Capítulo XI - Repercussão interna
A repercussão do caso do rapto das crianças pelo bando de Kaura foi grande, tanto internamente quanto externamente. Ainda mais tendo em vista passagem dos caçadores espaciais em si tenha sido bem discreta e furtiva, e nem deixou rastro de destruição e pilhagem algum por onde passou que nem as investidas anteriores de grupos ligados a Mess.
Como já mencionado antes, todo o otimismo com a recuperação
do país desmoronou como se fosse um simples e frágil castelo de cartas.
Internamente, o principal efeito colateral do ocorrido foi o surgimento uma
onda de paranoia para com ameaças vindas do espaço (sejam elas em potencial ou
não) e o surgimento de várias sociedades e grupos ufólogos dentro do Japão, os
quais acreditavam na existência de seres espaciais e que esses volta e meia
faziam contatos com o Planeta Terra os quais os governos dos vários países
abafavam. Periodicamente esses eram tidos como loucos.
Já outras pessoas, muitas delas ligadas a círculos
ultranacionalistas nipônicos insatisfeitos com a política de alinhamento do
governo Hirohito para com o Ocidente (alguns dos quais advogavam uma postura
neutra do Japão ou então um alinhamento com a União Soviética ou com a China),
acreditam que o incidente dos caçadores espaciais aconteceu em decorrência do
abandono da herança cultural nipônica em detrimento da ocidental e das velhas
políticas imperialistas pré-1945. Alguns desses grupos ultranacionalistas até
advogam a ressureição da velha política do Fukoku Kjōhei (País rico, exército
forte; 富国強兵)
adotada pelo governo Meidži no final do século XIX.
Algumas correntes místicas locais, por sua vez, acreditavam
que isso era um sinal de que o fim dos tempos (vulgo Armageddon) estava por
vir, e que dentro em breve certas profecias bíblicas como o Anticristo e outras
estavam a se cumprir. Assim como o rapto das crianças bávaras há 280 anos e
outros anteriores, tal incidente também com o tempo passou a ser objeto de
lendas e mitos. Um desses mitos que surgiram era o de que os caçadores em
questão eram na verdade vampiros vindos dos subterrâneos da Terra, ou então de
locais longínquos como a Transilvânia. Brigadas anti-vampiros até chegaram a se
formar por causa disso.
No entanto, o governo japonês meio que abafou o caso, a
exemplo do que aconteceu com o caso Roswell nos Estados Unidos 19 anos antes,
dizendo que isso tudo não passou de um grande factoide criado por alguns loucos
desvairados e mentirosos que queriam atenção, publicidade e fama. Os pais das
crianças sequestradas olharam tal postura por parte do governo de seu país como
cínica e criminosa, e organizaram um grupo para cobrar indenizações do governo
japonês. Eles não apenas querem indenizações, mas também reconhecimento.
Reconhecimento de sua situação e que o governo japonês passe a tratar tal
ocorrido com a devida seriedade. E que o grosso da sociedade um dia pare de
olhá-los como loucos e mentirosos. Afinal não raro eles são chamados não raro
de mentirosos e loucos nas ruas por outras pessoas. Grupo esse que contou com o
apoio moral de Sandžuurou Sugata, a época já concentrado no projeto Maskman.
Mas os resultados foram pífios e alguns anos mais tarde o
grupo foi desfeito e cada um dos pais foi para seu respectivo canto. Sugata,
por sua vez, deu continuidade ao projeto Maskman, pois sabia que mais cedo ou
mais tarde Tube iniciar uma invasão vinda dos subterrâneos da Terra. Aliás, o
próprio Sugata foi tido pelas autoridades de seu país como um louco desparafusado
ao falar publicamente sobre a ameaça de Tube. Uma ameaça tida pelas autoridades
e pela grande mídia do país como fantasiosa e inexistente. Mas, mesmo assim,
Sugata, sozinho e sem apoio algum do governo, deu continuidade a seu projeto e
alguns jovens se uniram a seu projeto.
1 Comentários
Realidade e ficção se misturam , contextualizando toda a grave questão do rapto de crianças e como as autoridades lidaram com isso...
ResponderExcluirNegando e mentindo!
Nesse contexto, temos a ascensão de Sugata e um projeto ambicioso que colheria muitos frutos num futuro não tão distante.