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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 14 - fim)

 

                                            Capítulo XIV - Making Of (detalhes explicativos)

Eu tive a ideia de fazer essa história em 2017 após ler algumas fanfics a respeito dos personagens da saga de Asgard. Para essa fanfic em especial, peguei elementos de várias fontes. Peguei elementos da Canção dos Nibelungos (a exemplo do fato de Brunhilde ser a rainha da Islândia), da ópera do Wagner (o confronto final pela posse do anel e a idéia do ciclo que se inicia e termina e depois se repete), de um resumo da versão lenda de Siegfried (Sigurd na Escandinávia) contida na Saga dos Volsungs que tenho aqui em casa em um livro sobre vikings (aquele que a Editora Folio lançou em 2007) e de Romeu e Julieta. Também há elementos próprios meus que eu mesmo adicionei à história, como a participação de Ali Babá e seu bando. Com isso queria mostrar que o tesouro tinha um poder e um magnetismo que não conhecia fronteiras. E como o Ali Babá e o seu bando tinham um tesouro em mãos, achei tal idéia interessante. Basicamente quis fazer uma história de Siegfried e Brunhilde própria minha, mantendo a essência da lenda, mas sem que seja uma cópia xerocada dos contos já existentes há séculos. Também peguei alguns elementos da fanfic “Drachenherz – coração de dragão”, publicada pela usuária GiullieneChan em alguns sites (fanfic essa que é uma das melhores que já li, diga-se de passagem) e de uma fanfic que eu mesmo fiz em 2014, intitulada “A volta dos que não foram”. É uma história onde o Siegfried sobrevive à luta com o Sorento e que digamos se passa em uma realidade alternativa a da série da TV.

A respeito do Durval e motivo pelo qual o coloquei como alguém que morreu em uma guerra contra Vanaheim seis anos antes dos eventos da saga de Asgard no anime, é o seguinte: eu li no FAQ do site cadvzodiaco.com.br (https://www.cavzodiaco.com.br/informacoes/introducao-aos-cdz/faq) que os quatro filmes do anime clássico (Éris, Durval, Abel e Lúcifer) não se encaixam na cronologia da série. E segundo o artigo “Cânone de Saint Seiya” da Saint Seiya wiki em português (http://pt-br.saintseiya.wikia.com/wiki/C%C3%A2none_de_Saint_Seiya), o filme de Durval não está incluindo na cronologia oficial da Toei Animation por contradizer eventos do anime clássico. Portanto, esses filmes são aventuras a parte da cronologia oficial da série que bem possivelmente se passam em realidades alternativas a do anime que nós conhecemos há muito tempo. De modo geral, filmes de anime como Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball são considerados como aventuras a parte da cronologia oficial. De início eu pensei em colocar o Durval como tendo sido morto na batalha contra Athena retratada no 2º filme, mas ante isso pensei um pouco e no fim resolvi coloca-lo como alguém que morreu seis anos antes da batalha de Asgard na animação, sem ter enfrentado Seiya e seus amigos.

A respeito do fato de eu ter mencionado aquela passagem do final do primeiro filme do Aladdin no capítulo XII, a coloquei pensando que em eventuais discussões nos lugares onde eu postar a história alguém se lembrar dessa passagem (como aconteceu no velho fórum da Tokubrasil em uma discussão a respeito do final de Maskman) e assim já ir respondendo a indagação caso alguém venha me perguntar “A, mas a Hilda com o que poder que tinha não podia mudar a lei?”. E nessa parte eu quis mostrar um pouco da Hilda enquanto política e que a vida dela como governante de Asgard não se resumia a ficar rezando perto do Oceano Ártico.

O lance de Durval ser contra os romances de Hilda e Siegfried e Freja e Hagen obviamente tirei de histórias como Romeu e Julieta e Amor de Perdição (que é uma espécie de equivalente lusitano da obra de Shakespeare, escrito no século XIX por Camilo Castelo Branco, um dos expoentes do romantismo na literatura lusitana). E sobre a parada de os nobres e aristocratas de Asgard olharem o Siegfried e o Hagen com desdém e de cima para baixo, me inspirei na maneira como a classe dominante brasileira olha alguém como o ex-presidente Lula (algo que a presente crise política está evidenciando a todos nós). Por mais que o Lula nesses anos todos tenha conchavado e negociado com o patronato brasileiro (como por exemplo, em 2012 quando ele foi a FIESP e lá foi recepcionado por Paulo Skaf; https://www.youtube.com/watch?v=hKziCl5vEb0&t=2s), essa gente jamais o olhará como um dos deles. Ou será que eles se esquecem de que o Lula não nasceu em berço dourado, veio do Nordeste para o Estado de São Paulo em um pau-de-arara (para quem não sabe o pau-de-arara era um veículo que transportava os retirantes nordestinos para outras regiões do Brasil e que consiste de um caminhão cuja carroceria é adaptada para o transporte de passageiros e coberta por uma lona), iniciou sua trajetória política no movimento sindical do ABC Paulista, de seu radicalismo em 1989 e que em 1998 teve Leonel Brizola como vice-presidente, entre outras coisas? Jamais, jamais eles se esquecem desses detalhes. Jamais alguém como o Lula será aceito como membro integrante da confraria deles. Será sempre um estranho no ninho, um intrometido nos olhos deles, no máximo.

Sobre o conselho que Siegfried recebe de seu pai adotivo no capítulo 7, me inspirei claramente naquela conversa que o Rocky trava com seu filho no sexto filme da franquia a respeito da vida. Uma cena que vale por todo um filme, diga-se de passagem. E a cena em que os braceletes da armadura do Siegfried se materializam nos braços da Hilda e a imagem dele aparece no céu, a inspiração também é óbvia: uma certa cena do episódio 9 do Soul of Gold que acontece no meio da luta entre o Saga e o Sigmund.

A respeito da grafia que utilizei para alguns dos nomes de personagens e lugares: coloquei Freja ao invés de Freya porque os idiomas escandinavos usam o j para representar o som de i curto ao invés do y como faz o inglês, o japonês e o chinês. E sobre as consoantes acentuadas em alguns nomes de origem estrangeira (especialmente os nomes de idiomas que não utilizam a escrita romana, tais como o russo, o mongol, o árabe e o suahíle), quis utilizar uma grafia mais próxima a dos idiomas da Europa Central e Oriental (em aplicativos tais como o Microsoft Word, o Microsoft Powerpoint e o Wordpad dá para digitar š apertando Alt+352 [maiúsculo] e Alt+353 [minúsculo], č apertando Alt+268 [maiúsculo] e Alt+269 [minúsculo] o ž apertando Alt+381 [maiúsculo] e Alt+382 [minúsculo]. Isso infelizmente não funciona nos navegadores de Internet). E a respeito do motivo pelo qual grafei o nome do fundador do Império Mongol como Čingis Khan ao invés de Genghis Khan (grafia comumente utilizada nos idiomas ocidentais) naquela passagem do Capítulo V, é por que eu quis usar uma grafia mais próxima da utilizada pelo idioma mongol (cirílico mongol Чингис Хаан, cirílico russo Чингисхан).

Sobre o nome do pai adotivo de Siegfried, esse é mesmo nome que o soberano huno Átila ganhou nas sagas escandinavas (nas sagas germânicas seu nome é Etzel). A respeito da “Canção de Siegfried” que eu menciono no Capítulo XII, para quem conhece história medieval minha inspiração é óbvia. É a “Canção de Rolando” (em francês La chanson de Roland), poema épico escrito no século XI, que retrata o trágico fim que o conde Rolando (um dos sobrinhos de Carlos Magno) teve na batalha de Roncesvales, ocorrida em 15 de agosto de 778 entre a retaguarda do exército carolíngio e um grupo de montanheses bascos e travada nos Pirineus ocidentais, próximo a atual fronteira franco-espanhola. Entretanto, na Canção de Rolando quem massacra a retaguarda carolíngia não são os bascos, e sim muçulmanos (os quais na época ocupavam a maior parte da Península Ibérica, muito embora nunca tenham estabelecido domínio sobre o País Basco). Posteriormente, a Canção de Rolando teve grande influência na literatura da Europa Medieval, onde era recitada por jograis nas cortes e nas cidades. E sobre a crença de que o Siegfried um dia voltará a proteger Asgard de um grande perigo, para quem conhece bem a história do Brasil e de Portugal também é óbvio de onde tirei essa ideia. É no mito sebastianista, a crença que era muito difundida no Brasil e em Portugal de que o rei Dom Sebastião I, que faleceu em 1578 na batalha de Alcácer Quibir (travada no atual Marrocos), voltaria para ajudar Portugal em um momento de grande dificuldade.

Sobre as capas do segundo e do terceiro capítulo: dei uma pesquisada e não achei nenhuma informação a respeito da autoria de tal ilustração (a qual eu encontrei nesse site: http://artlira.blogspot.com.br/2011/07/siegfried-era-o-hercules-da-mitologia.html). Se alguém souber de algo a respeito dessa ilustração, comente aqui. Ficarei muito agradecido. Já a capa do terceiro capítulo é uma ilustração da ópera do Wagner feita pelo artista alemão Julius Schnorr von Carolsfeld (1794 – 1872). Encontrei nesse site: http://www.myartprints.co.uk/a/schnorr-von-carolsfeld-ju/siegfried-and-brunhilde-i.html. A capa do capítulo XIII é o já mencionado quadro “Rebocadores no Volga” (em russo Burlaki na Volge/Бурлаки на Волге), do artista russo Ilija Jefimovič Repin, uma pintura a óleo sobre tela feita entre 1870 a 1873. Já as demais capas são fotos de episódios da série e/ou fanarts que eu achei na net, em especial no Deviantart.

1 Comentários

  1. Grande Eduardo!

    Foi uma grande obra que nos deixa a preciosa lição que o que adianta vivermos várias vidas se não encaramos nossos erros de frente ?

    Oportunidades desperdiçadas aumentam nossos débito perpetuando o nosso sofrimento.

    Foi assim com Hilda e Siegfried!


    Parabéns pelo trabalho!

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