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SPECTRUM-EX – ESPECIAL – VILA DA MORTE 6 HALO16

 


Fala povo!

 

Tinha dito que o episódio anterior era o penúltimo, pois a história sairia de um formato mais realista, para o formato de horror tradicional.  Acabei decidindo dividir a parte sobrenatural em duas partes. Teremos então vila da morte VI e VII. Segue então a parte “VI”. Depois disso entra nosso herói “Cavaleiro Exorcista: Spectrum-EX”

 

Obrigado @todos

 

O autor: Jeremias Alves Pires

 

Sinopse:

 

"Despertar" narra a história de Ângela, uma mulher atormentada pelo medo de seus últimos momentos, que se vê envolvida em um enredo sombrio de traição e violência. À beira da morte, Ângela é confrontada por entidades sombrias que a oferecem um acordo: retornar à vida como uma sacerdotisa dos infernos em troca de vingança. Diante de uma escolha impossível, Ângela mergulha em um mundo de dor e desespero, onde o preço da redenção é mais alto do que ela jamais imaginou.

 

VI - Despertar…

 

Ângela sempre se perguntou como seriam seus últimos momentos. Gostava de fazer de conta quem não tinha medo, quando na verdade todo o seu agir, que oscilava entre terno e sádico em uma fração de segundos, sem nenhum aviso, vinha do pavor de pensar em como seria seu desfecho final. Imaginou que não levaria arrependimentos ou rancores, mas se viu diante de uma dor incômoda, vinda de uma parte de sua alma que nunca era exercitada. De tudo que poderia pensar, a mente estava presa em uma noite num barraco sujo, com apenas um colchão velho jogado no chão. Reinaldo dormia tranquilo em seu colo. Ela acariciava seus cabelos, mais que velando por seu sono, tentando mandá-lo para um lugar de sonhos bons, bem longe do pesadelo que a vida real era para os dois. Por um segundo se viu tentada a acordá-lo com um beijo suave, apenas para poder mergulhar em seu olhar, diferente de tudo que já tinha visto até ali. Para o mundo do lado de fora do barraco ela era só um objeto, mas para Reinaldo, ela era uma jóia preciosa, a encarava quase como se ela fosse algo sacro, digno de ser contemplado por toda uma vida. Foi naquela noite que descobriu que estava perdidamente apaixonada e chorou, lamento não ter uma cabeça boa. Naquela noite, por amor ela quis ser algo melhor…  

 

-  Chegamos… - A voz de um de seus algozes a trouxe de volta à dura realidade… Estava prestes a ser assassinada a mando de seu amado a quem tanto amou e sem misericórdia traiu… 

 

- Pode começar… - Jogaram uma pá para Ângela, ela iria cavar a própria cova.

 

A garota pensou em reagir, tentar matar os dois homens a sua frente a golpes de pá. Seria se salvar ou morrer lutando. Não teve forças. Não eram os ferimentos físicos, a dor gigante que lhe comia a alma, havia tirado a razão de viver. Resignada, começou a cavar. Gritou algumas vezes durante o processo. Nada que se pudesse entender. Era somente seu sofrimento vazando, trazendo consigo um pranto descontrolado.

 

Os algozes sentiram pela primeira vez, depois de tantos despachos, pena de uma alma. Demorou, mas finalmente Ângela parou de cavar. Estava exausta, mal conseguia ficar em pé. Havia chegado a hora. Os carrascos, assim como haviam lhes ordenado, abriram fogo, e só pararam quando a munição acabou…

 

Ângela se viu em um eterno cair. Atravessou nuvens feitas de sangue. Pode ver ao longe feras gigantescas do tamanho de montanhas, cuja aparência abominável desafiava a razão. “Será que é possível morrer duas vezes”, perguntou a si mesma, torcendo por uma resposta afirmativa. A resposta foi dada pela dor excruciante que sentiu ao chegar no final da queda, estava numa espécie de mar de água fervente, afogava e queimava ao mesmo tempo. Nunca pensou que fosse possível sentir tanto desespero. Aquele era o final que havia criado para si? Tinha que haver uma saída… Pensou e alguém atendeu seus pensamentos… Foi violentamente puxada para fora do mar de dor. Se viu em uma praia de areia vermelha. Um homem grandalhão escondido em um manto preto, como se feito de sombras, se aproximou. 

 

- Ouvi seu lamento, criança… Saiba que sou um dos seus maiores fãs… - Disse a entidade sombria. 

 

- Como assim, meu fã? 

 

- Sou fã de todos vocês daquele pedacinho da terra.. Sua Vila da Morte… Constantemente eu e meus iguais vamos lá para saborear o doce sofrimento que ela emana e até recolher algumas almas… Na verdade, foi o nosso sussurrar que fez o lugar nascer e crescer… Você não faz ideia de como aquele lugar é especial… 

 

- Se você é meu fã, me ajude… 

 

- Ah… Minha querida, desculpe… Isso é coisa da concorrência, nós aqui agimos diferente… 

 

- Quem diabos é você? 

 

- Não é que você quase acertou… Já me chamaram de “Nergal”, gosto desse nome… 

 

- Então, Nescau… Como eu saio daqui? 

 

- Ahahaha! Eu realmente gosto de você… Eu te proponho um acordo… Mate em meu nome… Cada infeliz que você deitar, se levantará como um dos meus servos… Sabe, vou precisar de muitos. Estou planejando voltar lá pra cima faz um tempo. Aqui é muito chato… Um finalzinho de semana já seria bacana… Você topa? 

 

- Pode ser… Eu quero mesmo me vingar… 

 

- Então você vai ser minha sacerdotisa… Dá uma beijoquinha, meu amor…

 

Os lábios da criatura das sombras tocaram os da alma atormentada de Ângela, e uma pequena parcela de poder infernal lhe foi passada. Ângela se afastou. Uma lacraia enorme estava atravessando sua garganta rumo a suas entranhas.

 

-  Boa subida! -  Desejou o mestre das sombras.

 

Continua...

1 Comentários

  1. Quando pensamos que a saga de Ângela chegaria ao fim com a sua morte , eis que uma reviravolta e tanto promete abalar as estruturas da Vila da Morte !

    Bela virada!

    Se Ângela já era louca o suficiente , agora então , com o contrato que fez com a criatura chamada Nergal, certamente será pior que o Senhor da Morte !

    Aguardemos o desfecho !

    Meus parabéns!

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