No capítulo anterior:
Os Batarangers conseguem se livrar da armadilha de
Skruk e prender os licantropos.
Capítulo #10 – Princesinha do Mar
BataBase – Dormitório masculino
Cris estava indo ao quarto que divide com os outros rapazes
Batarangers, quando ouviu risadas saindo do quarto. Lá estavam Jefferson,
Mateus e Tarso em uma conversa animada.
Cris: “Fala aí. O que é tão engraçado?”
Tarso: “Fala, Cris! A gente estava falando de tu mesmo.”
Cris: “Sério? Falando bem ou mal?”
Tarso: “Bem, eles estavam me falando sobre sua reação quando
viu a Aline vestida para ir a show da banda de vampiros lá.”
Cris ficou um tanto sem graça com aquilo e disse:
“Caraca, ‘cês não esquecem daquilo, hein? Eu... eu... só
fiquei... surpreso de vê-la vestida daquele jeito. Qual é o problema?”
Tarso: “Ih, tá sem graça... E ainda diz que não tem
lance...”
Cris: “Mas eu falei a verdade. Eu nunca tinha visto as
garotas vestindo nada além do uniforme e é natural você ficar surpreso. Quando
eu estudava, eu me surpreendia ao ver meus colegas com outra roupa sem ser o
uniforme de escola.”
Tarso: “A questão não é a roupa, mas sua reação. Pelo que me
falaram, todos perceberam que você gosta dela, mas não quer admitir.”
Cris: “Ué, mas eu gosto dela, quero dizer, aprendi a gostar.
Tivemos nossas diferenças no começo, mas...”
Tarso: “Não é neste sentido de gostar que estou falando, você
sabe bem.”
Cris: “Vocês acham que eu... estou... apaixonado por ela?”
Seu rosto estava vermelho.
Mateus: “Ah, lá, o Cris ficando vermelho... Cara, a gente
brinca, mas seria bom você admitir que gosta dela. Quero dizer, falar isso para
ela.”
Cris: “Falar o quê? Ela não gosta muito de elogios. Uma vez,
eu disse que ela ficava mais bonita sorrindo e ela me respondeu com um soco na
boca do estômago.”
Jefferson: “Ah, mas a Aline sempre foi desse jeito, já te
falei. Só que ela mudou bastante, desde quando você chegou, Cris. Tipo, ela até
está sorrindo mais. Antes, a gente nem sabia se ela tinha nascido com
dentes...”
Todos riram.
Jefferson: “Falando sério agora, nós achamos que você
deveria falar o que sente para ela. Pelo que minha irmã fala da Aline, ela
também gosta de você, mas também esconde.”
Cris: “Eu não sei de nada do que vocês estão falando. Não
quero nada com a Aline. Somos apenas companheiros de equipe e nada mais.”
Tarso: “Cara, mesmo que vocês neguem, a linguagem corporal
de vocês fala o oposto. Vocês gostam um do outro e não querem admitir.”
De repente, Cris começou a chorar e disse, escondendo o
rosto:
“Ah, vocês têm razão! Quer saber? Me amarrei mesmo na Aline.
Ela...ela... é diferente de qualquer garota que já conheci, além de ser uma
japa muito linda...”
Mateus: “Aê, admitiu, admitiu! Agora, só falta falar isso
tudo para ela.”
Cris: “Quer saber? Eu vou falar! Se ela for me dar outro soco,
eu me defendo!”
Tarso: “É assim que se fala! Bem, vamos dormir, porque
amanhã é dia.”
Cris: “Falou, galera. Boa noite para vocês.”
Os outros: “Boa noite.”
E eles foram dormir.
Corredores da BataBase
No dia seguinte, indo para o refeitório, Cris e Aline se
encontram no corredor.
Cris: “Bom dia, Aline.”
Aline: “Bom dia, Cris. Dormiu bem?”
Cris: “Tirando o ronco do Mateus, dormi bem, sim.”
Os dois riram.
Cris: “Hã, Aline... Eu... queria te dizer uma coisa.”
Aline: “Sim? Diga.”
Cris tentou falar, mas não conseguia.
Aline: “Cris, tá tudo bem com você? Está passando mal?”
Cris: “Não, eu tô bem. É que eu queria te dizer algo
importante.”
Aline: “Pois, então, diga.”
Cris tentou falar novamente, mas foi interrompido por
Jéssica.
“Bom dia, amigos. Eu estou atrapalhando?”
Aline: “Nada, é que o Cris disse que quer falar algo
importante.”
Jéssica: “Sério, Cris? O que é?”
Cris: “Se não se importa, Jéssica, eu queria falar só com a
Aline.”
Jéssica: “Eita, então, eu estou atrapalhando mesmo. Vou
deixá-los a sós.”
E ela se retirou dali.
Aline: “Bem, e aí? O que você tem a dizer?”
Novamente, Cris não conseguiu falar.
Aline: “Cris, faz o seguinte. Vamos falar em outra hora,
certo? Estou morrendo de fome.”
Cris: “Tá certo, vamos comer.”
E eles entraram no refeitório.
Em uma mesa, estavam sentados Jefferson, Mateus, Jéssica e
Tarso. Ela estava contando a eles sobre ter visto Cris e Aline conversando.
Jéssica: “O Cris disse que queria falar algo importante para
ela. Será que, finalmente...”
Jefferson: “A gente estava conversando sobre isso com ele,
ontem à noite. Ele disse que vai expor tudo que sente por ela.”
Jéssica: “Só espero que parem com essa enrolação e se
assumam de vez.”
Eles viram os dois se aproximarem da mesa.
Cris: “Bom dia, pessoal. Como vai indo?”
Jéssica: “Tudo certo. Hã, Cris... E aí, falou aquilo
importante para a Aline?” Ela piscou para ele.
Cris: “Hã, não... Vou falar em outra hora.”
Jéssica: “Ah, tá.”
Depois dessa conversa, eles tomaram o café-da-manhã em
silêncio.
Sala do comandante
O comandante chamou os Batarangers em sua sala, para passar
o briefing de mais uma missão.
Cmte. Lopes: “Batarangers, recebemos relatos do Corpo de Bombeiros
de pessoas desaparecidas na Praia de Copacabana nos últimos dias, mais
precisamente no Posto 5. O curioso é que todos os desaparecidos são do sexo
masculino, segundo o relato da salva-vidas daquele setor. O caso veio até nós,
por conta de suspeita de ser obra de HM.”
Cris: “Permissão para falar, senhor.”
Cmte. Lopes: “Permissão concedida.”
Cris: “Eh, infelizmente, ainda é muito comum pessoas
desaparecerem na Praia de Copacabana, principalmente turistas.”
Cmte. Lopes: “Sim, Ribeiro, mas é no mínimo estranho que
apenas homens desapareçam. Imagino o desespero das esposas daqueles que são
casados... Bem, quero que vocês investiguem o que está acontecendo. Para isso,
Ribeiro e Hashimoto serão requisitados para a missão.”
Cris e Aline, prestando continência: “Sim, senhor!”
Cmte. Lopes: “À vontade. Os outros estarão aqui de
sobreaviso. Dispensados!”.
Cris e Aline prestaram continência e saíram da sala.
Jéssica comentou com os outros:
“Será que o Cris vai criar coragem e falar com Aline sobre
aquele assunto?”
O comandante ouviu, virou-se para eles e perguntou:
“Que assunto, Nascimento? Posso saber?”
Jéssica ficou sem graça e disse:
“Eh...nada, senhor. É assunto nosso.”
Cmte. Lopes: “Humpf... Acho que devem saber que assuntos
paralelos não devem ser comentados em serviço. Fiquem atentos a qualquer emergência.”
Batarangers: “Sim, senhor!”
Av. Atlântica – Copacabana, Rio de Janeiro
Cris e Aline estavam passando pela Av. Atlântica em uma
viatura da F.E.B., com Cris ao volante. Eles estacionaram no Posto 5 e saíram do
carro. Por conta do forte calor, ambos estavam com roupas curtas, Cris de
regata preta, bermuda cáqui e tênis e Aline de blusa preta, também de bermuda
cáqui e tênis. Ambos estavam de boné e óculos escuros.
Aline: “Sabe, eu
nunca fui à praia na vida.”
Cris: “Por isso que tá branca desse jeito.”
Aline: “Diz o bronzeado... Vamos, ao trabalho!”
Eles foram até um posto de Salva-Vidas, onde estava uma
mulher loira e bronzeada por volta dos 40 anos.
Cris: “Com licença, somos da Força Especial Bataranger e
estamos investigando os desaparecimentos que estão ocorrendo aqui.”
Salva-Vidas: “Ah, sim. Meu nome é Luciana. Prazer.”
Cris: “Prazer, sou Cristiano Ribeiro e ela é Aline
Hashimoto.”
Aline cumprimentou Luciana com a cabeça e perguntou a ela:
“Luciana, você pode nos dizer algo sobre estes
desaparecimentos?”
Luciana: “Bem, eu fico aqui no posto de 13h às 17h e no meu
turno, não houve ocorrências nos últimos dias, como afogamentos, mas eu vi que
tinham banhistas entrando no mar e não voltando mais...”
Aline: “Espera, você disse que não houve afogamentos, mas banhistas
estavam desaparecendo no mar?”
Luciana: “Calma, aí é que está. Quando a pessoa se afoga, nós
resgatamos o corpo e fazemos o procedimento de primeiros-socorros, mas nesse
caso, não tinha corpo. Parece loucura, mas é a verdade, eu juro.”
Cris: “Tudo bem, Luciana. Por ora, acreditamos em seu
depoimento. Muito obrigado.”
Luciana: “De nada.”
Cris e Aline se afastaram de Luciana e foram em direção ao
mar.
Cris: “E aí, acredita nela?”
Aline: “Bem, como a gente vive em uma cidade de gente com
poderes, tudo é possível, mas até agora, não vejo nada que seja relacionado a
HMs...”
De repente, Cris gritou, apontando para o mar:
“Aline, olha aquilo!”
Aline olhou, mas não viu nada.
Aline: “O quê? Não vi nada.”
Cris: “Como não? Olha aquela moça se afogando. Vou chamar a
Luciana.”
Aline: “Cris, não tem ninguém se afogando. Pelo menos, eu
não estou vendo ninguém no mar nessa parte da praia.”
Mas Cris correu até Luciana e Aline foi atrás dele.
Cris: “Luciana, tem uma moça se afogando! Faça alguma
coisa!”
Luciana: “Onde?”
Cris disse apontando: “Nessa direção.”
Ela pegou o binóculo, olhou e disse:
“Ei, amigo, não estou vendo ninguém se afogar. Se eu visse,
já estaria tomando as devidas providências.”
Cris: “Como não tem ninguém? Quer saber? Eu vou salvá-la.”
Aline: “Cris, espera!”
Cris correu em direção ao mar e entrou lá para resgatar uma
moça que ele viu se afogar. Ele a segurou, levando-a para a superfície. Ela
estava com um semblante assustado.
Cris: “Está tudo bem. Eu consegui resgatá-la a tempo. Eu te
levo para a areia.”
De repente, a moça mudou de semblante e disse de um modo
aterrorizante:
“Não precisa. É você que vai vir comigo, hahaha!”
Cris: “O quê? Então, você é que está causando isso!”
Moça: “Sim, me chame de Iara Serena. Sou uma sereiana. Só os
homens podem me ver.”
Cris: “Então, por isso que Aline e Luciana não te viram...”
Iara Serena: “Sim e você virá comigo para o fundo do mar!”
Iara Serena começou a puxar Cris junto para si para o fundo
do mar.
Cris: “Aline! Chame os outros! Aline!”
Aline ouviu os gritos e viu Cris se afogar.
Aline: “Cris, o que houve? Você não sabe nadar?”
Cris: “Aline... sere... sere...”
Aline: “Ser o quê? Cris, fala direito!”
Mas ela viu o rapaz se afogar.
Aline: “Cris!”
Ela mergulhou, mas não conseguiu ver o corpo de Cris. Ela
voltou à superfície e correu para a areia. Luciana foi até ela.
“Ei, moça Bataranger, o que houve?”
Aline: “Você tinha razão. As pessoas se afogam e
desaparecem. Foi o que aconteceu com meu parceiro.”
Luciana: “Não falei? Agora sabe que eu não estou louca.”
Aline: “Sim, eu sei. Vou me comunicar com a base.”
Luciana: “Certo.”
Aline pegou seu BataMorpher e comunicou à base:
“Hashimoto para a base. Ribeiro desapareceu no mar! Repito,
Ribeiro desapareceu no mar!”
Angélica, que estava no outro lado da linha, disse:
“Aline, calma, respira. Fale devagar. O que aconteceu com
Cris?”
Aline: “Bem, ele disse que tinha visto alguém se afogar, mas
eu não vi ninguém, nem mesmo a salva-vidas viu.”
Angélica: “Vou chamar os outros. A BataFarda também tem
função mergulho, ou seja, vocês podem ir para debaixo d’água sem problemas.”
Aline: “Certo, vou esperá-los. Ah, doutora, antes de se
afogar, Cris disse algo como “ser” ou “serê”, não sei.”
Angélica: “Tem certeza que foi isso?”
Aline: “Sim, mas não deve ser importante.”
Angélica: “Ou pode ser, não sei. Bem, os outros estão a
caminho.”
Aline: “Tá certo. Câmbio, desligo.”
Minutos depois, os outros Batarangers chegaram já trajados
com as BataFardas. Aline também estava com sua BataFarda.
Aline: “Que bom que chegaram. Vamos, rápido!”
Os quatro entraram no mar e começaram a procurar Cris pelo
fundo do mar.
Em algum lugar do fundo do mar
Cris foi levado por Iara Serena para um local no fundo do
mar e por incrível que pareça, ele estava respirando. Além disso, ele estava
amarrado em uma espécie de coral e viu que haviam outros homens também
amarrados.
Iara Serena chegou ao local. Ela era uma bela morena de
olhos verdes, mas tinha um olhar malicioso. Ela se aproximou de Cris e disse:
“Uau, hoje a ‘pesca’ até foi produtiva. Consegui até ‘carne
nova’, hihihi!”
Cris: “O que você quer, Iara? Onde estamos? E por que eu
consigo respirar?”
Iara Serena: “Vou responder a segunda pergunta primeiro.
Vocês estão na minha casa. Estão amarrados em câmaras com algum oxigênio, mas é
limitado. E o que eu quero é ter todos os homens da superfície para mim!”
Cris: “Me desculpe, você é até bonita, mas eu tenho uma vida
lá na superfície.”
Iara Serena: “É mesmo? A escolha é de vocês. Quem não quiser
ficar comigo, vou cortar o oxigênio.”
Cris: “Por que faz isso, Iara? Não tem nenhum ‘homem-sereia’
para te fazer companhia?”
Iara Serena: “Hum, infelizmente, não tem. Mas eu prefiro os
homens da superfície. Faz parte de minha natureza trazê-los para cá.”
Cris: “E é da minha natureza voltar à superfície. Eu não
quero ficar aqui!”
Iara Serena: “Não quer, queridinho? Puxa, você é até
lindinho... Uma pena... Vai ficar sem oxigênio por me dispensar.”
Cris pensou: “Droga, não consigo alcançar o BataMorpher,
senão eu já ativava o botão de emergência. Só espero que os outros me encontrem.”
Enquanto isso, os outros Batarangers estavam no fundo do mar
procurando por Cris. Jefferson fez o scanner de raios-x e disse:
“Cara, procurar Cris nessa imensidão é como procurar agulha
no palheiro. Fiz a checagem de raios-x e nada.”
Jéssica: “Pelo menos, aqui não tem tubarão.”
Mateus: “É, mas não tem nada além de água e mais água. Não
dá para...”
Ele parou de repente.
Aline: “O que foi, Mateus?”
Mateus: “Nada, achei que tinha visto uma mulher.”
Jefferson: “Eu, hein? Fica vendo mulher até debaixo
d’água...”
Ele também parou.
Jefferson: “Pessoal, acho que também estou ficando doido,
porque também vi uma mulher!”
Jéssica: “Onde, mano? Não estou vendo nada.”
Aline: “Nem eu.”
Jefferson: “Que estranho. Por que só Mateus e eu vimos e
vocês não?”
De repente, Aline teve uma lembrança:
Cris: “Olha aquela moça se afogando.”
Aline: “Cris, não tem ninguém se afogando. Pelo menos, eu
não estou vendo ninguém no mar nessa parte da praia.”
Cris: “Aline... sere... sere...”
Aline: “Não...pode...ser...”
Jéssica: “O que foi, Aline?”
Aline: “Eu estou com uma ideia maluca aqui. Doutora, o que a
senhora sabe sobre HMs sereias?”
Os outros: “Sereias?”
Angélica: “Sereias?”
Aline: “Sim, era o que Cris queria me dizer, antes de afogar-se.
Pelo o que eu me lembro das histórias que li no orfanato, tinha a lenda da
Iara, a Mãe D’Água, que atraía os homens para o fundo do rio.”
Jefferson: “Aline, nós também lemos essa lenda. É uma lenda
amazônica e se você não sabe, estamos no Rio de Janeiro.”
Aline: “Eu sei, mas deve ter alguma HM tipo a Iara, sei lá.
É só um palpite.”
Angélica: “Aline, talvez seu palpite esteja certo. Meus assistentes
fizeram uma rápida pesquisa e eles descobriram que existe um tipo de HM chamado
sereianos. Eles são muito raros, mas a maioria é do sexo feminino. As sereianas
têm a habilidade igual à lenda da Iara, que é atrair os homens para o fundo do
mar e elas só podem ser vista por homens.”
Aline: “Ah, isso explica porque a salva-vidas nunca via ninguém
se afogando, mas via homens desaparecendo. A tal HM sereiana deve ter fingindo
que era alguém se afogando e como só os homens a viam, eles iam ajudá-la e ela os
levava para o fundo do mar.”
Jéssica: “Que horror. E como todo homem é trouxa...”
Jefferson e Mateus: “Ei!”
Jéssica: “Desculpa, meninos, mas vocês não podem ver uma
mulher em perigo, principalmente se for bonita, que já querem logo salvar e
perdem a razão.”
Aline: “Pessoal, depois a gente discute isso. Temos que
encontrar o Cris. Meninos, em que direção vocês viram a tal mulher?”
Os dois apontaram a direção.
Aline: “Ótimo. Vamos logo, antes que nosso oxigênio acabe.”
Iara Serena se aproximava da câmara de Cris, para tirar o
oxigênio dele. Ele não podia se comunicar com a BataBase e nem podia tocar em
nada, por estar com as mãos amarradas. Parecia que a sorte que ele teve na
prisão de Skruk o tinha abandonado. Iria morrer por falta de ar, tudo porque
resolveu salvar uma mulher bonita e deixou a garota que ele gosta de lado.
De repente, Iara parou e viu que tinha alguns visitantes
“indesejáveis”. Eram os Batarangers.
Cris: “Pessoal, aqui!”
Aline sacou a faca de combate e o desamarrou.
Cris: “Ufa, anda bem que chegaram!”
De repente, Aline deu um tapa no rosto de Cris.
Cris: “Ei! Por quê?”
Aline: “Isso é por ser teimoso e não me ouvir. Rápido, ative
a BataFarda em modo mergulho, para não ficar sem oxigênio.”
Cris: “Tá certo. BataFarda, ativar!”
Cris ativou a BataFarda e disse para Iara Serena:
“Iara Serena, está presa pelo crime de sequestro, de acordo
com artigo 89 do Código Penal Municipal. Pena: três a quatro anos de reclusão.”
Iara Serena: “Uau, o bonitinho é policial? Então, toma
essa!”
E ela soltou uma descarga elétrica em Cris.
Batarangers: “Cris!”
Iara Serena: “O que foi? Estão em choque? Hahaha!”
Mateus: “Essa é a famosa ‘bonitinha, mas ordinária’!”
Jéssica: “Doutora, não tem nada que possa nos ajudar aqui
debaixo d’água?”
Angélica: “Bem, ter eu até tenho. São os BATAARPÕES. Vocês
ativam se apertarem...”
Batarangers: “...a fivela dos cintos!”
Angélica: “Isso mesmo. São os meus garotos!”
Os Batarangers apertaram a fivela dos cintos e surgiram os
BataArpões, que tinha forma de balestras. Eles atiram contra Iara Serena, que ficou
presa em uma rocha. Cris a algemou.
Cris: “Conseguimos! Agora, temos que dar um jeito de levar
esse povo todo para a superfície.”
Iara Serena: “Humpf... Eu dou esse jeito.”
Seus olhos brilharam e todos eles estavam na superfície,
como em um passe de mágica.
BataBase – Sala do comandante
Cmte. Lopes: “Muito bem, Batarangers. Mais uma missão
cumprida. Confesso que essa foi estranha até para mim, que já viu de tudo nesta
vida. Tivemos até que improvisar um tanque d’água para a sereiana ficar detida.
Além disso, os desaparecidos voltaram para as suas famílias, sãos e salvos.”
Cris: “Que bom, comandante. Peço desculpas pelo meu
descuido. Prometo nunca mais ocorrer.”
Cmte. Lopes: “Tudo bem, Ribeiro. Acontece. Seu senso de
justiça falou mais alto e você foi resgatar uma pessoa em perigo. Não tinha
como saber que era uma HM.”
Jéssica: “Olha, eu não diria que foi só senso de
justiça...Hihihi!”
Jefferson: “Mana!”
Jéssica: “Desculpe, não resisti.”
Cmte. Lopes: “Bem, o importante é que mais uma missão foi
cumprida. Dispensados!”
Os cinco prestaram continência e deixaram a sala.
Aline: “Hã, Cris... Precisamos conversar. Vamos lá para o
telhado.”
Jéssica: “Huuuuummm... Que conversinha é essa?”
Aline: “Não é nada de mais, seus maldosos. Vamos, Cris.”
Telhado da BataBase
Cris e Aline subiram até o telhado da base, onde só estavam
eles e os pombos. O Sol começava a se pôr.
Cris: “E então?”
Aline: “Cris, eu queria te pedir desculpas pelo tapa.
Eu...eu... estava nervosa com tudo aquilo. Estava lutando contra uma inimiga
invisível para mim. E você tinha me largado daquele jeito...”
Cris: “Eu vacilei, tá? Eu... quando vi a Iara, eu realmente
acreditei que era uma pessoa em perigo e me encantei um pouco com a beleza dela.
Desculpe por ter te largado.”
Aline: “Tudo bem. Jéssica tem razão. Vocês, homens, não
podem ver uma mulher bonita, que logo perdem a razão.”
Cris: “Concordo. Quando fomos atrás do Drago e você sumiu
naquela explosão, eu achei que tinha perdido você e cheguei até a largar os
Batarangers. Realmente, homens fazem loucuras por mulher bonita...”
Aline: “Espera, eu ouvi o que ouvi? Você... me acha...
bonita?”
Cris: “Sim, eu acho. Sempre achei. Principalmente, quando
sorrir.”
Cris ficou em uma posição como se esperasse uma pancada, mas
Aline apenas disse, sorrindo:
“Obrigada. Sabe, ninguém disse isso para mim antes. Quero
dizer, nenhum homem disse isso para mim.”
Cris: “Sério? Então, por que me socou naquele dia?”
Aline: “Ah, eu não sei. É que... é que... não sei dizer... porque
fiz aquilo... Me desculpa.”
Ela falava mexendo nervosamente no cabelo.
Cris: “Está desculpada. Sabe, era isso que eu queria te
dizer mais cedo: que te acho bonita.”
Aline: “Sério? Você fez todo um mistério, só para dizer que
eu sou bonita?”
Cris: “Não sei, é que você tem mania em bater nos outros...”
Aline: “Ah, garoto, para de ter medo de mim. Pode me elogiar
sem medo. Como disse, não sei porque eu te bati naquele dia.”
Cris: “Ah, que bom. Obrigado.”
Aline: “De nada”.
Eles ficaram olhando um para outro em silêncio, por um
instante.
De repente, eles ouviram um barulho. Percebendo o que era, Aline
falou com tom elevado:
“Apareçam, seus fofoqueiros!”
Jefferson, Mateus e Jéssica saíram de onde estavam
escondidos. Os três sorriram sem graça.
Cris: “Bonito, hein? Os três só na fofoca...”
Jéssica: “Que foi? Nós estávamos curiosos em saber do que
estavam conversando.”
Jefferson: “Nós quem, cara-pálida? Você arrastou a gente
para cá, mana. Você não quer perder uma fofoca, hein?”
Aline: “Deixa disso, pessoal. Vamos descer, porque daqui a
pouco tem treino.”
Eles desceram do telhado.
Dormitório feminino
À noite, antes de dormir, Jéssica disse à Aline:
“Amiga, eu ouvi tudo o que vocês conversaram. Por que não
disse logo que gostava dele? Perdeu um gol sem goleiro.”
Aline: “Não sei, Jéssica. É que fiquei nervosa. Na verdade,
eu estava meio nervosa e meio com raiva de toda a situação.”
Jéssica: “Só acho que vocês têm que parar de enrolação e se
assumirem logo. Nossa profissão é de risco e não sabemos o dia de amanhã.”
Aline: “Eu não sei... Isso é muito novo para mim, sabe?”
Jéssica: “Entendo, mas vocês têm que parar de enrolar. Podem
contar com nosso apoio.”
Aline: “Tá certo. Boa noite, Jéssica.”
Jéssica: “Boa noite.”
E elas foram dormir.
No próximo capítulo:
Os Batarangers precisam parar um trem desgovernado e vão contar com a ajuda de um aliado inesperado.
6 Comentários
A missão com Iara Serena, a sereia assassina, foi bem narrada mas, o foco do capítulo foi a relação entre Cris e Aline ,cada vez mais explícita, com os cupidos tentando uni-los.
ResponderExcluirNo entanto ,os dois se gostam mas, não se assumem.
Tá virando novela mexicana kkkkk.
Me lembro de minha primeira fica, disponível ebook aqui na Mindstorm ( O Desafio de Reiha e Jiraiya.O casamento ninja).
Era um ata e não desata entre Touha e Reiha,parecido com o que você faz aqui, muito bem.
Brincadeiras a parte, Batarangers tá muito bacana.
Parabéns !
Cris e Aline são os líderes da equipe, cada um com seu estilo. Em campo, ele é mais estratégico, enquanto ela é mais impulsiva. Contudo, ambos são inseguros em expor seus sentimentos um para o outro.
ExcluirVejo que só você comentou em todos os capítulos e isso mostra que você gosta mesmo da história. Muito obrigado, de verdade.
Curti o episódio, a ideia de uma sereia que só pode ser vista por homens foi interessante, além de dar um toque diferente pro inimigo, ainda expõe a fraqueza dos homens diante de uma mulher bonita e a capacidade de fazerem "m" pra poder se aparecer na frente do sexo oposto kkkk! Mas o que mais curti foi a forma de desenrolar o romance entre Cris e Aline, eu acho que tu tá conduzindo isso muito bem, de um a forma leve e controlada, os dois estão se aproximando e aos poucos, quebrando barreiras e dificuldades para se curtirem! Vou esperar ansioso pelos próximos acontecimentos entre os dois e ver como essa dupla termina a saga! Parabéns pelo trabalho cara, vamo que vamo! \0/
ResponderExcluirObrigado pelo feedback e por ter gostado.
ExcluirOutro excelente episódio.
ResponderExcluirNeste episódio ficou explícita a relação entre Cris e Aline. Só não assumem mesmo.
Vamos que vamos.
Essa foi a intenção, hehehe. Abraço.
Excluir