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Iniciativa Mindstorm 7


Aviso: essa história contém cenas de agressões físicas e verbais com palavras de baixo escalão e que podem ofender a comunidade LGBTQ+, mas isso não quer dizer que seja a opinião ou vontade do autor.

Iniciativa M.I.N.D.S.T.O.R.M Apresenta:

RADIANTE E MAGNÍFICO

Lagoa dos Cristais, Distrito Federal. Esta Noite.
- Socorro... – gritava um homem de porte físico comum. Ele parecia fugir desesperado de algo ou alguém. Pedindo ajuda já quase sem fôlego.  – Alguém me ajude...
- Você não tem pra onde escapar... – dizia uma voz. - ... Sua bichinha!
- Porque? – perguntava o homem aflito e caindo em um beco sem saída. – Olha, se eu te fiz alguma coisa, eu peço desculpas! Eu... Eu...
- Pragas como você são um erro... – dizia um homem musculoso que aparecia com seu rosto escondido pelas sombras. Só o que se podia ver era que tinha o desenho de um bisão tatuado em seu ombro direito. – Abominações que devem ser apagadas desse mundo. Essa é a minha missão, hahahahaha.
O homem com tatuagem de bisão puxa o outro pelo cabelo e força seu rosto contra uma grade, ele repete a ação algumas vezes até marcar o rosto da vítima. Em seguida, ele joga o homem de físico comum e soca sua cabeça contra a parede do prédio ao lado. E em seguida começa a espancar o homem de físico comum.
[...]

- HAHAHAAHAHAHHA, aí eu fiquei naquela situação... Via o Lucas com a gravata presa na copiadora e não sabia se eu ria ou se o ajudava! Foi ridículo!
Um casal comum conversava enquanto jantavam no que parecia uma boate decorada com muita cor vibrante em luz neon. Quadros incríveis pintados a mão de vários artistas de música pop. A conversa, porém, mais parecia um monólogo.
Boate Miss Liberdade. A noite seguinte.
- Terra chamando Marcus! – dizia o que estava falando o tempo todo até então.
- Hm? Desculpa, amor. – Marcus finalmente falava aquela noite. – Eu tava pensando no que houve.
- Tá falando da JuJu né? – respondia o outro tocando a mão de Marcus que responde a apertando forte. – Uma pena mesmo, JuJu arrasava com seus shows aqui.
- O que me irrita é que a polícia não faz nada e nunca vai fazer... Malditos homofóbicos uniformizados!
Marcus soca a mesa no que Roger, seu companheiro, segura sua mão uma vez mais pedindo que tivesse calma. Os dois se olham, trocam olhares apaixonados. A tal JuJu de quem falavam era Julio Soares, um ex-contador do banco que largou tudo para embarcar no seu sonho: ser uma dançarina Drag Queen. Ganhou a chance quando a boate em que se encontravam abriu, a boate Miss Liberdade era uma das mais frequentadas na cidade satélite de Lagoa dos Cristais, no Distrito Federal. Lá, Júlio se tornou uma das grandes atrações e fantasia da maioria dos frequentadores ali, deixara de ser Júlio e tornara-se verdadeiramente a JuJu Tempestade.
- Encontraram a coitadinha essa manhã, com o rosto todo ensanguentado e marcas de grade nela... – relembrava Roger. – Era uma pessoa de coração puro e cheia de alegria, como puderam fazer isso? Não dá pra entender mesmo.
- Esses filhos da puta tinham que pagar... Não há justiça...
- A justiça um dia vai surgir, amor. Temos que acreditar nisso.
Eles se olham novamente, mas o momento é interrompido  de repente quando a porta da boate é forçada com um chute e um monte de homens engravatados com caras de poucos amigos entravam. A maioria desses homens seguravam armas de fogo. Eles abrem espaço para um homem forte, na casa dos 60 anos, careca e com uma cicatriz no olho direito e outra em sua mão esquerda. Tinha um olhar classudo. Seu nome era Antonio Marangoni, ou apenas Sr.Marangoni. Um dos grandes chefões do crime ali.
- Vocês aí... – dizia um dos capangas de Marangoni para um grupo de amigos que estavam sentados na mesa mais próxima. – Essa aí é a mesa do Sr.Marangoni. Caiam fora.
Assustados e com medo, o grupo de amigos se levanta no mesmo instante e vai embora da boate como cães com os rabos entre as patas. O capanga empurrava tudo para o chão sem se importar com os pratos, taças e outros talhares que podiam se quebrar. Marangoni se senta àquela mesa. A garçonete se aproxima com um certo medo e o mesmo capanga a olhava com malícia e tesão, a comendo com os olhos mesmo.
- Pra uma boate cheia de bambi, até que tem umas gostosas aqui hein, chefe? – dizia o capanga que logo para de olhar para o mafioso que lhe dava uma olhada nada agradável. Ele então puxa a garçonete para si pegando em sua bunda e pressionando seu corpo contra o dele. – O que acha da gente se divertir hein, delicia?
A garçonete não dizia nada, apenas tenta se desvencilhar daquele homem que parecia se divertir com seu desespero. Ele faz piadas de mal gosto e homofóbicas falando das dançarinas ali, sempre dando ênfase no tom de sarcasmo que usava ao falar dançarinas. Marcus vê aquela cena irritado e indignado e se levanta da mesa chamando a atenção.
- Deixa ela em paz, seu idiota de terno!
- Como é que é? – o capanga irritado com a intervenção do rapaz.
- Marcus, fica quieto! – dizia Roger tentando acalmar os ânimos ali.
- Não, Roger! – ele se vira para o namorado. – Isso já está demais!
- Você devia ouvir o seu macho aí, ô bichinha! – o capanga provocava. – Caso o contrário não vou ter dó alguma de abrir mais buracos do que o que ele provavelmente já abriu em você.
Ao ouvir aquelas palavras do bandido, Marcus perde a paciência e parte pra cima dele o pegando de surpresa o que dá a vantagem a ele e o permite desarmar o capanga. Os outros capangas se preparam para atirar, mas Marangoni faz um sinal para que eles deixassem. Marcus desferia uma sequencia de socos no capanga que solta a garçonete que aproveita para correr dali. Quando o capanga já estava no chão e implorando por clemência, Marcus se aproxima com ódio. O capanga sabia que ele o mataria no braço bem ali mesmo. Porém, o barulho de tiro dado pelo próprio Marangoni chama a atenção de Marcus que simplesmente solta o capanga.
- Espero que nunca esqueça da surra que levou da “bichinha” aqui. – ele respondia no mesmo tom irônico que o capanga usara.

Radiante e Magnífico em:
Diversidades e Divergências
Roteiro: Dan Lana         Arte: Dan Lana        Radiante e Magnífico, criados por Dan Lana

Com toda aquela confusão, o Sr. Santti aparece correndo desesperado. O Sr.Santti é o dono da boate, um homem na faixa dos 40 anos e um simpatizante da causa LGBTQ+.
- Sr.Marangoni, o senhor não pode entrar na minha boate e causar essa confusão toda! Por favor, saia daqui e leve seus homens com o senhor.
- Sairei com o maior prazer. – respondia Marangoni enfim. – Assim que o senhor deixar de ser um tolo e me vender essa boate. Todas as propriedades desse bairro são minhas. – reafirmava como todas as vezes que “visitava” o Sr.Santti. – Esta é a única que ainda não é.
Ele se aproxima de um casal de lésbicas e as encara com cara de poucos amigos.
- A sua clientela não é bem vinda nas minhas áreas, Sr.Santti. – comentava voltando seu olhar para o dono da boate outra vez. – Cada uma delas vai continuar  a sofrer se continuarem por aqui, não entende? Eu apenas quero... Garantir a segurança dessas... – ele olhava novamente para o casal procurando a palavra certa que aparentemente para ele era... – Criaturas.
- Já lhe disse antes, Marangoni. – dizia Sr.Santti já cansado daquela conversa e falta de respeito toda. – Minha boate não está a venda. Por favor, vá embora. Eu já acionei a polícia.
Marangoni se aproxima do dono da boate o encarando. Sr.Santti o encarava de volta sem titubear. Ele podia ver nos olhos do mafioso que Marangoni queria matá-lo por sua audácia. E talvez o tivesse feito, se a sirene da polícia não tivesse chamado a atenção ao se aproximar. O bandido faz um sinal para seus capangas e eles se retiram, deixando o bandidão por último. Ele para à porta e encara Sr.Santti uma vez mais.
- Nossa conversa ainda não terminou. – diz Marangoni saindo dali em seguida.
Santti respirava aliviado enquanto a clientela aplaudia a coragem e atitude do dono da Miss Liberdade. Após todo aquele tumultuo, Roger e Marcus chegam em casa. Marcus se senta na cama para tirar seus sapatos e ficar mais a vontade enquanto Roger o olhava com certa irritação.
- Você precisa tomar mais cuidado, Marcus. – dizia Roger ainda sobre o ocorrido na boate. – Ser menos impulsivo.
- Ai, vai começar... – dizia Marcus suspirando de tédio.
- É sério. – Roger se aproximava dele puxando sua cabeça para cima. – Qualquer hora vai acabar sendo morto.
- Você sabe que não tenho sangue de barata. Estou cansado, Roger! Cansado dessa palhaçada toda!
- Eu sei, querido. – Roger tentando confortar o namorado. – Eu sei.
- É indignante ver que em pleno século XXI ainda tenhamos que passar por isso.
Roger puxa Marcus para si o abraçando.
- Está tudo bem. – ele diz colocando a cabeça de Marcus sobre seus ombros. – Nós temos um ao outro, enquanto tivermos isso, vai ficar tudo bem!
- Roger... Eu...
- Você é lindo, sabia?
Os dois não diziam mais nada. Eles então se beijam se jogando na cama. Fora uma noite de sexo intenso e cheio de paixão, como eram todas as noites. Horas depois, mas ainda de madrugada, Roger se levanta para beber água, era muito quente e seco naquela época do ano. Ele olhava Marcus dormir escorado na pia da cozinha. Adorava ver o quão em paz era a sua feição dormindo. Parecia uma verdadeira obra de arte para Roger. Apesar de todos os preconceitos e dificuldades que passavam, Roger podia dizer que era feliz. Sentia-se completo ao lado de Marcus. Mas, toda aquela paz dera lugar de repente a um enorme susto quando a imagem repentina de uma mulher cansada e fraca, de cabelos curtos surge no meio do quarto.
- Me ajude... – dizia a mulher enfraquecida.
- Ai, merda! – dizia Roger ao deixar o copo cair e quebrar. – O que... Quem é você? Vá! Xô, xô! Vá para a luz!
- Alguém... – continuava a imagem da mulher. – Me ajuda!
- Como? – Roger indagava tentando não surtar com o fantasma de uma mulher ali pedindo ajuda. – Como posso te ajudar?
Mas a imagem desaparece. Marcus acorda com o barulho do copo que quebrara.
- Amor? O que houve? – perguntava Marcus ainda grogue de sono.
- Marcus! Marcus! – dizia Roger assustado e sem saber como processar aquilo. – T-T-Tinha uma mulher aqui!
- Uma mulher? Não to entendendo nada... Onde?
- Bem aqui na sala! – Roger ainda desesperado com o que vira. – Era uma mulher estranha, como se... Como se... Se fosse um fantasma! Meus Deus, Marcus!
- Uma mulher fantasma? – ele já demonstrara descrença. Marcus não acreditava em nada que fosse sobrenatural. – Amor, você ficou impressionado com todas as coisas que vem acontecendo, é só isso.
Marcus puxa Roger pelo braço o levando de volta pro quarto.
- Vem, vamos dormir, amanhã o dia vai ser longo.
- É... Acho que você tem razão... – Roger olhando pra sala ainda assustado.
No dia seguinte, os dois tomavam o desjejum em uma lanchonete do outro lado da esquina como era de costume. Roger nunca aprendera a cozinhar nada, era uma verdadeira negação para a cozinha. Por outro lado, Marcus cozinhava muito bem, mas era preguiçoso e não gostava de fazer sempre, preferia deixar para as ocasiões especiais como aniversários e outras comemorações. Ao saírem, Marcus tem sua atenção chamada por um panfleto que batera em sua perna levado pelo vento.
- O que foi, Marcus? – perguntava Roger ao ver que Marcus não tirava os olhos daquele panfleto.
- Roger, olha isso.
Ele entrega o panfleto a Roger que o lê. O panfleto falava sobre uma chance única de se tornar um verdadeiro herói, dizendo que quem estivesse interessado, que era só se dirigir ao endereço mostrado nele.
- Marcus, sei não... – dizia Roger desconfiado. – Isso me parece uma bobagem.
- Mas e se não for? – dizia Marcus. – Você não ficou curioso?
- Bom, sim... Quem não quer se tornar um herói, não é?
- Então, vamos! Por favor! – ele insistia como uma criança fazendo birra para a mãe levar no playground. – Olha, se for bobagem ou enganação, a gente só sai de lá e segue a vida. Pelo menos a gente mata nossa curiosidade!
- Tá bom, vai... – dizia Roger. – Isso é loucura e perda de tempo, mas se vai te fazer parar de agir como criança querendo doce, vamos lá.
- Isso! – ele comemorava empolgado. – Você sabe que eu sou uma formiguinha, né?
- É, é... Eu sei. – dizia Roger o empurrando para irem logo.
Eles seguem o endereço no panfleto que os levam ao que parecia ser uma área militar desativada. Aquilo só deixara Roger ainda mais desconfiado. Ele diz para Marcus que não gostava daquilo, mas Marcus diz para Roger que era bobagem, que eles já haviam ido até lá e então eles entram. Os dois são recepcionados por um homem fardado e de porte atlético.
- Sejam bem vindos! Sejam bem vindos! – dizia o homem. – É muito bom ver que mais pessoas se interessaram pelo projeto!
- Sim, vimos o panfleto e ficamos curiosos. – dizia Marcus entusiasmado. – Quando nele diz que podemos ser verdadeiros heróis, o senhor quis dizer como...?
- Super-Heróis! – completava o homem baixinho fazendo sinal para que adentrassem. – Como SuperDan e aquele grupo no sul do país. Vocês devem estar se perguntando porque estamos em uma área desativada, não é mesmo?
- Sim. – respondia Roger de imediato recebendo um olhar de Marcus. – Desculpa, mas é muito suspeito, você tem que concordar.
- Mas ele acabou de dizer. – defendia Marcus. – É um projeto secreto. Que lugar melhor pra esconder um projeto desses do que aqui?
Roger não dizia nada. Ele sabia que Marcus defenderia, ele estava aficionado pela ideia.
- Posso lhes garantir senhores... – continuava o militar. – Temos tudo o que é necessário e de mais moderno. Nosso objetivo é conceder poderes que possam ser usados para defender nosso país. Se tornarem um verdadeiro herói para a pátria.
- Certo... – Roger ainda tentando assimilar tudo.
- Eu topo!
- Marcus... – dizia Roger chamando a atenção do rapaz entusiasta.
- Não Roger! Não tire isso de mim, por favor!
- Mas...
- Olha, você não está cansado? Tanta injustiça não vai parar, pelo contrário. Tem aumentado diariamente, principalmente na nossa comunidade. Eu quero fazer algo por ela! Algo maior do que ficar indignado.
- Eu sei, eu também quero poder fazer algo a mais, mas...
- Então! – Marcus segura as mãos de Roger. – A gente tem tudo o que precisa aqui! O poder que precisamos para isso. Sem mais chefes do crime nos ameaçando.
Roger abre um sorriso, lhe dá um beijo e segura forte sua mão.
- Você está determinado, né? – Roger diz sem precisar da resposta. Ele via nitidamente nos olhos de Marcus. – Tá certo então. Vamos fazer isso juntos.
Os dois topam e são vendados. Eles só tiram a venda depois que chegam em uma espécie de laboratório onde vêem um homem já muito forte, com cara de poucos amigos, usando uma camisa regata revelando uma tatuagem no ombro direito. Eles não sabiam, mas era o mesmo que havia matado JuJu Tempestade.
- Senhores... – dizia o militar que os levaram até lá. – Hoje a vida de vocês mudará para sempre. E com muita esperança, o mundo também.
O militar faz um sinal apontando para uma espécie de incubadora. Um rapaz bem magrelo e com cara de intelectual fecha as incubadoras com os três voluntários dentro.
- Não se preocupem, não doerá nada. – informava o cientista. – Serão induzidos ao sono durante todo o processo.
Roger estava nervoso. Ele respirava ofegante dentro da máquina e olha para Marcus que sorri pra ele o acalmando um pouco. Aos poucos, eles vão adormecendo e só acordam horas depois.
- E então? – perguntava o cientista que estava com o militar. – Como se sentem?
- Um pouco estranho... – dizia Roger como se estivesse enjoado ao sair da incubadora.
- Eu me sinto normal. – respondia Marcus. – Nem parece que foi feito alguma coisa. – ele olha para Roger. – E pra mim você parece RADIANTE!
- E quanto ao senhor, Sr.Enzo? – perguntava o militar.
Enzo não diz nada. Ele olha para um dos guardas que vigiavam o local enquanto sua pele se tornava aço puro. Ele puxa o guarda arrancando sua arma e dando um nó nela como se não fosse nada. O cientista e o militar ficam maravilhados.
- Que força impressionante, Sr.Bisão! – dizia o cientista.
- É Bisão de Aço agora. – comentava Enzo com um sorriso de canto.
Roger e Marcus não sabiam direito o porque, mas algo no Bisão os desagradavam. Eles tem seus pensamentos interrompidos pelo militar.
- Senhores, vocês precisam testar suas habilidades. – comentava o militar. – E eu tenho a missão certa para isso.
- Missão? – Marcus ficara animado. – Qual?
Os três são enviados para um local bem familiarizado pelos dois heróis, eles se encontravam na frente da boate Miss Liberdade. Os três vestiam roupas táticas, como as de agentes secretos.
- Não estou entendendo. – dizia Roger confuso.
- Acho que fomos passados pra trás... – comentava Marcus não gostando nada daquilo.
- Vocês dois aí, querem parar de tagarelar? – dizia o Bisão de Aço mais a frente. – O Sr.Marangoni precisa dessa boate chão abaixo.
- Você disse Marangoni? – indaga Marcus torcendo para ter ouvido errado. – Tipo, Antonio Marangoni?
- O próprio. – confirmava o Bisão.
O brutamontes seguia em frente para cumprir a missão de derrubar a boate, mas Marcus se sentindo traído e indignado, se adianta e o impede.
- O que está fazendo? – pergunta o vilão.
- Eu não aceitei participar de nada disso. – Marcus responde. – Não vou trabalhar pra esse desgraçado filho da puta. Aceitei participar do projeto pra justamente deter gente como ele.
- Vocês são mesmo duas bichinhas idiotas se realmente acharam que tinha algum projeto do governo para super heróis.
- Como é que é? – dizia o herói ficando irritado.
A irritação do herói começava a manifestar os poderes dele. Sem saber, Marcus fazia com que uma lata de lixo se movesse. Ele a lança contra o vilão em um impulso tomado por ódio, mas o Bisão de Aço a soca.
- Vai precisar de muito mais do que isso se quiser me parar, Barbie.
O vilão então desfere um soco na boca do estomago de Marcus que é lançado longe contra um contêiner. Roger parte pra cima do Bisão que atira a tampa da lixeira na direção dele, mas o rapaz tenta se defender e, sem querer, acaba atravessando deixando o próprio herói surpreso, mas por se distrair é segurado pelo Bisão de Aço que o lança para longe também.
- Heh... Mesmo com poderes essas bichas não servem pra nada. – comenta o vilão pensando alto rindo daquela situação.
 Ele volta sua atenção para a boate em seguida e caminhando em sua direção para completar a missão, mas Marcus sai do contêiner.
- Pensa Marcus, como você fez aquela lixeira voar? – pensava em voz alta.
O herói se concentra tentando lembrar o que o levou a despertar os poderes e então se levita com toda velocidade e força contra o vilão. Em seguida, Roger surge voando envolto por uma energia e acerta um soco em cheio no vilão. Os dois heróis se juntam para impedi-lo.
- Eu já disse que é inútil, seus viadinhos de merda! Matarei vocês assim como fiz com seus amiguinhos afeminados!
- Como é?! – dizia Marcus percebendo quem era de fato o Bisão de Aço. – Desgraçado! Então você é o responsável pelas mortes dos nossos amigos na Miss Liberdade?! O assassino da Juju!!
- Idiota, eu agora sou resistente como o aço, acha que consegue me parar? Não conseguiria antes e agora também não vai!
- Você pode ter ficado mais forte e extremamente resistente, mas a gente vai te parar, assassino desgraçado!!!
Marcus parte pra cima dele novamente, mas o vilão o agarra com apenas uma mão o erguendo e pressionando seus dedos contra suas cordas vocais. O vilão o olhava com muita raiva e completamente ensandecido pelo poder.
- O que foi que disse mesmo? Hahahahahaha.
Roger tenta atacar o Bisão por trás, mas o vilão consegue segurá-lo também. Em seguida Bisão de Aço bate os dois um no outro os fazendo cair no chão. Então, não vendo mais o que poderia ser feito, Marcus, numa tentativa aparentemente tola de apenas provocar o vilão e não dar o braço a torcer, decide cuspir nele. Mas, ao invés de um cuspe normal, ele acaba disparando uma rajada de plasma de sua boca pegando o vilão de surpresa assim como o herói e o fazendo desmaiar.
- Marcus... – dizia Roger impressionado. – Como você fez isso?
- Não faço a menor ideia. – respondia Marcus impressionado com ele também. – Mas eu adorei.
Os dois se levantam e olham para o vilão desmaiado ali. Eles olhavam um para o outro sem saber ao certo o que fazer. Eles nunca foram heróis em todas suas vidas. Marcus queria matá-lo por ter feito o que fez aos seus amigos da boate, mas sabia que se o fizesse estaria sendo igual ao vilão então apenas chuta o Bisão de Aço como se chutasse uma latinha de refrigerante.
- O que a gente faz com ele? – perguntava Roger.
- Ah, eu tenho uma ideia... – respondia Marcus deixando Roger ainda mais confuso.
Mais tarde, naquela mesma noite. Casa de Antônio Marangoni.
Marangoni esperava a chegada do cientista com notícias de seu projeto para acabar com a boate que se aproximava para dar um relatório.
- Sr.Ooze... – dizia o mafioso ao ver o cientista enquanto fazia um sinal para que ele se aproximasse. – O que tem para me dizer?
- O experimento foi um sucesso, senhor. – respondia o cientista. – As cobaias foram modificadas geneticamente e nesse exato momento já devem se encontrar diante da boate Miss Liberdade.
- Maravilha! – dizia o mafioso contente. – Me aliar ao Panteão foi mesmo um movimento inteligente. Com seus recursos eu poderei ter a única propriedade que me falta e vocês ganham novos soldados para seus estudos.
- Sim! – dizia o cientista contente também. – O Sr.Zeux ficará muito contente com o resultado!
A felicidade dos dois vilões é quebrada junto com o vidro da janela. Era o Bisão de Aço amarrado ironicamente com uma corda de aço. Em seguida, Marcus aparece entrando na casa do mafioso, agora com uma roupa diferente. Usava uma espécie de colam violeta com placas de metal em um tom rosa avermelhado presas no peitoral, ombros, braços e coxas. Também usava um visor de fibra de vidro na mesma cor do metal.
- O que significa isso?! – perguntava Marangoni.
- Isso é pra mostrar que seus planos não adiantarão de nada. – explicava o herói. – A boate Miss Liberdade está protegida por dois heróis agora. Está sob a minha proteção.
- E quem seria você?  - perguntava o mafioso indignado. Ele se vira para o cientista por um instante. – Sr.Ooze, chame os outros! Esse idiota metido a herói vai aprender a não se meter com um Marangoni!
- Não será necessário, já estou de saída. – diz o herói indo novamente até a janela quebrada. Ele para e olha de canto para o mafioso. – Você perguntou quem eu sou, não foi? Sou apenas um dos seus experimentos MAGNÍFICOs.
Os outros mafiosos entram no mesmo instante que o herói salta da janela. Eles atiravam, mas não acertaram um tiro sequer no herói. Marangoni se vira revoltado com o cientista pegando um revolver enquanto o cientista lhe pedia clemência.
Apartamento de Roger Rodrigues e Marcus Miranda. Aquela mesma noite.
Marcus chegara sorrateiramente pela escada de incêndio do prédio. Roger abre a janela para que ele entrasse.
- Marcus, você é doido. – dizia Roger aflito. – Podia ter morrido, sabia disso?
- É, eu sei. – dizia ele sorrindo. – Mas foi demais.
- Eu imagino. – Roger dava um leve sorriso.
- Obrigado pela roupa, aliás. – ele dizia enquanto tirava o visor.
- Não agradeça a mim, agradeça à Tina e o louco do primo dela que adorou dar essas roupas táticas. – Roger se sentava à cama respirando aliviado.
- Pois é, impressionante como a Tina prendeu essas placas metálicas muito rápido. – Marcus repara que Roger esboçava feições de dúvidas. – O que foi, amor?
- Você tem certeza de que devemos fazer isso?
- Você sabe que sim, Roger. – ele se aproxima do namorado ficando com sua barriga tanquinho, agora exposta sem a parte de cima do uniforme, de frente para Roger. – Somos os únicos que podem proteger a comunidade.
Em seguida, os dois se beijam deitando na cama.
Continua em Iniciativa Mindstorm Nº 1...

Querem saber como essa história vai acabar? Fiquem ligados, os heróis da Mindstorm finalmente se encontrarão!


Radiante


Magnífico
Marangoni
Bisão de Aço

2 Comentários

  1. Grande Dan, excelente trabalho, muito melhor do que achei que poderia ficar. Tua narrativa e dialogos ficaram muito bons, a trama é interessante e atual ao extremo, te transporte para os dias trevosos que estamos vivendo com a caça às bruxas instaurada no nosso país onde ser diferente novamente é um problema e até um risco e a forma como conduzistes os dois personagens ao heroísmo foi perfeita, bem como a conclusão ao estilo Homem-Aranha, jogando o vilão dentro do ninho do inimigo imobilizado. Tenho uma única ressalva:
    - Eu cheguei ao ponto máximo da leitura quando eles encararam o Bisão e ele revelou ser o assassino da Juju, e naquele momento, diante da fala e da reação deles eu mudei de posição na cadeira aqui de tão empolgado que fiquei, mas aí, tu resolveu a luta com um... Cuspe? Eu realmente não consegui gostar dessa ideia, confesso kkkkkkkk! Mas enfim, episódio realmente Radiante e Magnífico e a sacada de colocar esses nomes no texto, foi ainda mais incrível, então, meus parabéns pelo trabalho, conduzisse a trama com maestria extrema, totalmente aprovado! \0/

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  2. Hahahahha grande Lanthys! Seus comentarios são empolgantes de ler como sempre. Fico muito contente que a historia vem agradando a cada capitulo. Eu imaginei que essa vitoria fosse incomodar um pouco e, por mais boba que seja, achei que seria nova e inusitada.

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