A ERRANTE - RELATOS DE UMA POSSESSÃO - INFESTAÇÃO DEMONÍACA - PARTE III

 

Fala galera!!!

 

E as coisas continuam a ficar cada vez mais sombrias na vida de Carla. Após os terríveis fatos da noite anterior, que ela ainda não faz ideia se ocorrem ou não, sua irmã desperta após meses de uma total ausência psíquica, assustadoramente atormenta.

 

A Errante é uma história especial do universo do herói Spectrum-EX, onde Carla relata com detalhes todos os eventos de sua possessão demoníaca.

Boa leitura!!!!

Nota: O presente capítulo não é indicado para menores de 18 anos!  O mesmo contém muitas  falas e cenas de cunho sexual ou baixo calão, pois compõem a personagem retratada dentro do contexto apresentado. Se por ventura se sentir constrangido ou não concorda com tal tipo de texto, não recomendamos a leitura.

Relato de Carla Rose Silva, 22 anos, sobre sua possessão demoníaca.

Registro da Ordem da Luz: cod. 20222506/case-spc/ex-001980

 

“INFESTAÇÃO - PARTE III””

 

No dia seguinte acordei muito tarde, perdendo o horário da escola. Estava toda quebrada por ter dormido mal, e muito confusa. Talvez mamãe estivesse certa, com todo o sofrimento que estávamos passando minha mente podia muito estar me pregando uma peça. Minha imaginação, somente isso, nada mais…

 

Fui até a Célia. Ela dormia tranquilamente. Mamãe já tinha ido trabalhar. Fui preparar o café da manhã. O silêncio da casa me perturbava me forçava a pensar no que não queria. Uma terrível solidão esmagava meu peito. Lembrei-me do sorriso de papai, dos abraços, do que já tinha sido minha vida e o que tinha se tornado. Chorei, não havia como não chorar. 

 

- Carla? - Ouvi minha irmã chamar.

 

Outra vez fiquei paralisada, seria minha imaginação mais uma vez? Não demorou muito Célia entrou na cozinha.

 

- Carla? Cadê a mamãe? E o papai? - Célia perguntou confusa e eu ainda mais.

 

Todos aqueles meses em catatonia e agora ela estava ali de pé, como se nada tivesse acontecido.

 

- Papai? Você perguntou pelo papai? - Indaguei Carla.

 

- Perguntei sim, idiota… Você por acaso ficou surda? Cadê o velho? Cadê a velha? Estou com fome, porra…

 

Célia começou a revirar os armários. Eu fiquei olhando pra ela. Era estranho demais, Célia não era agressiva daquele jeito. Pegou um pacote de bolacha e se serviu de café. Comia como se não houvesse amanhã. Tomou quase todo o café em um gole. Fez uma cara feia e se voltou para mim.

 

- Caralho… Essa merda de café está horrível… Tem gosto de cú… Só pode ter sido feito por você… Tá me olhando com essa cara porque, sua arrombada?

 

- Célia… É você mesma?

 

- Não, não sou eu não… Pergunta besta do caralho… Vai dar meia hora de bumda e não enche meu saco… É uma vaca mesmo…Frita um ovo pra mim, e para de putaria, sua puta… hahahaha… Para de putaria, puta… Essa foi muito boa…

 

Resolvi não falar mais com ela e ligar para mamãe. Minha cabeça não conseguia processar aquilo tudo.

 

- Alô, mãe? Vem pra casa agora, a Célia acordou!

 

- De novo isso, Carla… Já estou ficando sem paciência…

 

- É verdade… Mas ela está estranha… Agressiva…

 

Célia veio de repente e tirou o celular da minha mão.

 

- Alô… mamãezinha… Onde você tá? Acordei com muita saudade de você… O papai também não está em casa… A carlinha fez um café tão bom, mas eu queria provar o seu… - Célia foi tão gentil que parecia mais uma interpretação muito mal feita, fazendo uma voz de manhã, como se fosse uma criancinha.

 

- Mamãe já está indo pra casa, meu amor…

 

- Jura?! Você está com o papai? 

 

- Quando eu chegar, falamos do seu pai…

 

- Tá bom, mamãe… Quando você chegar vou te abraçar muito, muito, muito.. Te amo!!!

 

Assim que a ligação terminou o teatro também acabou, ela voltou a ser grosseira.

 

- Oxi… Ela tava chorando… Porque? Será que todo mundo aqui ficou doido. Toma!!! - Célia jogou o celular na minha cara - E vê se toma mais cuidado. Você ser uma piranha pra mim tá de boa, mas dedo duro? Ai você me fode…Faz logo meu ovo, se não enfio esse celular bem no meio do seu cú… Puta do caralho… Se bem que você tem cara de quem curte essas coisas…

 

Célia voltou pra cozinha. Aquela não podia ser minha irmã…

 

CONTINUA...

 

Jeremias Alves Pires