Capítulo III: Os anos de faculdade
Ao verem que
o jovem Gero é um verdadeiro prodígio científico e que o lugar dele é a escola,
Gewo e Gemo o enviaram para lá, sob os cuidados do senhor Radigast. Assim, aos
10 anos de idade, Gero vai à escola pela primeira vez. Por uma questão de
proximidade geográfica, ele é matriculado em uma escola da capital do norte.
Afinal, dava para ir de lá até a escola todo dia.
A escola na
qual Gero foi matriculado é uma das mais renomadas da região norte, se não a
mais. De tal modo que pessoas de diversos cantos e diversas posições sociais
vão lá estudar, assim como também de tempos em tempos recebe alunos de outras
regiões por meios de programas de intercâmbio.
Alguns se
perguntarão: como que o jovem Gero, um jovem oriundo de uma região campesina,
lidou com todo esse mundo novo que a ele se abriu? Na verdade, isso não foi
problema para ele. Já que ele, como uma pessoa muito inteligente, tinha como foco
principal os estudos, e pouca ou nenhuma importância ele dava à vida social. De
tal modo que ele tinha fama de ser uma pessoa de poucos amigos. E para dizer a
verdade assim o foi durante os primeiros anos de escola.
Os mais
populares de início o ignoravam, até parecia que para eles ele nem existia. Ou
quando o notavam, era como se ele fosse o figurante que aparece bem rapidamente
em uma cena de um filme. Em outras palavras, uma espécie de Godinez, só que de
polaridade invertida: muito inteligente, que nas aulas demonstrava grande interesse
pela matéria ministrada pelos professores e que tirava as melhores notas nas
provas.
Mas as coisas
começaram a mudar de figura depois de um tempo ele começou a ser notado, em
especial quando chegou ao colegial. Como diz um ditado popular, se a montanha
não vai até Maomé, Maomé vai até a montanha. Alguns simpatizam com ele, como
seus amigos mais próximos e com os quais ele não só se dava muito bem como
também pensam como ele, entre eles os amigos Mark e Znak. Enquanto que outros,
em especial o trio de garotas Zoé, Alexia e Violet, não vão nem um pouco com a
cara dele. De tal modo que chegou uma hora que as três começaram a azucrinar o
jovem de origem campesina.
Zoé Bernstein
é morena, enquanto que Violet Jasminum é ruiva e Alexia Dauphin tem cabelos
azulados. Elas são as garotas mais populares da sala em que ele estuda, e
praticamente todos ao seu redor querem ser que nem elas. Populares, lindas,
estilosas, glamorosas, sempre na moda vigente, adoradas, desejadas e bajuladas
por todos os seus súditos ao seu redor. E, além disso, sempre colocando certos
indivíduos que saem da linha (por assim dizer) em seu devido lugar.
Só que um dos
súditos da rainha Zoé não vai nenhum pouco com a cara dela: Gero. E Zoé e seu
séquito, por seu turno, não vão nem um pouco com a cara dele e o acham muito
careta para o gosto delas. Ao passo que para Gero, as ditas cujas são de irrelevantes
para baixo, pessoas com as quais ele não pode se dar ao luxo de perder tempo. Não
raro, Gero pensa que essas garotas são inexistentes e que o que elas fazem é
inadmissível.
Mas o trio de
garotas assim não pensa, e por essas garotas ditas populares Gero era muito
zombado por seu sotaque, que claramente transparecia que ele vinha de um local
campestre, assim como por sua condição socioeconômica mais humilde. Afinal, ele
veio de uma família campesina, sem muitos recursos e que mora a uma distância
considerável da cidade, enquanto que a chefe dessas garotas populares era filha
de um importante político da região, que tinha aliados importantes na política
local e era um homem muito rico. Também era zombado por vestir roupas tidas
como fora de moda por essas garotas.
Até que se
chegou a um ponto no qual a situação ficou insustentável para Gero, de tanto
que essas garotas viviam o azucrinando e o importunando por qualquer coisa, por
mais irrelevante que fosse.
Tudo começou
quando certa vez Gero estava conversando com os amigos Mark e Znak sobre o trio
de garotas no refeitório da escola. Enquanto o trio de amigos conversava ao
mesmo tempo em que desfrutava da refeição do dia, Gero soltou o seguinte
comentário:
Gero: “Sabe
amigos, eu não entendo aquelas três”.
Znak: “Você
está falando do trio das garotas populares, a Zoé Bernstein, a Violet Jasminum
e a Alexia Dauphin?”.
Gero: “Sim, elas
mesmas. Quem mais poderia ser?”.
Mark: “O que
te incomoda nelas, Gero?”.
Gero: “Eu não
entendo como que elas são fúteis e desmioladas, a ponto de achar que a vida na
escola não passa de uma mera vitrine para promoção pessoal e que a vida social
delas é mais importante que os estudos. E toda a preocupação da boss delas com
popularidade... Sinceramente, é isso que elas querem para a vida delas no
futuro?”.
Znak: “Mas
sabe como é, o pai da Zoé é um homem muito rico, um político muito importante e
influente na região norte, ela vive em um verdadeiro palácio, não à toa que ela
é bem esnobe”.
Gero:
“Entendo”.
Mark: “E nós
infelizmente temos que aturá-la já faz certo tempo”.
Mas sem que
eles nem fizesse ideia, Violet estava ouviu o comentário de Gero e contou tudo
para sua boss Zoé. “Hum, já que é assim então, ele que se cuide. Ele não pede
por esperar, nós vamos coloca-lo na linha de tal maneira que ele jamais irá
esquecer”, diz a morena, que em seguida ri feito uma hiena.
De início
Gero tentou pedir o auxílio da diretoria da escola para se defender da
importunação da parte do trio, mas que no fim das contas não adiantou muita
coisa. Já que Zoé Bernstein, por ser filha de um importante político local que
por sua vez tinha certa proximidade com o diretor da escola, sempre usa a
tática do “você sabe com quem está falando?” para contornar tais inconiventes.
É um velho expediente, que ela sempre usa quando se vê diante de algum problema
com a diretoria da escola. Além disso, Zoé é filha de uma importante crítica de
moda, a senhora Bernstein.
Assim, ela
pode azucrinar o quanto quiser os colegas de escola que nada acontece a ela.
Mas se alguém ousar, por exemplo, molhá-la com alguma bebida ou jogar uma torta
na cara dela, as regras da escola são aplicadas com todo o rigor possível e
imaginável e o aluno em questão que ousou ultrajar Zoé corre o risco de ser
expulso da escola e até mesmo arrisca de sofrer ostracismo social.
Assim
aconteceu há dois anos com um aluno que teve tal ousadia. O nome dele Hikari.
Ele foi muito importunado por Zoé e seu
séquito. O trio pegava muito no pé dele não só por o acharem ridículo e fora de
moda, como também pelo sotaque típico da região sul (Hikari foi um dos muitos
alunos de intercâmbio que estudaram na escola onde Gero hoje estuda). A
situação ficou tão insuportável para o lado de Hikari, que chegou uma hora em
que ele resolveu revidar em Zoé jogando bebida quente no cabelo dela. E ele
fez. A senhoria Bernstein ficou uma arara com ele de tal modo que imediatamente
acionou a diretoria. No fim, Hikari foi expulso da escola e ninguém mais ouviu
falar dele desde então. Alguns dizem que ele até mudou de cidade desde o
ocorrido.
1 Comentários
Excelente capítulo !
ResponderExcluirA inteligencia incomoda !
As pessoas preferem a mediocridade, repelindo o que é diferente !
Essa é a verdade !