No capítulo anterior:
Rita encontra o portal que leva ao Reino do Quartzo Negro.
Capítulo #22 – O Protetor do Quartzo Negro
Reino do Quartzo Negro
Rita sentiu uma sensação de que estava caindo e de fato ela foi ao chão. Então, ela olhou em volta. Estava no Reino do Quartzo Negro. De fato, tudo era escuro e sem vida. O local era rodeado de rochas e montes de cor escura.
- Nossa, realmente esse lugar é assustador! – comentou Rita.
- Entendo seu sentimento, Rita. Este lugar era repleto de paz, contudo Obsidius corrompeu o local com o poder do Quartzo Negro. – disse Radya.
- Hã, mãe, eu queria te perguntar uma coisa: quem mandava nesse lugar antes de Obsidius?
- Então, o Reino do Quartzo de Luz se chamava assim, porque havia mais um Cristal Elementar além dos nossos, o Quartzo de Luz. O Protetor chamava-se Lux. Ele era nosso líder, como se fosse o nosso rei. Meus irmãos e eu éramos os servos mais fiéis de Lux. Como disse, aqui era um local de paz. Porém, Lux tinha um irmão, que se chamava...Obsidius, o Protetor do Quartzo Negro. Obsidius sempre quis o poder e não hesitou em destruir o próprio irmão. Ele se autoproclamou imperador e transformou este lugar como você o vê agora. O resto da história você sabe. Obsidius capturou meus irmãos, mas eu consegui fugir para a superfície.
- Incrível! – exclamou Rita, admirada – Eu fico aqui pensando: se você não tivesse fugido daqui, você não teria conhecido meu pai e eu não teria nascido.
- Essas são as coisas engraçadas da vida, Rita – comentou Arya, a Protetora do Cristal do Ar – A coragem de Radya fez você existir. Talvez seja por isso que você é tão corajosa.
- Arya tem razão – endossou Pyros, o Protetor do Cristal do Fogo – Radya sempre foi a mais corajosa de nós todos. Às vezes, eu questionava seus métodos, mas no fim, eu entendia.
- Exatamente. – também endossaram Aquus e Harena, os Protetores da Água e da Terra, respectivamente.
- Ah, eu ficou lisonjeada com os elogios, meus irmãos, mas não há tempo a perder. Temos que ajudar Rita a enfrentar Obsidius. – disse Radya.
- E onde ele está? – perguntou Rita.
- Naquele castelo. – respondeu Radya.
Rita avistou o Castelo Obsidiano. Ele estava um tanto distante de onde ela estava.
- Vai ser uma caminhada boa até lá – comentou Rita – Mas vamos nessa!
Então, a garota foi caminhando em direção ao castelo. O caminho era bastante tortuoso, pedregoso e ainda por cima havia um abismo em cada lado. Para pior a situação, cada vez que ela se aproximava do castelo, o caminho se afunilava. Ela tinha que manter o equilíbrio, senão cairia no abismo, seja por qual lado fosse. Finalmente, ela chegou ao castelo. Ela olhou o gigantesco e imponente edifício de cima a baixo e sentiu uma espécie de melancolia, por conta de sua arquitetura gótica e sombria.
No portão, estavam dois soldados obsidianos, mas eles estavam parados, parecendo os guardas reais ingleses. Rita não se fez de rogada e empurrou o portão do castelo.
- Hum, está tranquilo demais. Tem algo errado – comentou Rita.
- Acho que Obsidius quer que você chegue até ele sem impedimentos. – disse Radya.
- Também acho que é isso.
Então, Rita chegou ao salão principal do castelo, que era melancólico como o exterior. O salão era iluminado por archotes acesos com chamas fracas. Ao norte, havia uma enorme escadaria com um tapete vermelho ao centro.
- A sala do trono de Obsidius está no alto da escadaria. – disse Radya.
- Já estou acostumada a subir escadarias. – disse Rita – Vamos nessa!
A garota começou a subir os degraus da longa escadaria. Haviam quatro lances de escadas que se bifurcavam, mas Rita seguia em frente. Finalmente, ela chegou a um enorme portão ornado. Ela o empurrou e chegou à sala do trono.
Sentado ao imponente trono preto, lá estava Obsidius, de pernas cruzadas, observando-a. Rita olhou o imperador de cima a baixo. Rita admirou-se ao ver que o outro tinha a pele acinzentada e olhos vermelhos, além de admirar-se com a imponente armadura preta com detalhes em vermelho e com a espada da mesma cor da armadura e com os mesmos detalhes em vermelho. Rita viu os grandes cinco cristais negros que circundavam o trono.
Após um longo silêncio dos dois se observando, Obsidius finalmente falou, com sua voz cavernosa:
- Eu estava esperando por você, garota da ametista. Finalmente, nos encontramos.
- É, finalmente. – confirmou Rita, que perguntou em seguida: - Você facilitou minha entrada, Obsidius?
- Imperador Obsidius, por gentileza. – corrigiu o outro – Respondendo sua pergunta, sim, eu facilitei sua entrada, porque posso sentir que você está com os cinco Cristais Elementares e vou obtê-los de você, algo que meus servos não conseguiram.
- Não vai, não, Obsidius! – replicou a garota – Eles pertencem aos Protetores dos Cristais! E por falar neles, onde eles estão presos?
- Estão aqui. – respondeu Obsidius, estendendo os braços, apontando para os cinco grandes cristais negros.
Então, Rita reparou que os cristais tinham o tamanho de um ser humano de altura um pouco acima da média. Em um deles, estava sua mãe, Radya.
- Eu me pergunto, – tornou Obsidius – como que uma simples garota como você pôde receber esta armadura, obter os Cristais Elementares e seus respectivos poderes, derrotar meus servos e chegar até aqui, se os Protetores estão presos nestes cristais? Como isto foi possível?
- As consciências deles, principalmente a de Radya, estavam nos respectivos Cristais Elementares. – respondeu Rita – Cada um deles me cedeu um pouco dos poderes de cada um para derrotar os seus servos.
- Hum, interessante. – disse Obsidius – Obrigado pelo esclarecimento. Bem, eu a deixei entrar aqui no castelo, mas o motivo de você chegar ao Reino do Quartzo Negro é libertar os Protetores, certo?
- Exato. – respondeu Rita – E um dos Protetores, Radya, é a minha mãe.
A informação fez com que Obsidius erguesse as sobrancelhas que não tinha.
- Hum, então Radya é sua mãe? Ah, claro, era esteve na superfície antes de Zirkon a capturar. E ela deixou uma filha? Posso garantir que ela deixou o Cristal do Raio, a ametista, com você.
- Sim, ela me deixou um pingente de ametista, quando eu fiz cinco anos. Uma semana depois, Zirkon a capturou.
- Realmente, eu subestimei Radya. Além de fugir e esconder os cristais na superfície, ela ainda deixa uma filha, você. Se eu soubesse sobre você, nós nunca teríamos nos conhecido.
Rita arrepiou-se ao ouvir as últimas palavras de Obsidius, porque ela sabia o significado delas. Mesmo assim, ela perguntou, horrorizada:
- O quê?! Você... você ia... me matar?! Você ia mandar me matar, quando criança?!
- Matar é um verbo muito pesado, garota. – respondeu sarcasticamente Obsidius – Digamos que você nunca teria acesso à ametista, se eu soubesse de você.
- Mas você só teria a ametista se me matasse!
- Acho que você ainda não entendeu, garota, mas não vou insistir no assunto.
- Eu entendi muito bem, Obsidius. – retrucou Rita – Aliás, se você quiser obter os cristais de mim, vai ter que passar por cima do meu cadáver!
- Então, você veio até aqui para morrer? – replicou Obsidius – Você não tem chance contra mim, garota. Não sei se isto é muita coragem ou muita estupidez.
- Chame do que quiser, mas não vou deixar você pegar os cristais de mim!
- Humpf, você vai me obrigar a fazer isto.
Então, Obsidius levantou-se do trono e desembainhou sua longa espada. O imperador de pé era gigantesco, com cerca de dois metros de altura. Rita também desembainhou a espada e avançou contra o monarca.
Obsidius fez uma rápido movimento com a espada e desarmou Rita, como se fosse tirar um doce de uma criança. Em seguida, o imperador deu um chute no plexo solar da garota, que a fez parar na parede do outro lado da sala. Ela levantou-se com muita dor nas costas, mas conseguiu correr para pegar a espada. Porém, antes disso, Obsidius pegou a garota pelo pescoço e arremessou-a em outro canto da sala. A armadura de ametista desativou-se.
Rita ficou encostada na parede sentido muita dor. Estava desarmada e completamente indefesa. Desesperada, gritou:
- Mãe! Radya! Me ajuda!
Porém, não obteve resposta. Ela insistiu:
- Radya! Arya! Pyros! Aquus! Harena! Me ajudem!
Mais uma vez, a resposta era o silêncio. Por que os Protetores dos Cristais Elementares não respondiam? Por que a abandonaram justo na batalha contra Obsidius?
Obsidius aproximou-se da garota e pegou-a mais uma vez pelo pescoço. Brandindo a espada, ele disse, triunfante:
- Os Protetores não vão ajudá-la! Estão presos aqui comigo e eu bloqueei as consciências deles. Sim, eu posso fazer isto com a minha mente. Está complemente sozinha agora, garota da ametista. Diga adeus!
Erguida pelo imperador, completamente dolorida, desarmada, indefesa e sem os Protetores dos Cristais. Na luta contra Âmbar, seu pai a salvou, mesmo sem saber que ela era a Ametista. Seu pai... A esposa está presa em um cristal, a cozinheira que ele tratava como mãe estava internada e agora vai perder a única filha... Era o fim...
Rita fechou os olhos, esperando o golpe da espada de Obsidius...
CONTINUA...
4 Comentários
De fato, ao detalhar mais os acontecimentos a história melhorou bastante, ainda acho que poderia ser um pouco menos apressado, mas entendo que, para a internet, às vezes é necessário ir direto ao ponto.
ResponderExcluirE vamos ver qual será o destino da Ametista.
Parabéns
Obrigado pelo feedback de sempre. Ainda tenho que aprender a desenvolver o ritmo aceitável para as histórias. Abraço.
ExcluirA situação ficou crítica, como queesperado!
ResponderExcluirAcho que faltou prudência e sobrou coragem para Rita.
Obsidius é poderoso e o desejo de Rita em rever e salvar mãe, foi maior que os problemas e provações que ela terá que passar, correndo até, risco de vida.
A história chega no ápice!
Meus parabéns, por essa história tão incrível!
Obrigado pelo feedback de sempre. Abraço.
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