Parece que mesmo durante tanto tempo comigo, ele não aprendeu nada. Talvez ele tenha até piorado a situação. Vou ter que pedir ao Love que resolva essa situação em Torphal. 

- Love? 

- Eros Love, presidente atual de Nova Star. Nosso país. 

Arisa ficou surpresa. Keisuke tinha contatos muito bons no alto escalão. 

- Mas, agora, o mais importante, é fazer duas coisas por você: primeira, te colocar em contato com o nosso mecânico mestre, pedir pra ele te ajudar a melhorar a sua nave, porque pelo que eu vi, ela virou uma peneira de tanto tiro, e também colocar alguns equipamentos de detecção. Ao menos para você se defender. E segunda, com o nosso navegador mestre, ele vai te dar uma rota boa, passando longe de Torphal para a próxima cidade para você chegar a Shining Future. 

- Isso significa que eu vou ficar aqui por mais algum tempo, certo? 

- Claro. Isso se você quiser. - Respondeu Keisuke com um sorriso no rosto. 

- Eu não tenho outra alternativa... Se eu passar naquela região, mesmo que não seja perto de Torphal, eles vão me alvejar, com certeza. E eu preciso ter certeza de que vou sair viva desse encontro. Preciso de um meio de me defender, ou ao menos, de fugir. 

Enfim, Arisa foi levada por Keisuke ao mecânico mestre. Andaram por alguns minutos dentro da Base, depois de entrar no hangar, e quando finalmente chegou, encontrou um homem baixinho, atarracado, barbudo que mais fazia lembrar um anão dos contos de fada. E sua cara fechada fazia ele parecer mais ainda. 

- Hideki, vou precisar da sua ajuda. - Chegou Keisuke à guisa de um cumprimento. 

- E quando é que você não precisa, Keisuke? - Perguntou o baixinho parrudo. 

- Só quando eu posso me virar sozinho... 

- Isso na maioria do tempo. 

- Mas agora realmente preciso da sua ajuda, do seu conhecimento. Primeiro, essa é Arisa. 

- A Técnica que salvou todos os nossos traseiros? É uma alegria te conhecer, filha. 

- A alegria é toda minha, Hideki-san – Respondeu a menina de maneira bastante educada. 

- Entende vocabulário técnico, é uma gracinha e é educada. Não quer ser minha aprendiz, não? - Perguntou Hideki em meio a risadas. 

Arisa se sentiu envergonhada e enrubesceu facilmente, dando gatilho para Keisuke fazer uma resposta bem-humorada. 

- Caray, seu pé no saco! A menina ficou mais vermelha que um pimentão!! Não tem vergonha de mexer assim com uma criança? 

- Eu não perco a oportunidade de chamar uma aprendiz, ainda mais quando é tão talentosa quanto ela. 

A garota não sabia onde se esconder, tamanha a vergonha que sentia. Quando os dois olharam um para o outro e depois para ela, irromperam em uma gargalhada em que, mais tarde, a própria menina os acompanhou. 

- Tá, brincadeiras à parte, o que você precisa de mim em relação a ela? - Seguiu Hideki com um tom mais sério. 

- O Hanietski resolveu pegar ela como inimiga, e em Torphal fizeram a nave dela de queijo suíço. Preciso que você a ajude a tornar a nave dela à prova de balas. 

- Como esse cara é idiota. Eu mesmo queria ter acabado com ele na última vez em que me encontrei com ele. Se antes eu não tinha motivo e não pude, agora eu tenho o maior de todos eles e ninguém vai me impedir. Arisa é o seu nome, certo, belezinha? - Hideki terminou com uma pergunta direcionada à menina. 

- Sim, Hideki-san. 

- Pode dispensar as formalidades. Este velho anão não precisa disso. Onde está a sua nave? 

- É aquela ali – Arisa apontou para a própria nave, que já estava dentro do hangar, trazida pelos cadetes da Aeronáutica de Crecentia. 

- Hideki se virou para Keisuke. 

- E a menina ainda manja de aeronaves? Tem certeza de que não posso torná-la minha aprendiz mesmo??? - Perguntou o anão com os olhos brilhando – Essa belezinha foi muito bem construída, viu? - Terminou ele olhando para Arisa. 

- M-muito obrigada! - E, mais uma vez, ela tinha enrubescido. 

- Não precisa ter vergonha, Arisa-chan. Você é uma mecânica de mão cheia, mesmo sendo uma Técnica. Só te falta conhecimento de blindagem e de armamento, o resto todo você tem. Vem conversar que o tio anão aqui vai te ajudar a tornar essa belezinha aí à prova de qualquer coisa. 

A menina não se furtou a sorrir. Sabia que o conhecimento de armamento não era bom, mas para se defender não havia coisa melhor. E blindagem, num momento como aquele, viria a calhar muito bem. 

- Sabia que vocês iam se dar bem assim que se conhecessem. Aproveita esse tempo que você vai ficar aqui pra aprender, ele é um ótimo professor. Eu nunca fui bom com mecânica, só com artes marciais e uso de arma de fogo... Você pode aprender a lutar se quiser ao ficar aqui. 

- E eu quero, Keisuke-san. Quero mesmo. Vai me atrasar pra encontrar a Orinori-san? Vai. Mas sinto que se eu não fizer isso agora, eu não vou conseguir seguir em frente. 

- E está certa. Esse Hanietski é um escorregadio, tem muita gente no bolso, quanto melhor você souber se defender, melhor, Arisa-chan. - Complementou Hideki. 

- Mas primeiro eu preciso me alimentar, haha – Terminou Arisa, com bastante fome. 

- E é direta ao assunto. Não vou me cansar de convidar você pra ser minha assistente, Arisa-chan. - Continuou Hideki a convidar a jovem Hisami. 

- Fique orgulhosa, Arisa. Não é qualquer um que cativa o Hideki aqui com essa facilidade. 

A garota ainda não tinha muita noção de quem se tratava o anão, mas teria conforme o tempo que convivesse com o pessoal da base.