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A garota que jogava suas roupas (capítulo III)

 

 

                                                    Capítulo III - Sabrina e Chloé na praia

Após tomar um belo de um fumo da prima Selina (ou como Chloé a chama, Selesma), Chloé fica muito triste e vai chorar no cantinho dela. Sabrina então tenta animá-la.

Sabrina: “Chloé, não precisa ficar chorando desse jeito!”.

Chloé: “Sabrina, por favor, me deixa, vai!”.

Como vemos, Chloé tomou um belo de um golpe, e a dor é tamanha que não resta outra opção a ela a não ser chorar em um canto. Afinal, Selina tocou nos pontos fracos dela. E como dito no capítulo anterior Chloé não vai nem um pouco com a cara das primas de Lille. A tal ponto que a única vez em que ela foi a Lille em pessoa visita-las foi na festa de aniversário de 10 anos delas, que ela foi só para exibir as roupas e acessórios caros que ela tem e as primas Marisol e Selina não têm e nunca terão, nem mesmo em sonho. Bem ao estilo de certo garoto com bochechas de buldogue velho.

Na verdade, Chloé inveja as primas de Lille, por terem uma família que lhes dá o devido amor e a devida atenção. Algo que nem o monsieur André Bourgeois e muito menos a madame Audrey Bourgeois deram à filha, no máximo a mimaram. E, invariavelmente, quando vê Marinette, Chloé se lembra das primas dela que moram perto da fronteira com a Bélgica.

Em Lille, Marisol pergunta à irmã o que Chloé queria. Selina a coloca a par de tudo, e depois o pai e a mãe. Ao tomar conhecimento da última da sobrinha, Liliane mais uma vez se queixa do fato de que a influência da irmã sobre a sobrinha é péssima. “No fundo a Chloé é uma ótima garota, e tenho certeza que se um dia ela viesse para cá passar uma semana ela ia adorar”, diz a irmã de Audrey. “E seria ótimo para ela, quem sabe assim ela deixe de ser a garota arrogante que ela é e abandone a mágoa que ela tem para conosco”, diz o tio Bernard. O senhor Boulanger invariavelmente se lembra da festa de 10 anos das filhas e da discussão que teve com o senhor Bourgeois sobre o comportamento de Chloé e a influência perniciosa dela sobre as filhas.

FLASHBACK (5 anos atrás).

Bernard: “Monsieur Bourgeois, precisamos ter uma conversa séria, de pai para pai”.

André: “Pode falar, monsieur Boulanger. Sou todo ouvidos”.

Bernard: “Irei direto ao ponto. A tua filha Chloé veio à festa de 10 anos das minhas filhas gêmeas, e só para exibir as roupas e acessórios caros que ela tem e minhas filhas não podem ter por causa da nossa diferença de condição financeira. Sinceramente André, eu te respeito muito, mas isso que a tua filha fez não está nada certo. E não só isso: da forma como a tua filha se comportou hoje, acho que ela é uma péssima influência para minhas filhas. E isso eu não quero de forma alguma a elas”.

André: “Bom, senhor Boulanger, você deve saber que o meu trabalho como prefeito de Paris ocupa quase todo o meu tempo, tenho muito pouco tempo para dedicar-me à minha filha e...”.

Bernard: “Bourgeois, acho que está mais que na hora de você dar atenção à tua filha. Eu te entendo e sei como deve ser difícil para você sempre chegar cansado das reuniões de gabinete e discursos, mas está mais que na hora de você dedicar mais tempo à tua filha”.

André: “Como posso dedicar tempo à minha filha, sendo que sempre chego cansado do trabalho e a última coisa que quero é saber de problemas envolvendo-a?”.

Bernard: “Como pode o prefeito da Cidade Luz ser incapaz de dar amor e carinho a própria filha? Estou vendo que você não foi feito para a política, André. Se bem me lembro, você queria ser diretor de cinema e até chegou a dirigir um filme. Acho que você fez uma péssima escolha ao optar pela política ao invés do mundo do cinema”.

André: “Eu sei, Bernard. É que minha esposa Audrey queria que eu fosse político, e então não tive outra escolha a não ser entrar no mundo da política”.

Bernard: “Bom, saiba de uma coisa André: você tem uma ferinha, e ela está à solta, causando problemas por onde passa. Quero muito ver como que você fará para domá-la”.

FIM DO FLASHBACK

Ou seja, não foi sem aviso que Chloé se tornou o monstro que se tornou. Um aviso que, como vimos, o senhor Bourgeois ignorou. Liliane, por seu turno, também se lembra de que à época teve uma dura conversa com a irmã sobre isso.

FLASHBACK (5 anos atrás)

Liliane: “Audrey, precisamos ter uma conversa séria sobre a tua filha”.

Audrey: “O que tem a Carlota, Liliane?”.

Liliane a coloca a par de tudo.

Liliane: “Audrey, definitivamente, você é uma péssima mãe para a Chloé. E eu não posso tolerar que a tua filha seja uma péssima influência para as minhas filhas. Que tal você dar mais atenção a ela e...”.

Audrey: “Mas quanto atrevimento e quanta insolência da tua parte, Liliane, em dizer que eu sou uma péssima mãe, e ainda dizer sobre o que devo fazer ou deixar de fazer com a Carly. Francamente, você me dá pena, Liliane...”.

Liliane: “Quem me dá pena é você, Audrey. Você abandonou a tua filha quando ela ainda era muito pequena, nunca a levou a Nova York e ainda por cima quase nunca a visita em Paris. E ainda por cima exerce uma influência muito negativa nela”.

Audrey: “Influência negativa? Olha só quem fala, aquela que era a queridinha do papai e da mamãe, que tinha tudo, enquanto que eu tinha nada. E que hoje não passa de uma esposa de padeiro, enquanto que eu sou a rainha do estilo. Você não tem moral nenhuma para querer dar pitaco sobre o que devo ou não fazer na educação da Chloé. E já vou lhe dizendo uma coisa: fique longe da minha Chloé!” (em um tom ameaçador).

Liliane: “Pelo que estou vendo, você é uma leoa para querer que a Chloé fique longe de nós e outros parentes indesejados. Até fala de um jeito ameaçador comigo. Mas para educar a filha, você é um zero à esquerda”.

Audrey: “Zero à esquerda, como se atreve? A Chloé é minha filha e quem a educa sou eu e meu marido. E maninha insolente, está despedida!”.

E em seguida Audrey desliga o telefone na cara da irmã.

FIM DO FLASHBACK

“A minha irmã é bem esquisita quando o assunto é a Chloé. Ela não dá a mínima para a filha, a ponto de constantemente esquecer-se do nome dela, mas vira uma leoa quando nós tentamos nos aproximar dela”, diz Liliane. “Quando é assim a Audrey até lembra-se do nome dela”, diz Bernard.

Em Cannes, Sabrina de início deixa sua amiga no canto dela, mas de repente tem a brilhante ideia de ir à sorveteria, para ver se anima a loira. Após relutar um pouco, Chloé aceita a sugestão.

De início Chloé resiste à ideia de sua fiel escudeira, mas cede depois de muita insistência. As duas vão à sorveteria mais próxima, situada não muito longe da mansão. É uma das melhores sorveterias de toda a costa sul da França, na qual pessoas famosas já passaram por lá. Chegando lá, Sabrina é quem faz os pedidos: um sorvete de três bolas de chocolate branco para a loira oxigenada e uma só para a ruiva.

O humor da loira gradativamente melhora depois que começa a se refestelar com o sorvete. Segundo Chloé, o sorvete que ela tomou em Cannes é muito melhor que o sorvete que o sorveteiro André vende em Paris. Segundo Chloé, o sorvete de Cannes é refinado e chique, enquanto que o sorvete que André Glacier vende não. “Sabe como é ridículo aquele sorvete do André lá de Paris. Ridículo, totalmente ridículo!”.

Minutos mais tarde, as duas aproveitam o sol da Riviera Francesa para irem à praia. Uma limusine partindo da mansão particular do senhor Bourgeois parte em direção à praia levando Chloé, enquanto que Sabrina tem que ir à praia a pé, correndo para tentar acompanhar o carro no qual Chloé está.

Como de praxe, Sabrina faz as vontades de Chloé. Chloé vai à praia toda produzida, trajando um chapéu dourado com óculos escuros e mais um biquíni amarelo, branco e preto. E quem “produziu” Chloé? Ela, a boa e velha amiga da loira oxigenada Sabrina Raincomprix, que vai à praia trajando um biquíni verde e preto e mais óculos escuros e um chapéu de praia simples. Que denotam claramente quem é a boss e quem é aquela que recebe ordens entre as duas.

Chegando à praia a dupla se estabelece em um local VIP para tomar sol, afinal estamos falando da filha do prefeito de Paris, que também é um dos patronos do festival de cinema de Cannes. Um lugar destinado a servir de acomodação a uma diva que veio para lá brilhar (segundo o que Chloé pensa).

Na praia, Sabrina passa o protetor solar em sua amiga Chloé dos pés à cabeça, sob ordens expressas da própria Chloé. É uma cena que deixa todos que a presenciaram embasbacados e chocados, tamanho o ato de servidão da ruiva em relação à loira oxigenada. Depois de passar o protetor solar em Chloé, Sabrina passa o protetor solar em si mesma (e Chloé, para variar, não ajuda nem um pouco a amiga ruiva dela).

Depois de tomarem sol por vários minutos, as duas vão se banhar nas águas do Mar Mediterrâneo. E se divertem à beça. Brincam de construir castelos de areia, jogar água entre si, entre outras coisas.

1 Comentários

  1. é detestável?
    É!
    Arrogante?
    Demais!
    Exibida?
    Além da Conta !

    Mas , a forma como você retratou os conflitos familiares, o desprezo que sua mãe sente por ela, faz com que tenhamos pena, embora nada justifique as suas ações de humilhar os outros.


    O pai também é culpado.

    Colocou a política acima de tudo.

    Chloé então ataca pra se defender dos seus traumas.


    Belo trabalho, meu amigo !

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