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SPECTRUM-EX – ESPECIAL – VILA DA MORTE 7 - HALO17

 

Capítulo não indicado para menores de 18 anos, com linguagem sensível e teor sexual , indicando a visão de mundo e os comportamentos dos personagens narrados na presente história 


😊 Olá meus amigos!


É com muito prazer que trago a vocês o final do especial “Vila da Morte”, dessa parte em diante finalmente teremos o Cavaleiro Exorcista, Spectrum-EX, confrontando o grande mal que está para nascer. Temo ter estragado um pouco as coisas jogando tudo no sobrenatural e puxando para aventura de super-herói, mas essa estranheza faz parte do que queria desabafar. Existem pessoas nesse mundo que só nos damos conta do quanto sofrem, quando se transformam nos monstros que nos atormentam... 


Boa leitura!


Obrigado @todos


✍️ O Autor: Jeremias Alves Pires




📖Sinopse:


Na agitada sétima parte de "Vila da Morte", os capangas de Reinaldo encaram as consequências de seus atos ao matar Ângela, desencadeando uma série de eventos macabros. O retorno de Ângela, agora como uma morta-viva repleta de ódio, desencadeia um plano para reunir um exército de mortos-vivos e se vingar dos que a prejudicaram. Com a ajuda de vermes e rituais sombrios, corpos antes enterrados são ressuscitados, repletos de rancor e prontos para vingança.


A Vila da Morte se torna o epicentro de caos e terror, enquanto os mortos-vivos se lançam em um ataque brutal contra os moradores indefesos. Reinaldo, confrontado com a ira de Ângela, tenta desesperadamente resistir, mas é superado pelo poder e crueldade da morta-viva.


A narrativa mergulha em um turbilhão de violência e horror, enquanto Reinaldo enfrenta sua inevitável queda diante da vingança de Ângela. Em um desfecho sangrento, Reinaldo é subjugado e transformado, unindo-se a Ângela em um vínculo macabro que culmina em uma cerimônia de casamento grotesca, marcando o nascimento da Vila dos Mortos.


Enquanto isso, a cidade de São Paulo se vê à beira de um terrível confronto entre a Vila dos Mortos e o herói sobrenatural, Spectrum-EX. O palco está pronto para um embate, prometendo mais terror e destruição no próximo capítulo desta sombria saga.



VII - Vila dos mortos


- Nossa… Ela realmente cavou fundo… - Disse o capanga exausto de tapar a cova onde  Ângela deveria repousar por toda a eternidade.


- Cavou feito doida… Imagina o ódio que ela estava sentindo - Respondeu o outro igualmente cansado - Eu vou dar uma mijada, ainda falta muito…


- Ok, eu vou descansar um pouco aqui mesmo…


Mais tarde o capanga descobriria que ficar ali sozinho tinha sido uma péssima idéia. A defunta que havia partido cheia de ódio não podia ser mais vista, uma vez que estava coberta por uma boa quantidade de terra. Olhou em volta, um estranho vento soprou, assoviou. Todo seu corpo estremeceu, se pôs em alerta. Não tinha medo daquele matagal, ele mesmo tinha matado uma certa parte dos que ali jaziam. Era quase seu quintal de casa. Mas algo estava errado. Não sabia o que era, mas sentia. 

- Anda logo, porra… Quero ir pra casa!!! - Gritou para o colega.


De repente se desequilibrou e caiu de cara na cova. Podia jurar que algo havia se movido por debaixo da terra. Antes que pudesse se levantar, duas mãos mortas seguraram seu pescoço, apertando com tanta força que as veias  estouraram, gerando uma pequena chuva de sangue. Alguns segundos depois o outro capanga retornou, para ver somente a cova vazia e o corpo de seu amigo jogado em um canto, como se algo o tivesse empurrado pra fora de lá. 


- Que porra é essa!!! - Sacou a arma preparando-se para combater algo que ele sabia que era terrível. 


Teve a mão decepada por um golpe de pá e logo em seguida o joelho esquerdo foi estourado. Caiu no chão a princípio de dor depois de horror ao se deparar com a morta-viva . Foi espancado até a morte por uma força descomunal que quebrou seus ossos. 


 Ângela estava de volta e iria se vingar. Ajeitou os dois homens mortos sentados um do lado do outro. Enfiou a mão na garganta e puxou dois imensos vermes, um para cada defunto, que inseriu em suas bocas devagar. Não demorou muito e olhos amarelados se abriram, olhos de outro mundo.Haviam nascido os dois primeiros escravos. \porém, era necessário muito mais, para que Nergal tivesse força o suficiente para passar para o nosso mundo, para  Ângela se vingar. 


Começaram a abrir cova por cova do cemitério clandestino, colocando vermes que trouxeram de volta a vida todos aqueles que ali já haviam sido sepultados, mesmo aqueles que só restavam ossos, surgindo um pouco de carne, gerada pelos vermes da sacerdotisa de Nergal. Cada revivido ao despertar ajudava a encontrar mais corpos, por isso em pouco tempo, todas as almas que haviam partido cheias de rancor, estavam de pé para perpetuar suas vinganças…


Gargalhadas, lamentos, choros, gritos, todo tipo de som que criaturas das trevas são capazes de produzir encheram o ar, juntamente com uma aura de prenúncio de desgraças. Pela primeira vez, a Vila da Morte parou suas atividades, diante do som grotesco. Alguns começaram a rezar, outros choraram, outros começaram a correr de um lado para o outro, gerando um caos. Não houve tempo para fugir, uma maré de mortos-vivos cheios de ódio atacou a vila como um enxame de abelhas, uma vez que cada revivido trazia uma pequena ponta de razão, mas grande o bastante para ter na mente apodrecida a imagem de seus carrascos. Enquanto a grande maioria teve uma morte rápida e brutal, os carrascos tiveram que encarar um fim lento nas mãos daqueles que haviam matado com a mesma crueldade.


Antes mesmo de olhar pela janela, Reinaldo ordenou a seus homens que pegassem suas armas, deveriam estar prontos para o pior. Reinaldo só não esperava por aquele tipo de pior. Já tinha visto drogados em surto muitas vezes, mas nada comparado aos ataques daquela noite. Os habitantes de seu reino estavam sendo devorados vivos. O terror que tomou sua alma aumentou ainda mais quando no meio da multidão de canibais viu  Ângela, que lhe mandou um beijo, fazendo em seguida um coração com as mãos. Tinha certeza que viu os lábios dela se mexendo dizendo “Voltei”.  


- Que merda é essa?!!! - Reinaldo se armou com duas pistolas automáticas e uma escopeta, enquanto tentava racionalizar aquele pesadelo.


Antes de formular qualquer pensamento, os gritos chegaram até sua residência. Uma poça de sangue surgiu por debaixo da porta. Eles estavam chegando. 


- Que se foda!!! - Reinaldo atirou contra a porta, despedaçando-a juntamente com quem tentava invadir.


Reinaldo abriu caminho pelo corredor, arrebentando a cabeça das criaturas com tiros de escopeta, usando-a por um instante como porrete assim que a munição acabou. Se esquivou de um ataque e sacou as duas automáticas, atirando em tudo o que se mexia diante de seus olhos. Quando a munição acabou ouviu uma gargalhada geral. 


- Você realmente acha que existe alguma chance de salvação pra você? - Um dos zumbis disse. 


- Não toque nele… A Rainha o quer só pra ela… - Outro morto-vivo advertiu. 


- A Rainha… Curvem-se!!!


Todas as criaturas se curvaram e a voz morta de  Ângela se fez ouvir. 


- Querida… Cheguei… -  Ângela entrou devagar, devorava um coração humano como se fosse uma fruta saborosa. 


-  Ângela… É você? - A voz de Reinaldo quase não sai. 


- Mas é claro meu xuxuzinho… Trouxe um presente pra gente fazer as pazes… Não resisti e dei uma beliscada -  Ângela jogou o que restava do coração aos pés de Reinaldo.


Reinaldo tremia, não conseguia mais falar. 


- Que foi, meu amor? Tá de dieta? Sabe… Eu te perdoo, também teria acabado com você se você me traísse. Na verdade, vamos ficar juntos pra sempre.. Rei e Rainha da “Vila dos Mortos”... Infelizmente é necessário um ritual de iniciação…


- Por favor… Não… - Reinaldo se ajoelhou. 


- Calma, amor. Só vai doer um pouquinho. Mentira… vai doer pra caralho. HAHAHAHA!!!


As unhas de  Ângela cresceram, tornando-se como facas afiadas. Seu primeiro ataque foi tão rápido que ela pareceu desaparecer diante de Reinaldo que gritou de dor, quatro cortes jorravam sangue de seu peito. Vieram muito mais cortes, muito mais… Reinaldo não tinha como se defender… Caiu de cara no chão, dando seu último suspiro em uma poça rubra. 


- Porra, será que eu exagerei… Virem ele pra mim, seus podres… -  Ângela ordenou.


 Ângela retirou da garganta uma lacraia, como a que o mestre das trevas havia dado a ela, e introduziu na boca de Reinaldo, que estremeceu assim que o inseto se alojou em seu corpo. Reinaldo emitiu um urro. O corpo já bombado, ganhou proporções sobre-humanas. Sentou-se e olhou para sua amada: 


- Querida… Cheguei!!! - Disse sorrindo. 


- Eu devia ter colocado o inseto das trevas no seu rabo… Seu besta. Sorte sua que eu te amo. Você deve estar com fome? Só um pedacinho… -  Ângela ofereceu a coxa direita para Reinaldo. 


- Tem gosto de galinha… - Disse Reinaldo depois de engolir um pedaço da carne de  Ângela. 


- Você se ferrou… Me comeu então vai ter que casar.. - Ao comando de  Ângela um zumbi com uma fantasia de padre de festa junina apareceu.


Um outro zumbi com uma sanfona começou a tocar forró. O Padre de mentira zumbi começou a cerimônia. 


- Reinaldo.. Você aceita essa vaca morta-viva como sua legitima esposa, mesmo sabendo que essa porra é pra sempre? 


- Pode ser… Pode ser… Se não ela me mata de novo… - Reinaldo respirou fundo. 


- E você  Ângela, aceita… -  Ângela deu um empurrão no falso padre… 


- Aceitou, aceitou, porra… Tô doida pra dar!!!-  Ângela pulou em Reinaldo derrubando-o no chão. 


- Eu te amo até o fim dos tempos,  Ângela… 


- Também te amo!!! 


- Senhora, está tudo pronto para a festa.. - um zumbi interrompeu. 


- Ótimo… Só vou dar uma aqui e já vou despertar os outros… 


- Festa? - Perguntou Reinaldo. 


- Nada de mais… Coisa de contrato… Vai ser até divertido… Vamos jantar na cidade… Agora cala a boca e me come…


 Ângela e Reinaldo se amaram ali mesmo  no chão, celebrando um amor que duraria toda uma eternidade, enquanto em volta deles zumbis organizam uma fogueira e até mesmo uma quadrilha de festa junina…


Assim nasceu a Vila da Morte e logo toda Cidade de São Paulo iria finalmente se dar conta de que eles existiam, ao custo da própria carne…


Próximo episódio Vila dos Mortos vs Spectrum-EX



2 Comentários

  1. Um amor macabro , marcado por tragédias, abandono e violência...

    Trazendo para a vida real , o que temos visto nas redes não é muito diferente da Vila da Morte.

    Muitos que se dizem cristãos, pouco se lixam para o genocídio que está ocorrendo na Palestina.

    Mas, como você mesmo diz: quem se importa ?

    Dá dó das crianças palestinas que preferem morrer a ter seus frágeis membros amputados sem anestesia.

    Mas, quem se importa ?

    Eu faço essa comparação pois a sua Vila da Morte retrata bem o que está acontecendo lá.

    As pessoas estão deixando sua humanidade de lado...

    A sua escrita é mais um tapa na cara .nossa sociedade hipócrita e carcomida pela insensatez!

    Meus parabéns !

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    1. Muito obrigado, meu amigo. Se Deus nos deu o dom de escrever, que o usemos para tentar melhor esse mundo... Gostei da comparação...

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