Sentinela da Liberdade - Capitão América #3

 

Olá Tokuleitores!

E terminamos o primeiro arco com essa versão Metal Hero do Capitão América, espero que a leitura tenha sido tão divertida quanto foi escrevê-lo.

Portanto, sem delongas...

Boa leitura!

             O local estava totalmente às escuras de propósito.

       

        — Nós… Nós estamos na Base?

       

        O agente terrorista da organização conhecida como Hidra, que um dia foi conhecido como Gustav, estava sentado em um local onde ele não conseguia ver além de um facho de luz direcionado exatamente sobre ele.

 

        Após um tempo de silêncio uma pesada mão pousou em seu ombro direito, ele nem precisou se virar para saber que estava na presença do líder máximo da Hidra.

 

        — Eu faço as perguntas. Agora, segundo os relatórios, após a invasão da base onde havia várias cobaias, você deu a ordem para acionar os Ossos Cruzados. Apenas para enfrentar quatro invasores.

 

        — Se-senhor. Não eram operativos comuns. Eram do mesmo nível dos nossos Soldados Alterados e…

 

        — Sem justificativas. Conte apenas o que aconteceu após os Ossos Cruzados serem ativados.

 

        — B-bem...

       

Marvel UT apresenta.

Sentinela da Liberdade.

Capitão América #03

Império Secreto.

 

 

O Capitão América desferiu um soco direto na direção do rosto de um dos recém-chegados, o primeiro a alcançá-lo, mas, para sua surpresa, o punho foi bloqueado pelo terrorista, que não demonstrava esforço algum para conter um ataque capaz de abrir um buraco numa parede de tijolos.

 

— Acho que o Patriota estava certo pessoal. Esses novatos são um problema real. Não segurem seus golpes.

 

Assim que ele disse isso, girou o pulso, livrando sua mão, agarrou o braço do terrorista e o puxou para si, dando-lhe uma poderosa cabeçada, que ele acabou sentindo mesmo através de seu capacete.

 

Já seu imenso inimigo deu alguns passos hesitantes para trás e logo tombou sem sentidos, enquanto seus demais colegas avançaram, sem se importar se pisavam nele ou não, todos concentrados das ordens que receberam.

 

“Matem os invasores.”

 

O Capitão América permaneceu impassível, braços abaixados ao lado do corpo, punhos cerrados, enquanto a estrela que ficava nas costas da sua manopla direita começava a emitir uma luz intermitente.

 

Ele então desferiu um soco na direção do inimigo mais próximo que, já tendo visto um ataque como aquele, estendeu sua mão esquerda aberta, pretendendo se defender, sua mente reprogramada pela Hidra já projetava os próximos movimentos que levariam à sua vitória.

 

— Shield Slash!

 

Surpreendendo a todos os presentes, conforme a ordem fora proferida, um escudo de energia se formou sobre o braço do invasor, cuja borda atingiu a palma da mão do terrorista, fazendo os ossos do braço se quebrarem até quase o ombro.

 

Com um movimento para o lado, o inimigo foi descartado, conforme o Capitão América aproveitava o impulso do seu avanço para saltar e girar em pleno ar, pousando no meio de sete inimigos, já derrubando dois deles com outro golpe do escudo, ambos acabando com seus maxilares deslocados.

 

Os demais logo voaram pelo saguão do prédio, fazendo com que os demais, pela primeira vez desde que saíram do laboratório, acabassem por hesitar, interrompendo seu ataque.

 

— O que estão esperando? — o Capitão abria os braços numa clara postura de desafio. — Não tenho o dia todo. Avancem!

 

E eles avançaram.

 

— Merda, esse calibre das armas mataria um ser humano comum.

 

— Então vamos ter que dar tiros mais fortes.

 

Tendo entrado por uma das rotas de fuga da parte de trás da base, a Destruidora e o Patriota estavam de costas um para o outro, conforme eram cercados pelos Ossos Cruzados.

 

Aproveitando que seu companheiro estava disparando para todos os lados, ela se abaixou e, sacando peças variadas de seu uniforme, montou um mini rifle.

 

— Star Shotgun!

 

Assim que se ergueu, seus disparos eram muito mais certeiros e devastadores, dando tempo para que o Patriota jogasse fora suas armas descarregadas contra um dos terroristas, cruzando os punhos na frente de seu rosto.

 

— Fist Shields!

 

Sobre as costas dos dois pulsos dele surgiram versões pequenas do escudo do Capitão América e, assim que o primeiro Ossos Cruzados escapou de um dos tiros da Destruidora, o invasor mostrou que seus punhos, agora reforçados, atuavam tão bem quanto qualquer arma de fogo.

 

Cruzados de direita e esquerda, distribuídos pelo tronco do terrorista, o fizeram cambalear e abaixar a cabeça, oferecendo um alvo irresistível.

 

Praticamente se jogando para o alto, o Patriota desferiu um Upper contra o queixo do terrorista, fazendo-o dar um giro no ar antes de tombar desacordado no chão.

 

“Falcão, eu adoraria que você achasse as crianças antes das minhas balas terminarem.”

 

“Estou fazendo meu melhor Destruidora, mas o local é muito mais profundo do que a gente imaginava e, bem, não são só vocês que estão ocupados com esses novos agentes.”

 

O invasor alado encerrou a comunicação, após usar o impulso do seu voo, combinado com suas asas retráteis, para tirar alguns terroristas de seu caminho, derrubando-os com vários cortes profundos em seus corpos.

 

Alguns deles precisariam de procedimentos cirúrgicos, para recuperar as mãos e dedos que haviam sido decepados ao tentar parar o avanço do Falcão, mas, uma vez que não fazia parte da programação deles se preocupar com o estado de seus corpos, desde que os inimigos fossem mortos, continuaram a avançar.

 

O Falcão ergueu os pés e acertou as faces de dois inimigos, pousando sobre seus corpos, já desacordados, quando percebeu um crescimento excessivo de oponentes, ao alcançar peloo corredor principal do décimo andar subterrâneo.

 

Da mochila em suas costas, de onde saíam as asas, mini-drones voaram às dezenas, invadindo várias salas até que finalmente o verdadeiro objetivo daquela invasão foi encontrado.

 

“Achei as crianças. Estou enviando minha localização para vocês. Uma ajudinha aqui seria muito bem vinda.”

 

— Certo.

 

O Capitão América soltou um de seus inimigos, que ele segurava por um dos braços, deixando claro para os demais que era hora de desistir.

 

— Chega de brincadeira. Ou saem do meu caminho ou eu vou tirar vocês a força.

 

Os Ossos Cruzados que restavam em pé chegaram a trocar um olhar entre eles, hesitando mais uma vez, o que deixou claro para o invasor que talvez, um talvez imenso, a programação da Hidra poderia ser revertida.

 

O momento passou, no entanto, e, após levarem as mãos às suas cabeças, num claro sinal de dor por causa do reforço de tentar contrariar as ordens de matar os invasores, os cinco últimos Ossos Cruzados que ainda estavam no saguão do prédio avançaram.

 

Foi então que o Capitão resolveu o assunto de uma vez, o que ele não poderia ter feito antes, primeiro por ainda não ter localizado as crianças sequestradas e depois para atrair a maioria dos inimigos, evitando assim que seus companheiros se machucassem.

 

Ou pior, que morressem.

 

Steve Rogers agiu por toda sua vida desse jeito e não mudaria tão cedo.

 

— Final Justice!

 

Ele estendeu o braço direito e, ao seu comando, o escudo de energia foi lançado a toda velocidade, acertando com força a face de cada um dos inimigos, cada impacto sendo capaz de atravessar uma parede de tijolos.

 

Os Ossos Cruzados foram jogados longe, cada um em uma direção diferente, antes do escudo de energia ser desativado, após derrubar o último deles, dando assim passagem para que o Capitão finalmente saísse do saguão.

 

— Tá ficando mole Capitão? Antigamente tu já estaria junto com o Falcão.

 

— Precisei esperar você, Patriota, como sempre parece que tava dormindo e a Destruidora precisou te carregar.

 

— É o fardo da minha vida.

 

“O papo de vocês está muito legal, mas será que podem descer logo aqui?”

 

Não foi preciso que o Falcão falasse duas vezes e enquanto ele se preocupava ao estar cercado pelos Ossos Cruzados, logo pode respirar aliviado, quando um escudo grande de energia e vários pequenos discos, além de disparos de energia, voaram ao seu redor, abrindo caminho para que os demais invasores o alcançassem.

 

— Demoraram pacas! Pararam pra fazer um lanchinho?

 

Enquanto dizia isso o Falcão derrubava mais dois inimigos com disparos certeiros.

 

— Onde elas estão?

 

— Onde mais? Lá no fim do corredor, claro, depois desses… Hum… quarenta monstrengos?

 

— Dá uns dez para cada um de nós e…

 

A frase do Patriota foi interrompida, quando o Capitão América avançou pela sua direita, após fazer um escudo de energia gigante, que ocupava quase toda a largura do corredor.

 

Os demais companheiros se entreolharam, todos sabiam que estavam sorrindo por debaixo de seus capacetes e logo se colocaram a correr atrás do Capitão, tratando de derrubar os inimigos que escapassem da verdadeira locomotiva em que ele havia se tornado.

 

Quando crianças estavam envolvidas em situação parecida com a que eles próprios vivenciaram, nada, nem ninguém, podia parar Steve Rogers.

 

Nem mesmo a porta do laboratório onde as crianças eram mantidas presas, que foi ao chão após o impacto violento de uma bota metálica, dando passagem para os quatro invasores que, de imediato, sentiram os estômagos embrulharem pela forma como elas estavam.

 

Amontoadas umas com as outras, em jaulas que não serviriam nem mesmo para prender animais, todas sentadas no chão com pouco mais que um trapo de tecido a lhes cobrir os corpos, separando-as de seus excrementos.

 

Uma tática antiga para causar uma desumanização, facilitando assim os estágios iniciais de lavagem cerebral feita pela Hidra, para criar agentes que não questionassem nunca as ordens de seus superiores.

 

Poucos minutos foram o suficiente para que as crianças fossem libertadas e as mais debilitadas estavam nos colos dos invasores que, ao saírem de volta ao corredor, acabaram por estranhar a ausência de mais agentes da Hidra, tentando barrar seu caminho.

 

 — Não tô gostando disso pessoal.

 

— O Patriota tá certo. O que faremos Capitão?

 

— O que normalmente dá certo, Destruidora. Vamos para a saída o mais rápido possível. E aí de quem se colocar em nosso caminho.

 

Assim eles fizeram, a sensação de que algo estava errado apenas crescia, conforme eles iam subindo os andares, até chegarem perto do saguão do prédio, onde vários Ossos Cruzados permaneciam caídos.

 

— Mais alguém reparou que os olhos das máscaras deles estão brilhando cada vez mais rápido?

 

— Todo mundo fique perto de mim!

 

Mal o grito de alerta do Capitão foi ouvido por seus companheiros, que seguiram sua ordem de imediato, os visores dos Ossos Cruzados se apagaram e, no instante seguinte, uma imensa explosão ocorreu.

 

— Desgraçado…

 

Pouco tempo depois, do lado de fora do que restara do prédio, um estressado Coronel Fury acabava de ver a fachada desmoronar, dando passagem para o grupo de invasores, que saíam todos protegidos pelo escudo de energia do Capitão América, agora convertido numa espécie de domo.

 

— Não é que você fez de novo?

 

Com um sorriso de vitória no rosto, revelado após o herói dar o comando mental para que seu capacete se desfizesse, Steve Rogers se aproximou de seu antigo comandante, da época em que ele mesmo fazia parte da SHIELD.

 

— Missão cumprida.

 

As crianças foram recebidas pela equipe médica da organização de manutenção mundial da paz, sob a promessa de que não economizariam esforços para entregá-las a seus responsáveis, deixando o grupo de invasores a sós com o Coronel Fury.

 

— Apesar das circunstâncias é bom vê-los outra vez reunidos.

 

— Se gostou disso, vai adorar o que tenho para o senhor.

 

O Falcão se adiantou aos companheiros e entregou um tablet para o coronel que, ao entender o que estava vendo, mudou seu humor imediatamente.

 

— Isso é o que estou pensando?

 

— Com certeza.

 

— O que acham, Invasores, aceitam mais uma missão?

 

Todos acenaram positivamente, antes de fecharem mais uma vez seus capacetes e, junto com Fury e a SHIELD, estarem prontos para levar mais uma derrota à Hidra.

 

— Você então autorizou a autodestruição de dezenas de agentes Ossos Cruzados e usou a explosão da base para cobrir sua fuga, indo direto para nossa base principal em Nova York certo?

 

— E-eu… Eu não tive escolha… Eu… Se ficasse lá podia ter sido capturado, ou pior, ter morrido…

 

— “Corte uma cabeça e outra surgirá em seu lugar”. Você parece ter esquecido do lema de nossa organização.

 

Gustav se calou, um calafrio percorreu toda a sua espinha e, de repente, ele descobriu o sentido da frase “Como se alguém estivesse pisando em seu túmulo”.

 

Antes que o terrorista tivesse a chance de pensar em alguma desculpa, o chão debaixo da cadeira se abriu e ele caiu de uma altura de dez mil metros, sobre uma área de floresta, onde dificilmente seu corpo seria encontrado.

 

O chão se fechou, as luzes se acenderam e então o líder máximo da Hidra, que num passado não tão distante fora ele mesmo um pouco mais que uma cobaia para a organização terrorista, acionava uma reunião com seus atuais subordinados.

 

Ao seu redor várias imagens holográficas surgiram, todos saudando seu líder da mesma forma que os nazistas faziam com Hitler.

 

— Heil Caveira Vermelha, Líder Supremo da Hidra!

 

— Preparem-se, chegou o momento de iniciarmos o plano Hibernantes.

 

Ao redor do homem trajando uma armadura de combate e exibindo a face de um crânio rubro, impossível de saber se era uma máscara ou seu rosto de verdade, vários sorrisos sinistros se formavam nos rostos de seus subordinados.

 

A hora havia, finalmente, chegado.

 

E o mundo nunca mais seria o mesmo.

 

Fim?