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Quintessência - #6

 

Capítulo 6: O Amor Além da Vida

"Quintessência... uma jornada interior de inúmeras possibilidades"

O grupo permanecia ali, surpreso com a chegada de Shizuka e aquele corpo inerte envolto no lençol branco. O rosto, não, na verdade todo o corpo estava desfigurado, mas o lençol permanecia cobrindo-o. Os outros presentes, Kaname, Jun, Risa, Kokoro e Yuna apenas observavam aquela cena.

JOJI – O que significa isso, doutor? De quem é esse corpo?

SHIZUKA (em tom baixo) – Não sei se é prudente falar aqui, mas isso tem a ver com o que nos aconteceu há pouco. Eu segui uma visão e vocês vinham atrás, mas então não senti mais suas presenças.

KEN – Sim... foi aí que eu encontrei o Jun...

JOJI – Quanto a mim... bem... depois eu explico.

RISA (se aproximando) – O que tanto cochicham, rapazes?

Risa era uma mulher muito atenta e observadora; sempre foi notável a sua postura firme e resoluta. Aquela cena aguçou a curiosidade dela, e ao chegar perto dos rapazes, resolveu também descobrir o lençol e vislumbrar a mesma coisa que antes foi vista pelos mesmos.

RISA – Mas o que... Dr. Igarashi, pode me explicar o que é isso?

SHIZUKA – Oficial, não sei como poderia explicar... mas este corpo não está morto.

RISA – E por que não o leva ao hospital? Só pelo rosto nota-se a gravidade da situação. Como, e onde o encontrou? Acho que precisa explicar muita coisa, doutor.

JOJI – Talvez seja melhor levarmos ao hospital.

SHIZUKA – O único problema será explicar como eu encontrei, ninguém acreditaria.

RISA – Não é possível que nada seja tão difícil de explicar quando se está envolvido, doutor.

JOJI – Risa, não o intimide dessa maneira! Você não está aqui como policial! E eu assumo qualquer risco pelo doutor.

Risa conhecia bem o velho Joji. Superficialmente, intimamente, conhecia diversas histórias sobre cada marca que ele carregava. Sendo assim, resolveu se calar momentaneamente. Todos então entraram para o pátio nos fundos da escola. Kaname parecia preocupada, pois tinha receio do que poderia acontecer referente àquele corpo estar ali nas dependências da sua escolinha. Kokoro e Yuna nada entendiam. Jun não estava tão surpreso, mas sim curioso.

SHIZUKA – Podem me arranjar um tapete ou algo para cobrir o chão?

Kokoro chamou Yuna, e as duas entraram e voltaram com um velho tapete enrolado nos braços. Aconselhadas por Joji, elas entraram junto com Kaname; mas Risa não fez o mesmo. Estava decidida a ficar ali e observar tudo o que iria acontecer. Quanto a Jun, foi convidado por Kaname para entrar e aceitou, porque ele realmente buscava ser indiferente a tudo aquilo.

Shizuka pôs o corpo em cima do tapete já preparado e assim começou a descobri-lo cautelosamente. Em nenhum momento o corpo se moveu por vontade própria.

SHIZUKA – Bom, é uma mulher. Pelo estado em que está, me parece que ela não pode ver, ouvir, falar, sentir, e mal pode respirar. Mas está viva. Milagrosamente viva.

KEN – Viva? Então, é como se ela estivesse vegetando?

SHIZUKA – Sim. Talvez ela ainda consiga pensar.

E pela primeira vez, Shizuka a tocou. O tal mantra efêmero se fez ouvir mais uma vez, atraindo Joji e Ken para perto do jovem médico e fazendo-os ouvir então um pedido de socorro.

Naquele momento, Tomoe e Sakura estavam chegando com as compras e logo notaram aquela cena. Colocaram as sacolas no batente e foram averiguar.

TOMOE – Ela está viva, de fato. O espírito está inquieto, pedindo socorro.

SAKURA – Mana, você pode sentir?

Imediatamente, Tomoe começou a rezar e Sakura a acompanhou. Os outros rapazes então iniciaram uma meditação, e o tal corpo começou a levitar e ser envolvido por uma espécie de casca, até que assumiu a posição fetal e a casca ganhou a forma de um ovo. Tudo aquilo perante os olhos incrédulos de Risa, que de tão espantada, mal conseguia falar. O ovo então subiu mais alto e começou a girar, enquanto uma energia em forma de flor se materializada abaixo dele, como se estivesse o alimentando energeticamente.

SHIZUKA – Isso é algo que nem em meus sonhos eu poderia imaginar.

KEN – Confesso que também estou surpreso, doutor.

TOMOE – Agora ela poderá descansar.

SAKURA – E então, mana?

TOMOE – Não sei. Deixe que os deuses decidam.

JOJI – Será que corre o risco de alguém ver isso aqui?

SAKURA – Espero que não, Sr. Joji. Tudo isso é praticamente impossível de explicar.

Risa continuava ali, incrédula. Não sabia o que, ou como, questionar tudo o que tinha visto. Risa sempre foi mulher de buscar respostas para tudo, se sentiu impotente pela primeira vez em muito tempo. Se fosse frágil, teria fugido desesperadamente; mas mesmo diante daquilo, ela buscou se manter firme.

RISA – Joji... eu...

JOJI – Não tente falar nada, Risa. Para mim também é absurdo tudo isso, mas é exatamente como vimos.

Então, todos entraram dentro da escolinha, onde enfim Tomoe e Sakura encontraram Jun e deram aquele abraço cheio de amor, junto a Ken; os membros restantes da família Mizushima enfim estavam reunidos. E a chuva sem cessar, até anoitecer.

 

Enquanto isso, distante dali Sayaka Hanajima observava o luar, escovando seus cabelos negros e vestida com seu robe carmesim. Havia um certo ar de melancolia em seu olhar. Repentinamente uma leve brisa tomou o aposento e, imediatamente, Sayaka percebeu o que ali acontecia.

SAYAKA – E mais uma vez, aí está você. Não veio me lembrar do que eu já eu sei, não é, querida?

Em meio às sombras, se revela uma jovem de aparência adolescente, vestindo um quimono escuro bordado com flores e de cabelos sedosos. Era a Donzela Infernal.

DONZELA – Não apenas isso. Você sabe bem a posição em que está, não sabe... Sayaka?

SAYAKA (rispidamente) – E você está contando as horas para quitação da dívida, certo?

DONZELA – Eu sou imortal, senhora; poderia esperar por toda a eternidade, mas sei que não será preciso. Confesso que não pensei que fosse esperar tanto para receber uma dívida, mas está claro que o tempo está prestes a se esgotar. Cedo ou tarde, o destino age. Na atual situação, você sabe que não poderá fazer muito...

SAYAKA – Eu fiz tudo o que pude até hoje, e continuarei. Se eu tiver que enfrentar os deuses mesmo com chances nulas, eu farei... mas você não vai me tirar tudo o que eu consegui!

Só então Sayaka percebeu que a donzela havia desaparecido. Num acesso de fúria, ela lançou a escova contra o espelho, causando apenas uma rachadura. Naquele momento, por questão de segundos, viu suas mãos escurecerem e caiu de joelhos no chão do quarto.

Súbito, alguém abre a porta. Era Cristoph, o mordomo alemão, seu funcionário havia décadas. Christoph era um homem idoso, cego de um olho e usava uma bengala, sempre com uma expressão séria e devotada à sua patroa.

CRISTOPH – Senhora, posso ajuda-la?

SAYAKA (desesperada) – Christoph, por favor, me ajude! Estou aflita! Será que no fim eu perderei tudo o que conquistei?!

O mordomo se aproximou lentamente de sua senhora, lhe estendeu a mão e ajudou-a a levantar-se e sentar-se na cama.

CRISTOPH – Saiba que sempre estarei ao seu lado, senhora.

SAYAKA – Acompanhe-me até o porão, Cristoph, por favor.

O velho homem assentiu, e ambos percorreram o caminho seguindo pelo corredor, descendo as escadas até chegar à biblioteca, onde havia a passagem para o porão. Ambos desceram o vão de escadas, e lá haviam algumas estátuas demoníacas de cerca de dois metros de altura, no meio delas uma espécie de lago artificial. Mais além, mais estátuas, e uma mesa de pedra, na qual via-se alguém deitada acima dela.

Sayaka se dirigiu para o centro do pequeno lago, cobrindo até pouco acima dos joelhos com o líquido que não se sabia se era água uma vez que iluminação era precária.

SAYAKA – O que faço agora, espíritos inferiores? Os guardiões começaram a despertar afim de restaurar o equilíbrio; equilíbrio esse que eu também contribuí para infringir. Sei que não tenho poder para lidar com eles, mas ajudem-me! Não posso perder tudo agora!

Murmúrios indecifráveis se fizeram ouvir naquele aposento. Sayaka então sentou-se no fundo do pequeno lago e agitou as mãos submersas. Logo, parecia dançar enquanto flutuava numa espécie de transe caótico. Ela de alguma maneira conseguia compreender aquela situação.

SAYAKA – Sim, é claro. Mesmo sendo guardiões, ainda são humanos. E como humanos, terei a chance de me livrar deles.

Ao longe, a jovem adormecida despertou sobre a mesa de pedra, e observou a cena sem sequer reagir.

 

Enquanto isso, todos de alguma maneira nas dependências da escolinha pareciam confraternizar, porém Joji e Shizuka, apesar de partilharem da mesma alegria, ainda estavam perturbados. Risa mencionou, durante a conversa, ter encontrado Joji em lugar peculiar para ambos. Ken contou, omitindo os detalhes fantásticos, como encontrou Jun. Mas Shizuka nada dizia.

Depois, Ken e Joji foram saber o que realmente havia acontecido durante aquela espécie de viagem astral. Shizuka desde a mais tenra idade vislumbrava o rosto de uma bela mulher, de cabelos longos e castanhos escuros, porém de traços ocidentais: geralmente em seus sonhos ou quando entrava em algum estado meditativo. Aquele rosto sempre lhe trazia uma paz, um sentimento tão bom que ele sequer sabia como descrever, e de alguma forma ele sabia que aquela existência era, de alguma maneira, importante para ele.

Numa ocasião em sua adolescência, ele encontrou uma foto dessa mulher guardada num envelope com um cravo murcho e apenas as palavras “Sempre sua” escritas no verso; porém foi censurado pela sua mãe, que o tomou e desde então nunca mais viu tal registro.

O que aconteceu, é que durante a viagem, enquanto Ken e Joji tomaram seus rumos, ele seguiu adiante enquanto viu um bater de asas em meio às nuvens adiante. E seguiu avançando, até que em algum momento se sentiu esgotado, pois as asas pareciam querer se libertar de algo; porém as nuvens não lhe permitiam enxergar o que era. Repentinamente, a mulher veio flutuando em sua direção com aquele belo sorriso do qual ele jamais se esquecera, e tocou o crucifixo dele.

SHIZUKA – Quem é você, que sempre está nos meus sonhos? Por que eu sinto que te amo, mesmo sem te conhecer?

A mulher apenas sorriu e apontou na direção das asas, flutuando para trás e desaparecendo em seguida. Shizuka então trajou a armadura, e mais uma vez usou seu poder.

SHIZUKA – Lou!

O crucifixo esticou e dissipou as nuvens, fazendo até mesmo com que as asas desaparecessem. Apenas o que restou ali foi um círculo de energia amarela com o tal corpo desfigurado que ele pôs nos braços e envolveu com a capa de sua armadura.

KEN – Então foi assim que você encontrou o corpo... mas essa mulher que sempre te acompanhou, então ela é um espírito.

SHIZUKA – Até quando eu adoecia, lembro de vê-la, mas muito rapidamente. A medida que fui crescendo, já não via com tanta frequência, inclusive quando me afastei da minha família. Ela aparecia mais quando eu não estava bem por algum motivo...

JOJI – Tem pessoas que acreditam em anjos de guarda... mas não me parece ser esse o caso. Você já chegou a questionar a sua mãe sobre essa ocasião do envelope?

SHIZUKA – Aquela mulher é um demônio, Joji. Ela sempre me preteriu aos meus irmãos.

KEN – Você tem irmãos?

SHIZUKA – Bom, eram mais dois, uma irmã e um irmão mais novo. Minha irmã se formou em advocacia aqui, mas não tenho qualquer relação com ela. O meu irmão mais novo faleceu ainda criança, caiu da varanda do prédio lá no Brasil. Depois disso, meu pai que já era depressivo se afundou no álcool e nas drogas, e aquele monstro começou a infernizar ainda mais a minha vida, foi quando eu resolvi vir para o Japão morar com meus avós. Minha irmã resolveu fazer o mesmo pouco tempo depois, porque não suportava mais viver naquele ambiente. Só que, ela não tem o caráter muito diferente da mãe.

JOJI – E desde então, não sabe mais nada do seu pai?

SHIZUKA – Às vezes, muito raramente, ele me liga. Na verdade, já não falo com ele há mais de um ano. Sabem, eu nunca falei sobre isso com ninguém... Mas acho que ele tem grande parte da culpa em tudo isso. Deixou de fazer o papel dele e os filhos foram negligenciados. Uma mulher sem caráter manda e desmanda em tudo por lá porque nem credibilidade ele tem mais. Isso...

Logo, notaram-se lágrimas descendo dos olhos de Shizuka. Sim, de fato, os três tinham inúmeras particularidades. Feridas que doíam e ainda estavam por cicatrizarem. Logo, se abraçaram.

KEN – Sabe, Shizuka... acho uma boa ideia você falar com o seu pai agora. Tenta resolver as coisas com ele, talvez ele precise disso. Eu particularmente achei que nunca fosse conseguir me acertar com o Jun, mas, eu amo o meu irmão: tudo isso é pequeno demais. Eu sei que você ama o seu pai, por mais que sinta mágoa dele.

JOJI – Ken tem razão, Shizuka. Eu até há pouco carregava o remorso de não ter me acertado com o meu irmão, e... se você sentir que deve, faça isso. Fale com o seu pai.

Repentinamente, o jovem pegou o telefone e ligou. A ligação foi atendida.

SHIZUKA – Alô? Pai?

SR. IGARASHI – Meu filho! Tudo bem? Como você está?

SHIZUKA – Estou bem, obrigado. E o senhor, como está?

SR. IGARASHI – Estou indo, meu filho, na medida do possível, obrigado. Quero comunicar que, voltei para o Japão já há dois meses, depois que finalizei o divórcio. Não liguei para você porque sei que não gosta de falar comigo e...

SHIZUKA – Pai... o senhor realmente está bem? O senhor se divorciou da mãe?

Após uma breve pausa, o homem suspirou. Perguntou se poderiam se ver, e o filho consentiu. Combinaram então de se encontrarem na praça do centro. Shizuka pediu que os amigos fossem com ele, pois não queria estar sozinho naquele momento. Ken e Joji assentiram, e logo partiram de carro, apenas avisando aos demais que voltariam em breve.

 

Já era fim de tarde. Um senhor grisalho de óculos e aparência debilitada aguardava sentado na praça, diante de um chafariz. Logo avistou seu filho, acompanhado dos outros dois rapazes que lhe foram devidamente apresentados. O homem de certa forma expressou serenidade, pois percebeu que Shizuka estava em boas companhias, e resolveu falar.

SR. IGARASHI – Sabe, meu filho. Apesar de tudo o que aconteceu até hoje em nossas vidas, fique ciente de que você sempre foi importante demais para mim. Importante, por um motivo que você sequer imagina. Aquela mulher que você conheceu desde criança, ela não era a sua verdadeira mãe. Eu me casei com ela por obrigação, porque na verdade, outra mulher foi o amor da minha vida. E você é o fruto desse amor.

O homem tirou então um envelope envelhecido e entregou ao rapaz. Ao abrir o envelope, Shizuka constatou que o conteúdo nada mais era do que a foto que ele havia encontrado quando criança, e havia sido repreendido pela mulher que até aquele momento pensava ser sua mãe. A mulher da foto, a mesma mulher dos seus sonhos, a mulher que lhe guiou horas antes.

SHIZUKA – Mas, quem é ela, pai? Quem é essa mulher?

SR. IGARASHI – Eu a conheci na primeira vez que fui ao Brasil, isso há quase 30 anos. Lembro que a vi cantar e dançar no restaurante onde me reuni com os sócios da empresa e fiquei encantado... Logo quis conhece-la, e quando nossos olhares se cruzaram... Eu soube que era amor. Você nunca se perguntou porque seu primeiro nome é Paulo?

Ken e Joji ficaram surpresos, pois estavam participando da conversa. Aquilo era novidade para eles.

SR. IGARASHI – O nome dela era Paula. Era uma das pessoas mais iluminadas que eu já conheci nessa vida. Durante o tempo em que ficamos juntos, fomos tão felizes; mas eu tive que voltar para o Japão por conta da agenda, e prometi que me casaria com ela quando voltássemos.

SHIZUKA – E o que houve? Por que não casou com ela?

SR. IGARASHI – Contei ao meu pai minhas intenções, e ele não aceitou. Fez o impossível para me prender aqui durante muito tempo, na verdade, durante um ano e meio. Até que em certo momento eu larguei tudo e fui atrás dela; porém não consegui encontrá-la. Meu pai ficava me pressionando para desistir ou me deserdaria, porém eu não desisti: até que, enfim, soube que ela havia parado de se apresentar e consegui localizar seu endereço. Mas, ao chegar lá, descobri que havia deixado ela grávida, e como o tempo passava, a gestação evoluía e eu não voltava, ela entrou em uma depressão severa por achar que eu a havia abandonado, e, faleceu durante o parto. Porém, me entregaram você, recém-nascido.

Shizuka ouvia atentamente todo o relato do pai, mas não sabia muito o que dizer. A mulher que ele de alguma forma conhecia era a sua verdadeira mãe. Ele a amava e ela nunca o deixou, mesmo após a morte.

DR. IGARASHI – Não tive escolha a não ser voltar para o Japão com você nos braços e enfrentar meu pai, culpando-o pelo que havia acontecido. Magoado, me casei com aquela mulher sem pensar muito e resolvi me instalar no Brasil apenas para me afastar definitivamente do meu pai. Na minha mente, graças a ele eu havia perdido o amor da minha vida e acreditei que aquela mulher me ajudaria a criar a única coisa que me restou dele. Mas infelizmente não foi assim. E eu desgastado me entreguei aos vícios, e abandonei você, e seus irmãos... Meu filho, estou aqui porque preciso que me perdoe. Me divorciei dela logo que soube que vou morrer. Pus tudo no seu nome e no de sua irmã, e ela só vai ter direito ao apartamento onde mora e a algumas ações da empresa. Meu filho, você é o tesouro que eu devia ter protegido, ter cuidado, e espero que sua mãe me perdoe onde ela estiver.

De repente, ouviu-se um som de palmas, e logo se vê uma mulher distinta e elegante, caminhando em direção aos rapazes.

SAYAKA – Muito bem, cá estamos nós. Dr. Igarashi, Joji Sasaki e Ken Mizushima.

KEN – Quem é você?

JOJI – Ela é Sayaka Hanajima, uma socialite, dona da Mansão das Rosas Vermelhas.

SHIZUKA – Sim, eu a vi pouquíssimas vezes. Ela quase não sai da mansão, pelo que dizem as colunas.

Porém, eles logo notaram que o local ficou envolto em sombras. A praça parecia fazer parte de uma cidade fantasma, onde somente os três e a mulher se faziam presentes.

SAYAKA – Eu não seria tão tola para falar tão abertamente com vocês onde qualquer um poderia me reconhecer. Mas vamos lá, vocês têm alguma ideia do que estão envolvidos?

KEN – Do que está falando?

SAYAKA – Vocês sabem muito bem do que estou falando. E eu sei até melhor do que vocês podem imaginar, portanto, vim propor um acordo: desistam agora. Se quiserem dinheiro ou posses, isso é um pormenor. Se quiserem algo além, podemos avaliar a possibilidade. A única coisa inegociável é a permanência de vocês no meu caminho.

JOJI – Confesso que ainda tenho muito o que compreender. Mas até onde sei, dadas as circunstâncias, uma mulher como você não é ameaça. Se sabe mesmo sobre nós, sabe também que não se trata de dinheiro ou posses; está muito acima disso.

SHIZUKA – Por que não explica o seu interesse em nos tirar do seu caminho?

SAYAKA – Nunca dê pérolas aos porcos. Nobres idealistas... Bem imaginei... Acho que não tem outro jeito.

De imediato, Ken sentiu uma inquietação. Joji notou, e também sentiu a mesma coisa. Com Shizuka não foi diferente. Os três foram tomados por um desespero inexplicável.

SAYAKA – A esta altura, todos presentes naquela escola devem estar prestes a morrer envenenados, e não há nada que vocês possam fazem para impedir.

JOJI – O quê?! Como teve coragem?!

SAYAKA – Eu estou disposta a tudo, Sr. Sasaki. A questão é, se vocês também estão.

KEN – O que quer dizer?

SAYAKA – Sete vidas pelas de vocês três. O que decidem?

SHIZUKA – O quê?!

SAYAKA – Só assim vocês salvarão as vidas daquelas pessoas. E depressa, não há tempo a perder.

 

CONTINUA...

2 Comentários

  1. Um capítulo com uma carga emocional.muito grande contando. a história de Shizuka e sua relação conturbada com a sua família, ou que achava ser sua família.

    Descobrir um segredo escondido durante tanto tempo não parece fácil, ainda mais ,referente a sua própria mãe


    Pelo relato, a brasileira Paula, mesmo morta , de alguma forma tem contato com os espírito protetor de Shizuka..

    Certamente, isso será explicado .

    No fim, temos a aparição da demoníaca Sayaka, que pelo relato no começo do capítulo, tem uma grande dívida, com os espíritos inferiores que lhe dão poder .

    O quebra-cabeça começa a ser resolvido .

    A única dúvida que fiquei foi quando ela apareceu na praça e o senhor Higarashi, pai de Shizuka desapareceu.

    O que aconteceu nesse instante?

    Foi ação de uma magia onde dó os guardiões poderiam vê-la?.

    Acho que no próximo episódio terei a resposta.

    No ,mais , pela fala dela , todos na escola estão em perigo .

    Acredito que o próximo episódio terá um combate daqueles .

    Vou aguardar ansioso !

    Meus parabéns Lee Yu!

    Excelente trabalho !

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    1. Amigo Jirayrider, é sempre um prazer!

      A partir do próximo capítulo, a coisa literalmente vai pegar fogo.
      Sim, Shizuka sempre teve um elo espiritual com a mãe biológica, e isso será bem explicado depois.

      Sayaka é ardilosa, e capaz de coisas terríveis para não perder; porém há muito mais coisa obscura vindo aí.

      Prepare-se para um grande acontecimento e muitas novidades!

      Mais uma vez, enorme gratidão pelo seu apoio!

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