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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 7)

 

                                                Capítulo VII - Amor proibido (parte I)

Após o fim da audiência com Durval, Folken levou Siegfried à residência de seu pai para lhe contar a última notícia. “Então você vai se juntar a seu irmão no Palácio Valhalla?”, diz Atli, sentindo-se honrado por dentro ao saber que Siegfried também treinará para um dia se tornar Guerreiro Deus. Ele concorda que seu filho vá treinar no Palácio Valhalla junto com Sigmund para realizar seu sonho. Mas antes que Siegfried vá para o palácio, Atli lhe conta a respeito de suas origens familiares, algo do qual até hoje nunca contou a Siegfried. Lembranças daqueles trágicos eventos logo vêm a sua mente. Também lhe dá alguns conselhos a respeito do que lhe aguarda. “Siegfried, você vai treinar no Palácio Valhalla junto com a fina flor da nobreza de Asgard. Estará rodeado dessa gente praticamente o tempo todo, que leva uma vida luxuosa, bem de diferente de nós. Mas você jamais deverá esquecer-se de onde veio, meu amado e estimado filho adotivo”. A seu pai adotivo, Siegfried lhe promete que sempre que possível lhe escreverá cartas sobre o que se passa com ele no palácio e o andamento de seus treinamentos. Em seguida, Siegfried conta algo a seu pai adotivo, ao qual tinha uma boa notícia e outra ruim para lhe contar. “Pai, já que você tocou nesse assunto, tenho algo a lhe contar. Eu encontrei uma garota que mora no Palácio Valhalla”. Atli nota o semblante avermelhado de seu filho adotivo. “Então você se engraçou por uma garota, filho. Posso ver pela expressão de seu rosto. Estou orgulhoso de você, enfim conheceu alguém que te complete e que poderá ser a sua futura esposa. Quem é ela?”, perguntou Atli. “Ela é a princesa Hilda, uma das sobrinhas do Durval. E não sei por que, mas eu quando eu vi pela primeira vez senti que eu a conhecia há muito tempo”. Siegfried respondeu. “Interessante filho. Talvez quem sabe você seja de fato a reencarnação do Siegfried lendário, que viveu há muitos séculos e ao qual você sempre demonstrou grande fascínio. Me lembro que eu sempre te pegava lendo os livros que falavam sobre ele e os heróis de outrora”. “Pai, eu de fato sempre senti uma conexão muito forte com o Siegfried lendário, que assim como eu também era ferreiro”.

Atli em seguida lhe pergunta qual era a notícia ruim. “É que depois que eu a encontrei apareceu um sujeito, um tal de Alberich, que me abordou após a audiência e ele disse que um plebeu como eu jamais se tornará Guerreiro Deus e que isso é algo apenas para quem é da nobreza”. “Alberich... a julgar pelo nome, ele é de uma das mais distintas famílias de Asgard, cujos membros sempre estiveram do lado dos soberanos de nossa terra, e ele certamente deve gabar-se muito de suas origens familiares. Ouça filho, lá no Palácio Valhalla você topará com pessoas esnobes com ele, que por serem da alta sociedade olham plebeus como nós com indiferença e até mesmo com certa dose de ódio“. Diz Atli. “Filho, não se deixe intimidar com as zombarias dessa gente. E não desista da Hilda. Muitas rasteiras e pancadas a vida lhe reservará no futuro, mas você não pode ficar de joelhos ante tais obstáculos. Se quiser realizar seus desejos, terá que se levantar depois de tomar cada uma das rasteiras e pancadas da vida. É assim que se alcança a vitória, filho”. “Sim pai, eu o farei engolir as palavras que ele disse a mim”, Siegfried respondeu, e se despediu de seu pai adotivo emocionadamente rumo ao Palácio Valhalla.

Os anos de intensos e duros treinos no Palácio se passaram, e o sentimento que Siegfried e Hilda nutriam um pelo o outro com o tempo cresceu e se fortaleceu. Um dia desses, Hilda e Siegfried (o qual sempre que encontrava Hilda sentia seu coração bater de forma mais intensa e não raro ao se aproximar dela sentia certa dose de vergonha) conversaram no pátio do Palácio Valhalla após um dia de treinos longos árduos. A sobrinha de Durval perguntou a Siegfried como iam os treinamentos, e ele respondeu que as coisas iam bem na medida do possível. “Nos treinos eu sempre procuro dar o melhor de mim”, respondeu Siegfried. Ao ouvir tal resposta, Hilda disse que gosta de homens dedicados e esforçados como ele e sorriu de forma marota para seu amado, o qual respondeu com uma expressão avermelhada em seu rosto. “Que sorriso bonito que você tem, Hilda”, respondeu Siegfried, que se sentia um tanto envergonhado por dentro. “Não precisa ter vergonha, Siegfried”. Um terno abraço entre os dois se seguiu. Logo em seguida, depois de terminado o encontro entre os dois, Alberich interpelou Siegfried. “Quanto atrevimento da tua parte, filho de ferreiro, em paquerar a Hilda”. “É Princesa Hilda para você, ouviu bem? Mais respeito ao se referir a ela”, respondeu Siegfried, segurando Alberich pela gola de sua túnica. Alberich em seguida segura a mão de Siegfried, rindo. “Siegfried, caia na real. Você não passa de um filho de ferreiro. Se você acha que um filho de ferreiro como você vai se casar com a Hilda, que é uma princesa, pode tirar o cavalinho da chuva. Ela nunca será sua”. E em seguida ri da cara de Siegfried, o qual responde com um beliscão a la Seu Madruga no antebraço direito dele. “Aaaaaiiiiii! Ficou irritadinho só por que eu falei a verdade para você?”, responde Alberich, sentindo as dores do beliscão. “Ouça Alberich, mais respeito comigo e com o meu pai. E pode ter certeza que um dia farei você engolir as palavras que você proferiu agora mesmo”, responde um Siegfried irado. “Quero ver se você será capaz disso”, respondeu Alberich, em um tom provocativo. Siegfried parte para cima dele, mas eis que Shido aparece para apartar a briga entre os dois.

Mal sabe Siegfried que as provocações de Alberich são apenas a ponta do iceberg dos problemas que ele há de enfrentar para realizar seu grande sonho. Para que o amor dos dois venha a ter a devida consumação há grandes obstáculos, como o pai adotivo de Siegfried previu. E ante tais obstáculos, Hilda tem se mostrado cautelosa em revelar seus sentimentos a Siegfried. Afinal, ela, que sente como se estivesse entre a cruz e a espada, não quer começar um relacionamento com Siegfried e logo em seguida encerrá-lo por causa de tais obstáculos. Até hoje nunca o revelou para Siegfried. Isso por que há terceiros que não enxergam tal relacionamento com bons olhos, em especial Durval. Ele não vê com bons olhos o fato de que sua sobrinha Hilda, nascida no seio da família real de Asgard, ama o filho adotivo de um ferreiro. Um dia, ao saber que Hilda e Siegfried nutriam grande afeição um pelo outro, Durval chamou a atenção de sua sobrinha. “Hilda, onde já se viu você se engraçar por aquele plebeu!”, disse um irado Durval. “Hilda, você foi longe demais com essa brincadeira. Eu, com o poder ao qual Odin me investiu, jamais vou permitir que você fique junto dele”. “Tio, o fato é que eu amo o Siegfried do fundo do meu coração. E não é só isso: eu sinto que ele é o homem certo para mim, o verdadeiro amor de minha vida. Algum problema?”. “Ouça, minha sobrinha, se você consumar esse amor estará sujando a reputação de nossa família, que governa Asgard já faz cinco séculos”. “Mas tio, pelo visto você não entende uma coisa, o amor é um sentimento que não liga para coisas como a posição social ou a fortuna do outro. Do contrário, não seria amor”. Respondeu Hilda. “Eu também pensava assim antes de conhecer o Siegfried, mas depois mudei completamente de opinião a esse respeito, tio”, ela completou. “O que Hilda, como você se atreve a isso! Nós, da realeza, não podemos nos misturar com a plebe! Se isso acontecer, nosso poder ruirá como um castelo de cartas!”. Como as falas de Durval nessa discussão transparecem, ele é da mesma opinião que Kremilda tinha no longínquo século V: de que os nobres deveriam se casar apenas entre si e não se misturar com a plebe. Isso por uma questão de conservação de seu status quo, riqueza e posição social.

1 Comentários

  1. Os erros do passado, as maldições de outras vidas começam a impactar na nova vida de Siegfrield , agora plebeu e Hilda ( pertencente à família real de Asgsrd).


    Esse amor proibido passará por muitas provações e dores.


    Assim como Romeu e Julieta , acho que não terminará bem .


    Aguardemos!

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