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Esquadrão Eletrônico Virtuaranger - Capítulo 1 - Os guerreiros virtuais

 


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Capítulo #1 – Os guerreiros virtuais



"Jogos são uma janela para outras realidades." - Chris Roberts (criador do jogo Wing Commander)


Os jogos eletrônicos ou videogames estão presentes no cotidiano da sociedade humana sob diversas formas, seja no fliperama do bar da esquina, em um console de uma multinacional japonesa ou americana, em um computador pessoal ou laptop ou até mesmo nos smartphones.

Os videogames possuem diversos gêneros: luta, futebol, automobilismo, ação, aventura, etc. Contudo, havia um jogo para computador extremamente popular do gênero RPG (Role Play Game) de fantasia com milhões de jogadores pelo Brasil, chamado Fantasy Legends. O jogo consistia em enfrentar os diversos desafios em um mundo aberto estilo medieval, podendo jogar individualmente ou em equipes, ou melhor, squads. A cada desafio vencido, os jogadores, individualmente, aumentam um nível e no formato dos squads, a equipe também aumenta um nível. O squad líder do ranking nacional tinha um nome peculiar: Esquadrão Virtuaranger.

O líder do esquadrão era Rodrigo Costa, de 20 anos, morador da Zona Norte. Ele era ruivo de rosto sardento e alto. Filho de um tenente-coronel da Aeronáutica, seu sonho era seguir a carreira do pai, tanto que fazia um curso pré-militar desde que terminou o Ensino Médio. Morava com sua mãe, fazendo companhia a ela enquanto o pai viajava em virtude da patente. Desde criança, Rodrigo sempre foi um aficionado por videogames de todas as formas, seja fliperama, consoles ou PC Gamer. Além disso, sempre foi um exímio jogador, platinando (*) vários jogos. O lançamento do jogo Fantasy Legends, ou melhor, o sucesso dele, foi o que o uniu aos outros do esquadrão.

Quando começou a jogar Fantasy Legends e atingir níveis altos, Rodrigo acabou formando dupla com outro exímio jogador, chamado Cauê Santos. Cauê também tinha 20 anos, morava na Zona Oeste e era um negro baixo e magro, que usava óculos desde a infância. Seu pai trabalhava como segurança e sua mãe era professora. Ele próprio trabalhava como repositor em um mercadinho do bairro onde morava. Assim como Rodrigo, jogava qualquer tipo de videogame, seja qual fosse a plataforma. Contudo, ele não só jogava, como tinha bastante conhecimento sobre tudo o que ocorria no mundo dos jogos, seja no passado ou no presente. Na dupla, o personagem de Rodrigo era do guerreiro, enquanto Cauê era do tanker, que é o guerreiro responsável pela defesa.

A dupla atingia cada vez mais níveis altos, até que receberam dois reforços... Durante uma quest, Rodrigo e Cauê não conseguiam derrotar uma horda de soldados goblins (criaturas pequenas de pele cinzenta), mas uma outra dupla conseguia. Esta dupla era composta por uma elfa arqueira e uma maga. A pontaria da elfa era excelente e suas flechas derrotavam os inimigos com facilidade, enquanto a maga lançava ora bolas de fogo, ora de gelo e também derrotava vários inimigos, além de curar a elfa quando esta era atingida. Quem controlava a elfa chamava-se Sofia Castro e a maga chamava-se Gabriela Macedo, também conhecida como Gabi.

Sofia tinha 19 anos, era loira de olhos azuis de cabelos encaracolados e morava no centro da cidade. Seus pais eram advogados e ela estava no primeiro período de Direito. Seu primeiro contato com os games foi justamente com Fantasy Legends por causa da moda, mas acabou virando amor à primeira vista. Jogando como elfa arqueira, ela atingiu níveis altos, sendo uma das melhores do ranking nacional em precisão de tiro. Ela acabou formando dupla com Gabi, que era uma morena baixa e cabelo castanho curto.

Gabi também morava no Centro e era a caçula do esquadrão, tendo 18 anos. Seu pai era professor e sua mãe era do lar. Gabi tinha acabado de terminar o Ensino Médio e estava se preparando para o vestibular. Ao contrário de Sofia, ela já tinha contato com games antes, inclusive do gênero RPG. Contudo, em Fantasy Legends, ela atingiu níveis altos como maga.

Após a ajuda da dupla de garotas, Rodrigo e Cauê as convidaram para unir as duplas e elas aceitaram. Como o novo squad formado precisava ter um nome, Rodrigo resolveu chamá-lo de “Virtuaranger”, por serem “guerreiros virtuais”. Os outros concordaram e assim surgiu o melhor esquadrão de Fantasy Legends do Brasil. O que surgiu também foi uma grande amizade não só virtual, como real, já que eles chegavam a se encontrar pessoalmente algumas vezes.

Contudo, os “guerreiros virtuais” nem poderiam imaginar que iriam enfrentar desafios em um mundo aberto virtual que influenciaria na sobrevivência do mundo real...


Rio de Janeiro, 2025


Em um dia normal de janeiro, o Esquadrão Virtuaranger partia para mais um desafio no mundo aberto de Fantasy Legends. Rodrigo foi o primeiro a chegar no lobby do jogo, que era “sala de espera virtual”. Em seguida, os outros ficaram online.

- Boa noite, galera! – saudou Rodrigo – Prontos para a jogatina de hoje?

- Sempre pronta, chefe! – disse Gabi, dando uma leve risada.

- Meu ping (**) estava um pouco alto, mas já normalizou. – disse Cauê.

- Sempre com esse ping alto, hein, Cauê? – reclamou Rodrigo – Já te falei para resolver esse problema. A gente perdeu daquela vez porque sua conexão caiu no meio da batalha do boss.

- É verdade. A internet aqui de casa é zoada. – justificou Cauê.

- Vamos começar, pessoal? – perguntou Sofia – Quero descontar todo o tempo de aula chata mandando flecha nos goblins.

Os outros riram e Gabi disse, zombeteira:

- Ué, quem mandou seguir a carreira dos pais? Agora aguenta!

- Amiga, você não sabe como é chato ficar decorando trocentos artigos da Constituição Federal... Mas é o que eu quero para minha vida.

- Isso porque você não tem que fazer trocentos cálculos de Matemática no curso que eu faço. – comentou Rodrigo.

- Ah, mas você tem que saber Matemática para voar naqueles caças, tipo aquele filme, Top Gun.

- Em Top Gun, eles eram fuzileiros navais, Sofia. – corrigiu Cauê – O Rodrigo está estudando para ser da Aeronáutica.

- Que seja. Para mim, militar é tudo igual. Vamos jogar? – tornou a perguntar Sofia, impacientemente.

- Vamos. – respondeu Rodrigo. – Tudo certo aí com vocês?

- Sim! – os outros três responderam ao mesmo tempo.

- Certo, então, vamos começar.

Os quatro clicaram no botão “Pronto” e o mapa do mundo aberto apareceu. Então, os avatares deles apareceram em uma campina enorme extremamente verde. O local estava completamente deserto.

- Está tudo muito calmo... – comentou Rodrigo – Mas vamos ter atenção.

De repente, uma horda de goblins brotou da relva e os jogadores estavam cercados pelas criaturas.

- Droga, tava tranquilo demais para ser verdade! – lamentou Rodrigo – Pessoal, a estratégia de ataque de sempre.

- Certo! – os outros responderam.

A “ estratégia de ataque de sempre” que Rodrigo mencionara era: ele atacava diretamente os goblins, enquanto Cauê ficava na contenção. Já Gabi flanqueava, atirando bolas de fogo e gelo, enquanto Sofia ia à procura dos goblins invocadores para evitar que ele sumonem (invoquem) mais hordas.

A estratégia deu certo e a horda foi derrotada. Porém, o desafio não estava concluído. Uma criatura gigante de um olho só apareceu na campina.

- É o Ciclope da Campina! Ele é Nível 80, super difícil. – informou Cauê.

- Nada é difícil para gente. – replicou Rodrigo – Vamos lá, mesma estratégia.

Então, eles usaram a estratégia contra o ciclope, com Rodrigo no ataque, Cauê na defesa e Gabi flanqueando. A diferença é que Sofia também flanqueava, mas do lado oposto de Gabi. Contudo, a criatura era realmente forte e não sofreu um arranhão. Com um simples ataque, o ciclope causou danos nos personagens dos Virtuarangers, arrancando bastante HP (Pontos de Vida).

- Gabi, cura a gente! – ordenou Rodrigo.

- É pra já! – disse a garota.

Então o avatar de Gabi lançou uma bola de luz azul-claro nos outros e a barra de HPs dos quatro ficou cheia novamente.

- Gente, e agora? – perguntou Sofia – Como a gente vai derrotar esse bicho? Nossos ataques não adiantaram.

- Eu pesquisei sobre o lore (***) do Ciclope da Campina e aqui diz que ele é imune a fogo e gelo, mas é vulnerável à água.

- Ué, mas gelo é água congelada. Como ele pode ser imune a uma coisa e vulnerável à mesma coisa? – perguntou Gabi.

- Pois é, vai entender. Bem, você tem uma magia de água corrente?

- Tenho, sim.

- Beleza. Vamos tentar.

Então, a maga de Gabi lançou um jato d’água na direção do ciclope e a barra de HPs dele diminuiu um pouco.

- Deu certo! – exclamou Rodrigo – Continue a jogar água nele, Gabi. Cauê, Sofia, vamos atacá-lo com tudo o que tem direito!

- Certo! – os outros responderam.

Então, enquanto Gabi lançava água, Rodrigo e Cauê davam espadadas no ciclope, enquanto Sofia atirava flechas. A batalha durou cerca de dez minutos, mas os Virtuarangers finalmente conseguiram derrotar o temível Ciclope da Campina.

- Isso! Mais uma vitória para o Esquadrão Virtuaranger! Good job, mates! – comemorou Rodrigo.

- Show de bola, pessoal! – disse Cauê – Ué, acabou de aparecer uma mensagem aqui na minha tela.

- Na minha também – disseram os outros.

- É uma mensagem de atualização. Estranho, não vi nenhuma notícia sobre atualização desse jogo.

- Deve ter aberto cenários novos. – disse Rodrigo. – Vamos colocar para atualizar e aí quando terminar, a gente volta.

- Certo! – os outros responderam.

A mensagem de atualização simplesmente dizia: "Nova atualização lançada! Melhorias e correções para uma experiência de jogo ainda melhor.". Abaixo da mensagem havia apenas um botão para clicar, que dizia: “Iniciar atualização”.

Não tendo escolha, os quatro clicaram no botão e...



< RETORNAR AO PRELÚDIO



(*) Platinar significa completar 100% todos os desafios de um jogo.

(**) É a latência de conexão entre o dispositivo de jogo e os servidores do jogo, afetando a jogabilidade.

(***) É a história por trás dos elementos de um jogo (universo, personagens, NPCs, etc.).

8 Comentários

  1. Capítulo #1...

    Israel, meu caro! Este primeiro capítulo foi um ótimo complemento ao prelúdio, ficou muito bom. Conhecemos um pouco mais sobre cada um dos Virtua Rangers antes de serem convocados... Muito bom.

    Agora, parafraseando o Norberto, faltou um cliffhanger, um gancho que levasse a pessoa para o prólogo e dali para o capítulo 2, mas isso a gente vai aprendendo, eu mesmo aprendi um bocado com o pessoal.

    Mas obrigado por ter compartilhado o conto conosco!!

    Abraço.

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  2. Um excelente complemento ao prelúdio, focado nos personagens e preenchendo lacunas deixadas na história anterior.
    Foi como fechar um círculo de acontecimentos com o Prelúdio e, acredito que, a partir de agora você terá mais liberdade para desenvolver a história e os vilões.
    Parabéns

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    1. Obrigado pelo feedback. A intenção era essa, de completar o prelúdio. Abraço.

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  3. Eu gostei desse capítulo 1, que na verdade é momentos antes deles irem para o mundo virtual.

    Os personagens estão bem definidos.e você mandou muito bem na sua explanação do mundo dos jogos.

    Eu curti.

    Agora a história volta pro ponto de partida.

    Esse é o gancho!

    Parabéns!

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  4. Israel, você fez um trabalho incrível neste capítulo inicial. Começando pelo contexto, a forma como você introduziu o mundo dos jogos eletrônicos como algo integrado ao cotidiano é uma sacada excelente, que já conecta o leitor com um cenário familiar. A citação inicial de Chris Roberts funciona como uma porta de entrada perfeita para o tom da narrativa, preparando o leitor para o mergulho no universo dos games.

    A ambientação em Fantasy Legends é muito bem feita. Você descreve o jogo de forma clara e cativante, desde o conceito de squads até os detalhes de estratégia no combate. Isso não apenas ajuda quem é leigo a entender, mas também cria um vínculo com quem já é gamer, ao capturar a essência do gênero RPG. O Esquadrão Virtuaranger se destaca com uma formação diversa e interessante, tanto no universo do jogo quanto na vida real dos personagens.

    Sobre os personagens, cada um é apresentado com riqueza de detalhes e personalidade marcante. Rodrigo, o líder estratégico e determinado; Cauê, com seu conhecimento técnico e a vulnerabilidade com o “ping” (um toque muito realista!); Sofia, com sua praticidade e ímpeto; e Gabi, com seu humor leve e habilidade como maga. A interação entre eles é natural, cheia de diálogos que mostram suas personalidades e criam empatia imediata. A conexão entre o mundo virtual e a vida real deles também é muito bem explorada.

    A cena do combate foi muito dinâmica. A estratégia de ataque, os papéis de cada um no time e até a dificuldade do desafio com o ciclope foram descritos de forma que o leitor consegue visualizar e sentir a tensão da batalha. Você também mostrou um excelente cuidado ao criar o “lore” do jogo, como a vulnerabilidade do ciclope à água, mesmo sendo imune a gelo — isso soa como algo que realmente existiria em um RPG.

    E a cereja do bolo: a atualização misteriosa. Isso encerra o capítulo com maestria, criando aquele gancho que deixa o leitor ansioso para o próximo evento. A transição para o prelúdio dá uma sensação de que tudo o que conhecemos até agora é apenas a ponta do iceberg.

    No geral, este capítulo é uma introdução excelente e bem equilibrada. Ele apresenta o mundo, os personagens e o conflito com clareza, mas também deixa espaço para o suspense e o mistério se desenvolverem. Parabéns pelo trabalho, Israel! Estou ansioso para ver como essa história vai evoluir.

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    1. Obrigado pelo feedback. Achei importante dar todo o contexto dos videogames e explicar alguns elementos dos jogos para quem é leigo. Abraço.

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  5. Obrigado pelo feedback de sempre. Abraço.

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