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A verdadeira história do desterro do Doutor Gori (capítulo 2)

 

Capítulo II - A história e a sociedade do planeta Épsilon, parte I.

Por volta de 1930, Gori nasceu no Planeta Épsilon, em uma cidade chamada Beringei, situada a cerca de 250 quilômetros ao sul da capital do planeta, Virunga. Comparado com a Terra, Beringei seria uma típica cidade interiorana, não tão populosa e não tão grande como a capital. Em outras palavras, uma cidade de médio porte, com um ar bucólico e uma pitada campestre, um ótimo local para alguém ir morar depois que se aposenta após muitos anos de serviço.

Em termos de tecnologia, Épsilon é um dos planetas cuja sociedade é uma das mais avançadas do mundo. Se comparada com a tecnologia de que a Terra hoje dispõe, a tecnologia de Épsilon está muitos séculos à frente. A tecnologia de Épsilon é tão adiantada que apenas planetas como Flash e Tecnolíquel se comparam a Épsilon nesse quesito.

E, a despeito do fato de toda a tecnologia de que os habitantes do Planeta Épsilon dispõem, eles não têm interesse algum em usá-la com intenções de expandir o poder e a influência deles para outros cantos do Universo. O desinteresse de Épsilon nessa área é tamanho que em realidade muitos observadores de fora acham que Épsilon não passa de um planeta como outro qualquer.

Entretanto, nem todos aprovam tal política. Algumas vozes dentro de Épsilon afirmam que a tecnologia é desperdiçada em projetos pacíficos inúteis que não levam a lugar algum. Eles afirmam que Épsilon precisa dar uma maior atenção ao fortalecimento de suas forças armadas (há tempos sucateadas), do contrário um dia o planeta será engolido por conquistadores espaciais tais como o Satan Goss do Império dos Monstros, o Rei Bazoo do Planeta Gozma e o Monarca La Deus do Cruzador Imperial Mess. Para eles (que já vem agindo em diferentes pontos do Cosmos já faz tempo), um planeta com tecnologias muito avançados como Épsilon seria de grande auxílio para expandir ainda mais seu tacão pelo Cosmos. Imagine, por exemplo, o avanço que a experiência mutante do Monarca La Deus teria caso se apoderasse de Épsilon e toda sua rica biodiversidade? Ou a base de apoio que Bazoo ou Satan Goss teriam para uma maior expansão de seus respectivos impérios?

Para ser mais exato, essas vozes em questão afirmam que Épsilon precisa sair de seu casulo isolacionista, conquistar outros mundos para que não se torne mais um domínio dos já citados Satan Goss, Bazoo e La Deus. Talvez, seja questão de tempo algum deles fazer uma visita a Épsilon, e com a debilidade das forças armadas nativas, conquistar Épsilon será um verdadeiro passeio. Entretanto, dentro da política de Épsilon, estes elementos são ridicularizados e vistos como loucos. Pois Épsilon deve e continuará a ser o planeta pacífico que sempre foi ao longo de sua história.

Recentemente, um desses que advogam uma política de expansão imperial para Épsilon, o senhor Orangutangar, fez um inflamado discurso na tribuna do senado de Épsilon falando a respeito dessa necessidade e que se isso não for feito logo Épsilon será conquistada por algum dos conquistadores espaciais já citados. Mas, como sempre, ninguém deu ouvido às ideias de Orang e as autoridades de Épsilon mais uma vez afirmam que jamais irão enviar exércitos para conquistar outros planetas. Resumindo a tônica de seu discurso: conquiste ou será conquistado.

Anedotas políticas e científicas à parte, Gori nasceu no seio de uma família que na Terra seria considerada de classe média, dentro de uma eminente família de cientistas. Seu pai também se chama Gori, e sua mãe, Hou. Ambos trabalhavam para um órgão de pesquisas científicas ligadas ao governo central de Épsilon. Tal órgão é encarregado de trabalhos que abarcavam uma ampla gama de áreas, desde pesquisas genéticas, biotecnológicas e químicas até o desenvolvimento de tecnologias e naves espaciais.

Como se você, Gori pai (a quem vamos chamar de Gori I) era um cientista de renome em Épsilon. Seu respeito era tamanho que ele era um dos cientistas mais requisitados e prestigiados de seu planeta natal. Ele sempre estava presente nas grandes conferências científicas do Planeta Épsilon, em especial em conferências que tratavam a respeito da cura de doenças raras, as quais a sociedade ainda não descobriu como curá-las. E, para isso, uma quantia considerável de dinheiro era paga a ele em palestras.

A sociedade de Épsilon logrou desenvolver curas eficazes para uma série de doenças, inclusive doenças que são fatais e tidas como incuráveis (ou de cura muito complicada) para os habitantes do Planeta Terra, tais como câncer, diabetes e outras. Mas, da mesma forma que os habitantes do Planeta Flash até hoje nunca encontraram uma cura para o efeito Flash Negativo (que se manifesta em todos aqueles nascidos e/ou criados no Planeta Flash e seus satélites quando estes passam um longo período fora de Flash), existem tipos mais raros dessas mesmas doenças que até hoje a sociedade do Planeta Épsilon nunca foi capaz de desenvolver uma cura efetiva contra as mesmas. E isso a despeito de todos os esforços da equipe científica de Épsilon e todo os recursos gastos para tal.

Mas, por mais que Gori I seja uma pessoa renomada e prestigiada em Épsilon que participa periodicamente de conferências, ele, por outro lado, jamais se deslumbrou com tal vida. Nunca se esqueceu de seu começo mais humilde, em uma vila do interior de Épsilon chamada Pongar. De que ele teve que batalhar muito para chegar ao ponto que chegou e que há certas coisas na vida que nenhum dinheiro compra. E, dessa forma, ele não irá criar o filho vindouro dele em uma espécie de redoma social como muitos pais da alta sociedade de Épsilon fazem.

Quando o seu tão esperado filho enfim nasceu, Gori I resolveu batizá-lo com seu próprio nome. E, inevitavelmente, o nascimento de Gori II trouxe grande alegria para a família. Isso a tal ponto que

Gori I: “Querida, olha só o nosso filho, como ele é lindo e gracioso”

Hou: “E não é para menos, ele tem a tua cara. A cara do homem mais belo que existe neste mundo”

Gori I: “Algo dentro de mim diz que um dia nosso filho será um grande homem”

Hou: “Por que assim pensa, querido Gori?”

Gori I: “É um pressentimento que tenho, não sei de onde vem”

Hou: “Bom, isso é algo que só o tempo saberá responder à tua pergunta. Mas concordo contigo, o nosso filho é muito especial”.

Gori I: “Tenho certeza que ele dará continuidade à nossa linhagem de eminentes cientistas que há tempos vêm servindo à sociedade do Planeta Épsilon”.

2 Comentários

  1. Grande Pistoleiro Veloz!

    Iniciamos a biografia do Dr Gori , falando sobre os pais dele e sobre a política de Epslon, um planeta avançado, mas pacífico.

    Tudo tem que ter um meio termo.

    Radicalismo nunca é bom.

    É os políticos de Epslon são radicais as avessas.


    Creio que isso será um problema para o jovem Gori, filho de brilhantes cientistas.

    Prevejo invasões e perdas pessoais pra ele.

    Aqui temos os fundamentos do Tokuverso Expandido, onde os Impérios se conhecem e se relacionam pro bem e pro mal.


    Parabéns por nós brindar com algo tão criativo e didático!

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  2. Outro episódio muito bom e bem descrito.

    Dr. Gori é um personagem muito rico e com o passado dele conforme explicado na série original, de fato, torna-se muito plausível uma obra que aborde essas origens deles quase como uma crônica.

    Nota-se que o planeta Epsion extremamente conservador e radical deve ter funcionado como estopim no jovem Gori. Imagino que irás trabalhar magistralmente laços familiares, porfias e corrupções.

    Parabéns!

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