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Rise to the Skies - Página 13


Bom dia, boa tarde ou boa noite a você que está lendo.

Estive ausente por um bom tempo, é verdade.

Minha vida deu uma guinada que eu não queria, até mesmo tive de parar de escrever para seguir em frente.

Agora que retomei, lhes deixo este novo capítulo.

Espero que curtam.
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13. Melhorias não só para a nave

Arisa aproveitou muito todos os momentos que teve junto de Hideki para aprender. Precisou ficar ali mais três meses, afinal de contas, não é da noite pro dia que se blinda uma nave que não era armada. Ela precisou compartilhar todas as plantas esquemáticas de transformação (que ela havia dominado havia algum tempo) para que as peças fossem blindadas por inteiro, sem apresentar problemas quando mudasse de forma, sendo necessário praticamente desmontar a aeronave da jovem Hisami por completo para blindá-la.

Todos aqueles dias foram muito intensos. Em metade, ela aprendia mais a respeito de mecânica e isso a deixava feliz. Na outra metade, ela aprendia a lutar, a se defender, a usar armas brancas e de fogo, e seu tutor era ninguém menos que o próprio Keisuke. Claro que ele pegou leve com a menina que tinha quase metade de seu tamanho e 1/3 do peso, mas ela era ágil e ele a ensinou a tirar todo o proveito disso.

Arisa modificou algumas partes originais da aeronave, modificando levemente seu design anterior, para que algumas mudanças pudessem continuar a ser fluidas, outras ela modificou porque vivenciou uma parte da rotina de uma base de Aeronáutica. O que antes era um design mais quadradinho, juntinho, compacto, agora era mais anguloso, voltado para o máximo aproveitamento da pressão do ar, aerodinâmico.

Quando a blindagem terminou, ela começou a instalar peças de sonar e desenvolver um radar em seu estilo, aprendendo como eles funcionavam. E nisso levou mais três meses.

E assim ela começou os testes de voo, testando a manobrabilidade dela, e viu que, em algumas manobras, alguns pontos cegos eram criados – e ela não queria pontos cegos. Queria que sua segurança fosse completa. Mas a pressão do ar não permitia que ela colocasse adendos, então ela estudou uma forma de colocar retrovisores que se mesclassem com a fuselagem, e que também fossem feitos de vidro a prova de balas.

Quando terminou, sua nova aeronave parecia até mesmo um dos caças mais modernos que aquela base dispunha, mas mais compacta. Ela havia crescido um pouco, estava mais atlética (porque magra ela sempre fora), e pensava mais rapidamente em combate. Isso era efeito de todo o treinamento que tivera com Hideki. Agora ela poderia, sim, pensar em si mesma como uma aventureira.

Havia instalado em sua nave também um sistema de navegação via GPS, com sistemas que ela comprou pela Internet e os melhorado, adaptando mais para seu gosto. Também havia aprendido programação de aplicações embarcadas, o que a havia deixado ainda mais profissional neste tipo de equipamento.

Havia passado um ano e meio quando tudo terminou. Ela estava tão acostumada com aquela base e seu dia a dia, que foi difícil ir embora. Sabia que se despedisse de todos levaria uma eternidade, então despediu-se apenas dos mais próximos e partiu em direção à sua nave.

Mas, pouco antes de partir, Keisuke deu a ela uma espécie de guarda de espada. Olhando aquilo, Arisa ficou surpresa. Ela conhecia aquilo por uma sequência de filmes que havia em seu mundo, mas ela não sabia que era possível recriar aquela tecnologia naquele mundo... Ela se provou enganada, e feliz por ter se enganado.

Ela pegou o item em suas mãos, olhou para todos os lados, o estudando. Apertou o botão correto e, logo em seguida, uma lâmina de luz cor-de-rosa surgiu, emitindo um barulho característico. Arisa tinha os olhinhos brilhando.

-  Olha só, ela conhece. – Surpreendera-se Hideki.

-  Não só isso, Hideki. Veja só como ela a manuseia. Até parece que já viu algo parecido antes. Você não para de nos surpreender, não é mesmo, menina?

Ela contou de uma série muito popular de ficção científica fantástica que havia em seu mundo e que falava, com riqueza de detalhes, de um artefato como aquele, inclusive como construí-lo. Depois disso e de se despedir dos dois, foi até sua nave e lá iniciou os preparativos para a decolagem.

E efetivamente ela decolou, pairando um pouco acima da base antes de partir definitivamente. E foi quando ela viu, organizado, um comitê de despedida em solo. Seu foco saiu da base como um todo para aquele grupo de pessoas se despedindo dela, desejando tudo de melhor e sorte em sua jornada.

Com os olhos cheios de água, ela fez uma acrobacia no ar e logo partiu, deixando em terra novos amigos acenando para si. Quando viu a base sumir nas nuvens, olhou para seu GPS. Ela já tinha traçado a rota para Crossraine, a cidade das águas. Era mais longe do que Torphal, e era na mesma direção, caminho até Shining Future.

Ela precisaria sobrevoar Torphal, que provavelmente estava alerta. Ela tinha seu sonar, seu radar, e a nave estava inteiramente diferente da última vez que ela estivera por lá.

Mas não era só isso. A nave estava mais veloz, tinha mais autonomia e também não tinha perdido estilo, muito pelo contrário. Agora ela estava mais interessante do que nunca.

Antes era preciso três dias inteiros para chegar a Torphal em marcha confortável e um dia inteiro em marcha forçada... Agora, em apenas duas horas ela já visualizava a torre amaldiçoada. Ela tinha intenção de passar ao largo, sem chamar muito a atenção, mas eles estavam vigilantes. Por mais que tivessem memorizado o formato antigo da nave, eles sabiam que ela vinha de Crecentia.

E logo começaram a disparar uma saraivada de tiros, projéteis queriam derrubá-la e matá-la. Era essa a intenção, e não pouparam esforços.

Mas agora os tiros eram muito lentos. Uma breve mudança realizada no manche da nave e ela realizava piruetas, desviava e os atiradores não conseguiam acertar sequer um tiro. Para provocar um pouco mais, uma vez que ela queria passar silenciosamente e eles não haviam deixado, ela passou extremamente rente à torre, quase tirou um tijolo que estava solto na parte mais alta.

E todos estavam furiosos, porque ela brincou com o orgulho deles de nunca ter perdido uma aeronave, elas sempre caíam, e com ela foi diferente.

Depois que passou pela torre, Arisa continuou em frente, e as torretas de tiro não tiveram tempo hábil para mudar de direção, para pegá-la pela retaguarda. Irado com isso, Kenta resolveu intervir.

-          Preparem a minha nave. Eu darei o combate que essa menina insolente está pedindo.

Os soldados bateram continência, e aprontaram a nave em cinco minutos. Kenta levantou voo rapidamente e já foi no encalço da jovem.

-          Ah, Kenta... Então você quer brincar? Não sou mais a mesma menininha inocente de antes. Ficou esse tempo todo me esperando? Você não sabe o quanto eu queria que você viesse me desafiar. Vou me vingar agora, espero que me perdoe.

Claro que Arisa falava isso mais para si mesma do que abrir um canal de comunicação e passar alguma coisa ao Shogun de Torphal, mas ela só não falou para ele porque tinha prometido a Keisuke que não faria nada a não ser que fosse atacada e/ou provocada. E ela iria cumprir sua promessa.

Kenta já decolou atirando, tentando acertá-la de longe, mas sequer conseguiu alcançá-la com os primeiros tiros. Já em alcance, ele tentou acertá-la novamente, mas também não foi bem-sucedido, porque ela tinha a nave inteira nas mãos, ninguém seria capaz de acertá-la.

Foi quando ele decidiu atirar de mais perto, encurtar a distância para fazer disparos à queima-roupa, e ele foi chegando mais perto.

Vocês se lembram, leitores, que eu tinha dito que ela havia chegado em algumas horas na região de Torphal? Pois é... Ela estava em sua marcha confortável agora. Quando Kenta chegou perto para começar os disparos em proximidade, a velocidade da nave da menina triplicou, fazendo com que a manobrabilidade da nave fosse ainda maior.

Se era possível, Kenta ficou ainda mais furioso com a menina. Ninguém fugia dele daquele jeito, ninguém. Em um primeiro momento, manteve-se em uma distância confortável dela, ajustando a frequência. Agora, ele passou a mandar mensagens para ela.

-          Aeronave desconhecida, responda.

-          Ora, há quanto tempo, Kenta. Senti sua falta! - Arisa estava ácida, com sarcasmo à flor da pele.

-          Garota, é apenas questão de tempo que sua nave seja derrubada e você, morta. Por que não se entrega e morre de maneira menos dolorosa? - Perguntou ele, sem paciência.

-          Porque agora eu tenho as ferramentas de que preciso... Não vou me entregar sem lutar.

Ele ficou sem entender, a única coisa que ele sabia era que a menina agora tinha um espírito combativo invejável. E, sem que ele percebesse, seu radar começou a apitar. Quando ele olhou, viu dois pontos se aproximando de sua nave...

Eram mísseis. Disparados por Arisa.

E eram rápidos.

Mais rápidos do que os dele mesmo.

Se era possível, ele havia ficado mais furioso ainda, porque ela tinha voltado para Crecentia e se preparado, como qualquer bom soldado faria se não tivesse a capacidade. Ele tinha dado tempo a ela para que se preparasse, agora ela tinha treinamento militar e uma nave com tecnologia de ponta.

Ele só não queria admitir, mas naquele momento ele a estava admirando pela infinita capacidade de aprimorar a si mesma com uma velocidade absurda. Ela já voava melhor do que quase todos os pilotos de sua própria base.

Enquanto isso, Keisuke assistia pelo radar e pelas ferramentas de monitoria que Arisa havia permitido a instalação, para manter um plano B caso tudo desse errado, coisa que não aconteceu. Arisa lutava com maestria e ela poderia, inclusive, por causa do treinamento, ser indicada para um posto dentro do exército de Crecentia, mas ele sabia, era dúvida se ela aceitaria.

Voltando à batalha, Kenta fez manobras evasivas que o levaram para longe dos mísseis lançados por Arisa, mas não por muito tempo. Se os primeiros mísseis não eram teleguiados, os que ela disparou na sequência eram, e ela o fez no ponto cego do soldado, tendo que se valer dos instrumentos de sua aeronave para saber que estava sendo atacado de novo.

-          Maldita garota! Será que ela não sabe quando desistir? Acha que com um ano e meio de treinamento vai poder derrubar alguém que já está no exército há mais tempo do que ela tem de vida?

Arisa não se preocupava. Sabia que sua nave era mais rápida do que a dele, e caso a munição acabasse, era só ela fugir de volta a Crecentia. E também tinha em mente que se a munição acabasse, ela estaria mais leve, e voaria mais rápido. Foi quando, depois de desviar dos mísseis, Kenta notou que os mísseis dos quais ele havia desviado eram teleguiados. Ele aplicou manobras evasivas diferentes para confundir o sistema embarcado da arma, mas não contou que Arisa tentava derrubá-lo, mirando com rajadas de tiros a base das asas de sua aeronave.

E os tiros foram efetivos. As asas foram partidas em sua base, e a aeronave iniciou um mergulho em parafuso e, para não morrer, Kenta iniciou processo de abandono da nave, pulando da mesma de paraquedas.

Vendo sua aeronave indo ao chão e explodindo na sequência enquanto ele caía seguramente com o paraquedas, ele respirou fundo e deixou a sua raiva acabar; A menina havia se tornado uma soldado muito boa e uma piloto formidável em muito pouco tempo.

Apenas restava a ele saber o que a menina se tornaria, porque até o presente momento, ela dominou tudo em que ela se dedicou a aprender.

Vendo que seu combate havia sido vencido (e com sobras), Arisa se colocou a caminho de seu próximo destino, a cidade que viria depois de Torphal.

Voltando ao modo confortável de sua nave, Arisa seguiu viagem em direção a Crossraine, que entrou no radar da aeronave da garota cerca de uma hora depois de ela ter passado por Torphal. Esta era tão próxima da anterior quanto New Píer era de Old Complex.

E a primeira coisa que Arisa viu era que aquela era uma das muitas cidades que eram afetadas pelo clima – aquele lugar vivia chuvoso. Poucos dias, segundo a informação que recebia em tempo real de seu computador de bordo, eram de tempo seco. Já era um povo acostumado à água. Tão logo aproximou-se do aeroporto do lugar, ela recebeu a seguinte mensagem…

“Prezada Arisa, dirija-se à pista de pouso 5. Você está sendo aguardada por lá”.

Não deu sequer tempo de resposta, fechando o canal de comunicação em seguida.

A menina achou aquilo curioso, mas ela entendeu que Crossraine já havia recebido informações de Crecentia com antecedência e estava fazendo uso delas naquele momento.

A aeronave pousou sem quaisquer problemas, e de fato já havia quem a esperasse na pista de pouso. E quem a esperava era uma menina, muito parecida consigo mesma. Arisa estava desconfiada e já se preparava para uma recepção hostil, afinal de contas, Torphal não havia sido uma boa experiência.

Um guarda-chuva foi aberto ao lado do cockpit da aeronave, e quando Arisa viu sua anfitriã, a menina era muito parecida com ela mesma, como se fosse uma irmã há muito perdida.

Aquilo foi perturbador para ela, uma vez que ela não tinha irmãos em seu mundo de origem.

- Boa tarde, Arisa. É maravilhoso finalmente nos conhecermos. Mestre Keisuke falou tanto de você que eu não me aguentava de curiosidade de te conhecer. Sou Amagawa Eri.

- É um prazer em conhecê-la, Eri. Eu sei que acabei de te conhecer, mas gostaria de fazer uma pergunta.

- Claro! A que você quiser. – Respondeu a anfitriã com um sorriso no rosto.

- É essa a sua forma verdadeira? – Perguntou Arisa, inteiramente desconcertada.

- Por que a pergunta? Ela te deixa desconfortável? – Perguntou Eri com um sorriso sombrio e enviesado no rosto.

- Sabia que não era. Sendo assim, você pode assumir sua forma verdadeira, por favor? Não precisa tentar me agradar a esse ponto. – Arisa sorria com claro desconforto no rosto, afinal de contas, ela não gostava deste tipo de reação.


2 Comentários

  1. Grande Jorge !

    É muito bom saber que estas retornando a escrita , justamente com um de seus melhores trabalhos.

    Estava com saudade de Arisa.

    A garota prodígio evoluiu como cientista e agora como soldado ,sabendo enfrentar de igual para igual os adversários .

    Ao passar por Torphal, ela pôde constatar isso.

    A aventura segue e Arisa está diante de Eiri.

    Pelo sorriso malicioso, sabemos que Arisa terá problema lá

    Vejamos o que a espera!

    Meus parabéns !

    Capítulo excelente!

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