CAPÍTULO
05 – A NOVA ARMA (PARTE 1)
BASE
DOS DEFENSORES DO PLANETA TERRA:
Olhares
curiosos e confusos observavam o estranho objeto cilíndrico sobre a bancada,
recém-revelado pela Dra. Higashi. À primeira vista, o objeto parecia um
aspirador de pó gigante, mas os Changeman sabiam que uma cientista do calibre
da Dra. Higashi não traria algo tão simplório. Não... certamente havia algo
mais sobre aquele objeto.
Chame
de intuição de guerreiro, mas algo sobre aquele objeto fascinava os Changeman.
Era quase como se eles pudessem sentir uma aura de poder emanando dele. Quase
como se... houvesse algo de familiar no objeto.
- Apresento-lhes
o protótipo “Shot Bomber”, ou Bomba Projétil, se preferirem. A primeira arma
capaz de utilizar o Poder Aura, desenvolvida pelo Projeto Maskman! – diz a
doutora, entusiasmada.
- Bomba
Projétil... – repete Tsurugi, como se memorizando o nome.
- Uma
arma capaz de utilizar o Poder Aura? – indaga Sayaka, curiosa. – Mas o
Poder Aura não era gerado pelo corpo humano? Como uma máquina pode reproduzir o
mesmo poder?
- A
Bomba Projétil, na verdade, não reproduz o Poder Aura, apenas o armazena. –
responde a doutora, apontando para a “mochila” da arma letal. – Esta parte
do equipamento funciona como uma bateria, armazenando o Poder Aura com que os
usuários periodicamente a carregam... – e ela então, aponta para a parte
cilíndrica da arma. – E este tubo é o canhão da Bomba Projétil. É através
dele que todo o poder armazenado no reservatório é disparado na forma de um
poderoso raio de energia.
- Então
é um canhão de energia!? – conclui Hayate, espantado. – É como a nossa
Power Bazooka!
- Exatamente,
Hayate. Com a diferença que a Bomba Projétil utiliza o Poder Aura no lugar da
Força Terrena. – responde a doutora.
Os
Changeman olham admirados a Bomba Projétil, agora cientes da função dela. Não
era à toa que sentiram algo de familiar no objeto: ele tinha a mesma função da
sua tão conhecida Power Bazooka. Até o design era parecido.
- Então,
com isso, podemos usar o Poder Aura, mesmo sendo uma energia incompatível com a
nossa Força Terrena? – pergunta Tsurugi.
- A
Bomba Projétil foi desenvolvida para ser usada independente dos usuários
poderem usar o Poder Aura ou não. Claro, o ideal é que os usuários também
fossem treinados no Poder Aura, tanto para estabilizar o fluxo de energia da
arma, quanto para carregar o reservatório fora de combate. Mas, uma vez já carregada,
a Bomba Projétil pode ser utilizada por vocês. (*01)
Esta
informação animou os Changeman. Mesmo não sendo capazes de usar o Poder Aura
devido à sua incompatibilidade com a Força Terrena, pelo menos teriam algo que
poderia ajudá-los a combater o monstro Tsuchidogla, que se mostrava resistente
à Força Terrena.
Mas
uma questão pertinente permanecia na mente de Tsurugi:
- Doutora,
você disse que a Bomba Projétil foi carregada por usuários do Poder Aura,
correto? – e, com a afirmativa da Dra. Higashi, ele prossegue. – Gostaria
de conhecer quem a carregou. Certamente que alguém tão habilidoso, capaz de
manipular o Poder Aura tão bem a ponto de carregar uma arma como esta, seria de
grande ajuda na defesa da Terra.
A
doutora então, repentinamente, mostra um semblante triste:
- Parte
da carga foi feita pelo presidente Sugata, que estudou o Poder Aura a fundo por
anos. Mas... a maior parte foi feita pelo melhor discípulo dele, chamado Ryo
Asuka. (*02)
- E
onde ele está?
- Infelizmente,
ele não faz mais parte do Projeto Maskman.
Tsurugi
franze a testa:
- Como
assim, “não faz mais parte”?
- Exatamente
o que parece, Tsurugi. Ryo, por motivos pessoais, desistiu do projeto e o
deixou há mais ou menos um ano. Desde então, o presidente Sugata começou
a treinar outros jovens em substituição a ele, mas é um caminho longo até que
fiquem prontos. É por isso que o presidente não pôde vir pessoalmente. O
treinamento requer muita atenção, e ele não pode se ausentar.
Tsurugi,
sendo alguém que sempre pôs o dever acima de qualquer sentimento pessoal, não
deixa de ficar indignado com que fora dito:
- Então
ele foi embora do projeto, assim, sem mais nem menos? E as pessoas cuja
segurança dependiam dele? Ele não pensou nelas?
- Tsurugi...
– Sayaka tenta intervir, antes que seu companheiro dissesse algo que pudesse
ofender a Dra. Higashi.
Mas a
doutora não se ofendera. Parecia já resignada com aquele fato:
- A
desistência do Ryo foi, sem dúvida, uma grande perda para o Projeto Maskman,
mas não posso julgá-lo. Cada pessoa sabe o que é melhor para si, e se ele não
conseguia mais ver sentido em continuar no projeto, não podíamos forçá-lo. O
próprio presidente Sugata aceitou a partida do Ryo.
Mas a
Dra. Higashi sabia das reais motivações de Ryo Asuka para deixar o Projeto
Maskman. Só preferiu não mencionar, para não invadir a privacidade de Ryo,
mesmo que ele não fosse mais membro do projeto. Ela sabia que o ex-Maskman
havia sofrido duas grandes perdas na vida.
A
primeira, mais recente, foi a namorada dele, Yuko, morta pelas mãos de Tube.
Ryo se sentiu culpado pela morte dela, e foi este o principal motivo de sua
desistência do projeto. A segunda era bem mais antiga, embora não menos importante.
Trata-se de seu irmão mais novo, que desapareceu quando ainda era bebê há 19
anos atrás, e cujo paradeiro nunca foi achado (*03). O próprio Ryo também se
culpou por muitos anos por não ter podido ajudar seu irmão, e foi isso que o levou
a entrar no Projeto Maskman: para garantir que ninguém mais passaria pelo que
ele passou. Mas parece que duas grandes perdas seguidas em vida simplesmente
pesaram demais para o Ryo, então a doutora não podia exatamente culpá-lo por
perder a motivação em continuar lutando.
- Mesmo
assim... – continua Tsurugi, olhando então para Ibuki. – Sargento, será
que não poderíamos fazer nada para ajudar? Sei que estamos com as mãos cheias
com Gozma, mas se esta Civilização Tube pretende realmente invadir a superfície
como a doutora diz, os Defensores não deveriam fazer algo a respeito? Talvez
poderíamos assumir o projeto temporariamente enquanto o presidente Sugata
treina os novos lutadores...
Ibuki,
que permanecera quieto durante toda a explicação, responde:
- Tsurugi,
quando fundei a organização dos Defensores, o fiz com o intuito de proteger a
Terra, sim. Mas nunca o fiz esperando ter o monopólio da defesa do planeta...
- Por
mais abrangente que seja a nossa organização, sozinhos não podemos defender a
Terra contra todas as potenciais ameaças que existem. Novos perigos sempre
estarão por surgir, tanto de fora quanto de dentro da Terra, então quanto mais
pessoas e organizações estiverem dispostas a contribuir para a proteção do
planeta, melhor...
- Vocês
devem se lembrar que, antes mesmo de vocês, a Terra já foi defendida por outros
indivíduos, como o Esquadrão Super Elétron Bioman, o qual inclusive teve uma trágica
baixa dentre seus integrantes, a YellowFour, e que foi muito noticiada pela
mídia na época... (*04)
Ibuki
também se lembrava de um misterioso guerreiro, vindo do espaço, que também
defendera a Terra, antes mesmo dos Bioman, contra o Demônio Galáctico Satan
Goss. Mas preferiu não mencionar para não desviar muito do assunto em questão.
- Então
o melhor caminho para garantir a paz na Terra é, a meu ver, a união e a
complementação de esforços, não a exclusão ou competição uns com os outros. A
segurança da Terra, e de todos que vivem nela, é algo que deve estar acima de
sentimentos como orgulho ou altivez.
- Por
isso, Tsurugi, temos que confiar que o presidente Sugata tomou a decisão
correta e deixá-lo seguir com o treinamento dos jovens que forem substituir o
Ryo Asuka. Se tentarmos intervir, sem conhecimento do Poder Aura ou de suas
possibilidades, podemos até atrapalhar a condução do projeto.
- Claro,
ajudaremos no que formos solicitados, dentro de nossas possibilidades. Mas
creio que o melhor que podemos fazer agora é derrotar Gozma, para que o Projeto
Maskman possa se focar na ameaça da Civilização Tube. Será esta a nossa melhor
contribuição para garantir a segurança da Terra.
A fala
de Ibuki mexeu com Tsurugi. Realmente ele não havia pensado daquela maneira. No
seu ímpeto de querer defender a Terra a qualquer custo, ele se esquecera de que
a responsabilidade pela proteção do planeta não era exclusiva dos Defensores.
Várias outras organizações ao redor do globo também cooperavam nesta nobre
função. Uma delas, da qual Tsurugi ouvira falar, era uma conhecida por
S.H.I.E.L.D., localizada nos Estados Unidos (*05), que fazia no Ocidente o que
os Defensores faziam no Japão.
O
sargento estava certo. Os esforços de defesa do planeta tinham que ser
multilaterais, baseados na cooperação, não todos sob um único comando. Uma
estrutura hierárquica muito centralizada corria o risco de ignorar
circunstâncias locais de cada país, além do risco de se tornar muito
autoritária, um perigo para a democracia. No final, poderia acabar igual ao
império tirânico de Gozma, que os Changeman combatiam.
Resignado
e menos exaltado com a explicação, Tsurugi concede:
- O
senhor está certo, sargento. Seria muita arrogância da nossa parte se
tentássemos tomar para nós mesmos toda a responsabilidade pela proteção da
Terra. Há mais pessoas que, assim como nós, desejam garantir a paz e justiça na
Terra, e preciso confiar que elas saberão tomar as decisões corretas na hora
certa.
Ibuki,
mesmo austero e severo como sempre foi, não pôde deixar de sentir orgulho em
relação a Tsurugi. Para ele, entender a extensão de suas responsabilidades e
ter a humildade de reconhecer os méritos de outras pessoas, eram
características de um grande líder. Exatamente o que Ibuki esperava... não,
tinha certeza, que Tsurugi se tornaria no futuro, quando viesse a substitui-lo
no comando dos Defensores.
- Excelente,
Tsurugi. Fico contente que tenha entendido isso. – diz Ibuki, então se
dirigindo à doutora. – Dra. Higashi, poderia nos explicar como operar a
Bomba Projétil?
A
jovem cientista sorri e inicia a explicação dos procedimentos de manipulação da
arma experimental.
Seria
a primeira vez que o protótipo da Bomba Projétil seria usado em combate, e a
primeira vez que os Changeman confiariam em outra arma letal além da Power
Bazooka.
=========================================
ARREDORES
DE TÓQUIO:
O novo
ataque de Gozma não tardou. Poucas horas após chegada da Dra. Higashi à base
dos Defensores, um exército de soldados Hidler, comandados pela própria Ahames,
iniciou um ataque a uma instalação militar nos arredores de Tóquio.
As
forças de segurança da instalação tentavam repelir o ataque como podiam.
Armadas com fuzis e explosivos tradicionais, até conseguiram matar alguns dos
soldados Hidler, mas não eram páreo para os números e o poder dos invasores.
Buba e
Shima derrotavam facilmente os infelizes soldados que tentavam defender a base.
Buba, com sua espada e grande agilidade e força, interceptava e cortava
qualquer um que oferecesse resistência. Shima, com sua espada-bastão, emitia
rajadas magnéticas que desorientavam todos que fossem atingidos, deixando-os
vulneráveis aos ataques dos soldados Hidler e dela própria.
Mas a
pior de todas era Ahames que, montada no seu dragão alado Yangueran, disparava
raios energéticos em qualquer aglomeração de defensores, causando explosões e
jogando-os pelos ares. Isso sem contar os ataques do próprio dragão, que incinerava
ou congelava qualquer pobre alma que fosse alvejada.
Mais
uma vez, o objetivo de Ahames era um só: atrair os Changeman para o campo de
batalha e exterminá-los de uma vez por todas com o poder do monstro
Tsuchidogla. Ela queria testemunhar pessoalmente a destruição de seus odiados
inimigos.
E tal
objetivo também não demorou a se mostrar. O Change Cruiser, com os cinco
Changeman a bordo, chega no local da batalha e se põe entre as forças invasoras
e a instalação militar.
- Disparar
míssil! – Change Dragon aciona um botão de dentro do jipe.
Esferas
energéticas são disparadas de um canhão embutido debaixo do veículo. As
explosões resultantes derrubam boa parte dos soldados Hidler, permitindo que as
forças de segurança sobreviventes recuassem para dentro da base.
Os
Changeman saem do jipe e se põem em frente à base, como uma barreira para as
forças de Gozma.
- Ahames,
a festa acabou! – brada Dragon. – Você não avançará nem mais um passo.
Mas
Ahames responde com sua característica risada de escárnio:
- Hahahahaha!
São mesmos muito corajosos, Changeman... ou talvez muito estúpidos. Mostrarem a
cara depois da vergonhosa derrota que tiveram... Só que desta vez, não
escaparão daqui com vida! Terão uma morte humilhante, como os cães que são!
Os
Changeman, entretanto, não se intimidam com a ameaça:
- Não,
Ahames. Quem vai sair humilhada desta vez é você! – grita Dragon.
- Não
pense que somos os mesmos da última vez. – brada Griffon, em apoio a
Dragon. - Estamos preparados para enfrentar você e aquele seu monstro.
Ahames,
Buba e Shima riem, em zombaria aos heróis. Não importam o que tentem, sabiam
que os Changeman não eram nada, sem poder usar sua preciosa Força Terrena.
- É
o que veremos... Tsuchidogla!! – grita Ahames, chamando para batalha o
antigo monstro de Kiroz.
E,
literalmente brotando do chão, quebrando o chão de concreto como se fosse
madeira podre, aparece o Monstro Subterrâneo Tsuchidogla, com sua horrenda
aparência rochosa.
=========================================
BASE
DOS DEFENSORES DO PLANETA TERRA:
Na
sala principal da base, o Sargento Ibuki e a Dra. Higashi acompanhavam toda a
ação no campo de batalha através das imagens no projetor.
Após
explicar como operar a Bomba Projétil, o alarme da base havia soado, indicando
uma invasão de Gozma. Os Changeman rapidamente se mobilizaram para o local,
levando consigo sua nova arma letal. Ibuki então chamou a doutora para
acompanhar o combate, tanto para prestar apoio técnico caso houvesse algum
problema, como para permitir que ela coletasse dados da Bomba Projétil, afinal
era um protótipo ainda não-testado.
Um
plano de combate e de utilização da Bomba Projétil já havia sido traçado por
Ibuki e a Dra. Higashi, e agora cabia aos Changeman segui-lo.
=========================================
ARREDORES
DE TÓQUIO:
Os
Changeman observavam a ameaçadora figura de Tsuchidogla à frente deles. Se
antes acreditavam que era um Monstro Espacial de Gozma, agora sabiam, graças às
explicações da Dra. Higashi, que se tratava provavelmente de um Monstro
Subterrâneo da Civilização Tube. Como Ahames teve acesso a um monstro desse, ainda
era um mistério sem resposta, mas não era a questão mais importante no momento.
E
ainda que fosse um monstro proveniente da própria Terra, não deveria ser capaz
de usar a Força Terrena. Esta energia mística era uma manifestação da vontade
do próprio planeta, que só podia ser invocada através dos corpos de seus
escolhidos, e não podia ser usada para fins maléficos.
Foi
então que o Sargento Ibuki e a Dra. Higashi levantaram a hipótese que o monstro
não era um usuário da Força Terrena. Pelo menos não do mesmo jeito que os
Changeman eram. Se Tube era uma civilização tão antiga quanto Sugata
acreditava, alguns de seus monstros talvez tivessem desenvolvido a capacidade
de absorver qualquer tipo de energia, inclusive a Força Terrena (que era tão
antiga quanto o planeta), e convertê-la em algum tipo próprio de energia. Mais
ou menos como numa evolução Darwiniana, de sobrevivência do mais apto em
condições adversas.
E tal
hipótese foi a base da estratégia que os Changeman montaram com o Sargento
Ibuki e a Dra. Higashi.
Os
cinco heróis sabiam que não podiam subestimar o terrível monstro à sua frente.
E não o fariam. Por isso, teriam que seguir a estratégia à risca. Tudo isso visando
aumentar suas chances de derrotar o monstro, usando sua nova arma, a Bomba
Projétil.
E a
estratégia tem início, com uma ordem de Change Dragon:
- Turma,
Poderosa Bazooka!
- Power
Bazooka! – gritam os cinco juntos, unindo suas respectivas Zookas numa só.
Foi o
suficiente para Ahames, Buba e Shima caírem na gargalhada de novo:
- Hahaha!
– ri Buba, achando aquela situação hilária. – Vão tentar usar esta arma
fajuta de vocês de novo?
- São
uns idiotas. Parecem não ter aprendido nada da última vez. – zomba Shima,
também achando graça na situação.
- Devem
estar mesmo desesperados para repetir o mesmo erro. – comenta Ahames. – Deixem
que tentem. Só não permitam que escapem depois que estiverem derrotados e
caídos.
- Sim,
senhora. – concordam Buba e Shima, aguardando para dar o golpe de
misericórdia nos Changeman.
Mas
Ahames, Buba e Shima estavam tão confiantes que Tsuchidogla derrotaria os
Changeman, que os heróis não poderiam fazer nada sem a ajuda da Força Terrena,
que os três vilões não consideraram a possibilidade de seus oponentes terem uma
nova estratégia de combate.
E esta
condescendência lhes custaria caro.
- Munição.
– Dragon carrega o projétil, a própria Força Terrena materializada, dentro da
Power Bazooka.
- Na
mira. – Mermaid confirma o alvo da arma em Tsuchidogla.
- Fogo!!
O
disparo do canhão é feito. Como da última vez, o projétil atinge em cheio o
monstro e levanta uma enorme nuvem de fumaça e poeira. Tal nuvem era tão
espessa que ninguém podia ver o monstro ou os oponentes do outro lado do campo.
E eis
que se inicia a segunda parte da estratégia dos Changeman:
- É
agora! Bomba Projétil! – grita Dragon, esticando o punho direito fechado à
sua frente, um gesto que é imitado pelos demais Changeman.
Rapidamente
trazendo para campo o protótipo da nova arma que estava escondido dentro do
Change Cruiser, os Changeman o operam conforme instruído pela Dra. Higashi: Change
Griffon e Pégasus seguram o cano principal da arma, um de cada lado, para dar
estabilidade e impedir que o rebote desvie o disparo; Change Mermaid e Fênix,
também em ambos os lados da arma e atrás de Griffon e Pégasus, suportavam a
cápsula do canhão tanto para dar estabilidade como para controlar o fluxo de
energia; e finalmente, atrás dos quatro, ficava Change Dragon, carregando em
suas costas a mochila-bateria da arma, de onde ativaria o disparo da Bomba
Projétil.
- Cross
target! – diz Dragon, fixando a mira da arma em direção ao epicentro da
nuvem de fumaça, onde sabia que Tsuchidogla estava.
A
nuvem se dissipa e ambos os lados do campo de batalha ficam visíveis novamente.
No centro, como esperado, estava Tsuchidogla, que absorvera a Força Terrena
disparada e estava envolto na mesma aura vermelha de antes.
E,
para a grande surpresa dos agentes de Gozma, do outro lado do campo eles
avistam algo que definitivamente não esperavam: os Changeman estavam portando
algo que parecia um canhão, mas não era a Power Bazooka!
- Mas
o quê...? – exclama uma surpreendida Ahames. – O que é aquilo? De onde
eles tiraram aquela nova arma?
Buba e
Shima, também pasmos com a novidade, observavam a cena à sua frente, sem
respostas para a pergunta de Ahames.
Antes
que os vilões pudessem esboçar qualquer reação, os Changeman prosseguem com sua
estratégia.
- Atirar!
– comanda Dragon, fazendo um gesto com os braços.
A
mochila-bateria começa a emitir um brilho azulado, que flui pela mangueira de
alimentação até o canhão principal, e percorre todo o cano da Bomba Projétil.
Faíscas azuis começam a sair da boca do canhão e, em instantes, um jato de pura
energia é disparado em direção ao monstro.
Tsuchidogla
então, instintivamente começa a absorver a energia do novo disparo contra ele,
numa tentativa de armazenar mais força de seus inimigos.
Num
primeiro momento, parece que Tsuchidogla vai absorver sem problemas aquela nova
energia. A aura que o envolvia vai lentamente mudando de cor, de vermelha para
roxa, mas fora isso, o monstro não aparentava nenhuma dificuldade.
Diferente
do disparo da Power Bazooka, que é um projétil único, o disparo da Bomba
Projétil é uma corrente contínua de energia. Mesmo enquanto o monstro absorvia
a energia, os Changeman mantinham o fluxo do disparo, continuamente enviando
mais energia contra Tsuchidogla.
Do
lado dos heróis, entretanto, a situação foi ficando, aos poucos, problemática.
Manter o fogo contínuo por tanto tempo estava começando a sobrecarregar a Bomba
Projétil, que já emitia fumaça, como se os seus circuitos estivessem queimando.
Os próprios Changeman já estavam ficando com dificuldades de manter a arma
estável, tanto pelo rebote do disparo quanto pelo aquecimento do canhão, que
queimava suas mãos mesmo através da Change Proteck.
- Droga!
– reclama Pégasus, se esforçando para não soltar a arma. – Até quando esse
monstro vai conseguir absorver a energia? Ele é um poço sem fundo!
- Dragon...
– Mermaid tenta avisar, reconhecendo os sinais de problemas na arma. – A
Bomba Projétil está sobreaquecendo! Se continuarmos assim, ela vai explodir!
- Coragem,
turma! – Dragon tenta manter o ânimo de seus companheiros. – Temos que
seguir o plano! É a única maneira de derrotar este monstro!
(*01)
Em Maskman, não fica explícito que a Bomba Projétil utiliza o Poder Aura diretamente
dos usuários, diferente do Jato Canhão, em que os Maskman precisam entrar em
estado de meditação para disparar a arma (talvez sendo esta a razão do Jato
Canhão ser mais poderoso). Então considerei que a Bomba Projétil utiliza um
reservatório já carregado previamente com o Poder Aura, o que permitiria aos
Changeman utilizar a arma
(*02) Também
conhecido como Mask X-1. Episódio 39 de Maskman – “A ação de Mask X-1”
(*03)
Ideia baseada na obra “O rapto das crianças por Tube”, do autor Tripa_Seca,
na plataforma Spirit
(*04) Ideia
baseada na obra “Amizade Estelar”, do autor Jirayrider, nesta mesma plataforma
Mindstormpro
(*05) Sempre imaginei que, enquanto as organizações de defesa das séries Super Sentai focavam suas atividades no Japão (e talvez em parte da Ásia), outros países tinham organizações semelhantes em seus territórios. Os Estados Unidos, sendo uma das grandes potências militares mundiais, certamente teriam algo análogo. No universo Marvel, a S.H.I.E.L.D. foi fundada na década de 50-60, então já seria existente na época dos Changeman
8 Comentários
Grande Pokémon!
ResponderExcluirPrimeiro de tudo , agradecer imensamente a citação de Amizade Estelar .
Me sinto honrado com essa homenagem.
Em segundo lugar , perfeita a visão de Ibuki sobre o seu papel no universo.
A frase dele de que os Defensores não tinham o monopólio de defesa da Terra foi algo fantástico.
Resume muito bem a essência de Ibuki, retratado perfeitamente aqui.
Finalmente os Changemans surpreendem Ahames e após a o disparo da Power Bazooka , utilizam em primeira mão a Bomba Projétil.
Mas tivemos um problema inesperado . A Poderosa arma dos futuros Maskmans super aquece .
É agora ?
Esse problema não estava nos planos.
O próximo capítulo promete muitas emoções.
Outro ponto alto é comparar os Defensores com a SHIELD.
Muito bacana falar que cada país tem uma tropa de elite para defender a Terra contra invasores alienígenas.
Pena que no Brasil, ninguém pensou nisto kkkkk.
Como sempre , estamos atrás...
É assim nessas tão bem escritas linhas , o nosso sonho conjunto do Tokuverso Expandido vai ganhando forma .
Parabéns pela obra caprichada e emocionante!
Amizade Estelar foi a obra que me inspirou a escrever Asas Rosadas e Prelúdio, em primeiro lugar. Então é mais que justa a citação.
ExcluirA referência à SHIELD foi para contextualizar o papel dos Defensores dentro de um cenário global. As séries tokusatsu sempre põe o Japão como o foco das ameaças dos vilões, assim como, nos filmes de Hollywood, o protagonismo é sempre dos americanos. Então, para unir estas duas visões, pensei na defesa da Terra sendo exercida por organizações multilaterais, cada uma atuando numa região do planeta.
A Bomba Projétil mostrada aqui é um protótipo não-testado ainda. A que os Maskman usarão já é uma versão bem mais avançada, melhorada após os testes de campo feitos pelos Changeman. Então, sendo apenas um protótipo, naturalmente problemas iriam ocorrer. E, como já mencionei em Asas Rosadas, gosto de pôr sempre alguma imprevisibilidade na trama, alguma complicação para os heróis terem que resolver, senão a história ficaria muito linear e previsível. Obrigado pelo comentário.
Parabéns Treinador, fico contente em te ver escrevendo, criando e expondo teus trabalhos, é muito bom ver um autor criando com satisfação e sempre buscando melhorar e incrementar sua trama de uma forma coesa e bem feita! Que venham muitos episódios e muitas obras ainda, meus parabéns cara! \0/
ResponderExcluirOlá, Lanthys. Muito obrigado pelos elogios. Quando comecei a escrever Prelúdio, tive em mente que alguns pontos de Asas Rosadas poderiam ser melhorados, e foi isso que tentei fazer nesta história. Fico feliz que, pelos comentários até agora, parece que consegui. Abraços.
ExcluirEu fiquei um pouco confuso cronologicamente... Nesse cenário temos Changeman como um grupo de defesa do Japão, os Maskman então ainda não iniciaram suas ações, prossivelmente não irão aparecer então.
ResponderExcluirMas o lance da SHIELD me bugou... Então essa versão dos Changeman existe no mesmo universo da Marvel?
E essas ideias baseadas tem alguma ligação com as obras citadas? Pq se fizerem, depois tenho que ir ler o título do autor tripa seca tbm...
Essa união de universos, prá mim ainda está meio confusa, mas vms ver como isso se desenrola.
No restante um texto muito bem escrito e agradável de se ler... Fico imaginando como você se sairia com a liberdade de escrever um título autoral...
Parabéns!
Olá, Norberto. Respondendo suas perguntas: sim, Prelúdio se passa durante os eventos de Changeman (1985-86), depois ocorreriam os de Flashman (1986-87), e somente depois os de Maskman (1987-88). Então Takeru e seus amigos não farão aparição nesta história, pois eles ainda estão em fase de treinamento. Mas a luta dos Maskman contra Tube ocorrerá como na série original. Prelúdio está mostrando o que aconteceu antes dos eventos de Maskman, criando uma relação entre os esquadrões anteriores.
ExcluirA citação à SHIELD foi apenas para contextualizar o cenário macro da defesa da Terra. Eu parti da ideia que, embora as séries tokusatsu mostre o Japão como o ponto focal dos ataques dos vilões, o país do Sol Nascente não era o único que sofria com essas ameaças. Faria mais sentido se outras nações também fossem atacadas por outras forças malignas, e tivessem suas próprias organizações de defesa. No caso dos Estados Unidos, sendo uma das grandes potências militares do planeta, faria sentido que fosse também um alvo, e portanto tivesse uma organização ao estilo dos Defensores. Então, para mim, os Defensores e a SHIELD (e várias outras organizações de defesa ao redor do globo) coexistem na Terra, cada uma encarregada de proteger uma região, mas cooperando entre si caso necessário.
As citações às obras do Tripa_Seca são para dar o devido crédito ao autor da ideia. Eu resumi alguns pontos das histórias dele, mas recomendo que as leia integralmente na plataforma Spirit, pois são excelentes e me deram a inspiração necessária para escrever Asas Rosadas e Prelúdio.
Admito que esta união de ideias fica meio confusa às vezes. Asas Rosadas e Prelúdio são parte do que o Jirayrider e eu chamamos de Tokuverso Expandido. Como há referências a obras escritas por outros autores parceiros (pois, em princípio, se passam no mesmo universo), além de vários detalhes das séries originais, sempre coloco as notas de autor (um estilo de escrita que copiei do Jirayrider) para contextualizar ao leitor sobre um determinado personagem ou evento do capítulo. Mas se caso a dúvida persista, não hesite em postar a dúvida aqui mesmo nos comentários. Sempre há a possibilidade de que eu tenha cometido alguma inconsistência na história. Obrigado pelo comentário.
Gente.
ResponderExcluirO trabalho de vocês é muito valoroso e acho fantástico o modo como estão construindo o tokuverso expandido. Eu aplaudo de pé. Eu não conseguiria fazer isso... Eu juro.
Quanto ao episódio... irado ver bomba projétil na mão dos Changeman arrasando tudo...
Excelente saber que o mundo investiu em proteção contra aliens. A forma como você explicou isso foi perfeita.
Grande Arthur! Muito obrigado pelo elogio! É uma satisfação enorme que esteja gostando do conceito do Tokuverso Expandido, que estou construindo com o Jirayrider e outros autores. É realmente um trabalho complexo, mas muito gratificante, pois é um sonho de infância. Quando criança, assistindo às séries tokusatsu na saudosa TV Manchete, constantemente imaginava como seria se os heróis e os vilões de uma série se encontrassem com os de outra. O Tokuverso Expandido é a oportunidade de pôr em prática este exercício de imaginação.
ExcluirE uma maneira de marcar esta interseção entre duas séries, Changeman e Maskman, foi exatamente os primeiros estrearem o canhão mortal dos segundos. Em "Amizade Estelar", houve um momento destes também, com os Changeman e o RedOne pilotando o Titan Jr, dos Flashman.
E fico feliz que tenha apreciado a inclusão de outras organizações famosas no Tokuverso Expandido, como a SHIELD. Foi uma maneira de explicar porque os Changeman ou outros heróis tokusatsu nunca foram mostrados lutando contra monstros em outros países: é porque cada país (ou grupo de países) possuía uma organização de defesa própria. Mas seria legal ver todos os esquadrões Sentai enfrentando uma invasão dos Chitauri, por exemplo.