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A garota que jogava suas roupas (capítulo XII)

 

                                            Capítulo XII - Uma conversa entre herói e Prefeito

Sob o beneplácito do senhor Bourgeois, muitos dos brinquedos foram doados ao pobre e infeliz bandido que ousou adentrar na mansão por conta da traquinagem de Chloé e Sabrina. Assim, o bandido sai da mansão com alguns brinquedos e Traquemoiselle enfim se acalma.

Sabrina (segurando a cadela nos braços):”Traquemoiselle, boa garota, você é uma cachorra muito especial para todos nós!”.

Depois que o bandido foi embora da mansão, Chapolin chamou o senhor Bourgeois para uma conversa em particular, dentro da cozinha, a respeito de Chloé. Uma conversa de herói para pais. O senhor Bourgeois pede ao herói mexicano um momento para chamar sua esposa. Chapolin concorda.

Sabendo que depois que tomou as marretadas do Polegar Vermelho Audrey foi ao quarto, André foi até lá chamar a esposa. Mas, para sua surpresa, lá não tinha ninguém. Procurou por ela em outros cômodos, e também não a encontrou. Então ele pergunta aos mordomos onde que Audrey está. Um deles, o senhor Fabrice Raincomprix, primo do guarda Roger (o pai de Sabrina), conta ao prefeito de Paris que Audrey não está mais na mansão e que ela foi embora.

Fabrice Raincomprix: “Madame Audrey ficou tão aborrecida depois que tomou as marretadas do Chapolin que ela foi resolveu pegar um avião de volta a Nova York”.

André Bourgeois: “Essa não...”.

Falando em Audrey, dentro do avião ela fica babando de ódio para cima do Chapolin por vários minutos. A expressão do rosto e dos olhos da rainha estilo claramente demonstra isso.

Audrey (com os dentes cerrados): “Aquele esquisitão de roupa vermelha e amarela com anteninhas de vinil no capuz! Como ele ousou me deixar naquela situação! Isso é inadmissível, eu sou a rainha do estilo, e um esquisitão daqueles jamais deve se atrever a me tratar assim! Quem ele pensa que é para me tratar assim?!”.

Aeromoça: “Está tudo bem com a senhora? Precisa de alguma coisa?”.

Audrey: “Está despedida!”.

Aeromoça: “Que eu saiba, eu não trabalho pra a senhora”.

Audrey: “Mesmo assim, está despedida!”.

Após despedir a aeromoça, enfim Audrey se acalma e esquece um pouco o incidente com o Polegar Vermelho. Horas mais tarde, ela enfim chega a Nova York e se acomoda em sua residência na Big Apple, já mais tranquila.

Em Cannes, André, após mandar algumas mensagens pelo celular à esposa, explica toda a situação a Chapolin. Dessa forma, a conversa terá de ser entre André e Chapolin apenas.

André: “É uma honra poder conversar contigo, Chapolin”.

Chapolin: “Eu digo o mesmo, senhor Bourgeois. E irei direto ao ponto: a tua filha. Por que ela é assim?”.

O senhor Bourgeois explica ao Polegar (que já percebeu que os Bourgeois são uma família muito rica, mas ao mesmo tempo disfuncional) que Chloé sempre teve tudo e nada ao mesmo tempo. Quando Chloé ainda era muito pequena, por volta dos seis anos de idade, a mãe foi trabalhar em Nova York e desde então bem raramente a visitava em Paris. Desde então, Chloé sentia muito a falta da mãe.

E, como se não bastasse a mãe trabalhar do outro lado do Atlântico e passar muito mais tempo por lá, quase não sobrava tempo para o senhor Bourgeois passar com a filha por conta do tempo e da energia que o ofício de prefeito de Paris exige. Portanto, ele sempre a mimava com o auxílio dos mordomos. Além disso, ela tinha um único amigo, Adrien Agreste, filho de Gabriel Agreste, o imperador da moda, um amigo de longa data de André.

André: “É que sabe como é Chapolin. Eu sou o Prefeito de Paris, e quando chego a minha casa depois de longas reuniões e discursos, estou sempre muito cansado e a última coisa de que quero saber é a minha filha me azucrinar com os problemas particulares dela”.

Chapolin: “Entendo que para você deve ser muito difícil conciliar as duas coisas, mas não acha que deve dar mais atenção à filha, senhor Bourgeois?”.

André (com uma expressão cabisbaixa no rosto): “Bom Polegar, quase nunca me sobra tempo para ela, e quando sobra, sobra pouca coisa. E no fim das contas não me resta outra escolha a não ser deixar que os mordomos cuidem dela”.

Chapolin: “Eu não entendo como que você governa Paris, uma das cidades mais importantes de todo mundo, e ao mesmo tempo ser incapaz de exercer autoridade sobre a própria filha. Promete, Senhor Bourgeois, que daqui em diante, sempre que tiver um tempo livre, para aproveitá-lo para dividir com a tua filha? Tenho certeza que ela vai adorar”.

André: “Sim Chapolin. E Chapolin, queria lhe contar uma coisa...”.

Chapolin: “Pois não, pode falar”.

André sente que pode contar com Chapolin para contar certos segredos de seu passado, e resolve lhe contar sobre seu passado como diretor de cinema e o motivo pelo qual ele tem a mansão em Cannes.

André: “Eu gostaria que você soubesse de um segredo do meu passado. Eu há muitos anos dirigi um filme, cujo título é ‘Solidão’. Eu sempre quis ser diretor de cinema. E um dos motivos pelos quais eu tenho essa mansão aqui em Cannes é para manter contato com o mundo da cinematografia e alguns dos meus amigos da época. Eu mesmo também patrocino o festival de Cannes, que ocorre todo ano. Mas a minha mulher achou que eu deveria é entrar para a política e ser Prefeito de Paris. Sabe como é, ela tem um gênio muito forte e não gosta de ser contrariada”.

Chapolin: “E não acha que está na hora de você impor autoridade sobre a tua mulher, André? E me prometa uma coisa: que depois que terminar o seu atual mandato como prefeito de Paris você irá se dedicar a produção de filmes?”.

André: “Sim, Chapolin, eu prometo”.

Chapolin: “Você tem os teus amigos ai em Cannes e outros mais da época em que foi diretor, tenho certeza que eles irão adorar poder vê-lo voltar a participar da criação de um filme. Tenho certeza que você fará muito sucesso quando voltar a ser diretor de cinema”.

E assim termina a conversa entre herói e Prefeito da Cidade Luz. Antes de Chapolin ir embora, André dá ao herói de cortesia um DVD do filme para assistir, como uma lembrança da passagem dele em Cannes. Chapolin agradece ao presente e promete que irá ver o filme.

1 Comentários

  1. A carência afetiva de Chloé a humaniza.

    Realmente, seus pais deixam a desejar.

    Esse relapso interfere no modo de Chloé pensar e agir.


    Chapolin deveria ser mais duro com ambos.

    Acho que foi brando.


    Aguardemos!

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