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Esquadrão Mítico Tupangers - Capítulo 20, A Força é Algo que Cultivamos

 


Boa noite, pessoal. Espero que curtam mais este capítulo de Tupangers, que eu estou curtindo muito escrever.


Fábio ficou completamente embasbacado. A empresa para o qual tinha trabalhado por quase 10 anos, que o havia demitido, havia falido. Seu Janssen não tinha conseguido mantê-la funcionando. Observando tudo por aquele ângulo, o ato de terem mandado ele embora foi um ato de bondade.

Não sabia que tudo estava tão mal das pernas.

E agora via o quão importante a ajuda que Pedro o dava era. Ele se esmerou em aprender tudo o que o amigo o ensinava, agora com ânimo renovado. Não era por um sentimento bom, mas isso o impeliria a frente.

...

Plano dos Humanos, Manaus/AM, 13h

Aiyra e Iúna viam que por mais que Manaus tivesse progredido muito nos últimos 50 anos, ainda era aquém da maioria de seus compatriotas. Ali viviam muitos profissionais ligados à natureza de alguma forma, seja por proteção, indústria ou mesmo turismo (que estava um pouco em baixa, mas o turismo local ainda funcionava, e para desespero de muitos, bastante até).

Agora, uma categoria que trabalhava sem parar desde o começo da quarentena imposta a nível nacional, eram os profissionais de saúde. E por mais estranho que eles achassem, era em um dos postos de saúde que eles se dirigiam. O sinal de Jaci era muito forte lá.

Entrando no posto de saúde em questão, viram que não haviam mais leitos. Muitas pessoas que necessitavam passar por um médico, eram levadas a uma ala diferente do lugar, para que passassem por um profissional, que atendia a todos.

E no meio do caminho encontraram uma garota, que sorriu para eles.

- Vocês procuram algum parente de vocês que tenha sido internado? – A garota sorria para manter o ambiente calmo. Mas era claro como o dia que ela estava tensa.

- Gostaríamos de conversar contigo – Informou Aiyra, achando que talvez fosse ela a escolhida de Jaci.

- Infelizmente não tenho tempo. Preciso tratar os pacientes, estamos sem pessoal, e inclusive uma das nossas técnicas de enfermagem não está podendo vir mais, porque pegou o novo Coronavírus. – Informou a jovem com pesar.

- Isso pode ser resolvido. Quando podemos conversar? – Perguntou Iúna.

- Ao final do meu expediente, daqui a duas horas. Mas o que há de tão importante para vocês, que eu sequer conheço, falarem comigo? – Perguntou a jovem enfermeira, sem entender nada, sendo cautelosa. 

- Desculpe se não podemos falar ainda, mas isso não pode vir a público. – Falou Aiyra. 

- Esperaremos você do lado de fora do posto, assim não atrapalharemos o seu trabalho. – Emendou Iúna.

- Tudo bem então. Peço desculpas se não pude atendê-los agora, mas devo voltar às minhas obrigações. – Despediu-se a jovem garota.

Foi possível ver que ela tinha um senso de dever muito forte, e que ela não sairia daquele lugar se não tivesse alguém que a substituísse no cumprimento do dever. Isso era bom, mas ao mesmo tempo um empecilho. Com seus poderes de guardiões, os dois foram à cidade mais próxima e assuntaram sobre a existência de médicos e enfermeiros, sabendo que alguns se formariam em breve... E com uma mexidinha aqui e outra ali, eles conseguiram trazer, em apenas algumas horas, mais três profissionais de saúde para a cidade.

Saindo do posto de saúde, a jovem encontrou os dois sentados à sombra de uma árvore, comendo algumas frutas da época,. Vendo aquela simples, em que dois irmãos comiam frutas, ela começou a achar que estava doida, por desconfiar que a chegada dos três novos profissionais ao posto eram coisa deles.

Pé ante pé, ela foi calmamente chegando até eles, vendo que eles já sabiam de sua presença, sorrindo enquanto ela se aproximava.

- Bem, aqui estou. O que vocês querem de mim? – A jovem era só calma, mas tinha ainda um quê de preocupação, afinal de contas era claro que, por ela não os conhecer, ela os temia.

- Não é preciso se preocupar conosco. Vamos até sua casa, lá conversaremos melhor, longe de pessoas intrusas ao assunto. – Respondeu Iúna.

- Muito bem, vamos até em casa então. – Resignou-se a jovem.

E os três andaram calmamente pelo pequeno bairro onde ela morava. Era possível ver que ela era bem quista por todos ali, parecia ser cria local que tinha conseguido voltar para cuidar de todos. E ela não deixava de cumprimentar ninguém que fosse, desde o varredor de rua aos vendedores de loja, desde as lavadeiras aos molequinhos brincando nas ruas barrentas.

Ao chegarem na casa dela, viram que era algo simples, e ela vivia sozinha.

- Pedimos licença para entrar – Declarou Aiyra.

- Claro, podem entrar – Disse a dona da casa.

Depois de os dois entrarem e sentarem-se no pequeno sofá que havia ali, esperaram que ela arrumasse uma cadeira que tinha ido buscar na cozinha.

- Acho que agora é a vez de vocês. Quero que saibam que aqui é perto de um quartel, e todos eles me conhecem. Caso eu grite, essa casa encherá de soldados em poucos minutos. – Avisou a jovem, apenas para que eles não se metesse a qualquer coisa que a ferisse.

- Não é preciso ter medo de nós. – Começou Aiyra.

- Em primeiro lugar, vou nos apresentar. Eu sou Iúna e ela é minha irmã gêmea, Aiyra.

- E eu sou Tsukiko. Não sou descendente de japonês, mas fui criado por um. – Apresentou-se.

- Tsukiko... Realmente um nome apropriado. – Comentou Aiyra sorrindo.

- Agora, Aiyra e Iúna, no que eu, uma simples enfermeira, posso ajudar vocês? – Perguntou Tsukiko um pouco mais calma.

- Queremos fazer um teste contigo. Você é nativa daqui, não é mesmo? – Aiyra não perdia tempo, já começava a sabatina.

- Sim, mas meus pais biológicos morreram quando eu nasci, um acidente que aconteceu por aqui causado por um incêndio florestal. Sabem bem que esses incêndios mataram muitas famílias indígenas. E é o que eu sou. Mas fui criada por um japonês que veio para cá para ajudar as pessoas, ele era um médico que se radicou aqui por causa dos pais que vieram do Japão nos anos 60. - Tsukiko termina com um suspiro de saudade.

- Isso explica muito sobre você. Tem alguma coisa incomum que dizem a seu respeito? – Perguntou Iúna.

- Dizem que eu nasci em uma noite de lua cheia, uma que a lua estava especialmente bonita no céu. Eu ainda acho que é besteira, mas é o que diziam sobre mim, ao menos os mais velhos. – Ela era uma mulher da razão, e isso tinha ficado bem claro – Meu velho Otou-san vivia dizendo que eu era afilhada da deusa local da lua, e por isso ele me deu o nome de Tsukiko.

- Obrigado por compartilhar um pouco de sua vida conosco. Agora vamos te dizer o porquê de procurar por você e pedir que viesse conosco. Somos representantes dos deuses dessa terra, e você é a última guerreira da equipe mítica, os Tupangers. – Disparou Aiyra, de uma vez e sem rodeios.

- Aqueles que o Bolsonaro disse que salvaram a vida dele? – Perguntou ela, descrente.

- Parece que o líder brasileiro ao menos sabe ser agradecido, irmã. – Comentou Iúna.

- Isso mesmo, Tsukiko. Foi uma das últimas ações da nossa equipe.

E Aiyra contou a ela tudo sobre a equipe, os deuses, o plano mítico e um resumo sobre tudo o que eles haviam passado até então. Tsukiko fez uma cara de descrente, achando que tudo aquilo era loucura, e que eles achavam que ela seria uma deles. Afinal de contas, gente ligada ao Bolsonaro não era conhecida por serem credíveis, publicamente falando.

- E podemos te provar sobre o que estamos falando. Apenas uma visita ao plano mítico e você entenderá que é verdade. – Continuou Iúna o que Aiyra tinha dito.

- Vocês dois sempre ficam completando as frases um do outro, é isso que eu entendi, produção? – Brincou Tsukiko. Os dois riram.

E sem que a pergunta de “como iriam para o plano mítico” fosse feita e que a resposta fosse dada, Aiyra abriu o portal, que ficou tremulando à frente dela e dos outros dois por algum tempo.

Enquanto isso, dois portais eram abertos. O primeiro, do plano humano para o plano mítico, onde Aiyra e Iúna levavam Tsukiko para conhecer o lugar, e o segundo, do plano mítico para o plano humano, onde os Tupangers acharam o próximo desafio, o Cavaleiro do Apocalipse Uushgi, símbolo da fome mundial.

E sim, leitores, eles sabiam tudo isso sobre o cavaleiro, o serviço de inteligência havia sido muito, muito bom desta vez.

Enquanto os guardiões mostravam o lugar para Tsukiko, os oito partiam para o interior Mato-grossense, onde ele havia feito uma aparição física.

E não foi difícil de achá-lo. Tinha a aparência de um chinês, de cerca de seus 30 anos vividos, relativamente gordo, tanto que mal cabia em sua armadura de placas amarelas.

Sua pele era de um amarelo doentio, purulento, e denotava a doença por meio de inanição. Se eles não tivessem derrotado Takhal, poderiam dizer que Uushgi era mais cavaleiro da peste do que da fome.

- Pensou que iria aparecer no plano físico e nós não iríamos notá-lo, Uushgi? – Perguntou retoricamente Fábio.

- Ora ora, fizeram a lição de casa, sabem até o meu nome! – Riu-se Uushgi com a piadinha ruim – O que me deixou chateado é que a fome não chegou pra todos vocês, não é mesmo, Tupanger azul?

- O que quer dizer com isso? – Perguntou Fábio, suspeitando da resposta.

- É você ainda acha que a falência da empresa onde você trabalhou foi culpa do dono dela que não soube administrar? Hahaha, quanta ingenuidade.

A fúria subiu rapidamente pelas veias d Tupan Blue. Sabia que a ação daquele monstro havia prejudicado a vida de centenas, e isso era a única empresa que ele sabia que havia falido, mão pensou nas demais que haviam falido por causa da pandemia.

- Ao menos uma coisa aquele idiota do Takhal fez direito, mesmo sem ele presente no plano, este vírus permaneceu, por mais que agora haja vacina e logo uma cura para esta doença seja encontrada, ele abriu a porta para que meus planos pudessem dar frutos.

Fábio estava dividido. Parte de si era só fúria, queria atacar o monstro, queria fazer dele picadinho para se vingar do que ele havia feito com seus amigos. Porém, a outra parte, a que não estava ébria pela raiva, pensava racionalmente, em estratégias que poderia utilizar, e sabia que aquilo estava sendo feito para provocá-lo.

E graças a Tupã ele deu razão ao lado racional, frio.

- Boa tentativa, Uushgi. Não vai me afetar com essa conversinha mole. Você me tirou o emprego e de vários amigos. Depois de te vencer, isso vai ser revertido. Mas não vai ser com a loucura da raiva que você vai fazer que eu use dos meus poderes de maneira não pensada.

Todos os Tupangers estavam orgulhosos de seu líder. Era claro que ele tinha sido afetado pelo cavaleiro da fome, mas resistiu e estava contra-atacando. 

10 Comentários

  1. Episódio curto , conciso e muito bem trabalhado.


    Em poucas linhas a chamada meta-linguagem, misturando elementos da realidade e da ficção nos presenteou com um episódio muito bom.

    Tsukiko , a última Tupanger e o início da luta entre O Cavaleiro Da Peste Ushgi ela demais Tupangers, com Fábio se saindo muito bem.


    Parabéns, meu amigo!


    Curti bastante!

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  2. Muito bom p capítulo, foi importante para mostrar o Blue dando a volta por cima e se preparando para liderar a equipe de forma ainda mais competente.
    Mandou super bem!

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    1. Isso aí. Lembrando que agora a liderança é compartilhada, coisa que eu nunca vi nos sentai, ainda mais por um casal.

      Abraço!

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  3. Muito bom cara, adorei a forma que se localizou a última integrante, enfermeira, dedicada, pró-vida, só isso já me deixou muito feliz! Tô curtindo muito o caminho que Tupangers tá tomando e espero que esse final seja bombástico, já teremos bomba no próximo episódio com a batalha contra o próximo Cavaleiro, então com certeza, promete! Parabéns meu amigo, muito bom! \0/

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  4. Um casal na liderança. Algo diferente! Essa reta final promete. Parabéns por esse belo trabalho. O seu cuidado com detalhes e ação é algo maravilhoso!

    Estou super empolgado.

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    1. Tupangers é o meu primeiro conto do Mindstorm e é a série que eu tenho mais cuidado, porque eu a criei do zero. Fico feliz que tenha curtido!!

      Abraço.

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  5. Achei bem dahora a "viagem" a Manaus e como você setou as condições em q ela se encontrava. Apresentação da Tsukiko tbm mesclou muito bem na temática da pandemia, bem sucinta e entrega oq precisamos saber. Agr está na hora da briga onde Fábio se mostrou um líder de verdade ao controlar suas emoções na frente dos outros

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    1. Interessante, né? O Fábio cresceu bastante na história, então tava na hora mesmo de ele mostrar que é um bom líder.

      Obrigado por ler!

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