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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 12)

 

                                             Capítulo XII - O homem e a lenda

Siegfried em vida se mostrou um sujeito extremamente forte. Era sem dúvida o mais forte de todos os Guerreiros Deuses da atual geração. Em poder talvez apenas Bud e Mime lhe rivalizavam. E ao mesmo tempo em que era muito forte, também era uma pessoa extremamente sentimental. Ele sempre dizia a seus companheiros de armas que se fosse preciso sacrificaria sua vida para proteger Hilda, tamanho era o sentimento que ele nutria pela governante de Asgard. E é o que acabou fazendo, vendo que se encontrava diante de um beco sem saída. Além disso, também era uma pessoa extremamente sonhadora. A despeito de ter morrido novo, conseguiu realizar muitos dos sonhos que nutriu ao longo de sua vida. Mas o sonho que ele mais queria ver realizado infelizmente não se tornou realidade. Tal qual o Siegfried lendário em relação à Brunhilde, o Siegfried do século XX morreu sem poder consumar o amor que sentia por Hilda. Siegfried, como a sua própria morte mostrou, para Hilda sempre foi alguém com quem ela podia contar quando precisasse. Sua lealdade era tal que justificava a confiança que nele era depositada pela governante de Asgard. Antes de morrer, Siegfried ainda nutria uma remota possibilidade de que um dia enfim ficaria junto de Hilda, e isso a despeito de todas as agruras que enfrentou desde que a conheceu. Pois se há algo que seu pai adotivo lhe ensinou foi ser persistente e nunca desistir de seus sonhos. Como todo homem que se preze, Siegfried sonhava em se casar com a rainha de seu coração, e com ela viver junto durante muitos e muitos anos até que a morte os separe e constituir uma família. Ele sabia que suas chances de realizar tal sonho eram muito remotas, mas não zero. O grande obstáculo aos dois era a já citada oposição de expressivos setores da nobreza asgardiana, muitos deles partidários de Durval e que detinham grande poder dentro de Asgard. Para eles, um eventual casamento de Hilda com um plebeu como Siegfried seria um escândalo de proporções bíblicas que não podia de forma alguma ser admitido e tolerado, ainda mais em se tratando da Representante Terrena do Deus Odin. No fim das contas, Siegfried teve que engolir as palavras que Alberich lhe disse uma vez, a despeito de todo o seu esforço. Mas pelo menos morreu de cabeça erguida lutando pela realização do sonho até o derradeiro suspiro de sua vida.

Hilda não governa por decreto, e assim não podia fazer o mesmo que o sultão de Agrabah fez logo após a derrota do terrível feiticeiro Džafar, quando mudou a lei que impedia Žasmine e Aladdin de ficarem juntos sem precisar consultar ninguém, sem prestar satisfação a ninguém e sem que ninguém se revolte com isso. Ao contrário, tudo que ela propunha tinha que obrigatoriamente passar pelas things, e não raro o que ela propunha era rejeitado nas votações. Ela mesma não ia com a cara de muitos dos políticos que davam as caras nessas reuniões. Os olhava como ratos sujos e nem um pouco confiáveis, dispostos a cometerem os mais sujos atos para alcançar seus intentos. Como governante de uma nação, ela precisa zelar por sua imagem perante o povo. Portanto, não podia se dar a tal luxo, que poderia muito bem servir de munição para que seus inimigos a usem contra ela, especialmente em uma situação de golpe de Estado. Ou seja, Hilda e Siegfried, assim como Freja e Hagen, estavam literalmente de mãos atadas ante tal situação. Em outras palavras, entre a cruz e a espada. Aliás, muita gente não olhava com bons olhos o próprio fato de Hilda ter se apaixonado por Siegfried, que era de conhecimento público em Asgard. E um dos motivos pelos quais Siegfried tanto se dedicou e treinou para se tornar Guerreiro Deus, além de proteger Asgard, era justamente conquistar dentro da sociedade de seu reino maior prestígio e assim melhores condições para poder consumar o amor que em vida sentiu por Hilda. Mas agora que ele não está mais nesse mundo o sonho pelo qual tanto batalhou foi por água abaixo. É triste a sina daqueles que o Anel de Nibelungos reserva as vidas por ele amaldiçoadas, tanto ontem quanto hoje.

Morreu jovem Siegfried de Dubhe, mas seu nome, assim como o de sua encarnação do século V, igualmente se tornou lendário. Postumamente, ele, assim como Aioria, Saga, Šaka, Mu e os outros Cavaleiros de Ouro que ajudaram a vencer a trama diabólica de Loki, se tornou um herói em Asgard. Seu nome, que já tinha um respeito considerável em vida dentro da sociedade asgardiana, se tornou objeto de muitas histórias, poemas, canções e lendas com o passar dos anos. Canções e poemas foram escritos a respeito de seu amor com Hilda, onde eles eram retratados como se fossem o Romeu e a Julieta das terras do extremo norte da Europa. Seus feitos heroicos, sua devoção a Hilda e sua habilidade em combate eram igualmente exaltadas e admiradas nessas histórias, principalmente o fato dele, o filho adotivo de um ferreiro nascido em uma sociedade regida por um sistema de castas similar ao existente na Índia (onde as classes sociais muito pouco se misturam entre si e a mobilidade social é bem rarefeita), ter se tornado o mais forte e o comandante dos Guerreiros Deuses da presente geração. E isso a despeito dele.

Um dos mais famosos poemas a seu respeito é a “Canção de Siegfried” (em alemão Siegfriedlied), escrita por volta do ano 2000 e que narra sua participação na batalha de Asgard e seu fim heroico e martírio nas mãos de Sorento de Sirene. Em todos esses poemas Siegfried é retratado como um guerreiro heroico que sacrificou sua própria vida para salvar Asgard das garras de Poseidon e que ajudou os santos de Athena a libertar Hilda do feitiço do Anel de Nibelungos. Seu fim também se tornou objeto de lendas urbanas, crendice e mitos. Algumas pessoas dizem que ele olha por Asgard dos céus. Há também outros que acreditam que ele na verdade não morreu e que depois da batalha passou a vagar como um andarilho errante pelas florestas de Asgard. Além disso, muitas pessoas acreditam que um dia, caso o reino nórdico venha a enfrentar um grande perigo, voltará do mundo dos mortos para proteger e defender Asgard e se for possível até mesmo enfim consumar seu amor por Hilda. O homem foi embora desse mundo, mas por outro lado a memória de seu nome se eternizou na história. Os anos e séculos podem passar, mas seu nome jamais será esquecido pelos moradores de Asgard.

2 Comentários

  1. Os acontecimentos geram lendas.
    Lendas geram mitos.

    Mas, o mais importante é que maldição perseguiu Siegfried e , nem ele e bem Hilda ( Brunhilde ) tivetam um final feliz.

    Os deuses de Asgard não aprovaram esse amor...

    Não era pra ser...

    Uma pena!

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