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KAMEN RIDER 学園の HEROES - Capítulo 1

 Nota: As palavras e frases em negrito contém links.


   Era uma noite fria e silenciosa de domingo no Município de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina. Nas instalações de um renomado colégio da região, era possível ouvir alguns sons e vultos passando pelas janelas e superfícies reflexivas do estabelecimento.

    De repente, a figura de um vigia atrapalhado era vista perambulando pelo pátio da entrada do colégio com sua lanterna na mão direita. O vigia, de corpo ligeiramente esbelto, trajava um uniforme azul escuro que se assemelhava ao de um policial japonês, também usava um par de óculos e possuía um cabelo preto alisado para trás com gel. Ele estava fazendo sua habitual ronda quando do nada escutou barulhos vindos do pátio frontal, porém mesmo assustado ele foi até o local – era seu trabalho, afinal.

   Sem que o vigia percebesse, uma criatura humanoide que se assemelhava a uma salamandra e que tinha consigo uma enorme shuriken nas costas emergia de uma janela próxima como se estivesse atravessando um portal. O monstro vinha na direção do vigia em passos lentos, até que o homem se virou e, quando a luz de sua lanterna se encontrou com o rosto da criatura, tomou um enorme susto. No entanto, o monstro recuou um pouco ao receber aquela luz em seus olhos, dando a oportunidade para o vigia sair correndo em gritos de desespero que puderam ser escutados por toda a vizinhança.

   Ao recobrar sua visão, o monstro se deparou com um estranho misterioso de armadura. Não era possível ver muito daquele que estava diante do monstro, pois o mesmo se mantinha um pouco afastado das luzes dos postes, mas era possível notar que o mesmo usava uma armadura alaranjada e também um cinto estranho com um símbolo de caranguejo na frente.

   Quando o monstro pensou em atacar o homem de armadura ele foi surpreendido com o ataque de outro monstro, maior e mais pesado, e que possuía o mesmo padrão de cores do estranho de armadura e um par de pinças colossais no lugar das mãos. O vigia havia corrido para dentro da escola, onde soou o alarme enquanto testemunhava pela janela os dois monstros se digladiando diante da figura alaranjada.

   O monstro laranja, que parecia estar ao lado da outra figura mais humana, agredia incansavelmente o monstro salamandra com suas pinças enormes lhe arrancando tiras de sangue por todo o seu corpo. O misterioso de armadura então retirou uma carta de seu cinto e a inseriu em uma manopla com forma de garra no seu braço esquerdo.

 

FINAL VENT

 

  O monstro alaranjado então saltou para trás de seu parceiro e o lançou para o alto com suas garras, o fazendo girar no ar até tomar a forma de uma bola que colidiu com o monstro salamandra, o destruindo no processo. Ao término da batalha, o monstro de pinças e seu parceiro deixam o local que logo é tomado pelo som de sirenes.

 

...

 

   A manhã de segunda-feira se iniciava como qualquer outra, com os adultos de mau humor por terem de voltar a sua rotina diária de trabalho, diferente das crianças que se encontravam serelepes e cheias de energia como sempre, felizes porque iriam rever seus amigos e colegas. Já os adolescentes, bem, estes estavam indiferentes como sempre, exalando hormônios e sentimentos aflorados.

   Na Smart Brain High School isso não era diferente, sendo que este era o local que possuía a maior concentração de jovens do município. Tendo apenas o Ensino Médio, a Smart Brain High School era o colégio com as vagas mais disputadas da região, devido sua grade curricular, a presença de clubes de atividades extracurriculares e um corpo docente de elite, escolhido a dedo pelo dono da instituição, que é um renomado cientista do Estado. Mesmo com as histórias que rondavam o colégio, sobre o avistamento de monstros e um herói mascarado que os combatia, todos queriam uma vaga nesta renomada instituição.

- Menina, tu ficou sabendo? – Perguntou Adriana, uma das funcionárias da escola, para sua colega enquanto varria o pátio. – O vigia do domingo também disse que viu um monstro e de novo aquele tal do vigilante mascarado.

- É verdade, é? – Natália, que retirava o saco de lixo de dentro da lixeira, arregalou os olhos na hora. – Olha, menina, essa escola deve tá amaldiçoada! Deus que me perdoe, mas isso deve ser obra do “inimigo”!

- Pelo visto o vigia foi afastado, sabe. – Continuou Adriana. – Disseram que o coitado vai pegar psiquiatra e tudo.

- Gente, que judiação. Mas Deus é bom e vai dar uma cura pra esse homem, Adri.

   Na entrada do colégio, um rapaz de mais ou menos 1,72 de altura, que usava óculos de grau com armação preta e vestia o uniforme masculino da Smart Brain High School, entrava na instituição com um caminhar ligeiramente rápido, com apenas a alça direita de sua mochila estando sobre seu ombro. Apesar de seu aspecto tímido e reservado, o jovem passava cumprimentando todos que o conheciam, desde alunos até funcionários, como a dupla de zeladores Leonardo e Marcos (mais conhecido como "Marcão").

- E aí, pessoas? Tudo bom? – Cumprimentou o rapaz ao avistar seu grupo de amigos.

- Alex, o leão! – Brincou Rubens, um rapaz ligeiramente robusto, com seu amigo míope.

- E aí, mano? – Alex riu com a brincadeira do amigo enquanto apertava a mão do mesmo, o abraçando de lado logo em seguida.

   Alex então cumprimentou os demais amigos. Henrique, um rapaz bem alto, magro, de queixo grande e cabelo curto veio com um abraço em seu amigo. Já Rodrigo, um cara alto do Terceiro Ano e com uma barba digna de um sheik árabe, apenas lhe respondeu com um "bom dia". Havia também uma garota no grupo, Bruna, mas por algum motivo ela parecia deixar Alex desconfortável, de modo que os dois apenas se cumprimentaram de longe.

- E a Mari? – Perguntou Alex para Rodrigo.

- Minha irmã deve estar com o Pedro. Vocês três nunca se desgrudam, não é verdade?

- Tem razão. – Alex sorri de maneira tímida para Rodrigo devido ao comentário do mesmo. – Então tá, eu vou indo nessa. Nos vemos na aula, galerinha. Quer dizer, menos tu, né Rodrigo? Você a gente só vai ver no intervalo.

- É... Rodrigão já tá se formando. Pra nós ainda resta mais um ano. – Lamentou Rubens.

- Felizmente, ano que vem não estarei mais aqui. – Disse Rodrigo se gabando, enquanto os demais apenas reviraram os olhos.

- Então tá, pessoal. Tô indo nessa.

   Após se afastar do quarteto de amigos, Alex houve alguém chamar por seu nome. Ele se virou e viu que se tratava de seu melhor amigo Pedro.

- E aí, negão? Como tais? – Cumprimentou Pedro, um rapaz da mesma altura de Alex e que também usava óculos de grau e que possuía uma barba baixa e fechada.

- Daquele jeito. – Responde Alex. – E a Mari? Cadê?

- Ela tá logo ali, ó.

   Pedro então apontou na direção de sua amiga. A mesma se encontrava sentada em um dos bancos do pátio, mexendo em seu smartphone enquanto ouvia música com seu headphone. Mariana, ou Mari como era chamada, também usava óculos e estava com uma touca de lã cinza na cabeça. Os dois rapazes se aproximaram e se sentaram um de cada lado da amiga, com Alex na esquerda e Pedro na direita. Ao notar seus amigos, Mari retirou o fone e o deixou repousando sobre seu pescoço.

- Oi. – Disse Mari para Alex quando se virou para o mesmo.

- E aí, “maninha”?

- Não sou sua irmã.

- Mas é como se fosse. – Alex então sorri para Mari.

- Tá bem. – Mari também sorri de volta.

- E eu? Tu não vai me cumprimentar não? – Reclamou Pedro para Mari.

- Pedro, a gente já tinha se visto hoje. Praticamente entramos juntos hoje cedo.

   Alex então começou a rir com a situação. Alex adorava estar naquele lugar, pois era onde ele se sentia verdadeiramente feliz. Para Alex, sua verdadeira família eram seus amigos.

   Após a breve reunião o sinal tocou, então Alex e seus amigos pegaram suas coisas e se dirigiram para a sala de aula. No momento em que passaram por dentro do corredor, Alex sentiu um calafrio no pescoço. Ele parou e encarou a estante de troféus por um instante, a mesma era protegida com portas de vidro transparente. “Tem alguma coisa no meu reflexo”, ele pensou. Mas Alex logo tem sua atenção tomada por Mari que o chama para irem logo para a aula. Após Alex deixar o corredor, a figura de um dragão negro pôde ser vista passando pelo reflexo do vidro, indo na direção do rapaz.

 

...

 

   Pedro e Mari chegam na sala de aula, com Alex vindo logo atrás. No instante em que ia atravessar a porta, uma garota de cabelo tingido de vermelho e com algumas tatuagens nos braços e nas pernas passou por Alex. A garota então parou por um momento e se virou para Alex.

- Alex, é você?

- Jhulie?!

- Faz tempo que não te vejo. Como você tá?

- Ah... O mesmo de sempre. – Alex então sorriu de maneira envergonhada para Jhulie.

   Os dois então saíram da porta e entraram de vez na sala de aula, onde continuaram conversando.

- Você tem andado muito sumida, Jhulie. Espero que esteja tudo certo com... Err...

- Não se preocupa! – Respondeu a garota ruiva para seu amigo. – Tá tudo certo agora, eu até consegui parar de fumar, já vai fazer dois meses.

- Que bom! Isso é ótimo, Jhulie. Fico muito feliz e orgulhoso também. E a sua mãe?

- Eu não tô mais morando com ela. – Jhulie havia mudado para uma expressão mais contida e cabisbaixa naquela hora, mas então tornou a erguer a cabeça novamente com um pequeno sorriso. – Eu e minha mãe... Não estava dando certo, sabe? A gente brigava o tempo todo, mas eu ainda amo ela, apesar de tudo.

- Sei como é.

- Mas a gente tem se dado bem desde que eu saí de casa. Felizmente tudo se acertou depois disso. E eu prometi que eu me endireitar, não vou mais faltar nas aulas, e quem sabe até entre para algum clube.

- Isso é bom. Saiba que pode sempre contar comigo. – Ao término da frase, Alex ergueu seu polegar direito junto de um enorme sorriso para Jhulie.

- Valeu, Alex. É muito bom saber que posso contar com os meus amigos.

   O professor então entrou na sala e todos foram para seus lugares.

- Quem é essa garota com quem tu tava falando? – Perguntou Mari para Alex quando o mesmo se sentou na carteira atrás dela.

- A Jhulie? Digamos que uma amiga de infância.

 

...

 

   Widny, um aluno do Terceiro Ano, era sem dúvidas um dos rostos mais famosos da escola, seja pelo seu carisma, seu corpo atlético ou seu talento no futebol, todos na escola o respeitavam e o admiravam muito. Inclusive, muitos rumores sobre ele ser o mascarado de armadura rondavam pelo colégio.

   Em meio à aula, Widny solicitou ao seu professor que o liberasse para ir beber água. Ao chegar no bebedouro, Widny pressionou o botão e então se inclinou para beber a água que tanto ansiava.

- Olha, se não é o senhor Widny!

   Widny então se ergueu novamente e olhou para trás para ver quem era, ele o reconheceu imediatamente.

- Tony? Por que não tá na aula, cara?

- Ah, eu já tô de saco cheio disso tudo. Nesse último ano eu só quero aproveitar.

- Ficou maluco?! Se você cabular as aulas desse jeito vai ser expulso do time!

- Bem que você gostaria, não é mesmo? – Retrucou Tony. – Você quase sempre me deixava na reserva e sempre que eu entrava em campo você sempre dava um jeito de criar uma estratégia onde roubava a cena, pra no fim sair como o herói. Eu já me cansei disso tudo! Cansei das aulas, cansei do futebol e cansei de você, senhor perfeitinho.

- E vai fazer o quê agora? Jogar tudo pra fora? Viver às custas do dinheiro do seu pai?

- O pão duro do meu pai já não me dá mais nada. O velho ficou caduco e disse que eu tenho que arrumar um emprego se eu quiser ter dinheiro à partir de agora. Acredita num absurdo desses?

- Bem, infelizmente é assim que as coisas funcionam, amigo. Você podia, sei lá, fritar hambúrgueres. – Zombou Widny.

- Não preciso fritar hambúrgueres pra conseguir grana e nem preciso mais jogar futebol pra me satisfazer. Acontece que eu achei algo muito mais empolgante pra fazer do que jogar bola, algo que... – Tony retirou do bolso esquerdo de sua calça um objeto retangular com um símbolo de caranguejo. -... Também vai me render uma boa grana no final.

   Tony então sorri de forma convencida para Widny e sai andando deixando seu antigo colega de equipe com uma expressão de desgosto enquanto balançava a cabeça em desaprovação para com a atitude de Tony.

 

...

 

   Antes que o sinal tocasse e os alunos estivessem por todos os cantos do colégio, as funcionárias Adriana, Natália e Juliana davam tudo de si para tentar limpar o local. Os zeladores Leonardo e Marcão também faziam sua parte, coletando o lixo jogado e limpando os troféus que a escola recebera de campeonatos esportivos interescolares.

- Gente, cheguei! – Disse Daiany, uma mulher baixinha que chegava fora do horário.

- Guria, onde você tava? E se a diretora te pega chegando essa hora? – Alertou Juliana.

- Ai, gente, é que minha filha acordou numa febre que vocês não têm noção. Eu fui obrigada a leva-la até um postinho de saúde, eu não podia ter saído desse jeito.

- Vida de mãe solteira não é fácil. Eu sei como é, amiga. – Consolou Adriana.

- Graças a Deus que a Simone me dá uma acobertada. Eu não sei o que eu ia fazer sem aquela abençoada. – Agradeceu Daiany.

- Ela ter se tornado secretária da diretoria foi a melhor coisa. – Comemorou Juliana, dando uma baita gargalhada na sequência.

- Verdade, meninas, mas pelo amor de Deus vamos terminar logo esse serviço que daqui a pouco o sinal toca e o rebanho todo vem e se alastra no colégio. – Brincou Natália.

- É verdade, Nati! Bora terminar isso, povo! – Disse Daiany ficando toda agitada.

   Então, o quarteto das “tias da limpeza” da Smart Brain High School se pôs a trabalhar como se estivessem em modo “full throtle”.

 

...

 

   Já era 10 horas da manhã, horário em que muitos alunos iam até o refeitório para um pequeno lanche antes do segundo bloco de aulas matutinas. Alex, que estava sentado em uma mesa junto com Mari, Pedro e Rodrigo, decide se levantar para ir pegar mais um copo de café. Ao chegar em frente à máquina de café, Alex começou à ouvir um zumbido estranho que ecoava na sua cabeça, lhe causando um certo desconforto. Não suportando mais aquele som, Alex derrubou o copo descartável no chão e saiu correndo do refeitório sem que ninguém percebesse.

   Uma das alunas decidiu que não iria usar o tempo do intervalo para comer.  Brenda era aluna do Terceiro Ano e membro do jornal da escola, ela estava investigando os desaparecimentos misteriosos de alguns alunos e funcionários da escola que vinham acontecendo recentemente e se isso teria alguma relação ou não com as histórias de monstros que andavam circulando, embora a mesma não acreditasse nessas histórias, achando ser apenas algum tipo de delírio coletivo.

   Brenda estava em um corredor que dava para uma sala estranha e que parecia estar abandonada por algum tempo. A garota parou diante da porta da tal sala, pois estava um pouco hesitante quanto a entrar na mesma.

- Brenda, o que você tá fazendo aqui?

   Ao se virar para a esquerda, Brenda viu que se tratava do zelador Leonardo, um homem de cabelo e barba escura que tinha um corpo bastante grande.

- Leonardo, você sabe que sala é essa?

- Essa sala era usada pelo clube de estudos sobrenaturais, mas como ninguém mais entrou pra esse clube a sala acabou ficando aí, jogada às traças.

- Clube de estudos sobrenaturais? Sério isso? Enfim, eu acho que vou dar uma olhada. Estão dizendo que um dos últimos desaparecimentos foi aqui.

- Então boa sorte, porque eu vou-me embora daqui. – Disse Leonardo, todo medroso, ao sair.

   Brenda decide finalmente entrar na sala do clube de estudos sobrenaturais. A jovem se depara com uma sala toda empoeirada, e que por algum motivo estava com todas as superfícies reflexivas como móveis, janelas e espelhos cobertos com lençóis, papelão ou jornais.

   Brenda então caminha na direção de um espelho que estava coberto com um lençol e então o descobre. A garota fica olhando fixamente para o espelho, até que ouve o barulho de alguém vindo. Brenda vai caminhando lentamente até a porta, até que de repente alguém entra.

- É você?

- Brenda?

   Quem havia entrado era Alex, o jovem teria vindo do refeitório até àquela sala, pois estava tentando descobrir de onde vinham os zumbidos em sua cabeça e os mesmos acabaram levando o rapaz até ali.

- Mas que sala é essa? – Questionou o rapaz enquanto olhava ao seu redor, vendo aquele lugar quase sem luz, devido ao fato de que as janelas estavam cobertas.

- Aqui é a sala do clube de estudos sobrenaturais. – Respondeu Brenda.

- O que?

- Estou aqui investigando para o jornal da escola. E o que você faz aqui, Alex? – Perguntou levemente desconfiada.

- Sei lá... É esquisito, mas... Parece que algo me atraiu pra cá.

   Brenda achou aquele comentário estranho. Como assim Alex foi atraído para aquele local?

- Hm... Você fica aqui, Alex. Enquanto isso vou dar uma olhada ali no cômodo de trás.

   Enquanto Brenda foi verificar o outro canto da sala, Alex começou a observar a parte da sala na qual estava. Ele sentia um certo calafrio naquele lugar, como se não estivesse à sós. O rapaz então andou até o espelho que Brenda havia descoberto instantes antes dele aparecer.

- Por que alguém faria tudo isso? – Perguntou o rapaz para si mesmo.

   Alex então se virou de costas para o espelho e no momento que deu um passo para frente ele sentiu ter chutado alguma coisa. O rapaz então se agachou e pegou o objeto que havia chutado. Era um objeto preto de formato retangular, dentro dele havia algumas cartas como se pertencessem a algum tipo de jogo. Alex puxou uma das cartas, ela possuía a imagem de um portal e encima estava escrito “SEAL”.

   Depois de encarar a carta, Alex notou uma janela coberta com jornais que estavam colados na mesma com fita adesiva. O rapaz decidiu remover os jornais da janela, a fim de clarear o lugar. Quando olhou para o lado de fora após ter removido parcialmente as páginas de jornal com as fitas, Alex percebeu o que parecia ser a figura de um dragão negro voando no reflexo de uma janela da sala da diretoria que dava de frente para aquela janela em que estava. Assustado com o que acabara de ver, Alex tratou de remover o restante das páginas de jornal que ainda restavam para ter certeza se o que viu era real ou apenas imaginação.

   Enquanto isso, Brenda analisava o outro canto da sala. A jovem jornalista do colégio se deparou com uma estante de livros e ao lado tinha um espelho na parede, mas este se encontrava com o vidro em pedaços, restando apenas alguns estilhaços na moldura. De repente, Brenda se virou e teve sua atenção tomada por um caderno de anotações esfarrapado encima de uma mesinha. Naquele instante, um par de olhos verdes apareceu em um dos estilhaços de vidro que ainda restava preso na moldura do espelho.

   Alex finalmente tinha removido totalmente as páginas de jornal da janela. O jovem tratou de abrir rapidamente a janela e ao olhar para fora, na direção da diretoria, notou que o vidro das janelas de lá começaram a ondular. Alex permaneceu encarando, era como se algo estivesse querendo sair de lá de dentro. Eis que um enorme dragão negro saiu rosnando de dentro das janelas da Direção e voou para onde Alex estava. Em um movimento inconsciente, Alex cruzou seus braços na frente de si como forma de proteção, deixando a carta que havia puxado exposta. No momento em que o dragão avançou em Alex para ataca-lo, uma espécie de escudo se projetou entre o adolescente e a fera, expulsando assim o dragão, porém, Alex foi atirado para trás devido ao impacto entre ambos e a janela acabou toda estilhaçada. Ao se levantar, Alex percebeu que o dragão havia sumido, mas sua atenção logo é desviada pelos gritos de Brenda.

   Brenda havia sido pega por algo que não parecia humano, no entanto ela tinha sido atacada pelas costas, de modo que não sabia quem ou o quê a teria pego. Alex chegou bem no momento em que a tal criatura havia pulado para fora de uma janela próxima, segundos antes de ter desmaiado Brenda com um golpe na boca do estômago da jovem.

   Após o ocorrido, Alex saiu na porta da sala do clube de estudos sobrenaturais e começou a gritar por ajuda. Leonardo, que ainda estava próximo do local, ouviu os gritos do jovem e tratou de ir averiguar rapidamente o que estava acontecendo.

   Alex levou o zelador até Brenda, esta que se encontrava desacordada e com luxações leves.

- Mas o que aconteceu?! – Perguntou Leonardo ao pegar a jovem em seus braços.

- É que... De repente apareceu aquele monstro estranho...! – Alex tentava explicar, mas estava ansioso demais, não conseguia organizar os pensamentos direito. – Digo... – O rapaz se auto interrompeu.

   Alex então sai correndo, deixando Leonardo confuso com Brenda nos braços.

- Mas...! – Leonardo tentou chamar Alex de volta, mas já era tarde.

 

...

 

   Alex correu até o lado de fora e então parou ao se lembrar do deck de cartas que havia colocado no bolso esquerdo de seu casaco.

- É mesmo! – Alex retira o deck de seu bolso. – Isso...

   Naquele momento, os zumbidos que havia escutado anteriormente voltam para a cabeça de Alex, desta vez estavam muito mais fortes, fazendo o rapaz levar as mãos até sua cabeça. Porém, apesar de estarem mais fortes, os zumbidos duraram por apenas um breve instante e logo pararam.

- Eu sabia... Tem mesmo algo de anormal acontecendo nessa escola.

 

...

 

   No estacionamento da escola, Tony circulava como se estivesse procurando por algo, até que o rapaz para por um momento e observa o reflexo de um dos carros.

- Está aqui. – Disse retirando seu deck com símbolo de caranguejo.

   De repente, Tony tem sua atenção tomada por Alex, que havia aparecido no local e olhava os carros como se também procurasse por algo. Alex leva suas mãos à cabeça, ele escutava os zumbidos novamente, mas já estava ficando acostumado com aquilo.

- Mas o que é isso? É como se eu pudesse sentir algo aqui também. – Disse Alex para si mesmo.

   Alex olhou nos carros ao seu redor e notou que a figura de alguma criatura com pernas enormes surgia nos reflexos dos carros à sua volta. Tony observava o garoto de longe, estava curioso. O veterano do Terceiro Ano logo fitou seu olhar no deck que Alex tinha em sua mão direita.

- Não poder ser... Pode? – Se questiona Tony.

   Uma luz forte começa a ser emitida pelo deck de Alex e o rapaz acaba sendo puxado para dentro do reflexo no capô do carro ao lado, deixando Tony surpreendido com o ocorrido.

   Alex então se vê caindo através de um corredor de espelhos, e de repente uma estranha armadura se materializa sobre o corpo do garoto e o mesmo logo é transportado para uma versão espelhada do estacionamento da Smart Brain High School, com as direções e letreiros ao contrário. Alex estava totalmente confuso com o que estava acontecendo, não conseguia mais discernir se o que via era mesmo real ou não. Mas Alex surta de vez quando se depara com uma aranha metálica gigante vindo em sua direção.

- Tá me zoando? Mas que diabo é isso?! – Morrendo de medo, Alex não pensou em outra coisa senão correr.

 

...

 

   Tony correu para frente de um carro, sacou seu deck e apontou o objeto para o reflexo no capô do veículo. Ao fazer isso, um tipo de cinto foi projetado em sua cintura a partir de seu reflexo.

- Henshin!

   Tony encaixa seu deck no cinto, uma armadura se materializa como duas cópias transparentes em ambos os lados e então se juntam sobre ele, transformando Tony.

   Após ter se transformado, Tony atravessou a janela do carro, indo parar em um corredor de espelhos. Lá, uma estranha moto o esperava. Tony tratou de subir na tal moto e acelerou até o fim do corredor.

   Enquanto isso, Alex se encontrava tentando fugir da aranha gigante. O monstro aracnídeo salta na parede ao lado de Alex, correndo por ela, em seguida pula bem na frente do garoto e o arremessa com uma de suas patas contra a parede.

   No momento em que a aranha iria para cima de Alex, Tony surge com sua moto e atropela o monstro o derrubando. Tony então freia a moto e para com um drift.

- Mas o quê que é isso?! – Se espantou Alex com a aparição do motoqueiro de armadura enquanto tentava se levantar.  

- Eu tô surpreso. – Dizia Tony se colocando na frente de Alex que já se encontrava de pé. – Tô vendo que ainda não fez contrato com nenhum monstro.

   O comentário do motoqueiro de armadura havia deixado Alex mais confuso do que já estava. “Como assim? Que contrato?”, assim pensava Alex. Então, naquele momento, Tony puxou uma carta de seu deck e em seguida a inseriu em sua manopla com forma de garra em seu braço esquerdo.

 

STRIKE VENT

 

   Uma pinça enorme surge na mão direita de Tony, deixando Alex em um misto de curiosidade e confusão. Após o movimento, Tony correu até a aranha gigante e ambos iniciaram um combate.

   Tony partiu para cima do monstro com sua pinça, mas a aranha o bloqueia com uma de suas patas, Tony tenta um contra-ataque, fazendo sua pinça se chocar com outra pata. Apesar de tudo, Tony não parecia demonstrar tanta dificuldade, ele logo começou a levar a aranha para trás com seus ataques violentos com a pinça, fazendo com que a aranha não conseguisse fazer mais do que se defender com as patas enquanto ia recuando, não encontrando oportunidade para atacar o estranho de armadura.

   Enquanto observava a batalha, Alex começou a se perguntar se ele poderia fazer a mesma coisa. Então ele logo se lembrou de que também possuía cartas em seu deck. Alex puxa uma carta do seu deck e insere em um compartimento que ficava em seu braço esquerdo.

 

SWORD VENT

 

   Uma espada cai do céu e pousa bem na frente de Alex. O segundanista fica totalmente incrédulo com a situação, ele fica olhando em direção ao céu, se perguntando de onde teria vindo aquela espada.

   Ainda que estivesse um pouco relutante e inseguro, Alex se aproximou da espada e a retirou do chão, empunhando a mesma.

- Beleza... Eu não entendi ainda o que tá acontecendo, mas eu vou entrar nessa!

   Dito isso, Alex dispara na direção da aranha, passando reto por Tony que apenas se manteve observando. No momento em que tentou desferir um corte na aranha, a lâmina de sua espada quebra ao acertar uma das patas da criatura.

- QUEBROU!!! – Gritou Alex em desespero.

   A aranha então expulsa Alex de sua frente com uma das patas, fazendo o garoto voar na direção de Tony que o joga novamente contra a parede utilizando sua pinça.

- Não interfira! – Gritou Tony com Alex que se encontrava agonizando no chão.

   Tony então puxa mais uma carta e a insere na manopla.

 

ADVENT

 

   Naquele instante, Volcancer, o monstro de contrato de Tony, aparece e ataca a criatura aracnídea lhe arrancando as duas patas da frente com suas poderosas pinças.

   Tony torna a puxar outra carta, fazendo então o mesmo procedimento de inseri-la em sua manopla com forma de garra.

 

FINAL VENT

 

   Volcancer corre para trás de Tony e o lança para o auto com suas pinças, então seu parceiro gira no ar até tomar a forma de uma bola e se joga contra o monstro aranha que explode em pedaços com a força do impacto do ataque de Tony.

- Será que ele conseguiu? – Se pergunta Alex que apenas via as chamas da explosão em sua frente.

   De repente, é possível ver que Tony ainda estava intacto em meio às chamas. Quando o veterano caminhou para sair do local, Alex saiu correndo até ele para tirar alguma satisfação sobre tudo o que estava vivenciando naquele momento.

- Espera, espera, espera! – Implorava Alex ao outro que apenas seguia seu caminho enquanto o segundanista o acompanhava. – Você é igual a mim, não é? Tu também é humano, certo? Onde é que a gente tá?! E que armaduras são essas?!

   Tony então interrompeu seu passo:

- Deixa de brincadeira! – Grita Tony.

- Mas eu não tô brincando!

   Eis que Tony empurra Alex para frente e se joga para trás logo em seguida para desviar de uma bola de fogo que quase havia lhes acertado em cheio. Ao olharem para o céu os dois se deparam com o mesmo dragão negro que havia atacado Alex mais cedo.

- Então ele veio. – Disse Tony.

- É aquele dragão... – Alex havia reconhecido a criatura.

   Os dois então saem correndo desesperados, com o dragão disparando bolas de fogo incansavelmente contra a dupla, enquanto transformava o estacionamento em um mar de chamas.

 

つづく


10 Comentários

  1. Grande Alex!

    Seja bem-vindo ao blog Mindstormpro!

    Lugar de campeão é na seleção!

    Começaste muito bem com essa aventura inspirada no mundo de Kamen Rider Ryuuki ou Dragon Knigth ( na versão sabanizada).

    O cenário da escola, da sala de ciências sobrenaturais, do espelho místico, dos alunos, enfim...

    Do cenário criado!

    Nessa áurea de mistério iniciamos a leitura dessa nova história!


    Sucesso!

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    1. Cara, valeu! Muito obrigado mesmo. Pra mim é um privilégio que o autor de O Casamento Ninja esteja acompanhando a minha saga.

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    2. Agradeço a consideração.

      O casamento ninja é uma obra simples mas que significa muito pra mim.

      Foi ali que tudo começou!

      Fiquei feliz com a lembrança.

      Espero que se puder, você lei.

      Ela está disponível na Biblioteca Mindstorm como e-book, ou num posto que direciona para os capítulos.

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  2. Um começo interessante. A escola, pelo que entendi, fica no Brasil, mas tem uma estrutura de outros países, acho eu, com esse lance de clubes e tals, isso causa um pouco de estranheza, mas vejamos o que o futuro traz.

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    1. Cara, valeu pela sua leitura e comentário. Quanto à escola eu quis que ela seguisse esse modelo de fora pra poder usar como a justificava de ser famosa, sem contar que isso me dá abertura pra muitas narrativas e dinâmicas que posso tomar no futuro.

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  3. Seja bem vindo Alex, pelo que entendi essa é tua primeira postagem no MindStorm então, seja bem vindo ao grupo e espero que o Blog possa te ser muito útil! Lendo o primeiro episódio noto que resolvesse fazer uma versão de Kamen Rider Ryuuki no Brasil, seria isso? Os acontecimentos e a forma como tudo aconteceu parece bastante com o primeiro episódio da saga, mudando apenas que não temos o Ren/Knigth e sim o Scissors no lugar dele; ao passo que o Shinji/Alex vai herdar ainda assim o contrato com Dragreder... Achei interessante, como disse o Norberto, o estilo japonês dentro de uma escola brasileira fica parecendo meio que destoa, mas nada que atrapalhe a leitura com certeza! Vamos ver o que vem pela frente, parabéns pelo trabalho e pelo lançamento da saga! \0/

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    1. Primeiramente, quero agradecer por sua leitura e comentário. E valeu pelas boas-vindas, escolhi o MindStorm porque aqui, pelo que andei lendo das fics do pessoal, parece ser um lugar diferenciado, com espaço tanto para brincarmos com franquias já consolidadas quanto criarmos estórias originais. Sobre a minha fic, eu brinco que é como se fosse uma Malhação com Kamen Rider no meio. À princípio eu irei adaptar apenas Ryuki, mas conforme eu for avançando com a trama eu pretendo adaptar outras séries Riders, o nome da escola já é um indicativo disso hehe. Enfim, agradeço pelo espaço que me foi cedido aqui, espero não desanimar no meio e conseguir fechar essa saga, que eu espero que não fique tão longa quanto uma novela de verdade hehe.

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  4. Segue o post que direciona para os episódios.

    https://mindstormpro.blogspot.com/2021/08/o-desafio-de-reiha-e-jiraiya-o.html

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    1. Link da sessão Biblioteca Mindstorm

      E-book
      https://mindstormpro.blogspot.com/p/biblioteca-mindstorm.html


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  5. Campeão. Seja bem vindo!

    Peço desculpas pela demora em postar um comentário aqui.

    Hoje em dia, infelizmente, não consigo mais comentar todas as séries como eu fazia antes. Logo, eu escolho aquelas que mais me chamam a atenção e venho acompanhar.

    Rapaz! E eu amo a franquia RIDER. Basta ver que eu tenho uma fic curta de RX aqui no BLOG.

    Parabéns pela iniciativa e por se juntar ao blog!

    Gostei bastante da pegada do episódio. Tem muito cara mais velho aqui como eu e que talvez tenha dificuldade de se conectar com um mundo mais teen de hoje. A sua saga tem essa pegada de malhação como você bem disse ao Aldo acima.

    Sim, você usou um elemento que já vê muitos nos animes japoneses: a relação dentro da escola.

    Pareceu sim lembrar Ryuki, mas confesso que este é um Rider que não curti tanto. Creia: prefiro a versão americana CAVALEIRO DRAGÃO.

    Vamos ver se sua obra me assalta o coração!

    Parabéns novamente e seja muito bem vindo.

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