Capítulo XIV - Gori, o senhor de Épsilon (parte II)
Podemos sintetizar a plataforma política de Gori com base nos seguintes pontos, agora que ele é o líder do Planeta Épsilon (embora ainda não seja o Grande Simiano).
1 – Épsilon
deve abandonar secular tradicional política isolacionista;
2 - Satan
Goss e Bazoo estão batendo nas portas do Planeta Épsilon, e é questão de tempo
eles invadirem-nos;
3 – Portanto,
Épsilon deve lançar-se em uma política de conquistas e tornar-se um grande
império intergaláctico, do contrário será conquistada pelos já citados
conquistadores espaciais;
4 – Para
isso, Épsilon deve modernizar seu exército e equipá-lo com armas mortíferas e
letais. Tão mortíferas e letais que farão até mesmo Satan Goss e Bazoo pensarem
duas vezes antes de mexerem conosco;
5 – E é com
essas armas que o poder do império intergaláctico sediado em Épsilon se apoiará
e se estenderá aos quatro cantos do Universo.
Logo que foi
empossado como líder do senado de Épsilon, Gori já chegou mostrando que quer
dar uma nova cara a Épsilon. De forma que ele um dia entre para a história de
Épsilon e seja um divisor de águas, a ponto de podermos dizer que a história do
planeta dos simióides se divide entre o antes, o durante e o depois de Gori.
A primeira
medida ordenada por ele é um grande programa de obras públicas com vistas a
recuperar a infraestrutura das áreas devastadas pelas razias intergalácticas
anteriores. Para Gori, é inconcebível e vergonhoso que o poder público nada faça
em relação a essas áreas. O abandono do poder público nessas áreas é tamanho
que as bandeiras de Pirata Espacial hasteadas por Buba e seu bando ainda está
lá, lindas, leves, soltas e intactas, como no dia em que foram colocadas
naquelas bandas.
Para levar
adiante tais projetos, alguns generais do exército foram nomeados, entre eles o
general Karas, como supervisores de obras e alocadores de recursos.
A primeira
medida a ser tomada foi, obviamente, retirar as bandeiras de piratas espaciais hasteadas.
Gori supervisionou pessoalmente tais obras, e ele mesmo pegou algumas dessas
bandeiras e as destruiu ateando fogo nelas. Segundo ele, esse é um ato que
simboliza o início de uma nova era em Épsilon. Mais precisamente, que chegaram
ao fim os dias em que Épsilon era uma presa fácil para invasores vindos do
espaço e que eles podiam entrar em Épsilon e fazerem o que bem entendessem.
Assim como também simboliza o fato de que agora a autoridade de Épsilon está se
fazendo presente nas áreas outrora negligenciadas anteriormente.
Depois disso,
foi a vez de reconstruir as casas e edificações devastadas pelos invasores
espaciais. Em pouco tempo, as áreas devastadas pelas razias intergalácticas
anteriores são revitalizadas e ganham uma cara nova. Literalmente, renasceram
depois de comerem o pão que o diabo amassou.
Como não
poderia deixar de ser, a reconstrução das áreas devastadas recebeu grande apoio
da população do Planeta Épsilon, em especial entre aqueles que apoiam o Doutor
Gori e suas ideias. Entretanto, por incrível que pareça, há também aqueles que
são contra tal iniciativa por parte de Gori. Implicam com ele e o criticam por
acharem que ele está gastando muitos recursos em tal empreitada. E quem o
critica por isso são os mesmos políticos de oposição a ele que nada fizeram
nesse tempo todo e agora ficam horrorizados com o fato de que agora ele é quem
está no poder. E também os mesmos sabichões de sempre que apoiam tais políticos
ineptos, assim como a maior parte dos veículos de imprensa de Épsilon.
Mas, a
despeito de certa dose de críticas, isso não passou de um pequeno entrevero, um
mero aborrecimento de rotina, e no fim das contas ninguém botou fé nas
acusações desses sujeitos, claramente movidas a interesses politiqueiros
misturados a uma pequena dose de ignorância e burrice crônica.
Terminada a
reconstrução das áreas devastadas, é a vez de Gori revitalizar os sistemas de
defesa do planeta, há muito sucateados. Novamente, os mesmos políticos ineptos
e corruptos de sempre acompanhados de intelectuais que professam um pacifismo
que beira as raias do fanatismo. Intelectuais esses que, obviamente, não sabem
o que é ter a casa invadida e pilhada por alguém como o Kaura, a Ahames ou a
Marie Baron, e muito menos tiveram algum ente querido morto por eles. De novo,
batem na tecla de que Gori está gastando em excesso nesse projeto tido por eles
como desnecessário e que esse projeto é uma grande loucura.
Esses imbecis
dizem que Épsilon não precisa de armas, pois armas matam e mutilam outras
pessoas e que ao invés disso deve-se investir em outras coisas mais, digamos,
educativas para a população. “Armas, não, livros sim!”, com um cartaz com tais
palavras de ordem um desses sujeitos contrários ao projeto de Gori certa vez se
manifestou na rua. Mas, por outro lado, a maior parte dos cidadãos de Épsilon
são favoráveis a tal projeto. E como não poderia deixar de ser, a imprensa de
Épsilon em sua maioria endossa tais críticas.
Em questão de
meses o sistema de defesa de Épsilon foi transformado de sucata e ferro velho
para um eficiente sistema de defesa dotado de modernos armamentos concebidos
pelo próprio Doutor Gori. Tal sistema mostrou-se eficiente quando o Império
Vyram enviou, sob ordens diretas da imperatriz Džuuza, um esquadrão para
saquear as principais cidades de Épsilon. Tal expedição foi colocada sob a
chefia de um dos principais generais de Vyram, o conde Radiguet.
Com tal
razia, a imperatriz Džuuza pretende fazer uma pilhagem de tecnologias e
recursos sobre Épsilon, assim como capturar alguns prisioneiros locais, crente
de que seria um verdadeiro passeio como das vezes anteriores. Para isso enviou cinco
naves e 30 guerreiros ao todo.
Mas,
diferente de vezes anteriores, o resultado da razia não foi o mesmo: graças ao
novo sistema de defesas antiaéreas que destruiu as naves invasoras uma por uma,
o ataque ordenado por Džuuza fracassou e assim Radiguet voltou de mãos vazias.
O fracasso foi tamanho que as forças do Império Vyram nem mesmo conseguiram aterrissar
no solo do planeta Épsilon!
Ao término
das escaramuças alguns prisioneiros foram feitos, e entre eles o
comandante-em-chefe da expedição, Radiguet. Que por sua vez foi solto após uma
negociação entre Gori e Džuuza. Verdadeiro acordo entre cavalheiro e dama,
diga-se de passagem, que implicou também em uma trégua e fim de hostilidades
entre as duas partes.
No fim das
contas, Radiguet teve que prestar satisfações sobre o fracasso de sua expedição
perante sua imperatriz na base do Império Vyram.
Džuuza:
“Radiguet! Como você me explica isso? Como que você explica que a nossa
incursão a Épsilon teve um fim patético? Voltamos de mãos vazias, sem
prisioneiros, sem botim, sem saque, nem nada! Como você é um incompetente,
Radiguet!”.
Radiguet:
“Por essa eu não esperava, Vossa Majestade! Sinceramente, nunca imaginei que
poderia encontrar em Épsilon um sistema de defesa tão eficiente. O erro é todo
meu, Vossa Majestade. Infelizmente, subestimei o poder de fogo dos habitantes
de Épsilon”.
Džuuza: “Mas
como você é um incompetente, Radiguet... não serve nem para fazer uma incursão
de pilhagem em um planeta indefeso!”.
Džuuza
continua a humilhar e a insultar Radiguet, chamando-o de inútil e incompetente.
E, para jogar ainda mais lenha na fogueira, Tran, um dos generais de Vyram.
Tran: “Há,
você não passa de um grande idiota, Radiguet! Incapaz de invadir um planeta que
é a coisa mais fácil de se invadir! Você é a incompetência em pessoa,
Radiguet!” (e continua a rir de Radiguet)
Radiguet: “Tran,
seu moleque insolente! Ora, seu! Já que você é o bonzão, vai lá você invadir
Épsilon! Vai lá no meu lugar! Vamos ver como você vai se sair”.
Tran: “Como é
divertido poder rir de você depois de um fracasso como esse!”.
Radiguet:
“Isso, fica zombando de mim, que chegará o dia em que será a vez de você
fracassar que nem eu!”.
Džuuza então
acalma os ânimos entre as duas partes.
Džuuza:
“Explique-se, Radiguet. Como você fracassou tão miseravelmente?”.
Radiguet: “Não
sei o que aconteceu de uns tempos para cá, Imperatriz. Parece-me que depois que
Crisis e os Piratas Espaciais atacaram Épsilon eles trataram de aprimorar os
sistemas de defesa deles. Não esperava encontrar em Épsilon tal sistema de
defesa que antes não tinha”.
Džuuza: “Até
quando você vai ficar justificando teus fracassos, hein Radiguet? Pois se há
algo que não admito são fracassos de meus comandados”.
Os dois ficam
discutindo por vários minutos e no fim a discussão leva a nada. Džuuza então
resolve perdoar Radiguet. Por enquanto. Pois no próximo fracasso o conde terá
sua cabeça decepada.
1 Comentários
Gori ascende ao Senado e implanta mudanças, fortalecendo a defesa e promovendo a reconstrução das áreas periféricas fazendo renascer a esperança da população esquecida pelo poder público.
ResponderExcluirSe é bom por um lado , por outro lado é ruim, pois Gori também é radical , atuando às avessas do status quo vigente.
Radicalismo nunca é bom !
E a sede de poder, anulará qualquer sentimento mais nobre que Gori possa ter.
Muito bom!