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Uchuu Sentai Kyuranger: Nova Ameaça - Capítulo 31. A Batalha Final, parte 2

 


Bom dia, boa tarde, boa noite, leitores.

Este capítulo saiu em bem menos tempo por conta da inspiração.

Espero que curtam.


Tão logo Cataclysmic voltou ao plano normal, os Kyurangers o notaram quase imediatamente, e já se dirigiram a ele, com, no mínimo, uns quatro planos de contenção, alguns reservas e o sistema da Orion tinha sido atualizado para saberem o quanto ela ainda tinha de energia graças às Kyuutamas.

E mais uma vez a batalha recomeçou, e desta vez, Cataclysmic não ficou apenas na defesa, obrigando os Kyurangers a defenderem-se também.

O que fez de uma luta, que já era titânica, ficar maior ainda.

Chutes, socos, tiros, defesas armadas, defesas desarmadas, tudo o que você puder pensar foi utilizado, leitor. Cada golpe era absurdo, capaz de destruir astros, pulverizar estrelas, evaporar meteoros. Porém, tudo o que tem uma intensidade como aquela batalha mostrou ter tem seu início, é fadado a ter o final muito rápido para uma das partes.

Afinal de contas, mesmo com as pretensões, nenhum dos dois lados continha deuses em suas composições, embora já não fossem simples mortais.

O Kyuranger mantinha Cataclysmic dentro da zona morta que se tornou o sistema de Serpentário, o lugar perfeito para ter uma batalha daquele porte sem machucar mais ninguém que não merecesse ser efeito colateral de uma batalha com aquela magnitude.

Em dado momento, os dois lados pararam seus ataques. Cataclysmic, já sentia sua falta de poder mágico provindo do ódio. As galáxias mais próximas não irradiavam tal sentimento, mas sim o de esperança, de fé nos Kyurangers, de amor, de súplica a um ser maior, mais poderoso, para que tudo terminasse bem, sem mais mortes.

E Cataclysmic não gostou daquilo.

Aquela força poderia se tornar facilmente o combustível que os heróis usariam para acabar com ele.

Mas ele não teve reação rápida o suficiente para impedi-los: eles perceberam quase ao mesmo tempo que as galáxias mais próximas oravam por eles, por seu sucesso, pela destruição de Cataclysmic.

E você, leitor, o que faria se uma tonelada de vibrações boas, energia que abasteceria o melhor meio de você trazer a paz para a galáxia, assim, de mão beijada? Você aproveitaria ou não?

Os Kyurangers aproveitaram. Enquanto continuavam sua luta contra Cataclysmic, começaram a captar a energia emanada.

E o Kyuranger começou a recuperar suas forças! Afinal de contas, o poder deles vinha do Universo, das estrelas, daqueles que viviam ali. E não demorou para que o Kyuranger começasse a aumentar o nível da luta, como era quando esta começou. Cataclysmic começou a sentir o peso desta diferença. Afinal de contas, você sabe quando é uma desvantagem quando mais do que um ser luta contra você...

... E, neste caso, eram bilhões contra o atual líder da nova Jark Matter, sozinho.

A empatia que o vilão sentira pela equipe de salvadores do universo àquela altura já se fora, o que sobrava nele mesmo era o ódio por todos aqueles que tentavam derrubá-lo. “Como eles podem ir contra o verdadeiro imperador do universo”, pensava ele enquanto se defendia dos golpes d’O Kyuranger. A esta altura ele tinha apenas o peso de seu próprio ódio contra o restante do Universo.

Porém um gatilho no poder benéfico dos guerreiros da liberdade lhes rendeu um aumento muito maior do que o planejado. Me respondam, leitores... O que acontece quando um ser senciente, ou um grupo deles, recebe muitas orações e pedidos de determinada parte do universo, de uma vez, torcendo verdadeiramente por eles?

Isso mesmo. O Kyuranger começou a incorporar em seus poderes uma fagulha de poder divino.

As Kyuutamas começaram se transformar, seus desenhos, as gravuras das constelações, de branco começaram a assumir traço dourado, e começaram a emitir luz em suas cores, com um fundo, um laivo dourado. Os trajes dos Kyurangers começaram a assumir laivos dourados, brancos, tudo o que significasse poder sagrado.

Cataclysmic começou a sentir nos Kyurangers um poder que era o completo oposto do seu – o dele era basicamente composto de sentimentos negativos, como mágoa, desespero, raiva, ódio; Aquele poder trazia compreensão, igualdade, fraternidade, amor. Foi quando ele parou para pensar, mesmo deixando seu corpo lutar no automático, apenas se defendendo – afinal de contas, os Kyurangers não davam muita brecha para além disso mesmo.

Ele começou a se lembrar, como ser antiquíssimo que era...

Como foi a última batalha contra defensores do Universo, que tinham outro nome, mas agiam da mesma maneira.

Eles passaram pelo mesmo processo, sendo esquecidos através das eras... Mas se juntaram à vontade coletiva do Universo, se tornando...

Sim.

Deuses.

O invólucro utilizado para as batalhas nada mais era do que a expressão de seus poderes, não importando se a tecnologia da época era avançada ou não... Na época, eles utilizavam gigantes de energia massiva, e não construtos de metal reforçados com energia mística.

Mas o resultado seria o mesmo. O mal, na época, seu líder, seu mestre, fora completamente varrido da face do Universo, não mostrando sequer um traço de sua existência.

Ele era o único que havia sobrado naquele Universo com memórias daquele ser de magnitude abissal... Ele era, naquela época, inalcançável. Cataclysmic era apenas um mortal, de forma física...

Antes de ser absorvido pela energia negativa que sobrou dele.

Foi preciso milhares de anos terem se passado, o Universo ter passado por uma intensa e inteira renovação para que ele fosse completamente esquecido, sem qualquer traço de seus feitos, sua personalidade. Afinal de contas, leitores... Em uma guerra, o lado perdedor é esquecido ao longo das eras, enquanto o lado vencedor conta a história, até que esta história também seja esquecida.

Por isso também é dito: se a memória do perdedor continua sendo contada, a batalha continua sendo travada, não importando a vitória daquele que conta a história.

Outra coisa, leitores, lembrem-se...

Ninguém nasce mau ou bom. Isso é adquirido ao longo da vida, não importa o quanto viva, se 1 hora ou 1 bilhão de anos.

Cataclysmic passou por toda essa viagem mental ao longo de sua longa vida, enquanto lutava contra O Kyuranger. E a ascenção também, foi acontecendo conforme a luta foi se desenrolando. Quando ela terminou de acontecer, que foi um dia inteiro de luta depois do começo dela, os Kyurangers começaram a notar as diferenças.

As írises de seus olhos assumiram a coloração de seus trajes. Aqueles que eram construtos de metal – Raptor, Balance, Champ – assumiram formas humanoides, mais próximas das de seus companheiros. Os que eram bestiais – Garu, Rururi, Stinger, Shou Ronpo, adquiriram mais características de suas raças.

Os que haviam sobrado, sendo provindos ou não de seres bestiais, assumiram parte de suas características por ascenção.

Percebendo o súbito aumento de suas forças, e entendendo que este era o momento para que acabassem com esta luta de uma vez por todas, eles maximizaram o poder interno que agora possuíam e fizeram com que O Kyuranger, originalmente chamado de Kyuutamajin, explodisse em energia divina e também assumisse uma forma diferente.

Formas mais arrojadas, mais angulosas, mais aerodinâmicas. Não era mais preciso preocupar-se com o gasto de energia, porque ela não acabava mais. Quanto mais eles puxavam energia de seus âmagos, mais ela brotava.

Era a síntese divina, um dos preceitos da ascenção.

E, como um martelo divino, envolto nos elementos da criação, O Kyuranger se dirigiu a Cataclysmic, que aos poucos ficava mais fraco. Já não conseguia defender-se com efetividade, recebia vários golpes, com as mais variadas intensidades... Ele sentia seu ser dissolver-se.

Uma vez que a energia dos dois combatentes era primordialmente diferente, uma anulava a outra.

Mas pelo simples fato de todo o universo agora orar pelos Kyurangers e eles terem ascendido, era como se um sol inteiro se colocasse contra a sombra de uma pequena árvore.

Foi quando Lucky resolveu parar.

- Gente, lembrem-se... As orações são para que tudo termine em paz, não mais uma vez em destruição. Vamos quebrar este ciclo. Nós agora temos poder para isso, podemos purificar esta alma que hoje é conhecida por Cataclysmic.

- Lucky, ele destruiu uma constelação inteira... – Disparou Stinger.

- Que nós podemos reconstruir agora, não é mesmo? – Rebateu o líder dos Kyurangers.

Ninguém mais teve argumentos para rebater aquela lógica. Não tinha mais sentido batalhar senão para obliterar o inimigo, e continuar com o ciclo de ódio.

O Kyuranger foi decrescendo, voltando às suas formas anteriores. Passou, primeiro, para a forma pré-ascenção; Depois, para a sua forma de Kyuutamajin; Depois, para as duas formas de Kyuutamajin, antes da forma final, antes de se combinarem; E, por fim, nos Voyagers.

E, flutuando no espaço, com seus trajes protegidos contra o vácuo do espaço, estavam os 13 guerreiros, em frente à forma maciça de Cataclysmic, que resumiu sua forma ao mesmo tamanho do maior deles, Shou Ronpo.

- Resolveram me poupar, Kyurangers? O poder subiu à cabeça de vocês?

6 Comentários

  1. Mano do céu!!!

    Que episódio foi esse!

    Não tem como eu ler o risco personagem que é Cataclysmic e não pensar na lambança que foi o Sr. Bazoo no final de Changeman. Um vilão que seja um planeta que vai acrescendo à sua massa os orbitais e demais corpos celestes por si só já é um perigo descomunal. Imagine um vilão que é além disso: Cataclysmic, ao menos para mim, é algo que quase transcende a nossa lógica de espaço-tempo quase que sendo uma espécie de buraco negro... ENFIM: um vácuo cósmico.

    E, para vencer algo assim... Bem, não é algo trivial PA POW!

    Eu me senti dando a minha aula de origem do Universo e distribuição dos elementos tamanho o detalhes de escalas e uso de termos cósmicos e estelares usados por você. Os heróis praticamente pareciam estar passando por processos de nucleossíntese para evoluir para formas mais avassaladoras e, assim, causar o colapso do vácuo maléfico.

    Nossa... Amei esse texto, meio Tokusatsu, meio ciência, meio Carl Sagan... Enfim... Ainda assim, o mal está ali e ainda parecendo tripudiar deles...

    Eu pensava que já encerrava nesse episódio... Ledo engando... Ainda tem mais!

    Parabéns, meu amigo!

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    1. Em primeiro lugar, fico feliz que tenha curtido. Segundo, não faço a mais remota ideia de como Carl Sagan tenha escrito algo, nunca li algo dele. A minha referência é ciência pelo que eu estudei, pelo que eu leio e também por Discovery Channel.

      Eu meio que me deixei levar pela experiência de algo mais épico por parte de um Tokusatsu, não só a coisa trasheira, mas também algo que poderia se desenvolver.

      Já deixo avisado... Talvez o próximo capítulo seja o último.

      Abraço

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  2. Grande George!
    Como é gratificante ler e testemunhar a evolução de um autor!

    Você sempre teve um estilo diferenciado , algo muito seu, onde você une conceitos filosóficos á realidade, tornando a narrativa nem original.

    Mas, agora , vemos esse estilo desabrochar como uma linda flor em seu auge.

    Quem ler "Kyuranger: Nova Ameaça" pode achar que essa obra contém os mesmos clichês típicos de um Sentai.

    Você foi além !

    E nos presentou com algo diferente e muito bem narrado!

    A eterena dualidade entre as emanações do mal e do bem , a oposição entre luz e trevas foi muito bem constrúida.

    O verso e reverso da mesma moeda.

    Fiquei surpreendido e boquiaberto com o desfecho que tu está dando ao Cataclysmic e aos Kyurangers.

    Matou a pau!

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    1. Muito obrigado mesmo, cara. Foi graças a vocês que eu tenho conseguido chegar a este nível que estou hoje. E sinto que ainda tenho muito a melhorar, digamos que este capítulo foi fruto da pura inspiração. Já dizem... Com a música correta, podemos ir muito longe.

      E eu sou movido a música, sabe como é.

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  3. Um excelente episódio, a força de crença e de esperança depositada nos Kyurangers os fez elevar e muito seus poderes ao mesmo tempo que deixou Cataclysm sem os seus, tudo por uma questão de fé, esperança, de acreditar realmente que os heróis poderiam salvá-los! Muito Jorge, curti pra caramba, meus parabéns cara!

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    1. Fico feliz que tenha curtido, Lanthys. O que respondi aos acima vale também pra você, principalmente você, que aceitou meu convite para entrar para a Mindstorm.

      Obrigado, de verdade.

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