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Crônicas de Amizade Estelar -Spin-offs Especiais - Capítulo 12

 

 
Escrito em parceria com o Treinador Pokemon


12 – O encontro de Setsuko Tokimura e Ohana Asuka.

 

No dia seguinte à reunião na Base dos Defensores, conforme já estava acertado com os Changeman e Bioman antes do último ataque de Neo Mess, o casal Tokimura se dirige à cidade de Kyoto, com destino à casa da família Asuka.

Através de um telefonema de Sugata, a senhora Ohana Asuka foi previamente avisada e aceitou receber a senhora Setsuko, mesmo sem entender o motivo da visita.

Tokimura leva a sua esposa de carro e a deixa numa esquina da rua da residência dos Asuka.

-Deseje-me sorte, querido! – se despede Setsuko.

Tokimura dá um beijo no rosto de sua esposa e segura as suas mãos, dando-lhe forças:

-Boa sorte, querida! E que tenhamos um desfecho que seja bom para todos...

Determinada, ela se dirige ao endereço que constava no papel e aperta a campainha.

Enquanto isso, Tokimura a aguardaria nas proximidades, dentro do carro.

Tal precaução era necessária, pois temia-se que eles pudessem estar sendo monitorados por espiões de Neo Mess.

Portanto, qualquer investigação que fizessem deveria ocorrer da maneira mais discreta possível.

Após mais ou menos um minuto de espera, a porta da casa se abre, revelando a senhora Ohana.

No momento em a viu, a mente de Setsuko imediatamente relembra o sonho que teve meses atrás, antes da descoberta do parentesco entre Jun e Dan...

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Num local todo iluminado, Setsuko olha em todas as direções, tentando entender onde estava...

E como ela foi parar ali, em primeiro lugar.

Ela nada conseguia ver, nem mesmo o chão onde pisava. Era como se o local inteiro fosse feito de luz...

Exatamente por isso, quando três sombras repentinamente aparecem, elas se destacam perfeitamente no meio de toda aquela luz.

As três sombras, de início, aparentavam ser humanas. Somente depois que os olhos de Setsuko se adaptam à claridade, ela consegue perceber que eram figuras femininas também...

Curiosa, Setsuko se aproxima delas, o que lhe permite distinguir melhor suas características...

As três figuras se tratavam realmente de mulheres, aparentemente da mesma faixa etária que ela própria...

Todas elas também tinham um sorriso sereno em seus rostos, mas, ao mesmo tempo, uma expressão familiar em seus olhos...

Algo que Setsuko poderia inferir como um misto de tristeza, saudade, e até... súplica?

Elas dizem algo, porém Setsuko não consegue entender. Suas bocas abriam e fechavam, mas nenhum som saía delas...

“Quem são vocês?” era a pergunta que Setsuko se fazia nesse sonho.

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À época, Setsuko não tinha a menor ideia de quem eram aquelas três senhoras...

Entretanto, conforme o tempo passou, e as grandes revelações com os Defensores foram sendo descortinadas, as identidades delas, uma a uma, iam ficando claras...

Assim como ia ficando claro que o sonho era, na verdade, uma premonição sobre as mães de três dos Flashman...

Uma delas era Yukari Yabuki, mãe da Jun e do Dan. Setsuko a havia reconhecido no momento em que visitara a senhora Yabuki pela primeira vez, semanas atrás, na enfermaria da base dos Defensores, a pedido de Jun...

E outra daquelas senhoras... estava parada bem à frente de Setsuko naquele momento!

-Senhora Setsuko Tokimura? – a dita senhora pergunta, tirando Setsuko de seu estupor.

Percebendo que estava distraída enquanto Ohana lhe fazia uma pergunta, Setsuko imediatamente se recompõe, e sorri, um pouco constrangida:

-Sim, sou eu mesma...

-Senhora Ohana Asuka, correto?

-Eu vim a pedido do senhor Sanjuurou Sugata...

-Ele deve tê-la avisado da minha visita.

Se Ohana notou o constrangimento de Setsuko, ela não demonstrou. Ao invés disso, sorri educadamente e gesticula para o interior da casa:

-Sim, o senhor Sugata me avisou...

-Por favor, entre.

Conhecedora de boa etiqueta e formalidade, Setsuko adentra a residência e se deixa guiar em silêncio por Ohana até a sala de estar. Inicialmente ela nem toca no assunto a que veio, pois sabia que uma boa recepção era parte dos valores culturais de sua geração. Soaria rude se ela tentasse “pular etapas”, antes de aceitar a hospitalidade da anfitriã.

Com Setsuko já sentada no sofá, a senhora Ohana, a exemplo do que fizera anteriormente com Mai, Jun e Hikaru, a recebe de modo amistoso e simpático, servindo pães e bolos caseiros, além de chás e sucos.

Setsuko prova os quitutes servidos, e os elogia, pois estavam ótimos. Ohana afirma, com uma ponta de orgulho em sua voz, que foi ela mesmo quem os preparou. Que ela não comprava nada pronto, que ela própria fazia as massas somente com ingredientes naturais.

Se tinha uma coisa que Ohana Asuka sabia fazer (e muito bem, por sinal) era cozinhar, além de uma excelente anfitriã, fazendo com que o visitante ficasse mais à vontade.

Feitas as apresentações e cumprimentos iniciais, após Setsuko terminar de provar o que lhe havia sido gentilmente oferecido, Ohana, sentada numa poltrona em frente à ela, tem uma certa sensação de familiaridade com aquela senhora...

-Senhora Setsuko, não sei por que, mas... acredito que já vi a senhora antes...

-Em algum lugar...

-Só não consigo me lembrar de onde...

Uma esperança anima o coração de Setsuko, permitindo que ela pensasse:

Ela se recorda vagamente de mim...”

“Isso já é um passo importante...”

“Facilita as coisas...”

“Mas ainda tenho um caminho longo a percorrer...”

“Preciso me concentrar...”

Tomando cuidado com as palavras, tentando “preparar o terreno”, Setsuko responde:

-Eu também acho que a conheço...

-A senhora pode não se lembrar de mim, já que não tínhamos muito contato...

-Mas, se não me falha a memória, fui sua vizinha há uns vinte anos...

A senhora Ohana tem um pequeno sobressalto!

Ao reparar com mais atenção, ela diz:

-Nossa! Já faz tempo e a senhora ainda se lembra de mim!

-Quanto a mim, eu recordo vagamente...

-A senhora me lembra muito a esposa de um senhor que morava perto daqui...

-Um pesquisador que meu filho, Ryu, visitava com frequência quando criança...

-O tempo foi muito generoso com a senhora...

Satisfeita, Setsuko, enquanto bebia um gole do suco de uva e comia um pedaço de bolo de limão, encontrou a brecha que precisava, para tentar tocar no assunto a qual fora enviada.

Menos tensa, ela responde:

-O mundo é bem pequeno...

-Sou eu mesma!

-Meu esposo é o Doutor Tokimura...

-Quem diria que, vinte anos depois, eu encontraria com a mãe do querido Ryu..., aquele menino curioso e inteligente...

-Obrigada... – agradece Ohana, também se servindo dos lanches.

-Aliás, tardiamente, eu me sinto na obrigação de agradecer pelo acolhimento que você e seu marido fizeram ao meu Ryu...

-Ele sempre foi muito retraído...,

-Não tinha amigos...,

-Uma vez, ele voltou para casa todo contente, dizendo que estava ajudando seu esposo a construir uma “máquina do tempo”...

-Que imaginação a dele...!

-Mas, aquilo mantinha meu filho entretido...

-Motivado...

Setsuko sorri sem graça...

Não desejava deixar transparecer seus sentimentos, afinal, sem querer, Ohana tocara num assunto sensível para ela e seu esposo.

Um assunto que, ironicamente, também envolvia Ohana, embora ela ainda não soubesse.

Setsuko, é claro, não podia culpá-la. Afinal, durante anos, praticamente ninguém acreditou que seu marido pudesse mesmo construir uma máquina do tempo, para voltar ao passado e descobrir sobre um suposto filho raptado. Nem ela própria, de início, acreditou nessa história. Foram somente o Ryu e, anos depois, os Flashman, que realmente puseram fé nas palavras do Doutor Tokimura.

Sem perceber que havia sido indelicada, a senhora Ohana prossegue:

-Presumo que a senhora, assim como três simpáticas jovens que tiveram aqui recentemente (referindo-se a Mai, Jun e Hikaru) a pedido do estimado Sugata, queira falar sobre meu filho...

-Acertei?

Setsuko assente com a cabeça.

Ohana prossegue:

-O senhor Sugata é mesmo um homem diferenciado...

-Ele ainda acredita no meu filho, apesar de tudo...

-Outro já teria desistido...

A senhora Ohana muda o semblante.

Tentava não chorar na frente de uma desconhecida, para não causar uma má impressão.

Suspirando, a senhora Ohana lamenta:

-Ah... Ryu! Você é meu filho... e eu te amo muito!

-Mas, às vezes, você deixa a mim e ao meu querido Shigeyoshi (referindo-se ao seu esposo)... muito desapontados...

-Como pôde ser tão ingrato, a ponto de virar as costas para quem lhe estendeu a mão?

Com a sensibilidade de mãe, e por saber exatamente o que Ohana sentia e, sobretudo, pela missão confiada, Setsuko utiliza todos os seus recursos argumentativos:

-Senhora Ohana...

-Nós sempre acreditaremos no seu filho...

-O “Projeto Maskman” caminha bem... A senhora deve estar acompanhando no noticiário...

-Sim..., estou! São verdadeiros heróis... – responde Ohana, deixando subentendido que era isso que queria para o filho.

Com sensibilidade, a senhora Setsuko prossegue:

-Como parente de um dos membros da equipe, eu acabo sabendo de algumas coisas...

Setsuko se referia à Hikaru Katsuragi, a qual, claro, nem era parente dela, e nem membro oficial dos Maskman. Entretanto, Setsuko considerava Hikaru como sua “filha do coração” (assim como a todos os demais Bioman, Changeman e Flashman, exceto Sara, que era sua filha biológica). E Hikaru atuara no Projeto Maskman como consultora, então o que dizia não era necessariamente mentira.

Ela se viu na necessidade de, digamos, omitir alguns fatos e acrescentar outros, criando uma narrativa que a aproximasse da realidade de Ohana.

Não era, e nunca foi, do feitio de Setsuko, enganar ninguém...

Longe disso!

Mas, aquela estratégia era perfeitamente justificável, devido à delicadeza e sensibilidade do assunto tratado.

Facilitava a sua “narrativa”, o fato de que, após a saída de Ryu Asuka do Projeto Maskman, os pais dele também acabaram se afastando de Sugata e sua organização. Então, não teriam como suspeitar da veracidade de algumas coisas que Setsuko estava prestes a dizer.

E assim, ela prossegue:

-Os meninos (referindo-se à equipe Maskman como um todo) sempre disseram que Ryu, o seu filho, devia voltar a ser um discípulo de Sugata...

-É de conhecimento de todos que ninguém chegou ao estágio do Ryu...

-Os Maskman teriam muito a ganhar com ele...

-O Império Tube se mostra cada vez mais perigoso, e não se pode dispensar alguém com a capacidade dele, só por causa de um equívoco do passado...

Setsuko dá uma pausa, permitindo que Ohana conseguisse assimilar tudo aquilo.

O fato é que aquelas palavras, tocaram na alma da senhora Ohana...

Setsuko, uma vez mais, mostrava que sabia o que estava fazendo...

Afinal, qual mãe não se orgulharia do fato de seu filho ser considerado de extrema importância para determinada missão, não é mesmo?

Mãe é mãe, em qualquer lugar do mundo...

Mesmo com todos os seus erros passados, seu filho poderia recomeçar, se assim o quisesse...

As condições estavam postas...

E isso a confortava.

Um certo silêncio se nota...

Setsuko pacientemente aguarda Ohana se manifestar...

Ao ressaltar a importância de Ryu, ela pretendia fazer com que Ohana, de um jeito ou de outro, abraçasse novamente a causa do Projeto Maskman...

E, quem sabe, convencesse Ryu a voltar, e ir ver seu irmão...

No ponto central daquela visita, ela ainda não conseguira chegar...

Mas, mesmo assim, ela deu mais um passo importante...

“Como lidar com lembranças inexistentes, ou melhor dizendo, apagadas?”

“Como trazê-las de volta?”

Setsuko opta pelo envolvimento narrativo sutil...

Cauteloso...

Pelas bordas...

Exatamente como fizera com Yukari Yabuki, quando a ajudou a se lembrar do Dan/Norio...

Tudo poderia dar extremamente certo...

Como poderia dar extremamente errado...

Mesmo assim, uma coisa era certa: Ohana iria falar com seu filho Ryu sobre essa sondagem, e isso poderia motivá-lo...

Era melhor do que nada...

Assim, Setsuko pensou...

Por fim, a senhora Ohana toma a palavra:

-Suas palavras tocaram no fundo da minha alma...

-Shigueyoshi e eu sempre dissemos a Ryu para ele voltar...

-Mas..., depois do que aconteceu com a namorada dele, Yuuko...

-Ele desandou...

Ohana sente sua voz tremer, pois a trágica morte da namorada de seu filho também a abalou muito. Recuperando sua compostura, ela então continua:

-Acredito que as moças que estiveram aqui, devem ter-lhe falado da história do Ryu...

-Não gostaria de repetir...

Setsuko, mais uma vez, usando de empatia e sensibilidade, a tranquiliza:

-Claro que elas me disseram!

-É por isso que estou aqui.

-Não se preocupe...

-Não é minha intenção causar constrangimentos...

Setsuko sentiu que, naquele instante, ela tinha que arriscar:

-Talvez..., me parece que essas dificuldades do Ryu possam ter uma origem mais profunda...

-É isso que a gente quer entender...

-Por que um rapaz com tanto potencial possui bloqueios psicológicos tão fortes, a ponto de não conseguir lidar com as dificuldades que surgem na vida?

Ohana tenta argumentar:

-Isso é algo que nunca consegui entender no meu filho...

-Nós sempre demos tudo para ele...

-Sempre fomos pais dedicados...

-Mesmo assim, ele sempre teve uma autoestima muito baixa...

-Ele melhorou depois que começou a treinar com o senhor Sugata...

-Mas..., depois da...

Ohana não consegue completar a fala, mas já estava perfeitamente subentendido a que ela se referia.

Setsuko percebe que a possibilidade de ter fracassado na educação de seu filho, fazia com que Ohana sofresse. Ela então diz:

-Talvez..., o problema esteja longe de ser a senhora ou o seu esposo...

-Não se culpe...!

-Talvez tenha acontecido algo com ele, que o impactou muito...

-Algo bem anterior, e que possa ter piorado após o que aconteceu com a Yuuko...

-Eu me recordo vagamente de algo que ele dizia, quando era criança e frequentava nossa casa...

-Mas, como ele ficava mais com meu esposo, não tenho como me lembrar...

-A senhora não lembra de nenhum episódio... nenhuma história que ele tenha contado na infância...?

Ohana faz um esforço de memória. Por mais que se esforçasse, nada que julgasse relevante lhe vinha à mente...

Até que, ela se lembra de um fato...

Um fato que, por sinal, já tinha sido discutido vagamente por ela e seu esposo, na noite do mesmo dia em que recebeu as visitas de Mai, Jun e Hikaru...

-Eu me recordo de algo, muito tempo atrás...

-Antes de termos nos mudado para a nossa casa atual...

-Ele veio com uma história que tinha um irmão mais novo que desapareceu...

-Mas aquilo era impossível!

-Como que Shigueyoshi e eu teríamos um filho e não nos lembraríamos dele?

-Um absurdo!

-Não faz sentido!

-Algumas vezes, o Ryu insistiu tanto que tive que pô-lo de castigo...

O semblante de Ohana mudara completamente enquanto falava. Se antes ela estava simpática e um pouco melancólica, agora demonstrava indignação e até raiva, num sinal claro do quanto aquele assunto a afetava...

-E o pior é que alguns vizinhos faziam questão de alimentar esse devaneio do meu filho...

-A situação ficou tão insuportável que tivemos que mudar de residência...

-Na época, considerei que era coisa da cabeça de criança...

-Talvez, meu filho tenha se chateado com isso... e ficado assim...

-No entanto, eu não poderia alimentar uma mentira...

-Ainda mais uma mentira tão grave como aquela...

-Como pais responsáveis, não podíamos permitir que o Ryu continuasse com aquilo!

Um silêncio tenso se impõe entre as duas senhoras após a última colocação de Ohana...

Ohana respira fundo e bebe um gole de chá para se acalmar, ainda um pouco emocional por ter desenterrado um assunto tão sensível quanto aquele...

Setsuko, por outro lado, tinha sentimentos bem diferentes...

Embora não demonstrasse, Setsuko percebeu, frustrada, que a conversa não teria como avançar, por mais boa vontade que a senhora Ohana tivesse...

“Ela realmente não se lembra de nada...” – era a triste conclusão de Setsuko.

“Nem sequer lapsos de memórias daquela noite ela, e possivelmente o marido dela, tem...”

Não era culpa dela...

Não era culpa do senhor Shigueyoshi...

Simplesmente, eles não se lembravam de nada... de absolutamente nada...

Pois suas memórias haviam sido apagadas, e eles não estavam cientes disso.

Para quem viveu isso na pele, Setsuko podia compreender perfeitamente a situação deles...

Não..., Setsuko não culpava Ohana, Shigueyoshi e, sendo sincera, nem o próprio Ryu...

Quem ela amaldiçoava, por todo aquele sofrimento, era um ser em especial...

Um ódio absurdo, uma revolta silenciosa tomava conta da sua mente:

“Kaura...!”

“Mesmo morto, eu nunca o perdoarei!”

“Não bastasse o sofrimento e a dor que causou a mim e ao meu marido...”

“À Sara...”

“Aos Flashman...”

Aos seus familiares...”

“Veja essa pobre mãe...”

“Como irei convencê-la que o... (referindo-se ao Flashman em questão) foi realmente raptado e é seu filho...?”

“Infelizmente, nessa situação, chegamos ao limite...”

“Não há mais nada que eu possa fazer...”

“O que passar disso gerará um sofrimento muito grande em Ohana...”

“Eu sou mãe..., eu sei...”

“Não posso, não quero e não tenho o direito de machucá-la!”

Setsuko então se recompõe, de modo a não deixar transparecer o que sentia, e decide encerrar sua visita, fazendo um pedido...

Dadas as circunstâncias tão peculiares, era o máximo que conseguiria:

-Senhora Ohana...

-Agradeço a recepção tão gentil...

-Está na hora de eu ir...

-Eu peço que a senhora, quando ver seu filho, peça para ele pensar com carinho em voltar ao Projeto Maskman...

-Independente do que tenha ocorrido, precisamos muito dele...

-Será uma honra para nós recebê-lo...

Ohana muda o semblante, já mais calma:

-Eu também queria que ele voltasse...

-Prometo que me esforçarei para convencê-lo...

-Embora, como mãe, julgo difícil...

Setsuko faz menção de se retirar.

A senhora Ohana a acompanha até a porta.

Na saída, ela diz:

-Senhora Setsuko, venha mais vezes...

-Gostei muito de você...

-Uma pena que não tivemos a oportunidade de nos conhecer melhor, na época em que moramos próximas...

-Vez por outra, venha em casa para a gente conversar...

-Será um prazer recebê-la...

Setsuko promete vir, agradecendo o convite.

Alguns metros depois, ela entra no carro de Tokimura, que a aguardava, e partem rumo a um restaurante tradicional de Kyoto que o casal frequentava, quando moravam lá.

No entanto, ela não percebe que era vigiada de longe...

Por um homem desconhecido...

xxxxxx

Esse misterioso indivíduo segue o casal Tokimura, dirigindo em outro carro...

Era um espião disfarçado...

Ao entrar no restaurante, ele discretamente se senta numa mesa próxima à dos Tokimura, e ativa um microdispositivo eletrônico escondido no bolso do seu terno preto...

Estava gravando a conversa...

Na mesa ao lado, ignorante da presença do espião, Setsuko se mostra triste e frustrada:

-Querido... eu falhei!

Tokimura segura as mãos de Setsuko, confortando-a:

-Não diga isso, querida!

-Sabíamos que não seria fácil...

-Você passou exatamente o que a senhora Asuka passou...

-Sabe o quanto é difícil não se recordar de algo, que todo mundo afirma o contrário...

Setsuko não se conforma:

-Eu sei, querido...

-Mas, não dá mais para esconder isso do... (referindo-se ao Flashman em questão) e nem dos demais...

-O Ryu é irmão de um dos “meninos”...

-Me dói na alma continuar escondendo esse segredo deles...

-Eu, sinceramente, já não sei mais o que fazer...

Tokimura suspira, também frustrado com toda aquela situação, e argumenta:

-Se, ao menos, tivéssemos alguma pista, algum objeto que os ajudasse a lembrar...

-Como o foi a tiara do Dan e da Jun...

-Ou uma foto, como no caso da Mai e da Lú...

-E também, com a nossa filha Sara...

-Mas, agora, nem isso temos...

Setsuko vai na mesma linha:

-Nem ao menos, trazer o casal para a base, para uma reunião... foi possível...

-Para poderem conversar com seu filho perdido e atenuar um pouco a ausência do Ryu...

-Mas, depois do que ouvi, não me senti em condições de prosseguir...

-Com a senhora Ohana ainda não acreditando que possui um segundo filho, isso só iria machucá-la ainda mais, assim como o... (mais uma vez se referindo ao Flashman em questão)

Tokimura, desolado, diz:

-Ali..., naquele instante, quando eu conversei com o Ryu, deveríamos já ter contado tudo para os Flashman...

-Mas, nós mesmos estávamos em dúvida...

-A situação é delicada...

Os dois terminam a refeição e se retiram.

Na mesa ao lado, o ouvinte daquela conversa sorri de modo malicioso.

Ao pagar a conta e também se retirar, o espião entra no seu carro e escuta novamente a conversa gravada, comentando consigo mesmo:

-Hmm... Que interessante!

-O casal Tokimura visitando os pais do miserável Ryu Asuka...

-E o que é melhor...

-Ele é irmão de um dos Flashman!

-Dois coelhos num mesmo disparo...

-O Rei Zeba e La Kéferus vão adorar saber disso...

-A pergunta é: qual dos dois vai me oferecer mais por essa informação?

-Hahahahahahá...!




Senhora Ohana Asuka, mãe de Ryu


8 Comentários

  1. Setsuko Tokimura (também conhecida como a "Flash-Mãe" rsrsrs) mais uma vez entra em cena na sua incansável missão de encontrar os familiares dos Flashman e ajudá-los a recuperar suas memórias. Mas isso não significa que ela é infalível: diferente do que ocorreu com a mãe da Jun e do Dan, a situação dos pais do Ryu é mais delicada, pois eles não têm nada que os ajude a "sacudir" suas mentes e os faça relembrar da fatídica noite vinte anos atrás. Então, por mais determinada que seja, a boa vontade de Setsuko tem limites. Pelo visto, mais de que nunca, a cooperação de Ryu Asuka será necessária para resolver esta questão (se é que os Defensores vão conseguir convencê-lo em primeiro lugar).

    Foi interessante ver os eventos de Flashman vistos pelos olhos de um de seus familiares sem memória. Ver como lidaram com um membro da família perdido (mas que não se lembram), como seguiram com suas vidas... além de conhecer um pouco sobre a vida regressa de Ryu, pelos olhos de seus familiares. Claro, Tokimura, Mai e Jun também tiveram seus familiares raptados, porém Tokimura tinha apenas lapsos de memória da noite do rapto (ele próprio não tinha certeza do que ocorreu exatamente), Mai apenas ouviu o relato de seu tio Shiunsai na ocasião (então, assim como Tokimura, ela tinha apenas uma vaga ideia do que aconteceu com sua prima), e Jun desconhecia a existência de Dan até sua memória voltar recentemente. Ryu, por outro lado, sabia do ocorrido desde o começo, e isso afetou sua vida de um modo bem diferente da de Tokimura, Mai e Jun.

    E, como vida de herói nunca é fácil, mais um inimigo aparece para complicar as coisas. Pelo jeito de agir, já dá para ter uma boa ideia de quem é o tal espião retratado no final do capítulo. Se for quem estou pensando, vai dar muito trabalho aos Defensores...

    Grande trabalho, Jirayrider!

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    1. Grande amigo e parceiro ,Pokemon!

      Gratidão pela leitura, comentário e parceria nesse projeto!

      Uma das coisas que orgulho em nossa parceria é retratar esses maravilhosos Super Sentais fugindo de clichês .

      Contando a história sobre outras perspectivas.

      Sob o olhar de outros personagens.

      Acho que a história ganha em densidade e profundidade.

      Ao lançarmos o nosso olhar sob o ângulo de visão dos pais de Ryu, conseguimos entender os seus dramas pessoais.

      A carga dramática fica mais palpável e prende o leitor a narrativa.

      O caso do casal Asuka é mais complicado que o do senhor Shiunsai e da senhora Yukari.

      E Ryu parece não querer colaborar !

      Isso pode ser muito ruim para ele e para o seu irmão.

      Vejamos ,como se dará os acontecimentos daqui pela frente.

      Quanto ao espião, faça sua aposta!

      Um grande abraço e uma vez mais gratidão !

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  2. Pelo visto a senhora Tokimura está diante de mais um abacaxi. Vamos ver como que ele irá descascá-lo. E com qual faca irá descascar o abacaxi. E sobre o espião em questão, eu aposto que ele é um velho conhecido nosso. E vai querer tirar muita vantagem dessa situação toda.

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    1. Na mosca !
      Esse espião tem interesses em jogo e fará de tudo para com seguir seus objetivos.

      Quem será ?

      Faça a sua aposta!

      Quanto a senhora Tokimura, tão apegada que ficou em relação aos Flashman, que não hesita em ajudar, sempre que pode.

      Mas, nem sempre as coisas saem como previsto.

      Vejamos como se dará a sequência de fatos.

      Gratidão!

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    2. E fico me perguntando com os meus botões: será que esse espião sabe sobre o segredo do La Kéferus??

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    3. Creio que não !

      Ele tem outros interesses , com um outro império...

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  3. Realmente difícil reger uma conversa nessa situação, eu creio que eu, teria cometido diversos erros ali, por exemplo, eu teria tentado forçar, de forma a dizer "senhora Ohana, o que seu filho lhe dizia era verdade... Eu passei pelo mesmo, sofri muito e a senhora vai sofrer também, mas, existem pessoas precisando que isso seja resolvido, seu filho perdido está lhe aguardando para receber seu abraço, e a senhora precisa entender, que embora não se recorde, seu filho Ryu tinha razão, e vocês tem um filho desaparecido do qual não se lembram, essa é a verdade!" Teria uma chance de dar certo? Teria, bem pequena, seria um tiro de bazuca no escuro, masssssssssss... Poderia resolver tudo! Porém, talvez por ter sofrido o que ela sofreria e sendo empática e não querendo colocar a senhora Ohana na mesma situação, é que Setsuko desistiu de tal cartada, eu teria chutado o pau da barraca, mas ela foi mais sábia, ela foi mais ponderada e pensou mais no sofrimento da senhora Ohana do que nas necessidades atuais dos demais! Maravilhosa condução de trabalho meu amigo, fico extremamente feliz em ver esta obra chegando ao seu ápice e preparando-se para ingressar no novo estágio com tudo, poisa a Guerra Tokusatsu vem aí! Parabéns meu amigo e parabéns Pokemón, cês mandam muito bem nessa trama!! \0/

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    1. Grande Lanthys!

      Obrigado pelo comentário e leitura!

      Eu, do mesmo modo que você , também iria nessa direção.

      Mas, creio que, conforme tu observaste, a senhora Setsuko,por ter vivido isso , por não se lembrar que tinha uma filha , pediu na balança e não quis que a senhora Ohana passasse pelo que ela passou.

      De fato, o Pokémon e eu quisemos reforçar o lado empático da senhora Setsuko, toda como uma mãezona de todos ali.

      Fico feliz que tu tenhas captado a premissa do capítulo!

      Gratidão e um forte abraço !

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