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Spectrum-EX - Halo 26 - Spectrum-EX vs Vila da Morte 9

 

Olá, meus amigos!

 

Estou muito feliz em trazer mais um pedaço de Spectrum-EX VS Vila da Morte. Este episódio tem um gosto muito especial, pois irá introduzir a história dois personagens do meu amigo Kiko Mauriz, vindos de uma HQ disponível para leitura gratuita chamada “Blogger Aberração”.

 

Boa leitura!

 

Obrigado @todos

 

O Autor: Jeremias Alves Pires

 

#SpectrumEX#ViladaMorte#Mindstorm#Horrorizando#BloggerAberração

 

Spectrum-EX VS Vila da Morte

 

Parte 9 — A Busca de Miriam Parte 2 — As garotas do Blogger

 

O que se faz quando loucura e verdade se tornam uma coisa só? Que rumo tomar quando a razão já não nos serve mais de bússola?  Temos somente o pulsar do coração a nos conduzir sem qualquer rumo, sabendo onde se quer chegar, mas não por onde caminhar? É essa a sina de quem tem no peito um grande amor, que virou uma grande saudade.

 

Miriam tentava separar loucuras e verdades, mas as duas insistiam em dançar em sua mente. Miguel era um tipo de super-heroi? Como? O que isso tinha a ver com seu desaparecimento? Por que não podia confiar seus segredos a ela? Sentiu-se traída… Não havia uma só parte da própria alma que não tinha mostrado a Miguel… Chorou um pouco… Tinha mais uma coisa pra ele explicar quando o encontrasse. 

 

Secou as lágrimas, tinha que ser lógica. A essa altura já estava acostumada a mandar o coração se calar. Era madrugada. Estava vestida para adormecer, o que a mente perturbada não permitiria. Abriu o notebook. 

 

Não teve dificuldades para encontrar as imagens de “Spectrum-EX”, a quem a imprensa chamava de "Cavaleiro Fantasma”. As coincidências começaram a surgir uma atrás da outra. Tinha de cor na cabeça a data da última vez que viu seu amor. Numa tentativa de resolver as coisas, marcaram um encontro em um restaurante baratinho, ali no bairro mesmo. Foram interrompidos por uma garota enlouquecida. Uma garota assustadora, que qualquer espiritualista, ou qualquer fã de filmes de horror, diria que estava possuída por uma entidade maligna. Lembrou de uma frase dita por Miguel, no caminho de volta para casa. “Se existem demônios, anjos também são reais, e eles fariam de tudo pra nos proteger, seria uma verdadeira guerra…”, disse Miguel quando falavam da enlouquecida, tentando banir o horror que fazia Miriam tremer, ao pensar em possessão e outras coisas sobrenaturais. Foi um dia antes do sumiço de Miguel… 

 

Miriam sentiu mais uma vez aquele tremor estranho ao se lembrar dos olhos da enlouquecida, dessa vez sem a mão de Miguel para apertar a sua… Aqueles olhos? Checou mais uma vez o vídeo da luta do “Cavaleiro Fantasma”, os olhos do monstro contra o qual o heroi lutou eram iguais aos da enlouquecida.

 

Começou a pesquisar sobre possessão. Havia muita bobagem, vídeos e imagens tão falsas que dava mais vontade de rir do que medo, até achar um blog chamado “Aberração”, de duas investigadoras paranormais. Tinha uma matéria sobre “criminosos possuídos”. 

 

No geral, tratava-se de pessoas comuns que após demonstrar o que parecia ser algum tipo de doença mental, cometiam crimes terríveis, hediondos… Iam de assassinato a canibalismo… Miriam tremeu ainda mais… Em um vídeo, uma mulher magricela, de aparencia bem frágil, arrancava a porta de um carro, em outro, um idoso, para fugir de uma sessão de exorcismo, pulava da janela do terceiro andar, não se ferindo e correndo como se fosse uma fera de quatro patas. Em todas as fotos, todos os vídeos, os possuídos tinham capacidades sobre humanas, e aquele olhar…

 

Fuçou um pouco mais no blog, era nítido que suas criadoras levavam a coisa a sério. Quem sabe elas não poderiam ajudá-la? Havia um endereço e telefone no blog, pela manhã iria até lá. Dado o rumo que as coisas haviam tomado, não poderia mais seguir sem a ajuda de algum especialista.

 

Na manhã seguinte…

 

Bia quis dizer não, desde o momento que atendeu o telefone às seis da manhã, fosse quem fosse, fosse o que fosse. Ouviu então a voz ansiosa de uma tal Miriam… Algo dentro de Bia a fez dizer sim ao pedido desesperado para falar pessoalmente, sem revelar maiores detalhes do teor da conversa. 

 

Desligou o telefone velho, condizente com a decadência do resto do escritório, que também servia como moradia. Estava passando pelas dificuldades do começo de qualquer sonho pelo qual vale a pena lutar. Ajeitou os cabelos cor de fogo e o seu olhar esverdeado brilhou qual uma estrela em meio ao manto do cair da noite, o que sempre acontecia quando Bia viajava pra dentro de si e mergulhava em seus projetos para um amanhã melhor que o de hoje. Esboçou um pequeno sorriso ao olhar em volta o que surpreenderia quem a via somente de longe, conhecendo somente uma bela garota demasiadamente séria, facilmente confundida com alguém de mau humor constante, incapaz de apreciar o que quer que estivesse ao seu redor, fossem coisas, fossem pessoas. Era preciso se aventurar, vencer aquela barreira que parecia cheia de desinteresse, para descobrir que na verdade nela morava um coração pulsante, sonhador, que sim, se preocupava com os demais. Bia apenas pensava demais, calculando cada passo, cada descompasso. O sorrir de Bia naquela manhã, era por ver a manifestação da coragem de se libertar daquilo que outros diziam que ela deveria fazer, para realizar tudo que ardia em sua alma, no formato de um escritório improvisado com móveis caindo aos pedaços que apenas estavam lá e ela deixou estar.

 

— Anaaa! Hora de acordar! Acho que vamos ter um caso para resolver… — Gritou se dirigindo ao quarto da melhor amiga que a vida poderia ter lhe dado, ainda que ela fosse o seu inverso.

 

Ana era louca, mesmo vivendo em um mundo triste, teimava e transbordava em alegria. Cumprimentava desconhecidos, abraçava os conhecidos, sempre como se todos fossem dignos de partilhar da intimidade do seu ser. Não era ingênua, tinha em si uma coragem que falta a maioria de nós. Ana amava, sem se preocupar em ter retribuição, ou com traição. Vivia em uma festa eterna, celebrando cada segundo de viver, como se fosse o último. Os longos cabelos negros sempre muito bem cuidados, demonstravam o amor que tinha antes de mais nada por si. Aos desavisados era preciso tomar cuidado, encarar os olhos castanhos de Ana significava estar preso a ela, que vivia e queria fazer viver.

 

— Ana… Acorda!!!

 

Bia entrou no quarto da amiga, pronta para brigar com ela, como se elas fossem duas crianças, como acontecia toda manhã. O coração dela gelou, todo seu corpo se arrepiou, todo cheio de horror. Ana estava parada em frente a janela em transe, levitando a cerca de dois palmos do chão, um vento sinistro que soprava somente para ela bagunçava seus cabelos. 

 

— Ana!!!!!

 

Bia tocou Ana e partilhou de seu pesadelo. Estava no meio da rua tomada por uma escuridão estranha, que parecia devorar não só a luz, mas toda a esperança. No céu a Lua brilhava em desespero, tentando evitar que a escuridão a devorasse por inteiro, numa batalha fadada à derrota. Ouviu vozes sinistras, parecendo recitar preces desesperadas, não de quem pede, mas de quem lamenta. Muito mais terror tomou Bia, paralisando-a. Diante dela, lentamente, passo a passo, surgia uma procissão de caveiras, vestidas com mantos negros feitos de treva, caregando cruzes, que em suas mãos, significavam somente um frio morrer, repleto de arrependimentos. Bia queria correr, os pés pareciam grudados no chão. Lentamente a procissão de mortos se aproximava. Bia sentiu o coração querer pular para fora do peito, cada vez mais e mais mergulhado em pavor. Lentamente a procissão de mortos se aproximava. “Por favor… Fiquem longe…”, Bia implorou. Nada mais podia ser feito, a procissão de mortos passava não por ela, mas através dela, deixando todo tipo de agonia de morte. Uma das entidades vestidas de morte entregou a Bia uma vela, que a garota cheia de sofrimento apanhou sem ter mais qualquer controle por seu corpo. Ao apanhar a vela, o corpo de Bia começou a pegar fogo… Começou a gritar.

 

— Em nome da luz… Eu a liberto! Em nome da luz… Eu a liberto! Em nome da luz… Eu a liberto!

 

Bia finalmente despertou, se vendo diante de Ana que segurava uma adaga feita de luz pela lâmina, como se ela fosse um tipo de crucifixo, recitando um encantamento que a libertou do pesadelo compartilhado.

 

— Que porra foi essa… - Suando frio Bia perguntou a Ana.

 

— Foi um presságio… Temos que nos preparar para o pior… — Ana respondeu pálida, tão assustada quanto Bia.

 

Continua...

2 Comentários

  1. Grande Jeremias!

    Cada vez mais fã do seu trabalho, produzido com esmero e excelente qualidade!

    Um capítulo curto, mas que prende a sua atenção diante do cliema der suspense e terror que ele nos leva.

    Não bastasse o esforço de Miriam para entender o que se passa com Miguel, juntando as peças do intrincado quebra-cabeça em que ele se meteu, temos agora a apavorante situação de Ana e Bia, do blog Aberração.

    Vamos ver onde dará!

    Parabéns pelo excelente capítulo!

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  2. Obrigado, meu caro! O apoio da Mindstorm tem sido ótimo

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