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Os irmãos Stroheim - Geese Howard e Wolfgang Krauser (capítulo XIII)

 

                     

                         

 Capítulo XIII - A estrada para o poder (parte I)

Após a morte de Rudolf, este tem o seu corpo velado e posteriormente enterrado no mesmo jazigo em que Elza e outros membros do clã Stroheim também se encontram. Enquanto o corpo de Rudolf era velado, era perceptível a expressão serena do rosto dele, como de alguém que não apenas cumpriu o seu destino, como também de missão cumprida ao ver o quão forte Krauser se tornou. Talvez, não haja ninguém mais forte neste mundo que o meu filho, deve ter pensado Rudolf pouco antes de deixar este mundo. Como no velório da mãe, Krauser sentiu indiferença e vazio ao ver o inerte corpo do pai deitado em um caixão de madeira. Como se ele fosse um ilustre desconhecido.

Depois de tudo o que passou em vida até matar o pai e se tornar o Grão-Conde de Stroheim, os sentimentos de Krauser congelaram de tal modo que o único prazer que o filho dos finados Rudolf e Elza Krauser von Stroheim sente é quando luta contra um adversário poderoso, e este se mostra um osso duro de roer para ser vencido. Krauser é literalmente uma pedra em forma humana.

Na noite do mesmo dia, Krauser vê em seu sonho a silhueta de um homem de longa cabeleira loira trajando par de tênis brancos, calça jeans azul, jaqueta vermelha com uma estrela branca de cinco pontas no meio e um boné. Ele está de costas. Não dá para ver o rosto dele. E em um flash, Krauser vê a si mesmo e esse homem loiro de costas se defrontando, com o alemão partindo para cima do adversário e vice-versa e trocando socos entre si. Em seguida, Krauser acorda.

“Mas o que foi isso que eu vi?”, pergunta um intrigado Krauser logo após o novo chefe do clã Stroheim acordar de seu sono. Pensativo, Krauser fica um pouco sentado na cama. Após um pouco pensar, o meio-irmão de Geese conclui que isso deve ser coisa da cabeça dele e nada mais. Bizarrices, em outras palavras.

Dias mais tarde, do outro lado do Oceano Atlântico, Geese Howard fica sabendo da morte do pai nas mãos do meio-irmão dele, por meio do noticiário televisivo. Apesar do fato de que ele foi morto pelo meio-irmão pelo qual ele não nutre simpatia alguma, Geese em um primeiro momento ficou feliz em saber que o pai dele morreu. “Aquele velhaco miserável, no fim das contas teve o fim que merecia! Depois de tudo o que ele fez à minha mãe, bem feito!”, o loiro diz. E em seguida começa a rir, de forma sarcástica.

Mas, depois de um tempo, Geese sente um vazio dentro dele mesmo, e até derrama algumas lágrimas pelo pai dele. Bem ou mal, o senhor Rudolf Howard (depois Krauser von Stroheim) era o pai dele. E mais do que isso. Era o herói de infância dele, no qual ele se inspirava e queria ser quando crescesse. E, talvez, o mais importante de tudo: não fosse a intervenção dele na hora H, Krauser teria matado Geese no incidente no castelo Stroheim. E graças ao pai que Geese pôde voltar em segurança a Southtown depois disso. No fim das contas, Geese, após pensar muito, não sabe se ri ou chora da morte do pai. Sentimentos conflitantes, que à primeira vista parecem opostos entre si, mas que na verdade se completam entre si formando uma unidade contraditória. O Alfa e o Ômega, o Yin e o Yang, as duas faces do deus Janus contrapostas entre si.

Na mesma noite em que Geese toma conhecimento da morte do pai dele, ele sonha que está em um prédio de mais de 50 andares. Trata-se de um prédio tão alto, mas tão alto, de seu topo dá para ser uma vista panorâmica da cidade inteira. De repente, uma ventania começa e Geese é pego em cheio pela força do vento. O loiro cai do prédio, mas uma mão parcialmente coberta por uma luva consegue pegá-lo e o impede de cair. Mas Geese solta a sua própria mão e vai de encontro ao chão. Geese morre como resultado do choque de seu corpo com o chão.

Geese acorda, e se pergunta sobre o sonho que teve. “Mas o que foi isso que eu vi?! Eu, caindo de um prédio?! O que isso significa?! Ou será que isso não passa de bizarrice?”, diz Geese após acordar.

Na Itália, Rose ficou sabendo das mortes de Rudolf e Elza Krauser por meio do noticiário. E não fica nem um pouco surpresa ao saber da morte deles. Visto que no encontro com os aristocratas germânicos ela sentiu que o ocaso deles não estava muito distante. Era uma questão de tempo, pensou ela. Por meio das cartas, ela vê o futuro do clã Stroheim por meio da carta nº IV, “O Imperador”. A carta “O Imperador” pelo lado positivo significa poder, força, proteção, segurança, realização e concretização, ao passo que pelo lado negativo representa um déspota, mandão, centralizador.

Ao ver a carta “O Imperador”, Rose (que há tempos sabe do poder e da influência que o clã germânico há séculos exerce sobre a política europeia e regiões vizinhas) chega à conclusão de que alguém muito poderoso está para se tornar o Grão-Conde do clã Stroheim. Essa pessoa haverá de se tornar o próximo “Imperador das Trevas”, e Rose por um breve instante a visualiza sentada em seu trono imperial dentro do castelo Stroheim. A pessoa em questão trata-se de um homem que veste uma majestosa e imponente armadura dourada, com uma capa negra por trás e uma calça de cor vermelha.

Por um instante a cartomante pensou que a pessoa em questão poderia ser a fonte do mal que tanto a preocupa. Mas, após examinar mais a fundo as cartas, ela chega à conclusão de que a fonte do mal que tanto a preocupa e que está por causar o dia vindouro do juízo final é na verdade outra pessoa. Alguém que talvez seja mais fraco que o próximo Grão-Conde de Stroheim, mas que por outro lado é ainda mais perigoso. E logo a imagem deste ser aterrador surge na mente dela. Um ser cujo olhar exala morte e destruição. A imagem deste ser surge diante de uma cidade ardendo em chamas e explosões e com prédios em ruínas aparecendo diante dele. Quem será este homem?

Com a morte do pai, Wolfgang Krauser se tornou o 35º Grão-Conde do clã Stroheim. Ele passou a usar a mesma armadura dourada que seus antecessores utilizaram outrora, e para isso teve de ser investido em uma cerimônia na qual a armadura dourada foi colocada em seu corpo pela primeira vez. Há séculos, assim tem sido: sempre que um novo chefe assume a liderança do clã Stroheim, tem lugar a cerimônia de investidura. Uma espécie de coroação, só que ao invés de a coroa ser colocada na cabeça dele, a armadura dourada é colocada sobre o corpo do novo chefe. Apenas em momentos como a hora de dormir e a hora do banho é que o Grão-Conde de Stroheim tira a armadura.

Após a morte do pai, Krauser passou a dedicar um dia do ano especialmente para recordar do pai e no qual toca no órgão a música favorita dele. O que será que isso significa? Será que no fundo Krauser amava (e ainda ama) o seu pai, a despeito de todas as desavenças que com ele teve em vida? Gratidão, pelo fato de que foi em parte graças ao pai que ele chegou ao patamar de força e poder em que chegou? Ou talvez alguma outra coisa que nós nem sabemos?

Já Geese, após voltar da Europa, procurou auxílio religioso para aplacar sua raiva. Passou a frequentar uma Igreja luterana de Southtotwn, mas em longo prazo as orações e súplicas não se mostraram suficientes para se livrar da humilhação sofrida do outro lado do Atlântico.

Certa vez, Geese foi fazer uma confissão ao padre sobre os pecados dele. Para isso, conversou em particular com um dos padres da Igreja, Edwin Hiddink, sobre os problemas que o afligem. Ele perguntou se deveria perdoar o finado pai dele pelo que eu ele fez à mãe dele muitos anos antes. O padre Edwin disse que sim, deve perdoá-lo. Em seguida, pergunta se também deve perdoar o meio-irmão dele, que o surrou até a quase morte. O padre também responde que sim.

“Sabe Geese, tuas perguntas são muito pertinentes. Depois de tudo o que você passou você deve orar para que a alma do teu finado pai encontre a paz que ele tanto precisa, e também pela conversão do teu meio-irmão”, diz o padre Edwin ao jovem Geese. Dito e feito. Geese orou muito pela paz da alma de seu pai, e em um primeiro momento ele até conseguiu amainar o ódio dele. Mas depois de um tempo Geese acabou cedendo aos demônios interiores dele, principalmente a partir do momento em que a imagem de Krauser sempre aparecia na mente dele rindo da cara de Geese e dizendo que ele não passa de um fracote perto dele e ainda por cima se lembrando do abismo de poder que havia entre ele e o meio-irmão. Depois disso, não havia orações e nem súplicas que mantivessem Geese na linha.

Diante de tudo o que passou na vida, Geese chegou à conclusão de que a lei que rege este mundo é a lei do mais forte. E que se pessoa quiser sobreviver neste mundo ela precisa de uma coisa chamada força. Toda essa conversa de amor, fraternidade entre as pessoas e afins, segundo Geese, não passa de conversa para boi dormir. O que importa é força e poder, e quem pensa o contrário vive em um mundo colorido que não corresponde à realidade. Ainda mais para alguém que há tempos admira o grande mafioso de Southtown, o ítalo-americano Frank de Cesaris.

Nos últimos anos, a máfia em Southtown, depois de anos na obscuridade e de disputas intestinas entre as várias facções que emergiram após a morte de Luigi Ferrer del Pietro, se reorganizou sob a liderança de máfia se reorganizou em Southtown sob a liderança de Frank de Cesaris.

De Cesaris se impôs sobre as facções rivais dentro da máfia local e ao unificar a máfia sob seu estandarte algumas áreas da periferia de Southtown passaram a ser dominadas pela máfia. Todos os esforços feitos para desalojar as forças da máfia da periferia de Southtown foram inúteis, e com o tempo a própria máfia passou a se infiltrar dentro da política de Souhtown.

Até que um dia de Cesaris foi morto em um confronto com a polícia nos subúrbios de Southtown. Tudo indicava que sem a figura de Frank de Cesaris a máfia se desarticularia novamente e disputas intestinas de poder a enfraqueceriam severamente. Só que não foi isso que se verificou. Um homem assumiu as rédeas da máfia de Southtown, o australiano Jack Earl Big, mais conhecido como o Mister Big.

Mister Big é australiano, e se estabeleceu junto com os pais em Southtown quando ainda era criança. Ele é filho de um lutador chamado Victor Big. O mesmo Victor Big que anos antes o pai de Geese e Krauser venceu em um torneio The King of Fighters e que depois veio a vencer outras edições do mesmo torneio.

Big não apenas deu continuidade à obra de Frank de Cesaris, como também ajudou a máfia a aumentar seu controle sobre Southtown. O controle é tal que muitos dizem que a máfia é quem realmente controla Southtown e que os prefeitos da cidade nada mais são que marionetes nas mãos de Big.

Admirando e se espelhando em figuras como de Cesaris e Mister Big, Geese buscou se tornar forte e poderoso a sua própria maneira, e para isso passou a treinar artes marciais sob os cuidados do mestre Tang Hu Lun (vulgo Tun Fu Rue), do estilo de luta Hakkyokuseiken e ao lado de artistas marciais como Jeff Bogard e o nativo de Taiwan Čeng Sinzan.

1 Comentários

  1. Krauser assume o poder após ter matado o seu pai, enquanto Geese tenta se fortalecer para um dia derrotá-lo.

    O confronto final dos meios-irmãos se aproxima!

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