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The Sevens Singers: As Guerreiras Musicais - Capítulo 03

 

 


03 – As The Seven Singers em ação

Assim que chegaram na dimensão física do Brasil,as (agora) The Seven Singers decidiram se separarem momentaneamente, para visitarem suas antigas e saudosas terras natais.

Seria uma forma de; além de matar a saudade de lugares de forte apelo emocional, sondar como a ação nefasta de Dorothy Moon e suas lacraias “Diabetes” estavam interferindo nos planos da Espiritualidade Superior.

Por mais desprendidas que estavam das coisas do plano físico, elas não conseguiram conter as fortes emoções causadas por saudosas lembranças.

Mas, uma coisa ficou bem clara para todas, logo de cara...

Porto Alegre, Santo Amaro da Purificação, Salvador, São Paulo, São Luiz do Maranhão, Belém do Pará e Rio de Janeiro já não eram as mesmas cidades de suas memórias.

Devidamente materializadas, graças aos seus colares musicais sagrados, no entanto; tomando os devidos cuidados, através de uma modulagem ectoplasmática que faziam com que suas aparências em nada lembrassem quem foram num passado longínquo; seus olhos puderam contemplar o grandioso trabalho empreendido pela Espiritualidade Superior em nosso país.

No Brasil de 2100, não se via mais pobreza nas ruas.

Não se via menores de ruas, mendigos pedintes e drogados.

Não se via sujeira...

Não se via pichação nos prédios...

Também não se via mais favelas.

As antigas favelas, palafitas e construções irregulares, deram lugares a bairros (embora humildes), totalmente urbanizados e coloridos, melhorando o aspecto visual das cidades.

Logicamente, existiam pessoas pobres ,como também existiam as ricas.

Seculares injustiças sociais , não se resolvem da noite pro dia...

Toda mudança leva tempo e elas sabiam disso.

Mas, pelo menos , as sete cantoras do além, notaram que as pessoas tinham mais dignidade e oportunidades.

Eram de fato, cidadãs!

Esse fato, por si só, encheram-nas de orgulho.

Mas, como nem tudo era flores, elas também não deixaram de notar alguns comportamentos estranhos e repetitivos, de muitas pessoas, em escala cada vez maior.

Muitas pessoas com fones de ouvidos, pareciam alheias a tudo, de tão distraídas que estavam.

Era como se vivessem em um universo paralelo.

Elas, cada uma em seus locais de origens, chegaram a presenciar alguns acidentes como atropelamentos, quedas do nada, entre outras ocorrências.

Com extrema discrição (em alguns casos), chegaram a utilizarem seus poderes, curando algumas vítimas.

Ao olharem com mais atenção , elas não demoraram a deduzir qual o motivo daquilo...

Em São Paulo, onde o fenômeno era mais visível, Neeh, ao se dar conta do que estava acontecendo, resolve entrar em contato com suas colegas por uma espécie de comunicador portátil instalado em seus punhos, iniciando uma conversa on line:

-Ôrra,meu! -começa.

-Bem que o Song nos alertou...

-Essa tal de Dorothy é bem “bad”...

- Ô fulaninha “trash”!

-Deus me proteja disso!!!

-As pessoas estão numa “brisa” pior que efeito de drogas...

-Só com muita “reza”,manas!

De Salvador, Kall é a primeira a responder:

-Ó... Neeh, “minha rainha”!

-Não é que é verdade o que você disse?

-O povo baiano sempre foi sossegado e calmo por natureza...

-Muitas vezes, sossegado até demais...

-Já que você tocou no assunto, “minha rainha”, eu reparei algumas coisas estranhas aqui também...

-Eu mesma, quando estava revisitando o Pelourinho, presenciei mais de dez brigas entre pessoas...

-Brigas,tolas, sem motivos , diga-se!

-Fiquei “aperreada”!!!

-E todas elas, estavam com fones de ouvido, e quando tive o desprazer de escutar a música, num restaurante, quase caí pra trás...

-Êta “vatapá” indigesto!!! -exclama estupefata.

Agora era a vez de Marrie, ponderar no comunicador:

-Minha cidade natal, após tantos anos, continua pequena e pacata, mas, percebi que, até aqui...essa infâmia chegou...

-Vou mais além que você ,Kall ...

-Muito mais que um “vatapá indigesto”, esse disparate é um “acarajé sem dendê”...

-Uma “moqueca sem pimenta”...

-Onde foi parar a poesia?

-O lirismo?

-As frases metafóricas?

-Não há “álibi” algum que defenda algo tão ruim...

Do Rio, Sáh, corrobora a impressão de suas amigas.

Com o sotaque bem carioca, puxando o “esse” e o “erre”, ela diz:

-Xiii, Malandro!

-Deu ruim, “mermão”!!!

 -A “chapa” esquentou geral!!!

-Eu também tive que apartar umas tretas brabas, aqui...

-Quando me dei conta, notei que as pessoas ouviam aquilo...

-Não posso chamar de música... aquilo, né “parças”?...

-“Papo reto”... O que é isso?

-Seria um desrespeito a todas nós...

-Parou! “Joga, joga,joga, joga fora!”

Agora era a vez de Fáh se manifestar.

Diretamente de Belém, ela diz:

-“Arre, égua”! “Tédoidé”!

-Parece uma hipnose coletiva...

-Ao invés de “vermelhar”, as pessoas estão é... “acinzentando”... isso sim!

-Que coisa horrorosa!

-Isso é coisa de gente “pomba lesa”!

-O povo paraense sempre foi alegre e festivo...

-Receptivo e caloroso.

-Mas, o que vi foram pessoas carrancudas e com o semblante pesado e tenso...

-Sinto cheiro de azedume no ar...

-Como dizem na minha terra: um verdadeiro “pitiú”...

-O pior é que esse insulto à boa música, pegou legal aqui também...

-Não se fala em outra coisa...

-É Dorothy Moon pra lá, Diabetes pra cá...

-Um “furdunço” desgraçado!

-Precisamos traçar uma estratégia pra reverter isso...

-Isso não tem graça nenhuma...

-Eu sempre fui conhecida por ser alegre e expansiva...

-Mas, isso me deixou mal...

-Ou “na bad”, como diz a Neeh...

-Ao invés de gargalhar , senti uma verdadeira “nuvem de lágrimas sobre os meus olhos”...

Chegou a vez de Alcy se pronunciar:

- “Marrapá”!!!

-Isso que vocês disseram é muito preocupante...

-Aqui em São Luiz do meu querido Maranhão, pude notar umas coisas parecidas com as quais vocês relataram...

-Estou indignada! Ou melhor... estou muito é da “aziada”!

-Mau gosto pouco ,é bobagem...

-Não podemos “deixar a boa música morrer”...

-Muito menos, acabar...

- O que você acha, Lyz?

-Só você não se manifestou, minha “mermã” do Sul.

Nesse momento, Lyz, usando terminologias gaudérias,diz:

-Como se costuma falar aqui no Rio Grande...

-Barbaridade, tchê!!!

-“Aguaram o chimarrão”...

-Essa “guria”... - referindo-se a Dorothy Moon – me deixou “atucanada”...

-Quando ouvi o que ela chama de música, juro que senti “um nó nas tripas”...

-Bah, tchê!

- “Eu sou a Dorothy

E elas são as diabetes

Nosso som é poderoso

Gruda mais do que chiclete”...

-Se eu a ver, juro que lhe dou-lhe uma surra com um relho bem grande...

Após uma pausa , ela conclui,determinada:

- “Gurias”, nós já vimos o bastante!

-Vamos,através dos nossos os poderes, encontrar com a Neeh e nos reunir em São Paulo, agora!

-Vamos mostrar pra essa guria e as dançarinas rameiras que a acompanham, o que é ser cantora de verdade...

-Elas que nos aguardem!

-Tá na hora das The Seven Singers darem um show ao vivo...

-O que acham?

Todas, pelo comunicador portátil, concordam.

Em poucos segundos, devidamente adornadas , como se fossem participar de um grandioso show; estavam todas reunidas no alto de um prédio da Avenida Paulista.

Ao sinal do três , elas começam a fazer um inusitado e surpreendente show ao vivo, chamando a atenção do público transeunte e, consequentemente da imprensa, que não demorou a chegar ao local.

Embora estivessem ectoplasmaticamente com a fisionomia modificada ,ainda sim,para não revelarem suas antigas identidades, elas começaram a cantar composições inéditas ,feitas por elas, no plano espiritual.

Aqueles espíritos evoluídos já não tinham necessidade de reconhecimento pelo que foram no passado.

Elas transcenderam às vaidades humanas, não havendo espaço para egos inflados.

Fama significava era o mesmo que nada.

Pouco importava se elas foram A, B ou C .

Até seus maneirismos únicos, corriqueiros no dia-a-dia; elas deixaram de lado, naquele momento.

O que estava em jogo era muito maior que as coisas efêmeras da vida no envoltório carnal.

Elas tinham consciência disso.

Poder servir a uma causa maior, era uma honra e motivo de orgulho para cada uma delas.

Cada nota cantada e emitida pela guitarras, baixo e violão, tinha um grande poder vibratório de pacificar as pessoas.

Esse era um dos poderes concedidos por Song, numa ação de reversão dos efeitos nefastos da música de Dorothy Moon.

Eram letras que falavam do valor amizade, do respeito às diferenças, da inclusão e de todas as formas possíveis e imagináveis de amor.

Lyz, enérgica no canto, mas, ao mesmo tempo que misturava com influências da intimista bossa-nova e demais ritmos da chamada MPB; enfatizava o engajamento coletivo para as causas nobres e humanitárias.

Segundo a sua visão, erradicar a fome, tornar as nações mais amigas e colaborativas, não poderia ficar somente na teoria.

Era preciso “arregaçar as mangas” e colocar em prática.

Essa era a sua mensagem!

Marrie, ao unir lirismo e dramaturgia ao seu canto pois, ela encenava o que cantava, pregava a importância da tolerância religiosa.

Uma nova proposta de sincretismo se iniciava ali.

Através do seu canto, Marrie mostrava que, “todos os caminhos levam a Deus e ao divino”.

Muito mais que um clichê, esse mantra tinha um objetivo claro: convívio respeitoso entre os diferentes credos e a pacificação das almas .

Já, Kall , através do estilo pop-romântico, com influência do jazz e do blues americano, abordava a auto-aceitação, o respeito e a inclusão das minorias na sociedade.

Deficientes de todas as vertentes, deveriam ter seus espaços garantidos e respeitados.

A mesma regra valia para as demais minorias.

De credo, cor, raça e gênero.

Não importava!

Em sua música , o “ser diferente é legal”

Neeh, numa bem sucedida mistura de pop e rock , por sua vez, trazia letras com viés mais transcendentais com mensagens psicodélicas, retratando sobre o cosmo, plano astral, pregando de modo contundente sobre a necessidade de uma verdadeira confraternização universal, e uma melhor harmonia entre a carne e o espírito.

Também defendia o desarmamento das nações, para que os tristes e lamentáveis conflitos mundiais ,não mais ocorressem.

Em sua música , a cultura do “paz e amor”, ganhava um sentido mais amplo e profundo.

Alcy, através do samba, forró, maracatu e frevo, dava ênfase à força da miscigenação, que sempre caracterizou nosso país, apostando na mistura de raças e ritmos.

Fáh, por sua vez, com o seu vermelho paixão, a exemplo de Kall, também apostava na veia romântica, contudo, misturando elementos do sertanejo e da música regional do norte do país, como o calypso, abordando, na plenitude, as diversas formas de amor.

Ela também defendia as causas ambientais.

Por fim, Sáh, através do funk e do soul, falava diretamente ao coração dos menos favorecidos, com mensagens de esperança e fé.

O fato é que as sete cantoras do além,arrebentaram!

Momentaneamente, todos se esqueceram de Dorothy Moon e suas Diabetes.

Literalmente, a Avenida Paulista parou para acompanhar aquele show inusitado.

Pegas de surpresas, as pessoas ficaram encantadas com o que ouviam.

Uma gostosa catarse coletiva tomou conta do público ,em plena Avenida Paulista.

Após uma hora e meia, em que elas se revezavam no cantos, todas resolvem cantar um clássico de um lendário cantor do passado ...

Tem coisa que não muda, passe o tempo que passar...

A força das palavras do “eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte, poder cantar” encerrou de modo triunfal aquela apresentação.

Aplaudidas e ovacionadas à exaustão, as heroínas cantoras, simpáticas, ao descerem do prédio, atenderam a imprensa.

Ao serem questionadas sobre quem eram e o qual o objetivo daquele inusitado espetáculo, representando todas, Lyz toma a frente e ,após anunciar o nome de uma da uma das integrantes daquele panteão de divas, diz , olhando para as câmeras num discurso assertivo e sem seus maneirismos ,adaptou a sua fala ao jeito formal dos paulistanos; diz:

-Nós, as integrantes do “conjunto musical” The Seven Singers, queremos deixar bem claro para essa tal de Dorothy Moon e as Diabetes que, suas músicas são demoníacas e que visa tirar o foco dos brasileiros enquanto nação responsável pela reconstrução da “Nossa Casa Terra”...

-Quem está por trás delas , tem a pretensão de, através dessa música horrorosa, atrapalhar a linda missão para qual, o nosso querido Brasil , está predestinado.

-Nós, as The Seven Singers, não permitiremos isso!

-E não nos calaremos!

-Essa foi apenas ,uma pequena demonstração do que somos capazes.

-Se vocês estão ouvindo isso, apareçam e nos enfrentem, num duelo musical.

-Que o público decida!

-Viva o Brasil!

-Viva a união dos povos!

-Viva a Terra!

Nesse instante, para a surpresa geral de todos ,elas se transformam ,revelando pela primeira vez, os seus trajes de combates.

Ante uma plateia boquiaberta ,elas acionam os jatos propulsores de seus calçados e alçam vôo,saindo da presença de todos.

xxxx

Em um local não muito distante...

Após um violento soco em seu computador de bordo, Dark Song,esbraveja:

-Maldiçãooooo!!!

-Seven Singers????

-Isso só pode ser coisa do patético do meu irmão bonzinho...

Após um suspiro ,ele debocha:

-Super heroínas, hein!?

-Dessa vez,pelo menos, ele foi criativo....

Mas, ele percebeu algo importante que o preocupou:

-Essas cantoras heroínas, estranhamente me parecem familiares...

-Elas disfarçaram bem, mas tenho convicção que as conheço, de algum lugar...

-De alguma época...

-Só não sei precisar que qual...

Após uma pequena pausa,Dark Song, prossegue:

-Eu preciso descobrir quem são elas e destruí-las por completo...

-Se meu irmão quer guerra ,ele terá!

-Através das minhas lacaias, vou fazer uma contraofensiva...

Por fim, faz uma jura pra si mesmo:

-Forças do bem...Vocês não irão me atrapalhar!!!!


Fáh


Alcy


 
Neeh

 
Kall

 
Marrie


Lyz


3 Comentários

  1. Legal, eu confesso que curti a forma como elas utilizaram para "combater"! Vamos aos fatos de via, uma música chiclete, gruda e tu fica repetindo aquilo sem parar, eu digo porque Yuna quando pega uma música, escuta sem parar por semanas e no final, a gente apesar de pegar nojo da música, começa a cantarolar do nada, de tanta repetição! Uma música chiclete é isso, ela gruda e, indo agora em direção à saga, se ela contiver magia ou similares, pode sim destruir civilizações, exemplo prático de algo assim, o canto da sereia mitológica! Partindo disso, temos as Singers fazendo um concerto poderoso que alastrou por tudo, como uma contra-onda à onda nefasta da música diabólica, e assim temos um embate musical perfeito! Tu conseguiu cara, achou um meio coerente de combater com a música, eu tava curioso pra ver como tu faria isso, mas confesso que fiquei satisfeito com a ideia apresentada! Agora é ver como nosso vilão agirá, se vai acreditar mesmo ser mais poderoso e encarar as Singers ou se vai apenas tentar covardemente derrubá-las por baixo dos panos, parabéns pelo trabalho cara! \0/

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    1. Em tempo, um videozinho que elucida mais ou menos como vejo que as Singers irão combater com Dark Song, é uma vibe bem legal se seguir por ela: https://www.youtube.com/watch?v=iSTUfJjtEOY

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    2. Grande Lanthys, meu amigo !

      Eu vi o vídeo .
      A ideia é essa mesmo !

      Eu uso aqui muito do que li uma determinada obra , que você sabe qual é.

      O Brasil como "luz do mundo e pátria do Evangelho"...

      Qualquer semelhança não é mera coincidência.

      A sua análise foi perfeita.

      Música chiclete,gruda e influencia.

      A música que eleva traz paz !

      Fico feliz que tu curtiu a ideia !

      Abraço !

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