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Força Especial Bataranger 3 - Capítulo 4 - O último ato de Rosicler Araki

 



No capítulo anterior:


Os Batarangers conseguem prender Turana e Hércules, mas uma notícia choca o comando da F.E.B.: Araki está morta!




Capítulo #4 – O último ato de Rosicler Araki




BataBase – Sala do comandante


O Comandante Lopes desligou o holograma de sua mesa, ainda sem digerir a notícia que acabara de receber: Rosicler Araki morta! Por aquilo, ele não esperava, porque não parecia ser do feitio dela tirar a própria vida.

Angélica também não parecia acreditar na notícia. Por mais que odiasse sua ex-chefe, não a queria morta, mas que pagasse pelos seus crimes em vida.

Contudo, algo fez ambos despertarem do torpor. Eles ouviram batidas na porta e Angélica atendeu. Era o porteiro da base, com um envelope na mão. Ele prestou continência e disse:

“Entrega para o Comandante Lopes!”

Comte. Lopes: “Para mim? O envelope foi revistado?”

Porteiro: “Sim, senhor. Tudo limpo.”

Comte. Lopes: “Ótimo. Muito obrigado e está dispensado.”

O porteiro prestou continência e retirou-se da sala.

O comandante examinou o envelope e viu o remetente.

Comte. Lopes: “É de Araki! Ela deve ter mandado antes de morrer.”

Angélica: “Tenha cuidado ao abrir, comandante. Tratando-se de Araki, espera-se tudo.”

Comte. Lopes: “Doutora, eu confio no porteiro. Se ele disse que está limpo, é porque está. A não ser que Araki tenha enviado algo microscópico. Vou abrir o envelope por minha conta e risco.”

Então, ele abriu o envelope e lá dentro havia um pequeno cartão de memória e um pedaço de papel escrito à mão que dizia: “PARA O COMANDO DA F.E.B. E PARA OS NOTÁVEIS: ESTE É MEU ÚLTIMO ATO. R.A.”. Ao lado da assinatura, estava um desenho de uma rosa cercada por patas de aranha.

Comandante Lopes e Angélica se entreolharam e a cientista perguntou:

“Comandante, vamos ver o conteúdo do cartão de memória agora?”

Comte. Lopes: “Não, vamos ver com os Batarangers, já que a mensagem é para eles também. Por favor, chame-os, doutora.”

Angélica: “Comandante, se permite uma opinião, eu acho melhor nós vermos lá na DCT, porque tem mais espaço.”

Comte. Lopes: “Ótima ideia. Agora, chame os Batarangers, por favor.”

Angélica, prestando continência: “Sim, senhor!”

Ela pegou seu comunicador e começou a falar com os Batarangers.


Divisão de Ciência & Tecnologia


Passados dois minutos, os sete Batarangers juntaram-se ao comandante e Angélica para ver o conteúdo do cartão de memória enviado por Araki.

Comte. Lopes: “Batarangers, recebemos este pequeno cartão de memória pelo correio e ele foi enviado por Araki. Não sabemos ainda seu conteúdo, mas como ela enviou direcionado a vocês também, vamos ver todos juntos.”

Cris: “Permissão para falar, senhor!”

Comte. Lopes: “Permissão concedida, Ribeiro. Aliás, todos vocês têm permissão para falar, pelo menos, neste momento.”

Cris: “Comandante, qual será o conteúdo? E se for, sei lá, um vírus de computador? Temos sempre que lembrar que Araki já danificou o sistema de segurança da base.”

Porém, quem respondeu foi Angélica:

“Cris, com todo o respeito, acha mesmo que não estaríamos preparados contra ataques hackers e vírus de computador? Se isso for um vírus, nem vai passar pelo nosso firewall. Não se preocupe com isso.”

Cris: “Bem, se a senhora diz, vamos confiar.”

Angélica: “Ótimo. Vou colocar o cartão no computador holográfico. Agora, comandante?”

Comte. Lopes: “Agora.”

Angélica: “Então, vamos lá. Cruzem os dedos.”

Então, Angélica pôs o cartão de memória no drive do computador holográfico e surgiu no holograma apenas um arquivo de vídeo. Ela tocou no arquivo e um vídeo começou a ser exibido.

Na tela, estava Rosicler Araki, sentada em uma cadeira, em um cenário de fundo preto, com um semblante sério e preocupado ao mesmo tempo. Então, ela começou a falar:

Olá, meu nome é Rosicler Maria dos Santos Araki. Sou doutora em Embriologia e Engenharia Genética, ex-chefe da Divisão de Ciência & Tecnologia da Força Especial Bataranger e recentemente fui chefe do Setor de Biotecnologia da Corporação Ômega. Feitas as devidas apresentações, tomei a liberdade de gravar este vídeo, para que ele seja visto caso algo aconteça comigo. Sem mais delongas, quero dizer que, nos últimos meses, fui vítima de uma injustiça. Fui presa injustamente pela Força Especial Bataranger, onde dediquei quinze anos de serviço. [Araki deu um longo suspiro e prosseguiu]. Seu comandante, o ex-sargento da Polícia Militar Roberto Lopes, enviou-me, graças a conchavos com gente de Brasília, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, sob a falsa acusação de tráfico de humanos modificados, alegando que eu tinha relação com certos HMs que atacavam o Centro do Rio de Janeiro. Nada tenho a ver com estes HMs. Inclusive, eu estava na base da F.E.B. no dia em que eles foram soltos e o Comandante Lopes, junto com minha sucessora na chefia da DCT, Dra. Angélica Gomes, me acusam de ter danificado o sistema de segurança da base, sendo que eu não pisava nela havia cinco anos! E para piorar a situação, eles fizeram a cabeça de uns jovens soldados de roupas coloridas para que acreditassem nessas narrativas e aí eles me prenderam. [Araki abaixou a cabeça e ficou soluçando de choro. Em seguida, levantou a cabeça e esfregou um lenço em seus olhos]. Desculpem, é que eu fico emocionada quando me lembro disso. Então, como estava dizendo, esses jovens, que inclusive eu literalmente criei cinco deles, acreditam que eu seja uma vilã maligna. Na verdade, sou só uma cientista. Sou totalmente a favor que se prenda os criminosos desta cidade, mas que se prenda com provas e não com ilações. Aliás, falando em ilações, um desses jovens, Cristiano Ribeiro, está processando a mim e ao meu último emprego, a Corporação Ômega, sob alegação de que o medicamento Arakinus, que eu criei, diga-se de passagem, foi o responsável pelo falecimento de sua mãe, sendo que o medicamento foi testado e aprovado pela ANVISA. No meu modo de ver, quem deveria ser responsabilizado é o médico que o receitou, porque deve ter receitado uma dosagem além do normal. Bem, já falei demais. Estou temendo pela minha vida e parece que não vai ter jeito, vou ter que pôr um fim nisto. Porém, antes de me despedir, quero dizer que vou passar este vídeo para a imprensa, para a Polícia Civil e para o comando da F.E.B. e seus soldados coloridos. Quero que todos saibam que a Força Especial Bataranger será a responsável por minha eventual morte. [Mais uma vez, Araki abaixou a cabeça, soluçando de choro, esfregando os olhos com o lenço. Em seguida, ela olhou para a câmera de forma firme]. É isso mesmo que vocês ouviram, Lopes, Gomes e Batarangers. Quando me encontrarem morta, vocês serão os responsáveis e a consciência de vocês pesará, além de receberem a execração pública que merecem, por causa desta utopia chamada ‘manter a ordem entre humanos comuns e HMs’. Bem, eu me despeço aqui, totalmente solitária, porque não tenho cônjuge, nem filhos e nenhuma família. Nem mesmo tenho mais amigo, porque meu amigo de longa data Pedro Lahm, infelizmente tirou a própria vida. Contudo, devo me juntar a ele brevemente. Bem, então, é isso. Adeus a todos.

O vídeo se encerrou.

Por exatos dois minutos, fez-se um silêncio na DCT, que estava sem ninguém além deles. Na mente de todos eles, havia um misto de pensamentos, depois de verem o vídeo de Araki.

Cris quebrou o silêncio, dizendo, completamente revoltado:

“Mentirosa, cínica, fingida, caluniadora e assassina! Essa mulher é isso tudo e mais um pouco! Ela matou minha mãe, o Dr. Flávio, Lahm, tentou nos matar diversas vezes, fora os sequestros. Agora, é assassina até de si mesma. Como...como... pode nos acusar dessa forma tão...tão baixa? Deus que me perdoe, mas eu quero que ela vá para aquele lugar bem quente, se é que me entendem.”

Tarso: “Calma, primo. Todos nós estamos revoltados assim como você, mas nunca podemos desejar que ninguém, nem mesmo nossos inimigos, vá para aquele lugar quente.”

Roberta: “Me desculpe, colega, mas essa nariguda está nos acusando de induzir o suicídio dela! Dá vontade de desejar que ela vá para aquele lugar mesmo.”

Os outros ainda estavam em choque. O comandante olhava impassível para o computador holográfico. Quanto à Angélica, ela ficou cambaleante, até desmaiar!

Batarangers: “Doutora!”

Rapidamente, Jefferson e Mateus seguraram a cientista e a colocaram delicadamente no chão, deitada. Os outros ficaram em volta do corpo de Angélica, que estava desacordada e pálida. Aline e Jéssica estavam abanando suas mãos, como se fossem leques, enquanto Roberta foi zás-trás pegar um copo d’água na copa. Eles puseram o copo na boca de Angélica e isso fez com que ela voltasse a si.

Angélica: “O que... aconteceu? Por que estou deitada no chão?”

Comte. Lopes: “A senhora desmaiou, doutora. Ainda bem que se recuperou rápido, graças aos Batarangers, que agiram rapidamente.”

Angélica: “Oh, me desculpem, pessoal. É que eu fiquei com tanta, mas tanta raiva das mentiras de Araki, que eu devo ter desmaiado de tanto segurar a raiva.”

Jéssica: “Nós entendemos, doutora. Não está sendo fácil para nenhum de nós. Ninguém aqui é um robô sem emoções.”

Comte. Lopes: “Doutora, é melhor a senhora ir para casa. Precisar repousar, para não ocorrer isto novamente.”

Angélica: “Mas, comandante, não posso abandonar minha divisão agora.”

Comte. Lopes: “Deixe-a com a gente. O importante é que a senhora descanse e retorne revigorada. Vá para casa. Isto é uma ordem.”

Angélica assentiu e disse:

“Tudo bem, comandante, eu vou, mas eu não vou demorar muito para voltar.”

Comte. Lopes: “Fique o tempo que puder, doutora. Como disse, o importante é que volte revigorada.”

Angélica sorriu e os Batarangers assentiram para ela.

Angélica: “Bem, então, vou indo. Muito obrigado a todos vocês por se importarem comigo. Permissão para se retirar, senhor!”

Comte. Lopes: “Permissão concedida.”

Angélica prestou continência e se retirou da DCT.

***

Angélica chegou em seu apartamento e era a primeira vez em anos que voltava para casa ainda no horário de expediente. Também era a primeira vez que desmaiara daquela forma, já que ela vivia em constante estresse por trabalhar em uma força policial e nunca teve qualquer colapso nervoso. Talvez tenha sido aquilo que alegou ao comandante e aos Batarangers. Ela ficou com tanta raiva acumulada dentro de si, que acabou desmaiando. Mesmo depois de morta, Araki ainda lhe despertava os piores sentimentos.

Aproveitando que estava em casa, ela foi tomar um banho e foi deitar-se na cama. Para que ninguém a perturbasse, desligou seu celular. Então, ela adormeceu por algumas horas, mas acabou acordando com o barulho da campainha.

Desconfiada, ela levantou-se com sua BataPistola em punho e foi atender a porta. Quando viu quem era, espantou-se.

Angélica: “Você?!”


CONTINUA...



No próximo capítulo:

Angélica recebe uma visita inesperada. Enquanto isso, os Batarangers enfrentam um novo inimigo.


4 Comentários

  1. Essa merecia o Oscar de melhor atriz!

    Oh, dó da Rose!!!

    Que injustiça, meu Deus!!!

    Bem típico,o criminoso se faz de vitima, levantando uma nuvem de poeira para ocultar suas ações.

    É evidente que é ela que foi à casa de Angélica.

    Ela não se matou coisa nenhuma.

    Uma jogada bem maquiavélica.

    Chega a dar nojo !

    Parabéns por me fazer odiar uma personagem assim!

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    1. Obrigado pelo feedback de sempre. Se te fiz odiar a Araki, então, fiz um bom trabalho, hehehe. Abraço.

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  2. Vilã astuta e sórdida e ainda querendo se fazer de vítima.

    Enfim, deu raiva mesmo dela. Só me desculpe, eu achei forçado. Uma vilã do perfil dela não agiria assim não. É muito ególatra para fingir a própria morte e se fazer de vitima.

    Bem, isso aos meus olhos. Com certeza, você vai surpreender a gente.

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    1. Obrigado pelo feedback de sempre. Se você achou forçado, respeito sua opinião. Abraço.

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