Ametista, a Guerreira de Cristal - Capítulo 19 - A melhor coisa que aconteceu

 

No capítulo anterior:

Rita derrota Âmbar e revela ao seu pai que é a Ametista.

Capítulo #19 – A melhor coisa que aconteceu

Casa de Rita

Rita e Zé Camilo chegaram em casa e eles se jogaram no sofá da sala, extenuados. Obviamente, o pai de Rita estava completamente confuso com os acontecimentos das últimas horas e exigia explicações à filha, que respondia dizendo que era uma “longa história” e que contaria quando chegasse da faculdade. A garota foi à faculdade e no caminho, ela também exigia explicação ao pai, em pensamento, sobre ele ter conhecido Radya no passado...

Quando ela chegou da faculdade, finalmente a garota contou ao pai sobre o que era o pingente de ametista, os outros Cristais Elementares e os Protetores, além de falar quem era Âmbar e os outros servos do Imperador Obsidius e do próprio monarca do Reino do Quartzo Negro.

Zé Camilo ouvia a filha falar de forma incrédula, porque tudo aquilo parecia muito além da realidade. Quando Rita terminou, o dono do restaurante Joias do Brasil disse, finalmente:

“Deixa eu vê se eu entendi: o pingente é um cristal de um mundo que fica no centro da Terra e o pingente faz você tenha essa armadura para combater sua professora e outros sujeitos de armadura e aqueles monstros de pedra. É isso?”

Rita: “Por aí mesmo, pai. E no momento, eu tenho todos os Cristais Elementares, graças às ajudas das consciências dos Protetores.”

Zé Camilo: “Isso é tudo muito louco! Se eu não visse com meus próprios olhos, eu ia achar que você estava delirando.”

Rita: “No começo, eu também não acreditava, mas quando eu vi o tamanho do problema, passei a acreditar.”

Zé Camilo: “Mas o que esse Ob-não-sei-o-quê quer? Dominar o mundo, igual os vilões de filmes de super-heróis?”

Rita: “Acho que sim. Na verdade, ele já dominou o Reino do Quartzo de Luz, transformando em Reino do Quartzo Negro e capturou os Protetores dos Cristais. Só que ele não conseguiu os cristais e por isso mandou seus servos para cá, na superfície, a fim de obter os cristais. Aliás, eles vieram parar aqui na superfície por intermédio de Radya, que é a Protetora do Cristal do Raio, a verdadeira dona do pingente de ametista.”

Ao citar Radya, Rita viu a oportunidade para questionar o pai sobre algo que a estava incomodando...

Rita: Hã, pai... Sobre Radya, eu queria perguntar algo ao senhor...”

Zé Camilo: “Pois então, pergunte.”

Rita: “Então... Eu tive um sonho, que na verdade era uma lembrança de Radya, e se passava no Calçadão de Bangu, no passado, mais ou menos uns vinte anos. O que acho estranho é que o senhor estava no sonho...”

Zé Camilo: “Eu? Por que eu estaria em uma lembrança de uma... protetora do sei-lá-o-quê?”

Rita: “Pois é, pai, esse é o grilo que está me incomodando desde quando tive o sonho.”

Zé Camilo: “Como... como eu apareço no tal sonho?”

Rita: “Bem, o senhor era mais novo e tinha uma bicicleta preta.”

Zé Camilo pensou por um instante e depois exclamou:

“Ah, lembrei! Eu realmente tinha uma bicicleta preta. Como você sabe, quando eu tinha sua idade e seu avô era dono do restaurante, eu fazia as entregas, igual você faz hoje em dia.”

Rita: “Sim, mas eu queria saber se o senhor chegou a atropelar alguém alguma vez no passado. Uma mulher, por exemplo.”

De repente, Zé Camilo deu uma leve risada. Rita não entendeu e perguntou ao pai:

“Qual é a graça, pai?”

Ele respondeu:

“É que, quando você vai falando, eu vou me lembrando. Sim, eu cheguei a atropelar alguém naquela época e, você pode achar estranho o que eu vou dizer, mas essa foi a melhor coisa que já me aconteceu, depois de você nascer, claro.”

Rita sorriu pelo elogio, mas ela realmente achou estranho que um atropelamento fosse a melhor coisa que já aconteceu ao pai...

Rita: “Por quê, pai? Por que aquilo foi a melhor coisa que aconteceu ao senhor?”

Zé Camilo ficou em silêncio por um instante e respondeu em seguida:

“Porque... foi o dia que conheci sua mãe.”