Bom dia, prezados.
Espero que curtam esse novo capítulo de uma nova fase da história de Arisa.
16. O Templo Desértico, parte 2, A Invasão
Depois de conversarem amenidades, era hora de partir em
missão, fazendo com que as quatro se concentrassem. Tinham algo para concluir,
então se mantiveram focadas.
A aeronave de Yuyu as levou para a frente do templo. Arisa
logo fez uma comparação mental com as pirâmides egípcias de seu mundo. Eram
gigantescas, eram mausoléus em seu mundo, mas não sabia se o eram neste. Eram construídas
quase sem quaisquer tecnologias avançadas em seu mundo, e, outra vez, também
não sabia se o eram neste. As similaridades eram surpreendentes, mas sem
conhecimento para saber se elas paravam por aí ou não, só deixavam Arisa ainda
mais curiosa.
Em frente ao templo recém-escavado, as quatro observavam os
trabalhadores olharem para elas com assombro. Claro que tinha misoginia ali,
eles se perguntavam se as meninas seriam capazes de solucionar o problema que
os homens não conseguiram, mas era velada, porque ninguém se prontificava a externar.
Não quando era relacionado a quatro membros escolhidos a dedo pela liderança de
Qaira.
Era óbvio o que os homens estavam fazendo, e as quatro
ignoraram solenemente o que estava acontecendo. Com isso, as quatro se
prepararam e já logo entraram no templo lentamente, desaparecendo na escuridão,
sendo seguidas com o olhar por aqueles que as olhavam de fora. Para elas, a
iluminação foi diminuindo até que Arisa puxou um bastão neon e iluminou todo o
corredor em verde-neon brilhante.
A construção ostentava paredes erguidas com blocos
gigantescos, montadas e encaixadas não se sabia como. Os corredores eram
bastante claustrofóbicos, numa coloração arenosa (pelo tanto que elas puderam
discernir com a luz neon emitida pelo bastão de Arisa), e por mais que fossem
feitos em linhas retas, eram sinuosos, se elas não o tivessem mapeado desde o
começo, teriam se perdido facilmente.
De repente o corredor alargou-se, mantendo o padrão de suas
paredes, e logo se fez presente uma sala imensa com alguns pilares muito
grossos, com o pé direito dela muito alto. Havia uma espécie de altar em seu
centro, e junto a ele havia uma espécie de sarcófago.
Que brilhava no escuro.
Aquele sarcófago atraía monstros, dois apareceram ao fundo.
Eram como chacais, cães de pele preta com pelagem negra baixa, com olhos
vermelhos brilhantes, a boca espumando de raiva.
As quatro prestaram atenção nas criaturas. Yuyu se colocou
em posição de defensora, para evitar que as amigas fossem atingidas de
quaisquer maneiras. Yerokhina já se posicionava atrás de todas as outras, sendo
a não-combatente que era. O sarcófago brilhava, e Arisa tinha certeza de que
aquilo tinha a ver com a aparição daquelas bestas. Porém ela tinha a ciência de
que precisava ajudá-las a vencer os dois atacantes. Hayami era boa com armas de
longa-distância, e logo puxou uma que era muito parecida com um fuzil.
Mirou na cabeça de um deles e firmou, atirando. Yerokhina
viu que o coice da arma seria gigantesco e ajudou Hayami, espalmando suas mãos
em suas costas, dividindo a carga dele com ela. O tiro foi certeiro na cabeça
do ser canino, que tombou em seguida, sangrando uma substância preta. O outro,
vendo que seu parceiro havia tombado, partiu para cima do grupo de qualquer
jeito, sendo barrado por Yuyu, que acertou rapidamente um golpe com sua espada
montante retrátil num golpe em transversal, fatiando a cabeça do ser ao meio.
Os dois seres viraram pó assim que o segundo tombou, não dando chance do
segundo sequer sangrar.
Voltando sua atenção para o sarcófago, Arisa percebeu que
ele era ligado a vários cabos, agrupados em um conjunto que passava por sua
base, por sua vez ligados a uma espécie de gerador que ficava suspenso, próximo
ao teto. Os cabos só ficavam visíveis próximo ao sarcófago, não ficavam pelo
chão e, segundo análise de Arisa, passavam por dentro dos pilares que ficavam
ao redor dele.
Com uma pequena faca de serra circular, Arisa pretendia
cortar os cabos, para cortar o suprimento de energia do sarcófago. A lâmina,
cujo fio girava constantemente, encostou no cabo e começou a faiscar, como se o
material com que aquilo havia sido feito fosse, de alguma maneira, maleável e
metálico.
Mas a lâmina da faca de Arisa era muito resistente. A menina
tinha ganho o item do pessoal de Crecentia, encabeçados por seu líder. Por mais
faíscas que soltasse, a lâmina desta se manteve intacta. Segundo Keisuke,
aquela faca conseguia cortar até mesmo aço mais fino, o que parecia ser o caso.
Depois de algum tempo naquele processo e deixando as outras
três angustiadas pela quantia de tempo que consumira, o cabo havia sido cortado
e o sarcófago, além de abrir, tinha apagado. Aparentemente, um dos cabos era
suficiente para desligar todo o sistema de segurança daquele lugar.
Arisa viu que a porta do sarcófago estava destravada e o
abriu inteiramente, revelando que não havia ninguém enterrado ali, mas confirmando
haver um sistema de proteção que mantinha os visitantes e invasores bem longe,
fosse na época em que foi construído ou atualmente. Com uma adaptação, Arisa
pegou uma das pontas do cabo cortado e utilizou junto com seu tablet, obtendo
um fluxo de dados massivo. Ela não esperava receber tamanho fluxo.
O lugar era fortemente protegido com um sistema
computadorizado central, que não estava no sarcófago, teleportando seres de um
plano paralelo para aquele, para que os invasores ou visitantes indesejados
fossem atacados e mortos no processo. Todo o plano de defesa foi detalhado ao
passo que a Técnica acessou a rede, que era de altíssima velocidade com um
tráfego de dados massivo. Não era à toa que os cabos ao redor do sarcófago eram
tão grossos.
Depois de mais alguns minutos analisando o sistema de
defesa, Arisa conseguiu entender, em resumo, como ele funcionava. Sabia que,
pela quantia de dados, para entendê-lo completamente levaria muito tempo, então
pegou apenas uma ‘blue print’, um esquema de construção do sistema com a
documentação dele (quem o construiu deixou tudo dentro do mesmo lugar), e o analisaria
com mais calma mais tarde.
Perto do sarcófago, ao chão, havia um alçapão quase
escondido pela areia e poeira, no que elas entenderam que poderia ser uma dica.
Yuyu tentou puxar a porta, e mesmo sendo a mais forte fisicamente do grupo, não
conseguiu movê-la.
Hayami tentou ajudá-la ao puxar do outro lado, mas o
resultado não mudou. Desistindo, ambas foram falar com Arisa.
- Arisa-chan, você acha que conseguimos abrir aquela porta?
Porque com força bruta não foi possível.
- Deixa eu ver isso aí. – Arisa levantou-se de onde estava
com o cabo, e notou, logo de olhar, que havia um sistema de identificação na
porta, com um teclado numérico. Olhou em sua mochila e achou o que queria, um
bastão de luz ultravioleta, que identificaria se houvesse impressões digitais
em algum lugar.
Porém, não foi possível identificar nada. Afinal de contas,
havia muito tempo da entrada de alguém naquele lugar. Não havia mais
identificação alguma, o teclado só estava cheio de areia que havia entrado com
o ar.
- Droga... Deve fazer muito tempo que alguém entrou aqui...
Se faz mais de 10 anos, com certeza não haveria mais qualquer resquício de
oleosidade que tenha tocado essas teclas. Como eu posso identificar essa senha?
Porém, a pequena notou que, próximo ao painel, havia um
local levemente afundado, cheio de areia.
- Yuyu, você tem algum modo de enviar ar comprimido aqui ou
de magia que o faça?
- Eu tenho – Disse Yerokhina. – Eu uso magia do vento para
carregar meus pacientes quando estou sozinha, afinal de contas, um médico
precisa saber se virar neste mundo.
E logo Yerokhina soprou sua magia de vento no lugar indicado
por Arisa, e logo foi possível ver uma entrada que parecia ser serial ao lado
do painel. Arisa riu.
- Com certeza esse lugar foi construído por Técnicos. Até
mesmo entrada de manutenção eles deixaram próximo ao painel. – Arisa sorria ao
puxar um cabo de entrada serial, rezando para que funcionasse. Quando inseriu,
viu uma interface muito similar a um software que havia visto em seu mundo
natal, e aquilo a surpreendeu.
Aquela pirâmide podia ter sido construída por transmigrados.
Não era à toa a similaridade com as pirâmides de seu mundo natal, eles as
usaram como referência.
Ao passo que foi estudando o software, mais familiarizada
ela foi ficando com o sistema, e logo, no que ela pensou que levaria muito mais
tempo para decifrar, conseguiu fazê-lo com risível facilidade.
E logo a porta de alçapão próxima ao sarcófago poderia ser
aberta, pois ela ouviu um ‘click’ diferenciado.
- Meninas, tentem de novo... Acho que agora vocês conseguem.
Não foi preciso nem Hayami ajudar desta vez, Yuyu teve força
o suficiente para abrir aquela porta, que abriu com um rangido enorme, afinal
de contas, havia muito tempo que aquela porta não era aberta. Ao abrir, foi
possível ver um túnel circular com uma escada de metal ali, larga o suficiente
para descerem verticalmente.
Todas discutiram quem deveria descer o túnel primeiro, e
devido à indecisão, Arisa resolveu tomar à frente sem consultar ninguém, descendo
lentamente a escadaria metálica, esperando que algo bom acontecesse, e deixando
de ouvir a discussão.
Ploc, ploc, ploc. Todas conseguiam ouvir o barulho dos pés
de Arisa batendo contra a estrutura metálica, mesmo depois que ela sumiu no
túnel, era possível ouvi-la se movendo, o eco facilitava o trabalho daquelas
que estavam ouvindo. Quando o barulho parou, houve uma tensão das três, elas
não sabiam se ela tinha alcançado o chão, se tivesse caído, o que mais havia
acontecido.
- Meninas, cheguei ao fundo... E o lugar aqui é incrível!
Venham! – Foi possível ouvir a voz de Arisa bem baixinho, cheia de eco, mas
ainda assim, bem audível.
Então, em ordem, desceram Yuyu, Kayami e Yerokhina. Seus
passos ecoando no túnel e na estrutura metálica da escada. Ao passo em que Yuyu
descia (porque as outras duas não conseguiam ver nada com a amiga descendo
primeiro), via o chão se aproximar através do túnel, e depois de alguns metros
descendo, o túnel se abriu muito, apenas a escada se mantinha próxima à parede,
presa por sua instalação.
Era um salão relativamente largo, com diversos equipamentos
piscando na falta de luz que era presente ali. Aparentemente o sistema de
monitoria continuava funcionando mesmo com Arisa tendo cortado aquele grosso
cabo do lado de fora do sarcófago. Ela sabia que havia algum sistema de
alimentação paralelo, para que quando o principal caísse, este subisse por
emergência.
Havia luzes de segurança pelo local todo, até mesmo a
disposição das luzes e dos equipamentos eram fruto de um raciocínio de um
transmigrado. Arisa reconhecia a todos os padrões sem qualquer esforço.
Arisa reconheceu o lugar sendo o centro nervoso do sistema
de segurança daquela pirâmide. Não foi difícil, depois de estudar o sistema por
meio da interface anterior, entender como tudo funcionava, e como
desabilitá-lo.
- Meninas, não tem mais nada que precisemos fazer aqui. Já
desabilitamos o sistema de segurança, os trabalhadores poderão explorar o lugar
com facilidade agora. Já podemos ir embora.
- Mas já? – Perguntou Yuyu. – Eu achei que íamos ter mais
batalhas... Vocês técnicos deixam as coisas tão sem graça... – E a líder de
Aerial riu um bocado depois.
- Eu não me importo em resolver as coisas facilmente! –
Disse Yerokhina, com a voz levemente esganiçando por causa da possibilidade de
haver mais combate.
Aquela resposta fez com que todas rissem, Yuyu ainda mais. O
trabalho estava feito e não precisavam mais ficar ali. Subiram pelo túnel
vertical mais uma vez, saindo ao lado do sarcófago, e andando para o lado de
fora da pirâmide. Ao informar a todos que elas haviam desabilitado o sistema de
segurança que fazia invocar todos aqueles monstros, os misóginos não
acreditaram de primeira, mas foram forçados a reconhecer porque não aparecera
mais nenhum monstro depois da incursão das quatro.
Voltando para a cidade de Qaira, as meninas foram relaxar um
pouco, tomar um sorvete, mandar as preocupações embora. E passaram o final do
dia daquele jeito, conversando sobre amenidades, fofocando um pouco sobre suas
vidas, rindo de coisas engraçadas que havia acontecido umas às outras,
engajando papos de menina.
Logo Yuyu voltaria a Aerial, a missão terminou e ela
precisava voltar à cidade que liderava. As quatro, mesmo que por pouco tempo,
foram uma equipe, então a despedida foi emocionada, todas prometendo se
encontrar de novo algum dia.
Em seguida foi a vez de Arisa. Precisava partir, ir à
Shining Future, encontrar a Doutora Orinori de uma vez por todas e voltar a seu
mundo, encontrar seus pais, explicar o que havia acontecido e, se possível,
voltar a Nova Star para continuar vivendo sua vida. Adorava viver naquele
lugar, em seu mundo antigo era esquecida, sofria preconceito, bullying. Neste,
ela era importante, muita gente gostava dela.
A despedida entre Arisa, Hayami e Yerokhina também foi muito
emocionada por parte das três, Arisa subiu em sua aeronave e partiu, voando em
direção à próxima cidade, que era, sim, a sua parada final naquela missão de
mais de cinco anos.





			




2 Comentários
Cinco anos...
ResponderExcluirO tempo passou rápido pra Arisa nesse mundo paralelo.
Dessa vez, ela contou com.a ajuda de parceiras na exploração da pirâmide e despeito do descrédito por parte dos homens do local, ela mostrou qye, uma vez unidas, mulheres podem chegarem onde quiserem.
Parabéns!
Esse é o intuito, mostrar que mulheres empoderadas podem fazer o que quiserem, que podem ser iguais ou até melhores do que nós, homens.
ExcluirPor isso que sempre as enalteço.
Obrigado por ler mais este capítulo, caro Rider.