Loading....

A garota que jogava suas roupas (capítulo XVI)

 

                        Capítulo XVI - Chapolin em Nova York: uma conversa de herói para porte

Mais uma vez, como diz o ditado, se a montanha não vai até Maomé, Maomé vai até a montanha.

Como já foi dito antes, Audrey ficou poucas horas (portanto, menos de um dia) em Cannes por causa das marretadas que tomou do Chapolin Colorado. E, tão logo voltou à cidade natal dos irmãos Howard (Shemp, Moe e Curly), a primeira coisa que fez foi ir à residência dela, situada em um apartamento próximo ao Central Park, e lá se acomodar e guardar todas as malas que ela tinha levado para Cannes.

Enquanto estava ocupada com seus afazeres de trabalho em casa (e com o celular ligado o tempo todo recebendo ligações de colegas de trabalho), Audrey solta as seguintes palavras: “E agora, quem irá me ajudar?”, e então recebe uma surpresa em casa. É o Chapolin Colorado, que veio a Nova York na presença da rainha do estilo para ter uma conversinha em especial sobre Chloé. Como veremos, Audrey não gostou nem um pouco de ver novamente o Polegar Vermelho na frente dela, ainda mais dado o tom da conversa.

Audrey: “Era só o que faltava... como se não bastasse você arruinar minha estadia em Cannes, agora você aparece na minha própria casa. Isso só pode ser assombração!”.

Chapolin: “Não irei embora daqui enquanto não tiver uma conversa contigo sobre tua filha, senhora Bourgeois. E, diga-se de passagem, uma conversa bem séria que você tem que ouvir”.

Audrey: “Está despedido!”.

Chapolin: “Acha que me despedindo irá resolver os problemas da tua filha, senhora Bourgeois? Pare de fugir dos problemas e dê a devida atenção que a tua filha merece”.

Audrey: “Não ouviu o que eu disse, esquisitão colorado?! Está despedido!”.

Chapolin: “Olha lá, olha lá hein...”.

Após insistir um pouco, o Chapolin consegue fazer Audrey baixe um pouco a bola, de forma a que ela o escute. Ele está determinado para que a rainha do estilo o escute a respeito de Chloé.

Chapolin: “Escute Audrey, queria muito conversar contigo sobre a tua filha. Em Cannes a tua filha, a filha que você não dá um pingo de atenção, esteve jogando roupas e brinquedos fora da mansão, sob a alegação de que estava sendo roubada por um ladrão. E então um ladrão de verdade no fim das contas apareceu, e tive que resolver o problema antes que algo de muito ruim acontecesse à tua filha e à amiga dela”.

Audrey (nem um pouco contente com o que está tendo que ouvir do Chapolin): “Aonde quer chegar com toda essa conversa, esquisitão?”.

Audrey não consegue esconder pelo tom de voz e inquietação interior que quer ver o Chapolin longe de sua vista o mais rápido possível.

Chapolin: “O bandido esteve na mansão, e você estava nem ai para o que aconteceu à tua filha. A tua filha, que carrega o teu sangue nas tuas veias! Já pensou se o bandido em questão mata a tua filha com a arma que ele tinha em mãos?”.

Audrey: “E daí? A Clotilde não é problema meu. Para começo de conversa, ela nem mora comigo”.

Chapolin: “Eu sabia... como dizia o velho e conhecido ditado, mais vale ajudar que impedir o roubo... (risadas de fundo) Não, não é isso. Já sei, mais vale um roubo furtado que ajudar um ladrão... não, não é isso (mais risadas de fundo). Ou seria antes remediar que prevenir? Acho que você entendeu o que quis dizer, né?”.

Audrey: “Há, além de tonto, você é burro até não poder mais. Tenho pena de você, velho asqueroso. Você me dá nos nervos, sabia?”.

Chapolin: “Mas a ideia é essa mesma. Você colocou uma filha nesse mundo, e não obstante você não dá a mínima para ela, nem mesmo nas poucas vezes em que você está com ela em Paris. Ela precisa do teu amor, do teu carinho, e da tua atenção, não da tua indiferença. Você, definitivamente, como mãe é um zero à esquerda!”.

Audrey: “Ora, seu verme insolente, como se não bastasse dizer muitas abobrinhas a meu respeito, ainda repete o que aquela cafona e ridícula da minha irmã diz sobre mim?! Ai como a minha irmã, o meu cunhado e as minhas sobrinhas são uns ridículos de dar dó! E você é uma vitrola quebrada, só pode ser. Dizer as mesmas coisas que a minha irmã diz sobre mim, era só o que faltava...”.

Chapolin não se deixa irritar por conta do comentário de Audrey, e lhe endereça mais uma pergunta.

Chapolin: “E me diga uma coisa, senhora Audrey: o que será da próxima vez em que tua filha se envolver em um problema similar, ou quem sabe pior, ao que ela se envolveu em Cannes e não tiver a mesma sorte que teve agora? Como será hein, senhora Audrey? Como será se na próxima vez um bandido sequestrar, ou quem sabe até matar a tua filha?”.

Audrey: “Já disse, seu asqueroso, que a Carlota não é problema meu. Ela é problema do André e dos mordomos dele, não meu”.

Chapolin: “Definitivamente, estou vendo que conversar contigo sobre a Chloé é como conversar com uma porta. Pura perda de tempo”.

Audrey: “Vá embora daqui, ou eu chamarei a polícia e você será preso por invasão de privacidade!”.

Chapolin: “Sim, eu estou indo embora. Mas antes disso, vou lhe dar um aviso: se da próxima vez em que a tua filha se envolver em um problema parecido com o que ela se envolveu em Cannes e for morta por um bandido, não chore por ela. Ouviu bem?”.

Audrey: “Sim, e agora vá embora daqui, que eu estou com o telefone na mão para chamar a polícia! Você não tem moral nenhuma para dizer o que devo fazer ou deixar de fazer!”.

E então Chapolin vai embora em um passe de mágica.

Audrey: “Isso só pode ser bruxaria, um esquisitão me incomodando por causa... por causa do que mesmo? Bom, o que importa é que isso já passou, e que o esquisitão nunca mais me incomode”.

Depois de uma tensa e dura conversa com o Polegar Vermelho, nada melhor para Audrey que despedir alguém. E o escolhido da vez é um funcionário da revista em que ela trabalha. Sem mais nem menos, sem dar satisfações a ele, a rainha do estilo liga para ele e diz que ele está despedido. E assim a mãe de Chloé se acalma.

1 Comentários

  1. Audrey tomou uma dura de Chapolin, que jogou na cara dela , assim como as irmãs delas já haviam feito em Cannes, a péssima mãe que ela é.


    Fico pensando : se é pra ser mãe desse jeito , por que ser mãe ?

    Viva a sua vida e não ponha filho no mundo !

    Uma bela reflexão da sua parte!
    Parabéns!

    ResponderExcluir